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A Teoria da Relatividade Especial de Einstein – uma luz no espaço e no tempo

Einstein´s Special theory of relativity of - a light in space and time

Carlos Alberto Stechhahn da Silva é doutor em física pela Universidade de São Paulo (USP) e
professor das Faculdades Integradas Campos Salles. E-mail: stecphysics@gmail.com

Simone Seixas Picarelli é doutora em física pela Universidade de São Paulo (USP) e
professora das Faculdades Integradas Campos Salles. E-mail: simone.picarelli@gmail.com

Marco Antonio Ferreira Lima é mestre em Controladoria e Contabilidade pelo Centro


Universitário Álvares Penteado (FECAP) e professor das Faculdades Integradas Campos
Salles. E-mail: mafsp72@gmail.com

RESUMO
Neste trabalho apresenta a relatividade restrita ou especial de Einstein. Iniciamos com as
transformações de coordenadas de Galileu e seu apoio nos conceitos de espaço e tempo
absoluto. Mostramos que estas transformações não são apropriadas para descrição dos
fenômenos relativísticos, no entanto, elas não podem ser completamente descartadas, pois, no
limite de baixas velocidades elas continuam sendo válidas. A seguir, mostramos como dois
observadores em movimento de translação uniforme (um em relação ao outro) descrevem os
fenômenos físicos com o uso dos postulados de Einstein da relatividade restrita. Nesse
contexto, as transformações de Lorentz são obtidas. Com a relatividade de Einstein temos a
destruição do conceito de espaço e tempo absolutos e criação de apenas uma entidade, o
espaçotempo, altamente plástico (se curva, oscila, deforma o tempo, etc). Concluímos este
trabalho com uma aplicação da contração do espaço e da dilatação do tempo aplicada ao caso
do decaimento de múons produzidos nas colisões de raios cósmicos com os núcleos atômicos
na alta atmosfera.

Palavras chave: Relatividade Restrita, Relatividade Especial, Einstein, transformação de


galileu, transformações de Lorentz, Postulados da Relatividade, produção de múons na
atmosfera.

ABSTRACT
In this work we present the Einstein’s special relativity. We started with the coordinate
transformations of Galileo and your support on the concepts of absolute space and time. We
show that these transformations are not suitable for description of relativistic phenomena,
however, they cannot be completely discarded, because, in the limit of low speeds they
remain valid. Next, we show how two observers in translational motion (in relation to each
other) describe the physical phenomena with the use of Einstein's postulates of special
relativity. In this context, the Lorentz transformations are obtained. With Einstein's relativity
we have the destruction of the concept of absolute time and space and creating only one
entity, spacetime, highly plastic (bends, dangles, warps time, etc). We conclude this paper
with a contraction of space and time dilation applied to the case of the decay of muons
produced in collisions of cosmic rays with atomic nuclei in the upper atmosphere.

Key words: Special relativity, Einstein, Galileo transformation, Lorentz transformations,


Postulates of relativity, muons production in the atmosphere.

INTRODUÇÃO

Há pelo menos dois ramos da física onde nosso senso comum falha ao tentar descrever
os fenômenos naturais. Um deles, repousa no mundo microscópico das moléculas, átomos e
partículas elementares (ABDALLA, 2004). O outro, envolve a descrição do movimento de
partículas com velocidades próximas a da luz (EISBERG;LERNER, 1983). Tais estudos
envolvem, portanto, numa certa escala de energia, a mecânica quântica e a relatividade
especial de Einstein. A dificuldade, neste sentido, reside no fato de não estarmos acostumados
a lidar com escalas de distâncias atômicas, ou menores, bem como velocidades extremamente
altas (relativísticas) para a formulação de nosso entendimento e de nossas teorias.

A construção de uma teoria científica se inicia, em geral, pela observação dos


fenômenos naturais. Estabelecem-se, assim, hipóteses as quais representam uma idealização
de tais fenômenos e dá sustentação a teoria. A busca pela explicação dos fenômenos da
natureza nasceu com as primeiras civilizações. Na antiga Grécia, por exemplo, as teorias e
hipóteses possuíam caráter empírico, lógica dedutiva e eram fundamentadas na mitologia
grega e observações do cotidiano. Criavam-se mitos, deuses, heróis, titãs, ninfas e centauros
para não só interpretar os sinais da natureza, mas, para influenciar em fatos políticos,
econômicos e sociais. No entanto, particularmente na chamada ciências exatas a formulação
de uma teoria científica envolve, além da observação e análise, medidas experimentais dessas
grandezas as quais, na atualidade, muitas delas podem ser feitas com grande precisão. Uma
propriedade, não menos importante, é que as leis físicas da natureza são expressas em
equações matemáticas nem sempre tão simples. A história, contudo, nos mostra que ao longo
do tempo uma teoria foi substituída por outra, e por outra... Como descartar uma teoria,
muitas vezes tão solidamente firmada, por outra mais sublime, elevada e perfeita?

“O movimento é uma mudança de lugar e exige sempre uma causa, o repouso e o movimento
são dois fenômenos físicos totalmente distintos, o primeiro sendo irredutível a um caso
particular do segundo” Aristóteles (384-322 a.C.).
Cerca de três séculos antes de Cristo, o filósofo Aristóteles, discípulo de Platão,
acreditava que abandonando dois corpos de massas diferentes, de uma mesma altura e em
qualquer condição inicial, o corpo mais pesado chegaria primeiro ao solo. Este resultado, em
experiências de queda-livre, só iria mudar no século XVII com Galileu Galilei. Segundo ele,
corpos de massas diferentes quando lançados de uma mesma altura e ao mesmo tempo
chegam ao solo no mesmo instante. Tal resultado é obtido desde que a experiência seja feita
em ambiente idealizado onde seja desprezível a resistência do ar. Temos, portanto, que a
teoria aristotélica, em grande confronto com a experiência, perdurou por séculos.

As teorias e conceitos implantados por Galileu e Newton forneceram os fundamentos


do ramo da Física que chamamos hoje de Mecânica Clássica. Iremos neste trabalho introduzir
conceitos clássicos como o Princípio da Relatividade de Galileu, referencial inercial, espaço e
tempo. Veremos que na cinemática clássica, a qual descreve o movimento dos corpos sem
levar em conta suas interações, os corpos podem ter qualquer velocidade e vale para os
mesmos a regra de adição de velocidades. Tais conceitos estão nos fundamentos da Mecânica
Clássica ou de Newton.

1. A RELATIVIDADE SEGUNDO GALILEU E NEWTON

O Princípio da Relatividade é uma afirmação a respeito das leis da natureza. Diz


respeito como elas podem ser determinadas pelas observações feitas em diferentes sistemas de
referência. Tal afirmação é fundamentada na experiência e nos permite concluir que há
classes de sistema de referência com respeito aos quais as leis da física possuem a mesma
forma, i.e., são invariantes na forma. Observadores em repouso em seus sistemas de
referência fazem suas medidas sobre algum evento físico (o acender de uma lâmpada, por
exemplo). Tais medidas podem ser diferentes, no entanto, levam a mesma conclusão com
respeito às leis de força, velocidade, etc. O Princípio da Relatividade trata, em outras palavras,
da ausência de um observador privilegiado na natureza. H. Bondi descreveu o Princípio de
Relatividade em seu artigo de revisão (BONDI, 1959) do seguinte modo:

“É a proposta de toda teoria física descrever, de um modo conciso, uma vasta


variedade de fenômenos. Em muitos casos isto necessita, como parte da teoria, de
uma prescrição para aplicação da teoria a sistemas em diferentes estados de
movimento. Uma prescrição deste tipo, um código de translação que fosse,
geralmente consistirá de um sistema matemático de leis de transformação. ”
(Hermann Bondi, 1919-2005)

A mecânica Newtoniana incorpora a relatividade, bem como, os sistemas de


referências inerciais, ou seja, aqueles referenciais que se movem um em relação ao outro com
velocidade constante.

Galileu foi o pioneiro em discutir tais questões. Um exemplo muito conhecido na


literatura (WATARI, 2004) é o do caso de uma pedra que cai do topo do mastro de um navio
que se move com velocidade constante. Neste caso, se observarmos o ponto de impacto da
pedra no convés do navio veremos que este ponto se dá junto ao mastro. Como se o navio
estivesse em repouso. Dessa forma, a trajetória da pedra, para uma pessoa no navio, será de
uma linha reta; independente se o navio está em repouso ou movimento retilíneo e uniforme.
Numa situação similar, porém, com dois sistemas de referência (um fixo no navio e outro na
margem) as trajetórias serão diferentes. O observador fixo no navio verá a pedra cair do
mastro em trajetória retilínea e o um outro, em terra, verá uma trajetória parabólica. Tal
dinâmica se encontra no campo da mecânica clássica de Newton. Apesar das trajetórias serem
diferentes para os diferentes observadores, eles chegarão à mesma conclusão sobre a
aceleração e força sobre este corpo em queda livre. Dessa forma, a física é a mesma para
diferentes observadores que se movem um em relação ao outro em movimento de translação
uniforme.

Considera-se agora um evento (um acender de uma lâmpada, ou um estampido, por


exemplo) que ocorre num ponto do espaço.

Quadro 1 – Relação entre as posições de um evento medidas nos sistemas de


referência 𝑆 e 𝑆′.

Fonte: elaborado pelos autores.


Supondo que um referencial 𝑆 ′ se move em relação a um outro, S, com velocidade v,
constante ao longo do eixo-x, e observadores em 𝑆 ′ e em S fazem suas medidas. A relação
entre as medidas de espaço, tempo, velocidade e aceleração efetuadas por estes observadores,
em diferentes sistemas de referência, é expressa por um conjunto de equações de
transformação para a posição e o tempo:

𝑥 ′ = 𝑥 − 𝑣𝑡 ; 𝑦 ′ = 𝑦 ; 𝑧 ′ = 𝑧 ; 𝑡 ′ = 𝑡 (1)
Analogamente para a velocidade e aceleração, temos, respectivamente:

𝑢′ = 𝑢 − 𝑣 (2)
𝑎𝑥′ = 𝑎𝑥

Estas são as chamadas equações de transformação de Galileu.

Se observar apenas o contexto Newtoniano, temos que, na Eq. (1), as três primeiras
equações já seriam suficientes para relacionar as posições medidas pelos observadores desses
sistemas de referência. Isto se deve ao fato que o tempo é absoluto na mecânica Newtoniana.

“O tempo absoluto, verdadeiro e matemático, por si só, e por sua própria natureza, flui de
forma equitativa sem relação com nada externo. ” (Newton's Principia, Book I, Scholium
after Definitions).

Para compreender as idéias de Einstein completamente precisa-se analisar como uma


declaração de uma lei física é afetada, ou não, pelas transformações para os diferentes
sistemas de coordenadas. Nesta análise podemos verificar que as Leis de Newton (LOPES,
2006) não são modificadas pelas transformações de Galileu. A segunda lei de Newton, por
exemplo, declara que a força sobre um corpo é o produto da massa do mesmo pela aceleração,
ou seja, 𝐹 = 𝑚𝑎. Se a força for o produto da interação entre dois corpos e depender da
separação entre eles temos a seguinte equação

𝐹12 = 𝑓(𝑥2 − 𝑥1 ) (3)

i.e., ela representa a força sobre o corpo 2 devido ao corpo 1. Dessa forma, para um
observador num referencial 𝑆 a equação de movimento para o corpo 2 é dada por

𝐹12 = 𝑓 (𝑥2 − 𝑥1 ) = 𝑚2 𝑎2 . (4)


Esta é a equação que um observador em repouso mede a força sobre o corpo 2.

Para um referencial 𝑆 ′ , que se move em movimento de translação uniforme com


velocidade 𝑣 com respeito a 𝑆, utilizando as transformações de Galileu, dadas pelas equações
em (1), podemos escrever a Eq. (4) da seguinte forma


𝐹12 = 𝑓 (𝑥2′ − 𝑥1′ ) = 𝑚2 ′ 𝑎2 ′. (5)

Esta é a equação que um observador em movimento mede a força sobre o corpo 2.


Passando as coordenadas “com linha” para “sem linha” na Eq. (5) com o uso da
transformação de Galileu temos:

𝑥2′ − 𝑥1′ = (𝑥2 − 𝑣𝑡) − (𝑥1 − 𝑣𝑡) = 𝑥2 − 𝑥1 (6)

O que leva a concluir que a força é um invariante na mecânica clássica, ou seja,


𝐹12 = 𝐹12. (7)

Na teoria da relatividade de Einstein (RIFFEL, 2010) a massa e a aceleração, para um


corpo que se move com velocidade próxima à da luz, não são invariantes; elas dependerão da
velocidade do corpo em movimento.

2. A RELATIVIDADE ESPECIAL DE EINSTEIN – DOIS AXIOMAS

Um dos maiores triunfos da teoria eletromagnética de Maxwell (MAXWELL, 1865)


foi a confirmação de que a luz é um fenômeno ondulatório eletromagnético. Maxwell
descobriu que as ondas eletromagnéticas se propagam com a velocidade da luz, ou seja, a luz
é uma onda eletromagnética. No entanto, nessa época sabia-se que o som precisava de um
meio material para se propagar. Restava, portanto, saber se haveria um meio, o éter, onde a
luz pudesse efetuar seu movimento. Esta foi, portanto, a questão que mais perturbava os
físicos naquele momento. Alguns deles procuraram detectar do movimento da Terra através
do éter, caso este existisse. Em 1887 foi realizada uma experiência (e realizada diversas
outras vezes com muita precisão) conhecida como “experiência de Michelson-Morley” para
se detectar alguma variação na velocidade da luz (RAHAMAN, 2014).
Quadro 2 – Diagrama esquemático da experiência de Michelson-Morley

Fonte: Introduction to Special Relativity, Wolfgang Rindler, 2a edição, Oxford (1991).

Uma fonte de luz emite um feixe monocromático que atinge um espelho inclinado, o
qual reflete cerca de metade da luz que sobre ele incide e transmite a outra metade. Os braços
são perpendiculares e de mesmo tamanho. No final de cada braço há espelhos que refletem o
feixe de luz de volta para o ponto de partida. O aparato todo pode sofrer rotação no plano dos
braços. Esta experiência foi construída para encontrar alguma mudança na figura de
interferência. Dessa forma, se a Terra (ou o espelho) está se movendo na mesma direção e
sentido do feixe de luz a velocidade relativa é dada pela diferença 𝑐 − 𝑣. No entanto, se a
Terra está se movendo na direção e sentido contrário ao pulso de luz (na volta do feixe de luz
ilustrado no desenho do Gráfico) a velocidade relativa será 𝑐 + 𝑣. Portanto, o tempo de ida e
volta do feixe de luz há horizontal 𝑇1 e na vertical 𝑇2 será dado pelas seguintes equações:

𝐿1 𝐿1 𝐿1 (8)
𝑇1 = + =
𝑐 + 𝑣 𝑐 − 𝑣 𝑐(1 − 𝑣 2/𝑐 2 )
e
2𝐿2 𝐿2 (9)
𝑇2 = =
(𝑐 2 −𝑣 )
2 1/2 𝑐 (1 − 𝑣 /𝑐 2 )1/2
2

onde 𝐿1 e 𝐿2 são os comprimentos dos braços. O que se observou nesta experiência é que os
feixes de luz partiam da fonte e retornavam até a mesma em tempos iguais, ou seja, 𝑇1 =
𝑇2 . Não foram produzidas defasagens nas figuras de interferência. Isto parecia implicar que
𝑣 = 0. O interferômetro mostrou como resultado desse experimento que independente do
movimento do observador a velocidade da luz era a mesma. Na teoria que Einstein iria
implantar certamente esse resultado era esperado.
2.1 Os dois postulados de Einstein da Relatividade Especial

Albert Einstein usou o resultado negativo da detecção de um éter que permeia o


espaço para a imposição como um axioma o seguinte Princípio da Relatividade (EINSTEIN,
1905):

“As leis da física são idênticas em todos os referenciais inerciais, ou,


equivalentemente, o resultado de qualquer experiência física é o mesmo quando
executado com condições iniciais idênticas relativo a qualquer referencial inercial. ”
Sobre a eletrodinâmica de corpos em movimento” – Einstein (1905).

Por referenciais inerciais devemos entender os sistemas de coordenadas inerciais, ou


seja, um sistema de referência em que vale a Lei da Inércia. Assim, se o referencial estiver em
movimento acelerado, com respeito a um certo referencial inercial, ele não será inercial. Este
princípio conduz a propriedades como homogeneidade do espaço e do tempo, bem como,
isotropia de cada referencial inercial para a execução de qualquer experiência física. O
princípio da Relatividade de Einstein (primeiro postulado) é uma generalização do princípio
da relatividade de Newton. No entanto, apesar do eletromagnetismo clássico não atuar em
escala do mundo microscópico, a relatividade restrita de Einstein tem sua validade no mundo
quântico.

O segundo postulado afirma que há um referencial inercial no qual a luz no vácuo


sempre viaja retilineamente com velocidade constante, 𝑐, em todas as direções e independente
do movimento da fonte. Dessa forma, se a fonte emissora da luz viaja na direção e sentido do
feixe emitido, ou não, resulta, por este postulado, que a velocidade da luz será sempre 𝑐 =
3.108 𝑚/𝑠, medida por todos os observadores inerciais. Na teoria da relatividade especial de
Einstein, portanto, não vale a regra de soma de velocidades para dois corpos em movimento,
tão comum na mecânica clássica de Newton.

3. AS TRANSFORMAÇÕES DE LORENTZ
Será usado neste contexto um sistema de referência (um par de eixos cartesianos) onde
iremos medir as distâncias entre dois pontos do espaço e um sistema de relógios para medir os
intervalos de tempo. Essas duas características devem sempre estar presentes na configuração
ou montagem dos problemas. Assim, teremos uma grade espacial (que pode ser em três
dimensões) que nos fornecerá a possibilidade de marcar cada ponto do espaço 𝑃(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) e
associado a cada um desses pontos teremos um relógio para medir os intervalos de tempo.
Teremos em nossas considerações, analogamente ao Gráfico 1, um referencial 𝑆 em repouso,
e outro 𝑆′ que se move com velocidade constante, 𝑣. No entanto, cada ponto do espaço no
referencial 𝑆′ terá um relógio sincronizado com os relógios de 𝑆. Para a sincronização dos
relógios num mesmo referencial o procedimento é mais simples. Devemos usar o segundo
postulado da Relatividade Restrita e um conjunto de réguas e relógios.

Quadro 3 – Sistema reticulado tridimensional.

Fonte: Teoria da Relatividade Especial, Roberto de Andrade Martins, GHTC, (2008).

3.1 A sincronização dos relógios

Para que os observadores possam fazer suas medidas é necessário que seus relógios
estejam sincronizados. Para tal, emite-se um pulso de luz da origem e, como sabemos as
coordenadas do ponto de chegada da luz (que dista 𝑟 da origem) o tempo será dado por 𝑡 =
𝑟/𝑐. Dessa forma, o observador num ponto 𝑟 da origem saberá, em face da luz viajar com
velocidade constante 𝑐, o tempo que a luz levou para chegar até ele.

Uma vez sincronizados os relógios em S desejamos comparar como se relaciona um


evento em 𝑃(𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡) neste referencial com outro em um ponto 𝑃′(𝑥′, 𝑦′, 𝑧′, 𝑡′).

3.2 Deduções das transformações de Lorentz


Supondo que temos dois referenciais inerciais 𝑆 (referencial estacionário) e 𝑆′, de
modo que, certo instante de tempo no referencial 𝑆 será chamado de 𝑡 e no referencial 𝑆′ será
chamado de 𝑡′. Um pulso de luz é então emitido a partir da origem em 𝑡 = 𝑡 ′ = 0 ou seja,
quando as origens dos dois referenciais coincidem.

Quadro 4 – Referencial 𝑆′ se movendo para a direita com velocidade 𝑣 com respeito a


𝑆. Um pulso de luz é emitido e se encontra na posição 𝑥′ e 𝑡′ para um observador em 𝑆′.

𝑆 ≡ 𝑆′ 𝑆 𝑆′
𝑣

𝑃
𝒙 ≡ 𝒙′ 𝒙 𝑥′ 𝒙′
Fonte: elaborado pelos autores.

Após a emissão do feixe o referencial 𝑆′ se move para a direita ao longo do eixo-𝑥′


com velocidade 𝑣 com respeito ao referencial estacionário 𝑆. Ambos os observadores (o que
está em 𝑆 e o que está em 𝑆′) devem ver a mesma física, i.e, uma frente de onda esférica se
propagando com velocidade 𝑐. Quando a luz emitida atingir um certo ponto 𝑃 do espaço
(conforme Quadro 4) podemos escrever as três equações que nos permitem transformar as
coordenadas de um referencial para o outro. Teremos equações similares às Eqs. (1) das
transformações de Galileu, porém, como vamos considerar a dilatação do tempo e a contração
do espaço deve-se, portanto multiplicar o lado direito por um fator denominado constante de
contração do comprimento ou fator de Lorentz, 𝛾.

As grandezas medidas pelo observador no referencial 𝑆′, quais sejam, 𝑥′, 𝑦 ′, 𝑧 ′ , 𝑡′,
vamos supor conhecidas, bem como, a velocidade 𝑣 do sistema de coordenadas. Quando este
feixe alcançar certo ponto 𝑃 do espaço, o conjunto de equações que relacionam as posições
medidas pelo observador em 𝑆 em termos da posição medida pelo observador em 𝑆′ são:

𝑥 = 𝛾(𝑥 ′ + 𝑣𝑡′) ; 𝑦 = 𝑦′ ; 𝑧 = 𝑧′ (100)

Analogamente, para um referencial 𝑆′ estacionário e 𝑆 indo para a esquerda com a


mesma velocidade 𝑣, temos:

𝑥 ′ = 𝛾(𝑥 − 𝑣𝑡) ; 𝑦′ = 𝑦 ; 𝑧′ = 𝑧 (111)


A luz que é emitida na origem de ambos os sistemas de coordenadas viaja uma
distância 𝑥 = 𝑐𝑡 no referencial 𝑆 e 𝑥 ′ = 𝑐𝑡′. Dessa forma, podemos escrever as Eqs. (10) e
(11) em termos de 𝑡 e 𝑡′:

𝛾𝑡′(𝑐 + 𝑣 ) (12)
𝑐𝑡 = 𝛾𝑡′(𝑐 + 𝑣 ) ⇒ 𝑡 =
e 𝑐

𝛾𝑡(𝑐 − 𝑣 ) (13)
𝑐𝑡 ′ = 𝛾𝑡(𝑐 − 𝑣 ) ⇒ 𝑡 ′ =
𝑐

Substituindo-se a Eq. (13) em (12) encontramos o fator de Lorentz:

𝛾 2 𝑡(𝑐 + 𝑣 )(𝑐 − 𝑣 ) 1 (14)


𝑡= 2
⇒𝛾= .
𝑐 √1 − (𝑣 2 /𝑐 2 )

A relação entre os tempos 𝑡 e 𝑡′ substituindo-se a Eq. (10) em (11):

𝑥 ′ = 𝛾[𝛾(𝑥 ′ + 𝑣𝑡 ′ ) − 𝑣𝑡] ⇒ 𝛾𝑣𝑡 = 𝛾 2 𝑥 ′ + 𝛼 2 𝑣𝑡 ′ − 𝑥′ (15)

Tal que se obtêm a seguinte relação

𝑣𝑥 ′ (16)
𝑡 = 𝛾(𝑡 ′ + ).
𝑐2

Quadro 5 – Transformações de Lorentz – Resumo

Fonte: elaborado pelos autores.

3.3 A dilatação do tempo


Antes de Einstein as transformações que faziam a transformação de coordenadas de 𝑃
para 𝑃′ eram dadas pelas equações (1), as transformações de Galileu. A relação entre 𝑥′ e 𝑥,
por exemplo, pode ser encontrada da geometria no desenho ilustrado no gráfico 1. Na
relatividade de Galileu os eventos que acontecem simultaneamente em 𝑆 ocorrerão
simultaneamente também em 𝑆′. No entanto, o conceito de simultaneidade não vale na
relatividade restrita.

Considera-se a situação de um observador 𝒪′ em 𝑆′ em repouso num trem na


configuração padrão (“standard”) dada pelo gráfico 1. Este observador 𝒪′ instala uma fonte de
luz no chão de um dos vagões do trem, a qual emite um feixe monocromático que sai do chão
do trem e atinge um detector no teto que está na mesma linha vertical. 𝐴′𝐵′ de tamanho y. O
movimento desse feixe de luz, portanto, é ortogonal ao eixo-𝑥. O intervalo de tempo 𝛥𝑡 ′ =
𝛥𝑡0 (intervalo de tempo próprio) que o detector no teto irá medir é o tempo que a luz levará
para fazer o percurso 𝐴′𝐵′. Dessa forma, 𝛥𝑡 ′ = 𝑦/𝑐 para um observador 𝒪 em 𝑆 o trem se
move com velocidade 𝑣.

Δ𝑡 é o intervalo de tempo medido por 𝒪 para fazer o percurso 𝐴′ 𝐶 = 𝑐 Δ𝑡. Nesse


mesmo intervalo o observador 𝒪 vê a fonte se afastar de uma distância igual a 𝑣 Δ𝑡. Temos,
nesse contexto, que a distância que o observador 𝒪′ vê a luz percorrer é diferente (menor) que
a distância que o observador 𝒪 (numa estação, por exemplo) constata. Deste aparato resultam
duas distâncias no referencial 𝑆 e uma distância no referencial 𝑆′, que formam um triângulo
retângulo com a seguinte relação entre elas

(𝑐 Δ𝑡)2 = (𝑣 Δ𝑡)2 + (𝑐𝛥𝑡 ′ )2


𝑐 2 Δ𝑡 2 − 𝑣 2 Δ𝑡 2 = 𝑐 2 Δ𝑡′2
𝑣2
𝑐 2 (1 − ) Δ𝑡 2 = 𝑐 2 Δ𝑡′2
𝑐2
1 (17)
Δ𝑡 = . Δ𝑡 ′ = 𝛾. Δ𝑡 ′ = 𝛾. Δ𝑡0
2
√1 − 𝑣2
𝑐

Sendo 𝑣 < 𝑐, o fator de Lorentz 𝛾 é maior que 1. Disso resulta que o intervalo de
tempo num referencial qualquer Δ𝑡 é sempre maior que o intervalo de tempo próprio, Δ𝑡0 .
Assim, o tempo para um observador que se move com 𝑆′, para um observador O que está em
S, funciona a um ritmo mais lento que o medido em S. Tal efeito é chamado de dilatação
temporal que nos leva ao paradoxo dos gêmeos ou de Langevin. Trata-se de uma
consequência do tempo não ser absoluto na relatividade restrita. Numa situação idealizada,
irmãos gêmeos podem vir a se encontrar e se apresentarem com uma grande diferença entre
suas idades, após uma viagem relativística de um deles. Como resultado, o que retorna da
viagem, estando mais novo que o irmão gêmeo que ficou na Terra, poderá dizer que foi para o
futuro. Tal efeito é possível e medido por meio da Eq. (17).

3.4 A contração do espaço

Outra consequência surpreendente da relatividade de Einstein é a contração do espaço


ou de Lorentz. A distância entre dois pontos pode também depender o referencial do
observador. Uma barra que se move com velocidade próxima da velocidade da luz sofre uma
contração (tem seu comprimento reduzido) no sentido do deslocamento.

Supondo uma barra que esteja em repouso no sistema 𝑆′ e com suas extremidades
fixas em 𝑥1′ e 𝑥2′ . Instalamos na extremidade esquerda da barra uma fonte de luz cujo feixe
produzido deve atingir um espelho instalado na outra extremidade. O tempo de ida e volta,
tendo em vista a constância da velocidade da luz, será dado por

2𝐿0 (17)
Δ𝑡0 =
𝑐
A diferença entre esses dois pontos nos fornece o comprimento da barra no referencial em
repouso, ou seja, o comprimento próprio

𝑥2′ − 𝑥1′ = 𝐿0 . (189)

E no referencial 𝑆 a barra se move para a direita com velocidade 𝑣 durante o pulso de luz. O
comprimento da barra em 𝑆 é 𝐿 e o tempo que a luz percorre de 𝑥1 a 𝑥2 é Δ𝑡1. Neste intervalo
de tempo a barra percorre a distância 𝑣Δ1. A distância total 𝑑 da fonte de luz ao espelho tem
um termo adicional sobre o 𝐿

𝑑 = 𝐿 + 𝑢Δ𝑡1 (20)

Como, na velocidade restrita, a luz sempre viaja com a velocidade 𝑐 a distância 𝑑


também pode ser escrita como 𝑑 = 𝑐Δ1 o que nos permite escrever
𝐿 (191)
Δ𝑡1 =
𝑐−𝑢

Esta equação nos mostra que a distância que o pulso percorre no referencial 𝑆 é maior
que 𝐿. Analogamente podemos mostrar que o tempo, Δ𝑡2 , de retorno da luz do espelho para a
posição da fonte, pode ser calculado como

𝐿 (202)
Δ𝑡2 =
𝑐+𝑢

Por meio de uma mudança no sinal da velocidade 𝑢 na Eq. (19). O tempo total para a luz ir da
fonte ao espelho e voltar, para um observador em 𝑆, é

2𝐿 2𝛾 2𝐿 (213)
𝛥𝑡 = 𝛥𝑡1 + 𝛥𝑡2 = =
𝑐[1 − (𝑣 2 /𝑐 2 )] 𝑐

Contudo, das Eqs. (17) e (18) temos a seguinte equação para Δ𝑡:

2𝛾𝐿0 (22)
Δ𝑡 = 𝛾Δ𝑡0 =
𝑐

Comparando as Eqs. (23) e (24) teremos finalmente a equação de “contração do


comprimento”

𝐿0 (23)
𝐿=
𝛾

Sendo o fator de Lorentz maior que 1, para o observador no referencial 𝑆, o qual vê o


referencial 𝑆′ em movimento de translação uniforme, a barra de comprimento L se encontra
menor que o comprimento 𝐿0 (medida esta efetuada pelo observador em 𝑆′). Portanto, o
comprimento de um objeto medido num referencial no qual este objeto está em repouso é
chamado de “comprimento próprio”. E o comprimento medido em qualquer outro referencial
é menor que o comprimento próprio, 𝐿0 . Este efeito é chamado de contração do comprimento.

4. DILATAÇÃO TEMPORAL E CONTRAÇÃO DO PERCURSO DE MÚONS NA


ATMOSFERA

A atmosfera é permanentemente bombardeada com raios cósmicos que chegam do


espaço. As colisões dessas partículas em nossa atmosfera dão origem a uma produção de
partículas em cascata e, dessa forma, muitas outras partículas secundárias são produzidas, tais
como, píons neutros, 𝜋 0 , e carregados (𝜋 + , 𝜋 −). Em sua interação com os átomos da
atmosfera esses píons carregados decaem produzindo múons positivos, 𝜇 +, bem como
negativos, 𝜇 −, conforme as reações a seguir

𝜋 + → 𝜇 + + 𝜈𝜇
𝜋 − → 𝜇 − + 𝜈̅𝜇 .

Quadro 6 – Produção em cascata de partículas secundárias na alta atmosfera.

Fonte: https://portal.ifi.unicamp.br/a-instituicao/21-portal/portugues/pesquisas/grupos-de-pesquisa -
adaptado pelos autores.

O múon, fruto de um desses decaimentos, é uma partícula instável que decai


rapidamente em outras partículas com vida média de 2,2.10−6 𝑠 quando em repouso. Outras
informações sobre essa partícula, bem como é feita sua detecção, podem ser encontradas em
(CRUESP, 2016). No entanto, os físicos sabem que o múon viaja com velocidade
relativística. Assim, ele sofrerá o efeito da dilatação temporal. Seu tempo de vida aumentará
porque o tempo flui mais lento referencial em movimento, na visão dos observadores
estacionários. Se, por exemplo, um múon, produto dos raios cósmicos, é acelerado a uma
velocidade de 84% da velocidade da luz podemos encontrar o tempo de vida do múon nesta
velocidade (0,84𝑐). Escrevendo a relação para a variação temporal com respeito àquela do
tempo próprio, temos

2,2.10−6 𝑠 2,2
Δ𝑡 = 𝛾Δ𝑡0 = = . 10−6 𝑠 = 5,5.10−6
√1 − (0,84𝑐 2 /𝑐 2 ) 0,4

Pode-se calcular agora a distância máxima que o múon pode percorrer antes de decair

𝑑 = 𝑣. Δ𝑡 = 0,84. 𝑐. Δ𝑡 = 0,84.3.108 . 5,5.10−6 = 1386 𝑚.


Esta distância representa o valor obtido do percurso efetuado pelo múon com o uso da
formulação relativística de Einstein. Para o caso da física clássica, numa relação simples entre
espaço, tempo e velocidade, encontramos:

𝑑0 = 𝑣. Δ𝑡0 = 0,84. 𝑐. Δ𝑡0 = 0,84.3.108 . 2,2.10−6 ≈ 554𝑚.


Pode-se considerar que a viagem relativística dessa partícula faz com que o seu tempo de
vida seja dilatado quando medido por um observador num referencial estacionário 𝑆.
Conforme se percebe, os cálculos relativísticos nos fornecem um valor maior e mais preciso
para o deslocamento de uma partícula produzida por raios cósmicos. As correções
relativísticas (CARARO; FERREIRA, 2007) são muito utilizadas em nosso dia a dia em face
do recebimento e transmissão dos sinais eletromagnéticos, bem como, das correções e
atualizações da posição de veículos no transporte rodoviário de carga, navegação marítima e
aérea em Sistema de Posicionamento Global (GPS).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho se mostrou a formulação de duas teorias que possuem visões diferentes
dos conceitos de espaço e tempo. Na primeira, na cinemática newtoniana, encontramos a ideia
de espaço e tempo absoluto. O Princípio da Relatividade segundo Galileu e Newton foi
apresentado. Vê-se que, neste contexto, eventos que são simultâneos num dado referencial
estacionário 𝑆 serão também simultâneos num outro 𝑆′ que se move em relação a este num
movimento de translação uniforme. A segunda teoria apresentada, a teoria da relatividade
especial de Albert Einstein (1905), diz respeito ao movimento de corpos relativísticos, ou
seja, os que se movem com velocidade da ordem da velocidade da luz. A mecânica
newtoniana, tão firmemente estabelecida até então, é inteiramente varrida pela relatividade
restrita e conceitos como força, ação e reação, espaço e tempo absoluto e simultaneidade
perdem o sentido. No entanto, apesar das transformações de coordenadas de Galileu não ser
as transformações apropriadas para descrição dos fenômenos relativísticos, elas não podem
ser completamente descartadas, pois, no limite de baixas velocidades elas continuam sendo
válidas.

Na relatividade restrita, a genialidade de Einstein por meio de seus dois postulados:

(I) “As leis da física são idênticas em todos os referenciais inerciais”;


(II) “há um referencial inercial no qual a luz no vácuo sempre viaja retilineamente com
velocidade constante, c, em todas as direções e independente do movimento da fonte. Dessa
forma, as leis da física são covariantes por transformações de coordenadas (invariantes por
Lorentz)” permitiu a destruição do conceito de espaço e tempo absolutos e criação de apenas
uma entidade, o espaçotempo, altamente plástico (se curva, oscila, deforma o tempo, etc)
equiparando, assim, as coordenadas disjuntas de Newton.

O papel de Einstein com a relatividade restrita, portanto, foi o de mostrar uma nova
construção coerente para a física que abarcasse todos estes fatos teóricos e que não violavam a
causalidade.

Em 1908 Minkowski (NATÁRIO, 2010) anunciou que o espaço e o tempo são


componentes de um único espaçotempo 4-dimensional. Einstein inicialmente rejeitou essa
interpretação 4-dimensional de sua teoria. No entanto, logo mudou de opinião de modo que o
espaçotempo, matematicamente conhecido como um tensor, se tornou a ferramenta
fundamental para que ele, mais tarde, apresentasse ao mundo a sua outra obra... a teoria geral
da relatividade.

REFERÊNCIAS

ABDALLA, M. C. B. O discreto charme das partículas elementares, Editora Unesp (2004).

BONDI, H. E. Relativity, Rept. Progr. Phys., 22, 97-120 (1959).

CARARO, A. C; FERREIRA, L. D. D. Implementação de nova correção relativística em


processamento de dados GPS, aplicada em posicionamento por ponto altamente preciso
(2007). Disponível em:

<http://nead.uesc.br/arquivos/Biologia/modulo_8-
bloco_1/uni_extincao/material_apoio/texto-a_caminho_de_uma_extincao_em_massa.pdf>
Acesso em 20 jun. 2017.

CRUESP, O coletor de partículas invisíveis, Jornal da Unicamp (2016). Disponível em:

< http://www.cruesp.sp.gov.br/?p=10457>. Acesso em: 08 jul. 2017.


EINSTEIN, A. Zur Elektrodynamik bewegter Körper”, (Sobre a eletrodinâmica de corpos em
movimento), Annalen der Physik, 17 891 (1905).

EISBERG, R. M., LERNER, L. S. Física – Fundamentos e Aplicações, Editora McGraw-Hill


(1983).

LOPES, A. O. Introdução à Mecânica Clássica, Edusp – Editora da Universidade de São


Paulo (2006).

MAXWELL, J. C. A Dynamical theory of the electromagnetic field (1865). Disponível em:

< https://en.wikisource.org/wiki/A_Dynamical_Theory_of_the_Electromagnetic_Field >


Acesso em: 03 jul. 2017.

NATÁRIO, J. Espaço-tempo de Minkowski: a física como geometria (2010).

Disponível em:

< http://gazeta.spm.pt/getArtigo?gid=305> Acesso em 05 jun. 2017.

RAHAMAN, F. The Special Theory of Relativity, Springer India (2014), DOI 10.1007/978-
81-322-2080-0_2.

Disponível em:

<file:///C:/Users/Carlos/Downloads/9788132220794-c2.pdf> Acesso em 065 jun. 2017.

RIFFEL, R. A. Teoria da Relatividade Especial, Universidade Federal de Santa Maria (2010).


Disponível em:

< http://w3.ufsm.br/rogemar/docs/relatividade.pdf > Acesso em 08 jul. 2017.

WATARI, K. Mecânica Clássica, volume I, Editora Livraria da Física (2004).

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