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Relatividade Especial - 2023.

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Jhordan Santiago
4 de agosto de 2023

1. O que é o Princípio de Equivalência Fraco?


O princípio de equivalência fraco diz que todas as leis de movimento para partículas em queda livre
são iguais as em um referencial não-inercial. Ou seja, é a proporcionalidade da massa gravitacional e
inercial. A generalização desse princípio seria a ideia de que não é possível diferenciar os efeitos de
um referencial em um campo gravitacional uniforme e de um em aceleração constante.

2. Explique de que forma o Princípio de Equivalência de Einstein impede a existência de


referenciais inerciais estendidos ou espacialmente infinitos.
Como um observador em queda livre (sujeito apenas a gravidade) não pode distinguir entre um
campo gravitacional e um referencial inercial sem gravidade, se os referenciais inerciais extendidos
existissem, significaria que existem regiões do espaço-tempo onde não há efeitos gravitacionais.

3. Qual é a diferença entre um referencial rígido e um referencial inercial?


Um referencial rígido, no contexto da física clássica, deve ser entendido como uma extensão do
corpo rígido. Ou seja, é um sistema de coordenadas em que as distâncias entre os pontos no espaço
são mantidas constantes ao longo do tempo. É um sistema de coordenadas que não sofre deformações,
normalmente descritos quando não são levados em conta efeitos gravitacionais.a Já um referencial
inercial é um sistema de coordenadas no qual a lei da inércia é válida. Como não há aceleração na
ausência de forças externas, o referencial inercial pode ser considerado como um caso especial de
referencial rígido, onde não existe deformação e/ou aceleração.
a
É importante salientar que no contexto da Teoria da Relatividade Geral não existem corpos rígidos perfeitos, pois o
efeito de deformação do espaço-tempo não é instantâneo, mas com velocidade finita (igual a velocidade da luz no vácuo).

4. Qual a solução dada por Fitzgerald e Lorentz para justificar o fracasso do experimento de
Michelson e Morley em verificar a existência do éter? (Verifique os cálculos correspondentes
ao experimento de Michelson e Morley (eqs. 1.5, 1.6 e 1.7)
O experimento de Michelson-Morley foi concebido com o propósito de medir a velocidade da Terra
em relação ao éter em diferentes épocas do ano, pois como a Terra se move, haveria momentos em que
a Terra estaria contra ou a favor do movimento do éter, sendo possível somar ou subtrair a velocidade
do éter com a da luz. Entretanto, Michelson e Morley perceberam que, mesmo com grande precisão e
considerando erros experimentos, a velocidade da luz se mantia constante. A conclusão deles foi de
que não é possível medir a velocidade da Terra em relação ao éter, como esperado a partir da teoria
do éter estacionário de Fresnel, e não que o éter não existia, como é frequentemente citado (Roberto

1
Martins, 2015).
A fim de explicar o efeito nulo dos resultados obtidos por Michelson e Morley, Fitzgerald e Lorentz
propulseram, de forma independente, que era possível conservar a teoria de Fresnel supondo que o
movimento do interferômetro através do éter produzia uma contração de seu comprimento. Se o
braço do interferômetro que se move paralelamente ao vento do éter sofresse contração, onde seu
comprimento L tornasse L’ = L(1-v2/2c2), e igualmente, o braço perpendicular aumentasse de L para
L’ = L(1+v2/2c2), haveria um cancelamento dos termos de tal maneira que o efeito fosse nulo.
Apesar da "contração do espaço" ter sido proposto inicialmente como uma hipótese ad hoc, ela
se mostrou bastante útil para o desenvolvimento da teoria da relatividade, onde o próprio Lorentz
desenvolveu, anos depois, as transformações que levam o seu nome para explicar o eletromagnetismo
em diferentes referenciais.

5. Considere o exemplo de objeto em rotação o qual, como empiricamente determinado,


se acha no equador. De que forma esse fato é explicado por Newton? E de que forma o
princípio de Mach modifica essa explicação?

É experimentalmente determinado que uma esfera que rotaciona ao redor de seu próprio eixo se
alarga no equador, um exemplo desse fenômeno é o próprio planeta Terra, que é achatado nos polos.
Entretanto, como não é possível determinar se é a esfera que está realmente rotacionando ou se ela
está parada e tudo ao seu redor está rotacionando, surge a pergunta: Como a esfera "sabe" que está
girando e, portanto, se alarga no equador? De acordo com Newton, o equador da esfera sofrerá maior
ação da força centrífuga devido a velocidade angular ser máxima. Portanto, o somatório da força
gravitacional com a força centrífuga é maior no equador que a resultante das forças nas outras partes
da esfera, fazendo com que o equador seja "jogado" para fora da esfera. Como Newton era absolutista,
ou seja, defendia que o espaço (e também o tempo) era uma entidade autoexistente, ele admitia que
a esferia rotacionava em relação ao espaço absoluto. Para Mach, que era um relacionista, ou seja,
acreditava que o espaço (assim como tempo) não era uma entidade ontológica, mas um conceito que
determina as relações espaciais entre coisas, um corpo possui inércia devido a sua interação com a
distribuição de massa no universo. Logo, uma esfera rotacionando sofre ação da força centrífuga devido
a sua aceleração em relação as massas do universo. Como consequência, em um universo contendo
apenas a esfera em rotação, não seria possível afirmar que ela realmente estaria rotacionando, pois
existiria apenas a sua própria massa fazendo com que a esfera não sofresse alargamento no equador.

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