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Curitiba
2019
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
FAEL
5. Difusão | 111
Gabarito | 265
Referências | 281
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Dentro do universo dos materiais, encontro-me em um
dilema. Como transcrever a você, iniciante no conteúdo e em um
universo tão imenso quanto este, a minha paixão pela área? Sou
conservador e ao mesmo tempo um novato em busca de conhe-
cimento. Confesso que resumir e norteá-lo sobre este mundo não
foi das tarefas mais fáceis, mas acredito que consegui transmitir
um pouco da minha paixão. Aguardo críticas sobre o conteúdo
para melhorar cada dia mais e espero contribuir para seu cresci-
mento pessoal e profissional. Sucesso e boa leitura!
1
O universo dos
materiais
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O universo dos materiais
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Tecnologia dos materiais
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O universo dos materiais
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Tecnologia dos materiais
1.2.1 Metais
Figura 1.3 – Exemplos de materiais metálicos
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O universo dos materiais
1.2.2 Cerâmicas
Figura 1.4 – Exemplos de materiais cerâmicos
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Tecnologia dos materiais
1.2.3 Polímeros
Figura 1.5 – Exemplos de materiais poliméricos
Borrachas sintéticas
Poliéster PET
Silicones
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O universo dos materiais
1.2.4 Compósitos
Dentre as classes já apresentadas, os compósitos são compostos ori-
ginados de dois ou mais materiais, de qualquer uma das classes, com o
objetivo de produzir um novo material que apresente uma combinação
das propriedades dos materiais separados. Vale ressaltar que o compósito
não apresentará respostas superiores aos materiais separados, apenas uma
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Tecnologia dos materiais
Fonte: Shutterstock.com/Pol.mch/santypan/F.Schmidt/renkshot/Akaberka
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O universo dos materiais
1.2.6 Semicondutores
Apresentam proprieda- Figura 1.7 – Semicondutores aplicados na indústria de
des intermediárias entre os artigos eletrônicos
condutores elétricos (metais
e suas ligas) e os isolantes
(cerâmicas e polímeros).
Apresentam suas proprie-
dades altamente sensíveis à
presença de impurezas em
sua formulação. Essa classe
de materiais permitiu o sur-
gimento dos circuitos inte-
grados, sendo o principal
advento da indústria eletrô- Fonte: Shutterstock.com/Dmitry Kalinovsky
nica e de computadores.
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Tecnologia dos materiais
1.2.7 Biomateriais
São materiais destinados à fabricação de componentes implantáveis
para substituição de partes do corpo – próteses – ou auxílio nas funções
estruturais – implantes. Quando em uso ou sob regime de fadiga, não podem
produzir efeitos adversos, inflamatórios e tóxicos no hospedeiro, devendo
ser compatíveis ao tecido corpóreo. Todas as classes de materiais apresentam
exemplos que podem ser classificados como biomateriais: ligas de titânio
(metais), alumina e zircônia (cerâmica), PEEK (polímero), prótese femoral
de titânio recoberta com hidroxiapatita (compósito) (CALLISTER, 2015).
Figura 1.8 – Artigos fabricados com o uso de biomateriais
Fonte: Shuttestock.com/edwardolive
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O universo dos materiais
Ferrofluido
Fonte: Shutterstock.com/MADDRAT/Crevis
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Tecnologia dos materiais
1.2.9 Nanomateriais
Constituem uma classe crescente, que engloba todas as classes
já apresentadas, com o desenvolvimento de rotas para a elaboração de
partículas nanoscópicas – ordem de 10-9m – com capacidade de estudo
somente de microscópios eletrônicos de alta resolução. Apresentam-se
na natureza ou podem ser sintetizados através de duas rotas: top-down
– quando a estrutura é iniciada a partir de um agente externo nanoestrutu-
rado de maior dimensão, geralmente por cominuição; bottom-up: o mate-
rial é “modulado”, átomo por átomo, ou íon a íon, molécula a molécula.
Em escalas nano, os materiais podem apresentar propriedades diversas e
interessantes, mesmo que não seja natural da classe. Nanocerâmicas são
mais dúcteis em altas temperaturas do que as cerâmicas tradicionais.
Figura 1.10 – Exemplos de nanomateriais
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O universo dos materiais
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Tecnologia dos materiais
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O universo dos materiais
Conclusão
A ciência dos materiais investiga e correlaciona a estrutura e as pro-
priedades dos materiais. Já a engenharia, com base nesses estudos, busca a
perfeita relação entre processamento e desempenho para uma determinada
aplicação. A estrutura de um material, explicando superficialmente, define
o arranjo dos átomos e toda a sua interação dos arranjos com os elétrons
e seus núcleos. A nível atômico, descreve toda a organização atômica ou
molecular do material.
A visão de propriedade descreve a resposta de um material a um
determinado estímulo específico. Por exemplo: uma amostra submetida a
forças trativas sofrerá deformação, apresentando alongamento e redução
de área, consequentemente, respostas para a ductibilidade serão obtidas.
Já um metal que sofre um processo de polimento, refletirá a luz, e assim
por diante. Propriedades são independentes de forma e tamanho do mate-
rial. Basicamente, todas as propriedades dos materiais sólidos agrupam-se
em seis categorias:
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Tecnologia dos materiais
22 mecânica;
22 elétrica;
22 térmica;
22 magnética;
22 óptica;
22 deteriorativa.
Para cada característica existe um determinado estímulo que apresen-
tará a resposta desejada.
Metais: normalmente são combinações de elementos por meio de
ligação metálica. Existe grande densidade de elétrons não localizados, que
envolve todo o arranjo atômico. Muitas das propriedades dos metais são
oriundas desse comportamento. São excelentes condutores elétricos e tér-
micos e opacos à luz visível. Apresentam alta resistência mecânica, ducti-
lidade, são deformáveis e empregados em uma vasta gama de segmentos.
Cerâmicas: normalmente formadas a partir de elementos metáli-
cos e não metálicos, por meio de ligações iônicas, de caráter direcional.
Frequentemente são compostos de óxidos, nitretos e carbetos. Podem ser
empregadas desde a indústria de base até a aeroespacial, mostrando sua
grande versatilidade. São tipicamente frágeis, embora apresentem grande
resistência mecânica. Devido a seu caráter iônico, são isolantes térmica e
eletricamente, apresentando estabilidade de suas propriedades e formas
em altas temperaturas.
Polímeros: família de plásticos e borrachas. Compostos orgânicos
baseados em carbono, hidrogênio, oxigênio, e outros não metálicos. Carac-
terizam-se por longas cadeias carbônicas, com massas molares acima de
106 g/mol. Apresentam alta flexibilidade e uma vasta aplicabilidade em
projetos de engenharia.
Compósitos: consistem na combinação de materiais das diversas
classes, combinando propriedades que, isoladamente, as matrizes não
apresentariam. As fibras de carbono e vidro são grandes exemplos disso.
Adquirem a alta resistência mecânica das fibras e a flexibilidade dos polí-
meros e apresentam um desenvolvimento recente e alta empregabilidade.
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O universo dos materiais
Seleção de materiais
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Tecnologia dos materiais
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O universo dos materiais
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Tecnologia dos materiais
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O universo dos materiais
Atividades
1. Qual é a importância das pesquisas sobre os materiais?
2. Qual é função da ciência dos materiais e da engenharia dos
materiais?
3. Transcreva as seis propriedades dos materiais sólidos.
4. Fale sobre a relação entre estrutura, propriedade, processamento
e desempenho.
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2
Estrutura atômica
e ligação atômica
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Estrutura atômica e ligação atômica
seu núcleo, totali- Figura 2.1 – Esquema do modelo planetário de um átomo de C12
zando 12 uma.
Outro valor
de referência para
ordens atômicas
é o número de
Avogadro (físico
italiano que, entre
outros estudos,
contribuiu para a
terminologia de
molécula), que
retrata o número
de prótons ou
nêutrons necessá-
rios para compor Fonte: Shutterstock.com/general-fmv.
a massa de 1 g.
Sua unidade é átomo-grama e seu valor é de 6,023 x 1023 uma por grama.
Quando se trata de compostos ou moléculas, a terminologia é adaptada
a mol. Por exemplo, um mol de NaCl contém um número de Avogadro
de Na e um de Cl.
Para o carbono 12, figura 2.1, o número de Avogadro de átomos de
C12 teria uma massa teórica de 12 g. Na natureza, o carbono ocorre com
massa atômica de 12,011 uma, pois nem todos os átomos apresentam 6
nêutrons em seu núcleo; alguns apresentam 7 nêutrons. Nesse caso, surge
a seguinte classificação:
22 isótopos – vários elementos químicos que apresentam mesmo
número de prótons em seus núcleos.
22 isótonos – são vários elementos que apresentam o mesmo
número de nêutrons em seus núcleos.
22 isóbaros – apresentam a mesma massa atômica.
22 isoeletrônicos – apresentam a mesma quantidade de elétrons
orbitando seus núcleos.
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
associado a cada elétron – uma energia de ligação definida para cada par
elétron-núcleo. Um diagrama de níveis de energia para o C12 é ilustrado
na figura 2.3.
Figura 2.3 – Diagrama dos níveis de energia para os elétrons do C12
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
Figura 2.5 – (a) Relação das forças de atração, repulsão e resultante com a distância
interatômica, para dois átomos isolados. (b) Relação entre as energias de atração, repulsão
e resultante em função da distância interatômica
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
2.6.4 Moléculas
Moléculas são compostas por grupos de átomos associados entre
si por ligações covalentes, sejam elas por moléculas diatômicas (F2, O2,
H2 etc.) ou por meio de compostos (H2O, HNO3, CH4 etc.). Em ambos,
condensados ou sólidos, as ligações secundárias fracas estarão presentes.
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Tecnologia dos materiais
Conclusão
Os modelos atômicos de Bohr e mecânico oscilatório definem a
origem dos estudos quânticos dos elementos químicos. Os elétrons, com
energia quantizada, orbitam o núcleo atômico, com prótons e nêutrons.
Os elétrons são definidos por quatro números quânticos – n, l, m e ms,
sendo cada um deles responsável por uma característica específica do
elétron, sendo que, pelo princípio de exclusão de Pauli, cada estado ele-
trônico acomoda apenas dois elétrons, sendo que cada um deverá apre-
sentar spins opostos.
Essas disposições levaram ao agrupamento dos elementos químicos
em grupos cujas semelhanças são vistas em meio à distribuição eletrônica
nas camadas mais externas, e características similares separadas em perí-
odos e famílias. Os doadores de elétrons estão ao lado esquerdo da tabela
e os receptores de elétrons, ao lado direito. A família dos gases nobres é
assim chamada devido à neutralidade para reações.
Esse caráter de elétrons de valência determina a natureza das ligações
químicas que cada elemento é capaz de realizar. A valência dos átomos
está diretamente ligada à energia de ligação, seja ela de caráter atrativo ou
repulsivo, sendo suas magnitudes proporcionais às propriedades espera-
das para cada tipo de elemento químico.
Em decorrência desse fenômeno, cada átomo apresenta uma
característica inerente para se interligar aos seus vizinhos. As ligações
iônicas são decorrentes da diferença de eletronegatividade acentuada
entre os átomos ligados, com a relação de doação do elétron de valên-
cia por parte do metal, para o átomo receptor, sendo esse o ametal.
A ligação covalente nasce do compartilhamento dos elétrons entre
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Estrutura atômica e ligação atômica
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Tecnologia dos materiais
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Estrutura atômica e ligação atômica
Atividades
1. Descreva o que significa cada um dos números quânticos dos
elétrons em relação a seus estados eletrônicos.
2. Descreva a diferença entre as ligações iônica, covalente e metálica.
3. Calcule a percentagem do caráter iônico para as ligas interatômi-
cas nos seguintes compostos (utilize da tabela 2.3 para os valo-
res de eletronegatividade dos elementos):
22 TiO2
22 ZnTe
22 CsCl
4. Quais são as ligações químicas características de cada um dos
elementos:
22 latão (liga de cobre e zinco);
22 borracha;
22 sulfeto de bário (BaS);
22 xenônio sólido;
22 náilon (composto polimérico);
22 liga de aço inoxidável austenítico;
22 água.
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Tecnologia dos materiais
Fonte: csptere.com.br.
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3
A estrutura dos
sólidos cristalinos
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A estrutura dos sólidos cristalinos
característico; estas variam entre arranjos simples, como nos metais, até
estruturas complexas, como exibem as cerâmicas e alguns polímeros.
Para a descrição das estruturas cristalinas, átomos ou íons são tratados
como esferas com diâmetro médio definido, seguindo o conceito de esfe-
ras rígidas, em que os elementos vizinhos, sejam átomos ou íons, se tocam
(SHACKELFORD, 2008). Um arranjo simplificado, encontrado em muitos
metais, pode ser visto na figura 3.1c. Aqui, um caso particular, todos os áto-
mos são idênticos. O termo rede cristalina pode ser utilizado para representar
a rede cristalina, sendo assim descrita como um arranjo em três dimensões
de posições que coincidem com a posição dos átomos (centro das esferas).
Figura 3.1 – Representação da estrutura cúbica de face centrada
(a) Célula unitária representada pelo modelo de esferas rígidas; (b) célula uni-
tária com seus átomos reduzidos; e (c) um conjunto de muitos átomos sob a
mesma estrutura.
Fonte: Callister (2015, p. 39).
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Tecnologia dos materiais
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A estrutura dos sólidos cristalinos
Geometria da
Sistema Comprimentos axiais e ângulos
célula unitária
Cúbico
Tetragonal
Ortorrômbico
Romboédrico
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Tecnologia dos materiais
Geometria da
Sistema Comprimentos axiais e ângulos
célula unitária
Hexagonal
Monoclínico
Triclínico
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A estrutura dos sólidos cristalinos
Raio Raio
Estrutura Estrutura
Metal Atômicob Metal Atômicob
Cristalinaa Cristalinaa
(nm) (nm)
Alumínio CFC 0,1431 Níquel CFC 0,1246
Cádmio HC 0,1490 Ouro CFC 0,1442
Chumbo CFC 0,1750 Platina CFC 0,1387
Cobalto HC 0,1253 Prata CFC 0,1445
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Tecnologia dos materiais
Raio Raio
Estrutura Estrutura
Metal Atômicob Metal Atômicob
Cristalinaa Cristalinaa
(nm) (nm)
Cobre CFC 0,1278 Tântalo CCC 0,1430
Cromo CCC 0,1249 Titânio (a) HC 0,1445
Ferro (a) CCC 0,1241 Tungstênio CCC 0,1371
Molibdênio CCC 0,1363 Zinco HC 0,1332
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
(a) célula unitária; (b) célula segundo esferas rígidas. (c) agregado de átomos.
Fonte: Callister (2015, p. 41).
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
sentadas como famílias, entre colchetes, <100>. Ainda nos sistemas cúbi-
cos, índices diferentes da ordem ou dos sinais, como e , são
equivalentes. Porém, isso não é valido para outros sistemas. Por exemplo,
em sistemas tetragonais, e são equivalentes, mas e
não o são.
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
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A estrutura dos sólidos cristalinos
x y z
Intersecções ∞a -b
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Tecnologia dos materiais
x y z
Inversos 0 -1 2
Redução (se necessário) - - -
Colocação entre parênteses
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A estrutura dos sólidos cristalinos
Figura 3.16 – (a) Célula CCC para o plano (110); (b) compactação dos átomos para o plano (110)
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Tecnologia dos materiais
CFC CCC
CFC CCC
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A estrutura dos sólidos cristalinos
CFC CCC
3.6.1 Monocristais
O monocristal é um sólido cristalino, com arranjo periódico de longo
alcance, em que a repetição dos átomos ocorre perfeitamente (SHACKEL-
FORD, 2008). Todas as células unitárias se conectam sob a mesma orien-
tação. Existem monocristais na natureza, mas podem ser produzidos por
meio de controles de processos específicos. Se os monocristais adotassem
um crescimento sem restrição, esse apresentaria uma geometria regular,
com faces planas, como muitas pedras preciosas. Estudos de monocristais,
atualmente, em circuitos eletrônicos, utilizam de monocristais de silício e
outros materiais semicondutores.
3.6.2 Policristalinos
A grande parte dos materiais é formada de um aglomerado de cristais
ou grãos, sendo chamados de policristalino. A solidificação é esquemati-
zada na figura 3.18.
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Tecnologia dos materiais
3.6.3 Anisotropia
As propriedades físicas dos materiais dependem da direção cristalo-
gráfica sob a qual estão direcionados (CALLISTER, 2015). Módulo elás-
tico, condutividade elétrica e índice de refração, entre outros, apresentam
valores diferentes em diferentes orientações. Essa direcionalidade é cha-
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
Conclusão
O arranjo atômico cristalino se dá por meio de padrões ordenados e
repetidos, que diferem de uma estrutura amorfa e desordenada nos mate-
riais não cristalinos. As estruturas são definidas em ternos de células uni-
tárias, estruturas geométricas básicas, com parametrização da posição atô-
mica e de todos os parâmetros de rede.
A grande maioria dos metais existe em pelo menos uma das três
estruturas cristalinas: CFC, CCC e HC. Os parâmetros de rede, números
de coordenação e fatores de empacotamento foram descritos, calculados
e discutidos. Tanto a estrutura CFC quanto a HC são geradas a partir do
empilhamento de planos compactos, ou seja, apresentam sequência de
empilhamento semelhante: ABABAB para a HC e ABCABCABC para
CFC com isso, FEA e NC são similares.
Pontos, direções e planos cristalográficos são definidos em termos
de processos de indexação. A metodologia de definição de cada um dos
índices foi ilustrada e discutida ao longo do capítulo.
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
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A estrutura dos sólidos cristalinos
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Tecnologia dos materiais
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A estrutura dos sólidos cristalinos
Atividades
1. Como se define a estrutura cristalina dos materiais?
2. Defina parâmetro de rede de uma célula unitária.
3. Do que depende o número de coordenação?
4. Todos os materiais apresentam as mesmas respostas, indepen-
dentemente da sua orientação cristalográfica?
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4
Defeitos cristalinos
e estruturas amorfas
– imperfeições
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
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Tecnologia dos materiais
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
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Tecnologia dos materiais
mA
CA x100 , onde:
(mA mB )
mA
nA = , onde:
AA
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
nA
CA x100
( n A nB )
4.3 Imperfeições
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Tecnologia dos materiais
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
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Tecnologia dos materiais
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
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Tecnologia dos materiais
Figura 4.6 – Esquema ilustrando os contornos de grão e posições adjacentes dos átomos
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
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Tecnologia dos materiais
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
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Tecnologia dos materiais
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
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Tecnologia dos materiais
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
Conclusão
Defeitos são elementos associados a posições atômicas, no interior
do retículo cristalino, que deveriam possuir átomos, incluindo lacunas e
autointersticiais, que variam em função da temperatura. A presença de
solutos ou impurezas nos materiais dá origem às ligas e, consequente-
mente, pode introduzir tensões internas via substituição de elementos na
matriz ou ocupação de sítios intersticiais não ocupados normalmente.
Uma solução sólida substitucional se origina desse processo, quando
a estrutura cristalina da matriz não é alterada. Esta ocorre até um limite de
solubilidade, que depende da temperatura e da pressão envolvidas na mis-
tura, razão de raios, eletronegatividade e estrutura cristalina semelhante
dos elementos químicos envolvidos. No caso de átomos muito diferentes
que os da matriz, a solução sólida intersticial é formada com a ocupação
dos sítios intersticiais.
Essas relações são controladas pela composição, seja em %a ou %p,
com métodos matemáticos específicos para sua obtenção. A conversão
entre as unidades de medida também é possível.
Seja pela introdução de soluto em outros materiais, tensões internas
oriundas de tratamentos térmicos realizados ou histórico térmico de soli-
dificação e mecanismos de deformação plástica, os defeitos podem ser
introduzidos e densificados nos materiais. As discordâncias são defeitos
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Tecnologia dos materiais
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Defeitos cristalinos e estruturas amorfas – imperfeições
Atividades
1. Qual é a fração dos sítios de átomos vagos para o chumbo a
327 °C (600K)? Adote uma energia de formação de lacunas de
0,55 eV/átomo.
2. Qual é a composição, em %p, de uma liga de 30%p de Zn e
70%p Cu?
3. Determinar o número do tamanho de grão ASTM para uma
amostra que, em ampliação de 100×, apresenta 45 grãos por
polegada quadrada.
4. Qual é o impacto das imperfeições sobre os materiais?
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5
Difusão
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Difusão
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Tecnologia dos materiais
M
J=
At
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Difusão
1 dM
J=
A dt
dC
C ( gradiente de concentração) =
dx
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Tecnologia dos materiais
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Difusão
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Tecnologia dos materiais
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Difusão
5.2.2 Temperatura
É a maior impactante sobre o processo difusivo; maximiza exponen-
cialmente as ações da difusão, promove o aumento da energia vibracional
dos átomos e, consequentemente, a possibilidade de saltos no retículo.
Para vias de ilustração, variando a temperatura de 500 °C para 900 °C,
em uma matriz de Feα, a taxa de autodifusão aumenta em seis ordens de
grandeza – aproximadamente de 3×10-21 para 1,8×10-15 m²/s. A relação
de dependência da difusão com a temperatura segue a equação do tipo
Arrhenius (LEVENSPIEL, 1999):
Tabela 5.2 – Dados de difusão
Espécie Energia de
Metal Valores Calculados
em D (m /s)
2 Ativação Qd
Hopedeiro 0
Difusão kJ/mol eV/atom T(ºC) D(m2/s)
α-Fe 500 3,0 x 10-21
Fe 2,8 x 10-4 251 2,6
(CCC) 900 1,8 X 10-15
ɤ-Fe 900 1,1 x 10-17
Fe 5,0 X 10-5 284 2,94
(CFC) 1100 7,8 X 10-16
500 2,4 x 10-12
C α-Fe 6,2 x 10-7 80 0,83 900 1,7 x 10-10
900 5,9 x 10-12
C ɤ-Fe 2,3 x 10-5 148 1,53 1100 5,3 x 10-11
Cu Cu 7,8 x 10-5 211 2,19 500 4,2 x 10-19
-5
Zn Cu 2,4 x 10 189 1,96 500 4,0 x 10-18
Al Al 2,3 x 10-4 144 1,49 500 4,2 x 10-14
-5
Cu Al 6,5 x 10 136 1,41 500 4,0 x 10-18
Mg Al 1,2 x 10-4 131 1,35 500 1,9 x 10-13
-5
Cu Ni 2,7 x 10 256 2,65 500 1,3 x 10-22
Fonte: Callister (2015, p. 113).
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Tecnologia dos materiais
Qd
D D0 exp , onde:
RT
22 D0 = constante que não depende da temperatura (m²/s);
22 Qd = energia de ativação (J/mol ou eV/átomo) – assim cha-
mada por representar a quantidade de energia necessária para
promover a difusão de 1 mol de átomos. Quanto maior a ener-
gia, menor a difusividade do elemento;
22 R = constante dos gases (8,31 J/mol*K ou 8,62 eV/átomo*K);
22 T = temperatura na escala absoluta (K).
O monitoramento da difusão, ao longo da temperatura, para vários
metais, é feito a partir da linearização da equação de difusividade. Seja por
meio da linearização pelo logaritmo natural ou de base 10, temos:
Qd 1 Qd 1
ln D ln D ou log D log D0
R T
2, 3R T
Pelo perfil das equações e das constantes geradas (, o perfil das equa-
ções segue a forma de uma reta:
y ax b
Comparando as equações:
Tabela 5.3 – Comparativo de variáveis
Coeficiente Coeficiente
Ordenada Abcissa
angular linear
y a x b
Q Q
1d1ln Qd 1 Qd Qd 1D Qd Q1d 1
1 log
ln D ln DD
ln Ddln D
ln ou D
ou
D
log D D ou
log D
log D 0 ln D o
R T 0 2, 3R2, 3TR T 2, 3R RT T
log log ln
R TR T
0
QQ 11 Qd 11
Qd Qd 1 Qd 1 Qd 1 Qd
DD dd ou ou log logDD00 ln D lnlnDD ln
logDDlog D ou log Dou log D
log D0 log D0
RR TT 22,,33RRTT R T R T 2, 3R T 2, 3R T
Fonte: elaborada pelo autor.
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Difusão
– 121 –
Tecnologia dos materiais
– 122 –
Difusão
– 123 –
Tecnologia dos materiais
Conclusão
A difusão é um fenômeno que promove a transferência de massa
no interior dos materiais, em distancias atômicas ou subatômicas, sobre
influência de temperatura, tempo de exposição a essa temperatura,
compatibilidade entre os átomos do soluto e matriz, além do poten-
cial químico gerado pelo gradiente de concentração na interface entre
os materiais, seja entre sólido-sólido, sólido-líquido, líquido-líquido,
sólido-gasoso, entre outros (SHACKELFORD, 2008).
Os processos difusivos surgem da energia vibracional, associada
a cada átomo da rede cristalina que, mediante a presença de um vazio,
vacância ou lacuna em posição interatômica próxima, consegue migrar
de posição, por meio da presença de energia associada a essa mudança
de posição. A difusão pode ser por lacunas – entre posições adjacentes
próximas, entre os átomos; intersticial – quando a ocorrência é associada
aos átomos que ocupam posições intersticiais dentro da rede, sempre
adotando os critérios de Fajans e autodifusão, que ocorre em átomos
dos mesmos elementos dentro da matriz. Vale ressaltar que, entre os
processos difusivos por lacunas e por intersticiais, devido à maior pre-
sença de vazios nas posições de interstícios e seus tamanhos relativos
aos demais elementos da rede, a difusão destes é facilitada e mais rápida.
A difusão pode ocorrer em duas situações, relatadas e conceituadas
por Fick: suas leis consideram os regimes difusivos em estacionários –
quando não dependem do tempo; e não estacionários – quando o tempo é
variável do processo. Para condições estacionárias, a inclinação da curva
de concentração por distância é o coeficiente angular da reta que define
o gradiente de concentração. Para condições não estacionárias, o fluxo é
considerado em uma única direção e dependente do tempo.
As condições que interferem na difusão são: coeficiente de difusi-
vidade, temperatura, concentração, tempo, além do tamanho e interação
entre os átomos dentro do retículo cristalino.
– 124 –
Difusão
– 125 –
Tecnologia dos materiais
– 126 –
Difusão
Atividades
1. Explique a diferença entre autodifusão e interdifusão.
2. Explique o conceito de regime não estacionário e como se aplica
a difusão.
3. Uma placa de ferro a 700 °C em atmosfera carbonetante – rica
em carbono – em uma das faces e pobre de carbono na outra.
Considerando que o regime estacionário seja atingido, calcule o
fluxo difusional do carbono através da placa, a 5 mm e 10 mm
(5×10-3 m e 10-2m) com concentrações abaixo da superfície de
1,5 e 1,0 kg/m³, respectivamente. Dados: coeficiente de difusão
do carbono a 700°C 3×10-11 m²/s.
4. Um aço SAE 1045 foi submetido ao processo termoquímico de
cementação/carbonetação. A peça é exposta a uma atmosfera
controlada e saturada de hidrocarbonetos gasosos, como metano
(CH4) e, por difusão, ocorre o endurecimento superficial da
liga. Considere que essa liga, inicialmente, apresente 0,25%p
de Cm sendo submetida ao processo em temperatura de 950°C.
Qual será o tempo necessário para que o teor de carbono atinja
0,80%p a 0,5 mm da superfície? Dados: Coeficiente de difusão
do carbono no ferro à 950°C é 1,6 x 10-11 m²/s.
– 127 –
6
Diagrama de fases
– 130 –
Diagrama de fases
– 131 –
Tecnologia dos materiais
– 132 –
Diagrama de fases
– 133 –
Tecnologia dos materiais
– 134 –
Diagrama de fases
– 136 –
Diagrama de fases
– 137 –
Tecnologia dos materiais
– 138 –
Diagrama de fases
– 139 –
Tecnologia dos materiais
S
ou WL
C C0
WL
SR C CL
Considerando os exemplos trabalhados anteriormente: para C0 =
35%pNi, Cα = 42,5%pNi e CL = 31,5%pNi, e
WL
42, 5 35 0, 68 consequentemente:
42, 5 31, 5
W
35 31, 5 0, 32
42, 5 31, 5
Utilizando das composições em %p de Cu, serão obtidos os mesmos
resultados. Se o equilíbrio for mantido e a temperatura estiver constante,
por meio da regra da alavanca, consegue-se obter a quantidade ou fração
das fases presentes em um sistema binário. Embora a sistemática seja
semelhante, é fácil confundir a determinação da composição das fases
com a fração de cada fase. As composições das fases são representadas
em %p dos componentes. Para qualquer liga monofásica, a composição
da fase será a mesma que a global da liga. No caso de um sistema bifá-
sico, a linha de amarração deverá ser adotada, em que as extremidades
mostram a composição de cada uma das fases presentes. As frações da
fase, em porcentagem, quando monofásica, é composta 100% pela fase.
Em sistemas bifásicos, a regra da alavanca determina a fração de cada
uma das fases envolvidas.
– 140 –
Diagrama de fases
6.5 Desenvolvimento da
microestrutura de ligas isomorfas
– 141 –
Tecnologia dos materiais
– 142 –
Diagrama de fases
– 143 –
Tecnologia dos materiais
– 144 –
Diagrama de fases
Figura 6.6 – Propriedades da liga. (a) LRT para a liga Cu-Ni. (b) ductilidade (AL%) em
função da composição e temperatura
– 145 –
Tecnologia dos materiais
– 146 –
Diagrama de fases
– 147 –
Tecnologia dos materiais
– 148 –
Diagrama de fases
Figura 6.9 – Esquema microestrutural em equilíbrio para uma liga Pb-Sn, resfriada a partir
da Composição C2
Figura 6.10 – Esquema microestrutural em equilíbrio para uma liga Pb-Sn, com
composição eutética
– 149 –
Tecnologia dos materiais
– 150 –
Diagrama de fases
– 152 –
Diagrama de fases
– 153 –
Tecnologia dos materiais
P F C N ; na qual:
22 P é o número de fases presentes;
22 F é o número de graus de liberdade ou variáveis que podem ser
controladas externamente ao sistema – temperatura, composi-
ção, pressão);
22 C representa o número de componentes do sistema;
22 N é o número de variáveis que não são relacionadas com a com-
posição – como temperatura e pressão.
Para ilustrar a manipulação da equação, vamos simular seu uso para
alguns sistemas ou condições de contorno, fixando algumas premissas
para entendimento dos cálculos.
Adotando-se o diagrama de fases binários, do sistema Cu-Ag, ou seja,
temperatura-composição binário, com pressão constante – 1 atm, temos:
22 N = 1 (apenas a temperatura será variação não relacionada à
composição);
– 155 –
Tecnologia dos materiais
Conclusão
O desenvolvimento microestrutural a partir de uma condição de equi-
líbrio termodinâmico pode ser obtido a partir dos diagramas de fases, que
apresentam a conveniência de representar as relações mais estáveis entre
as fases presentes em ligas. Esses mapas mostram a quantidade e com-
posições das fases presentes como representações visuais das regras de
fases de Gibbs. Vários diagramas são encontrados dentro do universo dos
materiais, sempre com foco nos limites de solubilidade dos componentes
dentro do sistema, sua mudança composicional frente à solução sólida
substitucional gerada e alternâncias químicas passíveis de ocorrer, seja no
aquecimento ou na solidificação/resfriamento.
Muitos sistemas apresentam reações eutéticas que apresentam como
características a presença bifásica na menor temperatura de resfriamento
– 156 –
Diagrama de fases
O Sistema Fe-C
– 157 –
Tecnologia dos materiais
– 158 –
Diagrama de fases
– 159 –
Tecnologia dos materiais
Atividades
1. Do ponto de vista termodinâmico, qual condição deve ser aten-
dida para que exista um estado de equilíbrio?
2. Responda com V (Verdadeiro) e F (Falso) as informações refe-
rentes ao diagrama de fases Pb-Sn.
– 160 –
Diagrama de fases
– 161 –
7
Propriedades
dos materiais
É fato que as propriedades avaliadas devem ser aquelas que são rele-
vantes ao projeto elaborado. Não se preocupa com o ferromagnetismo ou
com a taxa de dilatação térmica dos aços baixa liga quando a principal situ-
ação de uso é a resistência mecânica em condição estrutural para a constru-
ção. Em um estudo denso de seleção de materiais, avalia-se, no confronto
entre propriedades de alta relevância e seus possíveis candidatos, quais
serão aqueles destinados à aplicação, mediante, ainda, um conjunto extenso
de variáveis de seleção, como custo e disponibilidade. Sendo assim, para
que seja conferida a competência necessária aos estudos de seleção, conhe-
cer a natureza das propriedades dos materiais, para suas devidas aplicações,
compete aos especialistas da área caráter decisório das potenciais escolhas.
As propriedades dos materiais são foco de estudos de várias frentes de
pesquisa, como fabricantes e consumidores de materiais, centros de pes-
quisa, agências governamentais etc., nas quais se têm interesses diversos.
Sendo assim, torna-se esperado que exista certa padronização na execução
de testes, tratamento de suas respostas e interpretação de seus resultados. A
Sociedade Americana de Ensaios e Materiais – ASTM (American Society
for Testings and Materials), que é seguida em todo o mundo, publica anual-
mente seu Annual Book of ASTM Standards – Anuário de Padrões/Normas
da ASTM (disponível em: www.astm.org) com diversos volumes, lançados
e revisados constantemente, associados a técnicas e padrões de compara-
ção de diversos ensaios de materiais, sejam eles mecânicos, térmicos, elé-
tricos, magnéticos, ópticos, biocompatíveis, semicondutores, entre outros.
Embora cada área de atuação busque suas principais características,
como um engenheiro de estruturas que desenvolve suas atividades a partir
da determinação de estados e distribuição de tensões em elementos estru-
turais, o especialista em materiais foca seus estudos na produção e fabri-
cação dos materiais para atender às exigências previstas por meio dessas
análises de tensão, iniciando-se na microestrutura e suas propriedades até
as condições de processamento para atingir essas respostas.
Os metais são, com frequência, empregados em aplicações estrutu-
rais devido à relação entre várias de suas propriedades mecânicas. Como
cada classe de materiais se comporta de maneira diferente, algumas das
propriedades dos materiais será tratada conceitualmente e discutida em
virtude de cada uma das classes.
– 164 –
Propriedades dos materiais
– 165 –
Tecnologia dos Materiais
– 166 –
Propriedades dos materiais
– 167 –
Tecnologia dos Materiais
– 168 –
Propriedades dos materiais
7.1.6 Aneslaticidade
Até aqui adotou-se que a deformação elástica independia do tempo,
ou seja, removendo o carregamento imposto ao material, este eliminaria
a deformação imposta sobre si. Porém, alguns materiais apresentam uma
deformação elástica instantânea e, com o liberar desta energia, volta a
condição inicial, ou seja, necessita-se de um tempo finito para que a recu-
peração total se processe. Esse fenômeno é chamado de anelasticidade e
todo o processo de recuperação elástica é função do tempo (SHACKEL-
FORD, 2008; CALLISTER, 2015). Esse fenômeno é quase imperceptível
em metais. Porém, para os polímeros, esse valor é significativo; para tal,
chamamos de comportamento viscoelástico.
– 169 –
Tecnologia dos Materiais
– 170 –
Propriedades dos materiais
– 171 –
Tecnologia dos Materiais
7.1.11 Ductilidade
A ductilidade é a grandeza que representa o grau de deformação
plástica suportado antes da fratura do material. Materiais que apresentem
pequena ou nenhuma deformação plástica até a fratura são denominados
frágeis. Um comparativo entre materiais dúcteis e frágeis pode ser visto
na figura 7.7. A ductilidade pode ser vista pelo alongamento percentual ou
redução percentual de área.
l f l0 A0 Af
% AL x100 ou % RA x100
l0 A0
Conhecer a ductilidade dos materiais é importante por duas
razões: indica o grau de deformação plástica possível, antes da fratura,
os critérios de projeto para a aplicação do material e explicita o grau
de deformação possível durante rotas de processamento. Conceitual-
mente, materiais denominados frágeis apresentam ductilidade próxima
de 5%.
Figura 7.7 – Comparação entre materiais dúcteis e frágeis até o ponto de fratura
– 172 –
Propriedades dos materiais
7.1.12 Resiliência
A resiliência é a capacidade de armazenar energia quando deformado
elasticamente, e com posterior remoção do carregamento, possibilita a
recuperação da energia. O módulo de resiliência Ur, (energia por unidade
de volume) necessária para tensionar o material até o limite de escoa-
mento (SHACKELFORD, 2008; CALLISTER, 2015).
O módulo é obtido da área delimitada abaixo da curva tensão-defor-
mação de engenharia até o escoamento, ou seja, o triângulo visto na figura
7.8. Sendo assim, temos:
l
1 1 1 l2
U r d l l l l
0
2 2 E 2 E
Olhando para a equação, verifica-se que materiais dúcteis são aqueles que
possuem tensões de escoamento elevadas e módulos de elasticidade baixos.
7.1.13 Tenacidade
Tenacidade pode ser definida como sendo referente à resistência a
fratura de um material, quando uma trinca está presente. Outra maneira de
conceituar tenacidade se dá pela habilidade de absorver energia e defor-
mar plasticamente um material antes da fratura.
7.1.14 Dureza
A dureza evidencia a resistência frente à deformação plástica locali-
zada. São testes muito baratos, frente aos demais ensaios, porque são simples
e baratos, não são testes destrutivos e podem ser correlacionados com outras
propriedades mecânicas, como o LRT. Existem várias escalas de dureza,
definidas para todas as classes de materiais, em que são utilizados penetra-
dores e pré-cargas diferentes, em função da própria natureza dos materiais.
7.1.15 Viscoelasticidade
A viscoelasticidade é uma característica mecânica na qual um mate-
rial, quando deformado, sofre deformações elástica e viscosa, simultane-
– 173 –
Tecnologia dos Materiais
– 174 –
Propriedades dos materiais
dQ
C=
dT
– 175 –
Tecnologia dos Materiais
dT
q k
dx
– 176 –
Propriedades dos materiais
– 177 –
Tecnologia dos Materiais
Conclusão
Atualmente os materiais apresentam características e propriedades
híbridas, que definiam, originalmente, classes diversas dos materiais. Por
exemplo, hoje existem pesquisas de metais amorfos, estado original de
cerâmicas e vidros; cerâmicas cristalinas e de altíssima pureza; biometais
e bioabsorvíveis; ou seja, a pesquisa e o desenvolvimento aprimoram as
características e possibilitam novos empregos para os materiais que, ao
longo da história, não seriam possíveis. Mesmo com o advento de novos
materiais, as propriedades avaliadas ditam sua empregabilidade.
Materiais Metálicos
Derivados da ligação metálica, os metais apresentam alta taxa de con-
dução térmica, elétrica e magnética. Sua plasticidade é derivada, também,
de tal ligação, em virtude do rompimento e formação, sucessivamente, de
ligações ao longo do retículo, durante sua solicitação. São dúcteis em sua
essência, devido a tensões de escoamento elevadas e módulos elásticos bai-
xos, à temperatura ambiente, podendo apresentar variações desse compor-
– 178 –
Propriedades dos materiais
Materiais Cerâmicos
Com a natureza da ligação iônica, são isolantes elétricos e muito
empregados como refratários, devido à alta estabilidade térmica e dimen-
sional dos materiais. São altamente frágeis, quando solicitados em tração,
sendo destinados a empregos e ensaios de flexão e compressão para ava-
liar suas propriedades mecânicas. Devido ao caráter da ligação, podem
ser parcialmente cristalinos, cristalinos ou amorfos, sendo estas caracte-
rísticas determinantes para sua aplicação como dispositivos ópticos. São
essencialmente frágeis devido à presença de defeitos e à ausência de pla-
nos de escorregamento para armazenar a deformação plástica. A ligação
iônica, devido à direcionalidade da ligação, já confere tal comportamento.
Materiais Poliméricos
Como característica das ligações covalentes, os polímeros apresen-
tam, como estrutura, longas cadeias com unidades de repetição, cha-
madas monômeros. A extensão dessas cadeias define suas propriedades
mecânicas, que podem variar de comportamentos elásticos, viscoelásti-
cos, e frágeis, dependendo da temperatura de trabalho, aditivos, proces-
sos subsequentes etc. São extremamente suscetíveis ao calor, conferindo
mobilidade às estruturas amorfas e, assim, perdendo estabilidades físicas.
Todas as propriedades decorrem da presença e extensão das cadeias.
Podem ser isolantes térmicos e elétricos, como o Teflon e as espumas, res-
pectivamente; até condutores de sinais eletromagnéticos, como as fibras
ópticas. Apresentam ductilidade a temperatura ambiente, com módulos de
Young baixos, quando comparados aos metais.
Semicondutores
Os semicondutores são materiais que apresentam um gap (também cha-
mado de energia “proibida”) pequeno entre a banda de valência e a banda de
– 179 –
Tecnologia dos Materiais
Compósitos
Materiais compósitos são aqueles constituídos pela combinação física de
dois ou mais materiais de natureza química diferente. As propriedades do com-
pósito são derivadas das propriedades dos materiais envolvidos e da coesão da
interface entre elas. A presença de defeitos na interface é determinante para a
resistência mecânica e, consequentemente, às demais propriedades associadas.
Atividades
1. Para as três curvas de tensão versus deformação de engenharia,
responda às afirmações a seguir:
– 180 –
Propriedades dos materiais
– 181 –
8
Mecanismos de
deformação e aumento da
resistência de materiais
– 184 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
Plano de
escorregamento Degrau unitário
de escorregamento
Linha da
discordância aresta
(a) (b) (c)
Legenda:
(a) semiplano extra de átomo chamado A.
(b) A discordância se desloca uma distância interatômica, após a aplicação da tensão cisalhante,
deslocando o semiplano de A para B, tornando-se B o plano extra.
(c) Um plano degrau gerado se forma na superfície do cristal, no momento que o semiplano
extra atinge a superfície. Fonte: Callister (2015, p. 171).
– 185 –
Tecnologia dos materiais
Direção do
movimento
(a)
τ
Direção do
movimento
τ
(b)
– 186 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
– 187 –
Tecnologia dos materiais
Compressão
Tração
– 188 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
Repulsão
T T
(a)
C C
Aniquilação das
Atração discordâncias
; + =
(Cristla perfeito)
T T
(b)
Legenda: (a) duas discordâncias de mesmos sinais e plano de escorregamento.
(b) duas discordâncias de sinais opostos e mesmo plano de escorregamento.
Fonte: Callister (2015, p. 173).
– 189 –
Tecnologia dos materiais
C A
B
B C
F
E D E F
D
(b)
(a)
– 190 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
Direção de Número de
Plano de
Metais Escorrega Sistemas de
Escorregamento
mento Escorregamento
Cúbico de Faces
Centradas
Cu, Al, Ni, Ag, Au {111} {110} 12
Cúbico de Corpo
Centrado
α-Fe, W, Mo {110} {111} 12
α-Fe, W {211} {111} 12
α-Fe, K {321} {111} 24
Hexagonal Compacto
Cd, Zn, Mg, Ti, Be {0001} {1120} 3
Ti, Mg, Zr {1010} {1120} 3
Ti, Mg {1011} {1120} 6
Fonte: Callister (2015, p. 175).
– 191 –
Tecnologia dos materiais
φ
A
Normal ao plano
de escorregamento
Direção de
escorregamento
F
Fonte: Callister (2015, p. 176).
– 192 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
Plano de
escorregamento
– 193 –
Tecnologia dos materiais
– 194 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
100µm
Fonte: Callister (2015, p. 179).
– 195 –
Tecnologia dos materiais
100µm 100µm
Legenda: (a) antes da deformação, com grãos equiaxiais; (b) após alongamento da amostra.
Fonte: Callister (2015, p. 180).
– 196 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
Legenda: (b) círculos abertos são átomos que não sofreram mudanças de posição. Os círculos
tracejados e os cheios são as posições originais e finais.
Fonte: Callister (2015, p. 180).
– 197 –
Tecnologia dos materiais
– 198 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
Contorno de grão
Plano de
escorregamento
Grão A Grão B
Fonte: Callister (2015, p. 182).
– 199 –
Tecnologia dos materiais
150
100
10
50
0 0
4 8 12 16
d–1/2 (mm–1/2)
Fonte: Callister (2015, p. 183).
– 200 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
400 160
140 20
50
120
300
40 100 15
80
200 30 60 10
0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50
Teor de níquel (%p) Teor de níquel (%p)
(a) (b)
60
Limite de escoamento (MPa)
50
40
30
20
0 10 20 30 40 50
Teor de níquel (%p)
(c)
Fonte: Callister (2015, p. 184).
– 201 –
Tecnologia dos materiais
8.8 Encruamento
O encruamento ocorre quando a ductilidade de um metal diminui
em virtude da taxa de deformação plástica imposta. Pode ser chamado
de endurecimento, porque o processo ocorre a temperatura “baixa”
relação à fusão do metal ou liga, também sendo chamado de trabalho a
frio (TF). O processo de encruamento ocorre em muitos metais à tem-
peratura ambiente.
Em alguns momentos, o grau de deformação plástica é dado pela
percentagem de trabalho à frio, (%TF) que é dado por
A0 – Ad
%TF = x100
A0
120
800 Aço 1040
700 100
600
Limite de escoamento (MPa)
80
500
Latão
400 60
300 Cobre
40
200
20
100
0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de trabalho a frio
(a)
– 202 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
140
900 Aço 1040
120
800
Limite de escoamento (MPa)
400 60
Cobre
300
40
200
0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de trabalho a frio
(b)
70
60
50
Limite de escoamento (MPa)
40
Latão
30
20
10 Aço 1040
Cobre
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de trabalho a frio
(c)
Legenda: (a) Escoamento (b) LRT e (c) Ductilidade em função do trabalho a frio.
Fonte: Callister (2015, p. 185).
– 203 –
Tecnologia dos materiais
600 24% TF
500 4% TF
0% TF
400
Tensão (MPa)
300
200
100
0
0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25
Deformação
Fonte: Callister (2015, p. 186).
– 204 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
– 205 –
Tecnologia dos materiais
100mm 100mm
(a) (b)
– 206 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
100mm 100mm
(c) (d)
100mm 100mm
(e) (f)
Legenda: (a) grãos deformados a frio. (b) início da recristalização, após aquecimento (grãos
pequenos são aqueles que recristalizaram). (c) Substituição parcial dos grãos deformados pelos
recristalizados. (d) Recristalização concluída. (e) Crescimento dos grãos. (f) Estágio final de
crescimento de grãos a temperatura e tempo propostos.
– 207 –
Tecnologia dos materiais
Conclusão
A deformação plástica corresponde à movimentação de discordân-
cias via aplicação de um carregamento cisalhante. A movimentação das
discordâncias leva à quebra e à formação de ligações químicas e de des-
locamento de semiplanos atômicos no interior do retículo cristalino. Este
movimento é chamado de escorregamento e cada estrutura cristalina apre-
senta um sistema característico pelo qual apresenta escoamento favorável.
Este processo leva à concentração de discordância, impactando nas
propriedades mecânicas dos metais. A dureza e resistência mecânica são
aumentadas, em detrimento da ductilidade e tenacidade, sendo este pro-
cesso ocasionado por redução do tamanho médio do grão, formação de
solução sólida e encruamento.
Os contornos de grão agem como barreira à movimentação das
linhas de discordância, concentrando-as na fronteira dos grãos. Os
metais que apresentam grãos pequenos são mais resistentes que os de
grãos grosseiros em virtude de apresentarem maior quantidade de des-
continuidades entre os grãos, causando obstáculos à movimentação das
linhas de discordâncias.
A presença de impurezas, mediante a precipitação de segunda fase,
via solução sólida, também proporciona ganhos de resistência, devido à
interação e deformação da rede entre os átomos da impureza e as discor-
dâncias. Esta interação diminui a mobilidade das discordâncias.
O encruamento é o aumento da resistência através da deformação
plástica a frio. Este grau de encruamento é dado pela taxa de trabalho a
frio imposto durante a deformação.
Processos de tratamento térmico podem recuperar o material com alta
taxa de deformação plástica, conferindo suas propriedades originais antes
da deformação. Etapas de recuperação, recristalização e crescimento de
grão fazem-se necessárias para que o material recupere, por completo suas
propriedades. Vale ressaltar que as propriedades mecânicas dos metais,
após tratamento, serão sempre superiores ao estágio inicial, em virtude
de que os grãos, sendo menores, apresentarão respostas superiores aos
deformados e iniciais.
– 208 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
Atividades
1. Duas discordâncias tipo cunha no mesmo plano de deslizamento
e separadas por algumas distâncias interatômicas – o que pode
ocorrer se uma tensão cisalhante aplicada forçar a aproximação
entre elas?
2. Uma barra de latão, de diâmetro inicial de 30,0mm, sofreu
deformação plástica a frio, com diâmetro final, após deformação
plástica, de 26,8mm.
a) Calcule o grau de deformação, em % de redução de área.
b) Através dos gráficos, estime o limite de escoamento e ducti-
lidade da liga após deformação a frio.
120
800 Aço 1040
700 100
600
Limite de escoamento (MPa)
300 Cobre
40
200
20
100
0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de trabalho a frio
– 209 –
Tecnologia dos materiais
70
60
50
20
10 Aço 1040
Cobre
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de trabalho a frio
Variação da ductilidade (% EL) com o grau de
deformação, em % de redução de área, %cw,
para aço 1040, latão e cobre trabalhados a frio
150
Limite de escoamento (Ksi)
20
100
10
50
0 0
4 8 12 16
–1/2 –1/2
d (mm )
Limite de escoamento ("yield strength") (diâmentro
médio de grão)–1/2 para uma liga 70 Cu–30 Zn
– 210 –
Mecanismos de deformação e aumento da resistência de materiais
– 211 –
9
Processamento na
indústria dos materiais
metálicos, poliméricos
e cerâmicos
– 214 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
– 215 –
ouro cobre
bronze
ferro METAIS metais vítreos METAIS
Tecnologia dos materiais
– 216 –
Pedra zircônia ligas
Figura 9.1 – Evolução dos materiais com o tempo
10.000 AC 5.000 AC 0 1.000 1.500 1.800 1.900 1.940 1.960 1.980 1.990 2.000 2.010 2.020
ANOS
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
9.2 Fabricação
– 217 –
Tecnologia dos materiais
Força
Cilindro
Metal Matriz Matriz
bruto
Peça
forjada
Matriz Matriz
Cilindro
Força
(a) Forjamento, (b) laminação,
– 218 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
Carcaça
Matriz Matriz
Força
Força de
Êmbolo Tarugo Estrusão tração
Bloco falso
de pressão Matriz
Carcaça Suporte da matriz
22 Forjamento
Por meio da aplicação de golpes sucessivos ou compressão, o
forjamento resulta do trabalho ou deformação mecânica em uma
peça de metal, obtida a partir de trabalho a quente. É classificado
como forjaria de matriz aberta e fechada. Na matriz fechada,
figura 9.3a, a força atua sobre duas ou mais partes da matriz,
conformando o produto, nas dimensões acabadas, deformando
o material no interior da cavidade da matriz. Na matriz aberta,
as peças apresentam geometrias mais simples, em que as duas
matrizes abertas conformam a matéria-prima. Os grãos dos itens
forjados apresentam ótimas propriedades mecânicas.
22 Laminação
Amplamente utilizado, o processo de laminação advém de peças
metálicas entre dois roletes, aquecidos ou não, reduzindo espes-
suras de produtos, mantendo seus respectivos volumes. A redu-
ção confere ao produto tensões compressivas sobre os cilindros
ou chapas. Quando a frio, é aplicado a chapas, folhas e tiras com
acabamentos superficiais de alta qualidade. Pode ser aplicado
para perfis circulares, vigas “I”, trilhos etc.
22 Extrusão
Nesse processo uma barra é forçada através de uma matriz que
apresente um orifício de menor medida que a barra de partida. A
– 219 –
Tecnologia dos materiais
9.2.1.2 Fundição
Processo no qual um metal, no estado fundido, é vertido em cavidades
de um molde que apresenta o perfil desejado. Após a solidificação, o metal
obtém a forma do molde, apresentando retração. A fundição é aplicada:
22 quando a forma é grande e complexa para obtenção por outras
rotas de processamento;
22 para ligas de ductilidade tão baixas que a conformação a quente
ou a frio não seja viável;
22 comparando com outros processos, quando a fundição seja mais
econômica.
Existem várias técnicas de fundição, como: molde de areia, com
matriz, de precisão, com espuma perdida e contínua (CALLISTER, 2015).
22 Fundição em molde de areia
Uma das mais comuns, a areia é utilizada para a fabricação do
molde. A areia compactada formará um molde em duas par-
tes, que envolverá o modelo com a forma da peça a fundir. No
molde estarão presentes canais de alimentação para acelerar o
preenchimento do molde pelo material fundido e minimizar os
defeitos de fundição. Blocos de motores, hidrantes e conexões
tubulares de grandes bitolas são obtidas por esse processo.
– 220 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
– 221 –
Tecnologia dos materiais
9.2.1.3 Metalurgia do pó
Técnica amplamente utilizada para fabricação de artigos a partir da
compactação de pós metálicos, com posterior tratamento térmico chamado
de sinterização. O processamento é designado por PM (Powder Metallurgy).
A partir de coalescência e crescimento de grãos, a metalurgia do pó possi-
bilita, teoricamente, peças isentas de poros e propriedades similares às de
materiais de origem fundida. As rotas de tratamento térmico e parâmetros
de difusão são críticas e importantes para a obtenção dessas propriedades.
Esse processo é muito utilizado para peças de baixa ductilidade, já que
peças sinterizadas apresentam baixa deformação plástica das partículas
pulverizadas. A rota é muito utilizada para metais de alto ponto de fusão e,
portanto, difíceis sistemas para fusão e derretimento, como o tungstênio.
Peças com tolerâncias apertadas, como engrenagens, são corriqueiramente
obtidas por essa rota, com posteriores tratamentos termoquímicos.
9.2.1.4 Soldagem
Considerando o resultado final, a soldagem pode ser adotada como
rota de processamento. A solda de metais consiste na junção de dois ou
mais materiais, para formar uma única peça, quando o perfil final não
pode ser obtido por outras rotas. O processo pode ser realizado para diver-
sos metais, sejam eles diferentes entre si ou não, com adição ou não de
metal de solda na junta entre as partes. A ligação dos materiais é de ordem
– 222 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
Metal de solda
Peça 1 Peça 2
– 223 –
Tecnologia dos materiais
– 224 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
22 Vidro
Grupo de cerâmicas à base de CaO, Na2O, K2O e Al2O3, utiliza-
das para a fabricação de recipientes, lentes, fibra de vidro entre
outros, possivelmente em decorrência da transparência óptica e
facilidade de serem fabricadas. Podem ser amorfas ou policrista-
linas, com grãos finos, após rotas de tratamentos térmicos (vitro-
cerâmicas). Podem apresentar elevada resistência mecânica e
baixos coeficientes de expansão térmica, sendo empregadas em
condições de temperatura elevada, boas propriedades dielétricas
e biocompatibilidade.
22 Argilosos
Os produtos estruturais à base de argila são empregados na fabri-
cação de tijolos, azulejos e tubulações de esgoto, ou seja, aplica-
ções em que as condições microestruturais não são relevantes. A
conformação é oriunda da plasticidade da argila quando acres-
cida de água para a conformação e cozimento.
22 Louça branca
Também são compostas de argila, mas se tornam brancas em
temperaturas elevadas de cozimento. Porcelanas, louças de barro
para mesa, vitrificadas e sanitárias são exemplos dessa classe.
22 Refratários
Classe de materiais que apresentam estabilidade térmica e mecâ-
nica quando submetidos a elevadas temperaturas de trabalho,
mantendo inércia química e não reativa quando em ambientes
severos. Podem ser comercializados nas mais diversas formas,
mas em tijolos é a mais comum. Normalmente são fabricados à
base de alumina, sílica e zircônia e composições entre elas.
22 Abrasivos
Têm por finalidade desgastar, aparar, cortar e polir outros mate-
riais de dureza inferior devido a sua alta resistência ao desgaste
e tenacidade elevada, requisitos determinantes para essa classe
de cerâmicas. Os diamantes são os mais destacados materiais
– 225 –
Tecnologia dos materiais
– 226 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
Secagem
Cozimento
– 227 –
Tecnologia dos materiais
– 228 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
Ar comprimido
Parison Mode de
suspenso acabemanto
22 Estiramento
Essa rota possibilita a obtenção de longas chapas, barras, tubos
ou fibras de vidro com geometria da seção transversal constante.
O fundido, primeiro forno, é derramado em roletes de esmerilha-
ção, para adequação geométrica e planificação, seguido de poli-
mento para a obtenção da chapa transparente. Após esta etapa,
a placa é acomodada em um segundo forno, boiando sobre esta-
nho líquido. A força da gravidade e a tensão superficial entre o
estanho líquido e a chapa de vidro mantêm a espessura da chapa
uniforme. O interessante desse processo é que a chapa adquire
um acabamento brilhante, polido com fogo, em determinada
etapa do forno. A terceira etapa se dá no interior de um forno
de recozimento e segue para corte nas dimensões projetadas. A
figura 9.8 ilustra esse processo.
– 229 –
Tecnologia dos materiais
– 230 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
(a)
A suspensão é
despejada no interior Drenagem Corte da
do molde do molde parte superior Peça
acabada
(b)
Fonte: Callister (2015, p. 443).
– 231 –
Tecnologia dos materiais
22 Secagem e cozimento
Todas as peças cerâmicas que foram submetidas aos processos
de conformação hidroplástica e fundição em suspensão apresen-
tam alta taxa de poros no compacto a verde e suas proprieda-
des são influenciadas por esse defeito. Podem, ainda, apresentar
água aprisionada na forma de filmes entre as partículas ou capi-
lares dentro do compacto, o que necessita de processos poste-
riores para remoção. Sendo assim, a secagem dos compactos é
necessária, ou ainda, a ação de temperaturas altas para remoção
desses agendes residuais, que promovem o aumento da resistên-
cia mecânica, chamada de cozimento. Essas etapas são extrema-
mente críticas e atuam sobre as respostas finais dos produtos.
22 Prensagem
Existem três processos básicos de prensagem: prensagem unia-
xial (um único sentido de aplicação de forças para a compac-
tação do material dentro do molde), prensagem isostática ou
hidrostática (o material está inserido em um invólucro de bor-
racha, em que a pressão de compactação é distribuída a todo
o fluido contido na parte externa dessa membrana de borracha,
que distribui isostaticamente toda a força a massa contida) e a
prensagem a quente (junto ao processo de prensagem isostá-
tica, o material já é recozido) (CALLISTER, 2015). Após esse
processo de conformação, os compactos a verde são levados a
fornos de queima, onde serão levados à densificação via com-
petição entre coalescência e crescimento de grãos, por um pro-
cesso térmico chamado de sinterização. A diminuição da energia
superficial é a força motriz do processo.
– 232 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
– 233 –
Tecnologia dos materiais
22 Injeção a sopro
Processo semelhante ao utilizado para artigos cerâmicos, em que
um parison é inflado em matriz complexa e aquecida, em molde
bipartido; a pré-forma auxilia na produtividade.
22 Moldagem por injeção
Ocorre pela fusão do polímero, originalmente em grânulos ou
pellets, por meio do cisalhamento e aquecimento em rosca sem
fim, no interior do duto de alimentação e, sob pressão, confi-
nados nos postiços do molde. A processabilidade e a precisão
dimensional são extremas, mas com a restrição de grandes lotes
para rentabilidade do processo.
22 Extrusão
Processo em que uma matriz confina o material, sob ação de
esforços mecânicos, em fluxo contínuo, com objetivo de obter
produtos lineares com geometrias simples, como barras, filmes,
mangueiras, tubos etc.
22 Termoformagem
Essa rota se dá pelo aquecimento de chapas poliméricas, até a
temperatura de transição vítrea, e conformação em matrizes, seja
por efeito da gravidade, pressão negativa, vácuo ou ação combi-
nadas destes para a obtenção da peça. Normalmente a indústria
de embalagens utiliza muito desse tipo de processo pela alta pro-
dução e baixa complexidade dos produtos.
22 Rotomoldagem
Ou moldagem rotacional ou fundição rotacional, consiste na obten-
ção de artigos ocos, vazados ou abertos, mediante a constante rota-
ção ou giração. A força centrifuga é variável de controle do pro-
cesso e está intimamente associada à espessura dos artigos obtidos.
Conclusão
A partir do conhecimento sobre a natureza íntima dos materiais,
pode-se definir qual a melhor rota de processamento para que as proprie-
– 234 –
Processamento na indústria dos materiais metálicos, poliméricos e cerâmicos
Atividades
1. Independentemente da classe de materiais, foi discutido que
existem variáveis de controle que são chave para a escolha de
qual rota de processamento se mostra mais adequada a cada tipo
de material. Quais são essas variáveis?
2. Em que consistem os princípios da conformação mecânica no
universo do processamento dos materiais? Quais são os dados
preliminares que auxiliam na escolha da melhor rota de proces-
samento de cada material?
3. Cite quatro fatores que definem qual a melhor rota de processa-
mento para os materiais poliméricos.
4. Alguns utensílios domésticos são fabricados a partir de mate-
riais cerâmicos. Cite, pelo menos, três características importan-
tes para essa aplicação e descreva alguns materiais que possam
ser utilizados para essa finalidade.
– 235 –
10
Corrosão e degradação
de materiais – análise
e prevenção de falhas
– 238 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
Al → Al3+ + 3e–
– 239 –
Tecnologia dos materiais
– 240 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
Zn → Zn2+ + 2e–
Fe Fe2+ Cu Cu2+
Membrana
Fonte: Callister (2015, p. 577).
– 241 –
Tecnologia dos materiais
Cu2+ + 2e– → Cu
Então, na passagem de uma corrente elétrica externa, os elétrons
gerados pela oxidação/corrosão do ferro irão migrar para a pilha de cobre,
reduzindo os íons de Cu2+. Concomitantemente, ocorrerá a movimentação
de líquido dos íons entre as soluções, de cada pilha, através da membrana.
Esse processo se chama de formação de par galvânico – conexão entre
dois metais, em meio a um eletrólito líquido, um deles se comporta como
ânodo (oxidando) e o outro como cátodo (reduzindo) (SHACKELFORD,
2008). Nesse simples exemplo, pode-se verificar a ocorrência de várias
situações corriqueiras no mundo da corrosão e degradação dos metais,
desde uma simples ocorrência de corrosão preferencial, ou seja, em um
potencial estabelecido, a utilização de metais que irão oxidar primeiro,
protegendo o outro, por meio do recobrimento e engenharia de superfí-
cies, ou a busca de materiais com potencial de oxidação mais alto que os
naturalmente empregados para desempenhar funções sem detrimento de
suas propriedades, entre outras possibilidades.
Claro que esse par de elementos de análise pode sofrer drástica influ-
ência, alterando assim a análise decorrente. Os potenciais de eletrodo são
fortemente influenciados por ação da concentração dos eletrólitos e da
temperatura, sendo estes maximizados e podendo até inverter as reações
de oxirredução. Portanto, analisar o universo sob o qual os materiais metá-
licos estão inseridos determina o comportamento sobre eles.
– 242 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
Potencial de Eletrodo-
Reação dp Eletrodo -padrão, V0(v)
Au3+ + 3e– → Au +1,420
O2 + 4H + 4e– → 2H2O +1,229
Pt2+ + 2e– → Pt ~ +1,2
Ag– + 2e– → Ag +0,800
Progressivamente
mais inerte (catódico) Fe2+ e– → Fe2+ +0,771
O2 + 2H2O + 4e– → 4(HO–) +0,401
Cu2+ + 2e– → Cu +0,340
2H+ + 2e– → H2 +0,000
Pb2+ + 2e– → Pb –0,126
Sn2+ + 2e– → Sn –0,136
Ni2+ + 2e– → Ni –0,250
Co2+ +2e– → Co –0,277
Cd2+ + 2e– → Cd –0,403
Fe2+ + 2e– → Fe –0,440
Progressivamente Cr3+ + 3e– → Cr –0,744
mais ativo (anódico) Zn2+ + 2e– → Zn –0,763
Al3+ + 3e– → Al –1,662
Mg2+ + 2e– → Mg –2,363
Na+ + e– → Na –2,714
K+ + e– → K –2,924
– 243 –
Tecnologia dos materiais
– 244 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
– 245 –
Tecnologia dos materiais
10.1.1.4 Passividade
A passividade é, em linguagem simplificada, a capacidade de um metal
de se tornar inerte ao meio no qual se insere, perdendo toda a sua reatividade
química. Esse caráter é apresentado por: cromo, ferro, níquel e titânio, além de
suas ligas, em condições específicas, formando um filme de óxido, da ordem
de microns de espessura, resistente e altamente aderente ao metal, funcio-
nando como barreira à propagação da corrosão (SHACKELFORD, 2008).
Em alguns casos, como no titânio e suas ligas, esse processo pode, ainda, ser
diferencial de design de produtos, pois a variação desse filme, em processo
conhecido por anodização, confere uma série de cores à superfície do titânio,
sendo empregado como recurso de marketing aos produtos fabricados.
A passividade é responsável, por exemplo, pela grande resistência à
corrosão das ligas de aço inoxidável, em diversos ambientes. Contendo n
mínimo, 11 %p de cromo em suas composições, encontrado em solução
sólida de ferro na liga, forma um filme protetor superficial em atmosfera
oxidante. Vale ressaltar que, diferentemente do nome, as ligas inoxidá-
veis podem oxidar em alguns ambientes. Ligas de alumínio passivam pelo
mesmo motivo (exposição em atmosfera oxidante), e se autopassivam
quando suas superfícies sofrem riscos ou cortes, abrindo fendas, que são
passivadas em contato com o ambiente.
A curva do potencial de polarização ilustra todo o fenômeno da pas-
sividade. Na figura 10.2, típica para os metais, pode-se verificar que a
polarização varia em função do logaritmo da densidade de corrente, em
que, a baixos potenciais, é definida como “ativa”, e o comportamento do
– 246 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
E
transpassividade
passividade
EF Transição ativo-passiva
Corrosão ativa
– 247 –
Tecnologia dos materiais
– 248 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
– 249 –
Tecnologia dos materiais
– 250 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
Figura 10.5 – Esquema do mecanismo de corrosão por pites, a partir de uma aresta entre
duas chapas
– 251 –
Tecnologia dos materiais
Figura 10.6 – Esquema da precipitação dos carbetos de cromo na periferia dos grãos em
aços inoxidáveis
Contorno de grão
Corrosão intergranular
Solda
– 252 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
A)
B)
– 253 –
Tecnologia dos materiais
– 254 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
200 mm
Fonte: Callister (2015, p. 596).
– 255 –
Tecnologia dos materiais
– 256 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
– 257 –
Tecnologia dos materiais
Conclusão
Pode-se dizer que a corrosão é a tendência natural da matéria, no
sentido de que ocorre em virtude da reação do material com o ambiente
no qual se insere. Os materiais metálicos, cerâmicos e poliméricos, esse
último respondendo por deterioração, sofrem com esse processo, sendo
mais comumente estudada a corrosão dos metais. Esse fenômeno decorre
da busca de um material em seu estado original. Portanto, a corrosão nada
mais é do que a busca por um determinado material pelo seu estado de
menor energia livre, ou seja, na forma de óxido.
Esse processo tem ampla importância para a indústria, porque a cor-
rosão não é, necessariamente, originada somente pela água. A degradação
ácida em cerâmicas, ou sob ação de agentes térmicos ou de radiações para
os polímeros, são bons exemplos desse fato. Os principais meios corrosi-
vos são os que apresentam variações significativas de pH, ou seja, os mais
comuns para todos os seres humanos. Sendo assim, a formação de poten-
ciais químicos para a transição de elétrons ou íons por meio de eletrólitos
promove a instabilidade dos metais e, consequentemente, sua corrosão.
Como visto, existem várias classificações de corrosão, extremamente
comuns ao universo industrial. Um processo de seleção de materiais que
apresente, como variável de peso, a resistência à corrosão, promove o
aumento da vida útil de cada componente em operação e minimiza custos
– 258 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
com reparos não programados. Além dos metais, focando na ótica da ori-
gem, ocorrência e exemplificação de cada uma das possibilidades, foram
discutidas também as corrosões cerâmicas e degradações poliméricas.
Características da superfície de
fratura
– 259 –
Tecnologia dos materiais
MEV 20x
Visual + lupa 1 Metalografia 50 Fatores
a 10000x
a 50 x superfície a 1000x seção que contribuem
superfície
de fratura transversal para a falha
de fratura
22Pescoço ou 22microporos. 22deformação 22carregamento
deformação dos grãos perto exede a resistência
22trinca
em direção de fratura. do material.
única sem
consistente
ramificação. 22fratura irregular 22checar a liga,
com o carre-
DUCTIL
de tensão.
cristalina. ou fases frágeis 22checar tenacidade,
internamente. tamanho de grão.
22programação
da trinca 22direção de car-
aponta para regamento pode
a origem. indicar que a falha foi
secubdária ou undu-
zida por impacto.
22baixas temperaturas.
22região de 22região de pro- 22zona progres- 22tensão cíclica
progressão da gressão: apa- são: usualmente excedendo limite de
trinoa é plana, rência gasta, transgranular resistência fadiga.
com marcas plana, pode com pouca
22checar limite de
de praia. mostrar estrias deformação
resistência a fadiga,
a aumentos aparente.
22região de acabamento super-
superiores
sobrecarga é 22zona de sobre- ficial, montagem e
a 500x.
coerente com carga: pode ser funcionamento.
FADIGA
– 260 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
MEV 20x
Visual + lupa 1 Metalografia 50 Fatores
a 10000x
a 50 x superfície a 1000x seção que contribuem
superfície
de fratura transversal para a falha
de fratura
22corrosão geral, 22caminho de 22geral ou 22morfologia do ataque
rugosidade penetração localizada. e tipo de liga preci-
excessiva, pode ser 22ataque seletivo. sam ser avaliados.
pitting. irregular, 22as condições de
22corrosão intragranular, 22espessura e exposição podem
CORROSÃO
falhando.
22desgaste pode ser
induzido por juntas
soltas submetidas
a vibração.
22contaminação
da água.
22distribuição de fluxo
não uniforme ou
alta velocidades.
22múltiplas fis- 22múltiplas fis- 22mudança 22leve superaqueci-
suras com apa- suras intergra- microestrutural mento ou sobretensão
rência fragil. nulares coberta típica de supe- em alta temperatura.
22superfície com produtos raquecimento. 22microestrutu-
extrema e fis- de reação. 22múltiplas trincas ras instáveis ou
suras internas 22faces dos intergranulares. pequenos tamanhos
podem conter grãos podem 22vazios formdos de grão aumentam
produtos apresentar nos contornos taxa de fluência.
FLUÊNCIA
– 261 –
Tecnologia dos materiais
Fretted Edge
Fatigue Zone
Fonte: Ruchert (2010, p. 18).
Plastic Zone
– 262 –
Corrosão e degradação de materiais – análise e prevenção de falhas
22 coleta de informações;
– 263 –
Tecnologia dos materiais
Atividades
1. Defina o conceito de corrosão. É um conceito que se aplica
somente para metais? Cite alguns exemplos.
2. O que é corrosão intergranular?
3. O que é a corrosão por pites?
4. Considerando a série galvânica, explique por que em uma chapa
de aço galvanizada – processo de recobrimento no qual uma
chapa de aço é recoberta com zinco – o ferro não apresenta cor-
rosão e, sem o recobrimento, em atmosfera salina, ocorrerá a
corrosão uniforme do metal?
– 264 –
Gabarito
Tecnologia dos materiais
– 266 –
Gabarito
– 267 –
Tecnologia dos materiais
(caráter covalente)
22 ZnTe: (verificar valores na tabela 2.3)
(caráter iônico)
– 268 –
Gabarito
(caráter covalente)
4.
22 Latão (liga de cobre e zinco): metálica
22 Borracha: covalente
22 Sulfeto de bário (BaS): iônica
22 Xenônio sólido: Van der Waals
22 Náilon (composto polimérico): covalente
22 Liga de aço inoxidável austenítico: metálica
22 Água: pontes de hidrogênio
– 269 –
Tecnologia dos materiais
N
exp v exp (8, 62 x105 ) * (600) 2, 41x10 sítios
kT
2.
mZn CZn ACu
CZn x100 CZn x100
(mZn mCu ) (CZn ACu CCu AZn )
30 * 63, 55
x100 29, 4%o p
(30 * 63, 55 70 * 65, 39)
70 * 65, 39
x1000 70, 6%o p
(30 * 63, 55 70 * 65, 39)
– 270 –
Gabarito
3.
log 45
N 2n 1 log N (n 1) log 2 n 1 6, 5
log 2
5. Difusão
1. A autodifusão é a migração atômica dentro dos metais puros,
ou seja, quando todos os átomos que mudam de posição são do
mesmo tipo. A interdifusão ocorre quando átomos de metais se
difundem em outros metais.
2. Difusão em regime estacionário ocorre quando a taxa de difusão
na entrada do sistema é igual à taxa na saída, ou seja, não há
acumulo ou déficit de soluto difundido; em outras palavras, o
regime é independente do tempo.
3. Como o regime não depende do tempo, trata-se de um caso de 1ª
Lei de Fick para determinar o fluxo difusional. Com os valores
dados, temos:
(1, 2 0, 8) kg
C CB m2 m
3
J D A 3 x1011 3
x A xB s (5 x10 102 )
2, 4 x109 kg / m 2 s
– 271 –
Tecnologia dos materiais
C x C0 0, 80 0, 25 5 x104 m
1 erf
Cs C0 1, 20 0, 25 2 (1, 6 x1011 (t ))
62, 5
0, 4210 erf
2 t
z erf(z)
0,35 0,3794
z 0,4210
0,40 0,4284
z 0, 35 0, 4210 0, 3794
z 0, 392
0, 40 0, 35 0, 4284 0, 3794
Portanto:
– 272 –
Gabarito
2
62, 5 62, 5s1/ 2
erf 0, 392 t 25400 s 7,1 h
2 t 0, 392
6. Diagrama de fases
1. Para que seja garantida a condição de equilíbrio, a energia livre
deve ser mínima, o sistema ser completamente estável signi-
fica manter as características das fases constantes ao longo do
tempo. Para a metaestabilidade, o sistema não está no equilíbrio
e há uma pequena variação das características das fases com o
tempo.
2. a) F; b) V; c) V; d) F; e) V; f) V; g) V; h) V.
3.
a) Líquida
b)
– 273 –
Tecnologia dos materiais
= = 12,528 m
– 274 –
Gabarito
3.
G = 50GPa
v = 0,35
E 2G 1 v 2 * 45 *109 * 1, 35 121, 5 GPa
Compressão
Tração
– 275 –
Tecnologia dos materiais
Figura B C C
Repulsão
Memo sinal,
mesmo plano de
deslizamento
T T
(a)
C C
Aniquilação das
Atração discordâncias
Sinal contrário,
mesmo plano ; + =
de deslizamento
(Cristla perfeito)
T T
(b)
120
800 Aço 1040
700 100
Limite de escoamento (MPa)
600
80
500
Latão
400 60
– 276 –
Gabarito
70
60
40
Latão
30
23,7
20
10 Aço 1040
Cobre
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Porcentagem de trabalho a frio
Portanto:
σe = 346 MPa
%EL=23,7%
3. Pelo rebatimento no gráfico, temos:
10–1 10–2 5 ×10–3
200 30
Limite de escoamento (MPa)
100
10
50
25
0 0
4 8 12 13,7 16
d–1/2 (mm–1/2)
σ0 = 25 MPa
A constante kyé a inclinação da curva dada e, portanto, vale:
(200 – 25)
ky = =12,8 MPa.mm1/2
13,7
– 277 –
Tecnologia dos materiais
– 278 –
Gabarito
22 inércia química.
Com base nesse breve levantamento, cerâmicas à base de sílica,
alumina e zircônia são fortes candidatos a essa aplicação.
– 279 –
Referências
Tecnologia dos materiais
– 282 –
Referências
– 283 –
Tecnologia dos materiais
– 284 –
A ciência e a engenharia de materiais promovem a integração estrutura-
-propriedade-processamento-desempenho, para obter todas as respostas aos
questionamentos diários sobre os materiais. Nessa obra, de maneira breve,
parte-se da introdução e de questionamentos a respeito de como a ciência
e a tecnologia dos materiais interferem e possibilitam melhorias em nossos
constantes desafios atuais. Correlacionar as informações faz parte do caráter
investigativo e apaixonante da área. Ao longo da obra, todo o comportamento
macro é destrinchado até o micro, universalizando a tecnologia dos materiais a
todos vocês.