Você está na página 1de 94

ANÁLISE DE CIRCUITOS I – 1.

ª parte: Corrente Contínua


• Conceitos fundamentais. Variáveis de circuitos: corrente, tensão, potência e energia.
Elementos de circuitos: fontes de tensão/corrente e resistências/condutâncias.

• Leis de Kirchhoff em circuitos em Corrente Contínua (DC). Série e Paralelo de


resistências. Divisor de tensão e divisor de corrente. Modelos de fontes de tensão e de
corrente com resistência interna. Equivalência de circuitos.

• Métodos de análise de redes em DC: Analise de correntes de malha e análise de


tensões nos nós, com fontes independentes e com fontes dependentes/controladas.

• Teoremas dos circuitos: Teorema da substituição. Teorema da sobreposição. Teorema


de Thévenin e de Norton. Transformação de fontes. Teorema da máxima transferência
de potência.

• Elementos que armazenam energia: carga de um condensador e ligação de um


circuito indutivo. 1
Exemplo de rede elétrica com sistema fotovoltaico doméstico

1 – painéis solares que convertem a luz solar para energia elétrica em corrente contínua
2 – inversor para converter a energia elétrica em corrente contínua para corrente alternada
3 – baterias para armazenarem energia para quando houver luz solar suficiente
4/5 – entrada e distribuição da energia elétrica da rede pública
6 – equipamentos consumidores de energia elétrica
2
Os diferentes tipos de condução (corrente) elétrica:
Condução eletrónica ou condução metálica
Nos metais a corrente elétrica é constituída pelo deslocamento de eletrões que vão passando de um
átomo para o outro com grande facilidade (banda de condução). Na presença de campo elétrico, os
eletrões ficam sujeitos a forças de sentido contrário ao desse campo e deslocam-se no sentido dessas
forças.

Condução iónica
Verifica-se nas soluções de ácidos, bases ou sais dissolvidos em água (eletrólitos), e nos sais fundidos.
A corrente é constituída pelo deslocamento de iões que resultam da dissociação de moléculas. Os iões
positivos (catiões) deslocam-se no sentido do campo elétrico e os negativos (aniões) deslocam-se em
sentido oposto. A corrente elétrica é constituída pelo movimento de iões nos dois sentidos.

Condução gasosa
A corrente elétrica é constituída pelo movimento de catiões num sentido e de aniões em sentido oposto,
que provém da ionização das moléculas do gás. A corrente inicia com o movimento de eletrões livres
que, chocando com as moléculas do gás, arrancam outros eletrões dessas moléculas, ionizando-as, os
iões por sua vez encontram novas moléculas, que são ionizadas por choque e assim por diante.

3
Corrente elétrica
Condução eletrónica/metálica
Movimentação ordenada de cargas (sentido convencional)
elétricas (eletrões).
A unidade fundamental da quantidade
de carga elétrica, é o coulomb [C].
A intensidade da corrente elétrica, i(t),
é a taxa de variação no tempo da
quantidade de carga elétrica, que
atravessa um plano transversal de um
condutor e mede-se em ampere [A].

Amperímetro
Condução iónica
𝑑𝑞 𝑐 𝑜𝑢𝑙𝑜𝑚𝑏
Carga do eletrão = 1,602×10 −19
C 𝑖(𝑡)= 𝑎𝑚𝑝 𝑒𝑟𝑒=
𝑑𝑡 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜
1 coulomb  6,242 x 1018 eletrões

4
Corrente elétrica de condução nos sólidos - depende do meio:
Resistividade ( ) - é uma característica de cada material que se traduz na capacidade de um
material resistir à passagem de corrente e mede-se em [.mm2.m-1]
O inverso da Resistividade é a Condutividade () e mede-se em [Siemens .m-1]

Tipos de materiais:
• Materiais bons condutores  Ex, cobre  = 1,7x10-6 [.mm2.m-1] - baixa
• Materiais isolantes (dielétricos)  Ex. poliestireno  = 1x1018 [.mm2.m-1] - elevada
• Materiais semicondutores – conduzem a corrente elétrica em determinadas circunstâncias
 Silício (Si), Germânio (Ge)

A Resistência de um elemento ou dispositivo é a propriedade física que quantifica a oposição à


passagem de corrente. A resistência de um corpo homogéneo de secção constante, depende do
material (resistividade) e da sua geometria:

Representação simbólica:
5
Exemplos de resistências elétricas

6
Códigos de cores de resistências elétricas

7
8
Resistência variável (reóstato)

Representação simbólica:

9
Variação da resistividade/resistência com a temperatura

Coeficientes de temperatura

Construção de resistências elétricas


(cargas elétricas, aquecimento, etc.).
Pouca variação com a temperatura.
10
As resistências (incluindo os condutores) caracterizam-se por dois parâmetros:
Resistência óhmica e capacidade de dissipação do calor gerado por efeito de Joule.
[Tabela com as resistências/km em função da secção]

11
[Tabela com as intensidades de corrente admissíveis em função da secção e condições de montagem]

12
Potencial e tensão ou diferença de potencial elétrico (d.d.p.) elétrico
Há que fornecer energia elétrica para que as cargas elétricas sejam forçadas a movimentarem-se de
um ponto para outro.
Isso conduz à variação da sua energia potencial, Ep, (na mecânica é a energia associada à posição de
um corpo).
Essa diferença na energia potencial das cargas, é definida como tensão ou diferença de potencial
elétrico, u(t) e mede-se em volt [V].

13
Lei Ohm (1827):
A diferença de potencial aos terminais de uma resistência
é diretamente proporcional à corrente que a percorre.

𝑈 𝐴𝐵 =𝑅 𝐼
𝑈 2 −𝑈 1
𝑅=
𝐼2 − 𝐼 1
𝐺

𝑈 𝐴𝐵 ⏞
𝐼=
𝑅
=
1
𝑅 ( )
𝑈 𝐴𝐵

-> O inverso da Resistência (em ohm) – R [] é a Condutância (em siemens) – G [S]

14
Associação de resistências em série:

Ohmímetro

15
Associação de resistências em paralelo:

Ohmímetro

16
Caso (particular) de 2 resistências em paralelo:

17
Associação de resistências em série e em paralelo (exemplos)

18
Fontes dependentes/controladas:
Fontes (independentes):
Fonte de Tensão controlada por tensão

Fonte de Tensão ideal U F= K U x

Fonte de Tensão controlada por corrente


ou
U F= K I x

Fonte de Corrente ideal Fonte de Corrente controlada por tensão

IF=K Uy

Fonte de Corrente controlada por corrente

IF= K I y
19
Fonte de tensão independente: esquema conceptual.
Exemplos: Pilhas e baterias recarregáveis ou não (Zinco-Carbono, Chumbo-Ácido,
Alcalinas, Níquel-Hidreto Metálico, Iões e Polímeros de Lítio, etc.), geradores
elétricos de corrente contínua e de corrente alternada, pilhas de combustível, etc.

20
Gerador de corrente contínua de magnetos permanentes.

21
Pilha de combustível (fuel cell) a hidrogénio.

22
23
Circuito elétricos - simbologia

EXEMPLO 1: Calcular a intensidade da corrente no circuito.

24
Potência elétrica
A potência elétrica é a grandeza física que mede a energia elétrica
transferida por unidade de tempo e mede-se em watt [W].
𝐽 𝐽 𝐶
𝑊 [ 𝑤 𝑎𝑡𝑡 ] = = ×
𝑠 𝐶 𝑠
A energia elétrica mede-se em joule [J] e pode assim obter-se
a partir do conhecimento da potência elétrica ao longo do tempo.

Ex. de Unidades de Energia Unidades de Energia Elétrica


1 cal = 4,184 J
1 kWh = 3,6 x 106 J
1 BTU = 1,05435 x 103 J
1 eV = 1,6022 x 10-19 J
1 tep = 4,186 x 1010 J

Mostrar que a energia em kWh contida numa bateria automóvel


de 12 V com 90 Ah e com a carga completa, é igual a 1,08 kWh.

25
Potência elétrica (Convenções) -

Potência fornecida pelo elemento:


-> a corrente sai do elemento pelo terminal marcado como positivo da tensão.

Potência absorvida pelo (ou dissipada no) elemento:


-> a corrente entra no elemento pelo terminal marcado como positivo da tensão.

26
EXEMPLO 2
Sabendo que a corrente I = 3 A:
a) Determinar a queda de tensão (d.d.p.) em cada elemento passivo do circuito;

b) Determinar o potencial nos pontos A B C D;

c) Determinar a potência em cada elemento;

d) Determinar a tensão Uf da fonte;

e) Determinar a resistência equivalente do circuito.

Resolver a alínea b) considerando como referência (massa) o nó B.

EXEMPLO 3: Calcular as potências nas pilhas do EXEMPLO 1.


27
Fonte de alimentação DC regulável: 0 a 60 V e 0 a 1,5 A

(a) Terminais disponíveis;


(b) Tensão positiva em relação à massa;
(c) Tensão negativa em relação à massa;
(d) Fonte de tensão flutuante, i.e., sem terminal de referência (massa).
28
Fontes de alimentação corrente contínua – Modelo real da Fonte de Tensão
RF – resistência interna da fonte
E – f.e.m. da fonte = constante
UF – queda de tensão aos terminais da fonte em vazio
UAB – queda de tensão aos terminais da fonte em carga

 Efeito de carga:
UAB = UF – RF I
• Fontes de tensão ligadas em série permitem obter uma tensão total mais elevada (soma
algébrica das tensões);
• Fontes de tensão idênticas ligadas em paralelo, permitem obter uma corrente total mais
elevada (soma das correntes, mas devem ter a mesma resistência interna);
• A grande maioria das fontes funciona (ou devia) próximo da situação de vazio (RF << R).
29
Exemplo: Bateria de chumbo-ácido (bateria de arranque auto de 12 V –> 6 células):
A tensão em vazio varia com o estado de carga.
A resistência interna é muito pequena!
Por exemplo, calcular o seu valor sabendo que
quando é dado o arranque a intensidade da
corrente atinge os 200 A e a tensão aos terminais
da bateria reduz de 12 para 8 V, isto é, uma queda
de tensão na resistência interna igual a 4 V:

-> 4 V / 200 A = 0,02 


Nota: se a resistência interna subir muito a queda
de tensão faz reduzir a tensão aplicada ao motor
de arranque impedindo o seu arranque.
A resistência interna das pilhas convencionais (zinco-carbono) é da ordem de poucas unidades de
ohm até algumas dezenas para pilhas usadas.
A resistência interna das pilhas alcalinas e das pilhas de lítio é da ordem das décimas de ohm o que
lhes confere maior potência.
30
Fontes de alimentação corrente contínua – Modelo real da Fonte de Corrente
RF – resistência interna da fonte
IF – corrente fornecida pela fonte em curto circuito (ISC)
IR – corrente fornecida pela fonte em carga
IRF – corrente interna da fonte

 Efeito de carga

• Fontes de corrente, ligadas em paralelo, somam-se algebricamente;


• A fonte de corrente modela a situação de se ter uma corrente constante, com um valor
limitado, a percorrer determinado ramo de circuito que, mesmo em situação de curto
circuito, não excede o valor IF da fonte
• Para funcionar próximo da situação de vazio (situação desejável) deve ter-se RF >> R. 31
Equivalência (para o exterior) de fontes reais de tensão e de corrente

{ }
𝑈𝐹 ¿ 𝑅1=𝑅 𝐴 =𝑅 𝐹 𝑅𝐴
𝐼 𝑅= 𝐼= 𝐼
𝑅1 + 𝑅 ¿ 𝑈 𝐹 =𝑅 𝐹 𝐼 𝐹 𝑅 𝐴 +𝑅 𝐹
• A equivalência das duas fontes reais implica a igualdade da tensão aos seus terminais e a
igualdade da corrente fornecida, logo a mesma potência útil fornecida á carga.
• Os teoremas de Thévenin e de Norton constituem a definição mais geral de equivalência de
bipolos (circuitos elétricos acessíveis para o exterior através de dois terminais e caracterizados
por uma queda de tensão aos seus terminais e por uma corrente que o percorre).

32
Associação de fontes e de resistências (exemplos)

Simplificar o circuito que alimenta a carga RL

Simplificar o circuito de forma a calcular a tensão Ubc.

33
Exemplo de fonte dependente
O circuito da figura representa/modela um amplificador a transístor. Sabendo-se que gm = 30 mA/V;
Rin = 2 k e R0 = 75 k, demonstrar que o ganho de tensão do amplificador VO/VS é igual a - 211,8.

34
Multímetros(*): Voltímetro e Amperímetro

O Voltímetro que mede a tensão entre


dois pontos de um circuito deve ter uma
resistência interna praticamente infinita
(circuito-aberto), de forma a não absorver
praticamente nenhuma corrente.

Os multímetros
acumulam diversas
funcionalidades no
mesmo O Amperímetro que mede a intensidade da
equipamento: corrente que passa num condutor (e através
voltímetro, dele) deve ter uma resistência interna
amperímetro, praticamente nula (curto-circuito ou shunt),
ohmímetro, de forma a não introduzir praticamente
frequencímetro, nenhuma queda de tensão no circuito.
etc..
35
Malha divisora de tensão (verificação com ohmímetros):
8,4 V / 60 mA = 140 
Só com 2 resistências

Generalização para k resistências


𝑅𝑥
𝑈 𝑅𝑥 = 𝑈 𝑒𝑞
𝑅1+ 𝑅2 + 𝑅3 +... 𝑅𝑘

36
Malha divisora de corrente (verificação com ohmímetros):
Generalização para k resistências
𝐺𝑘
𝐼 𝑘= 𝐼𝑇
𝐺1 +𝐺2 +𝐺 3+... 𝐺 𝑁

Só com 2 resistências

37
Exemplos de equivalências

Associação de resistências/condutâncias

Associação de fontes de tensão e de corrente independentes

Entre fontes

38
Equivalência/transformação  - 

Equivalência: Transformação  - :

39
Equivalência/transformação  - 

Equivalência: Transformação  - :

40
Equivalência/transformação
  :   :

Para circuitos equilibrados: e

A equivalência verifica-se com:

ou

41
Req = 10 k

1k
EXEMPLO 4:
12 k 18 k
No circuito da figura: 6k
10 V 4k
a) Simplifique o mais possível o circuito da figura +
-
(Utilize a transformação Δ - Y); 5k
9k 3k
b) Determine a potência fornecida pela fonte.
R: a) Req=6,5 k b) P=15,4 mW 2k

42
Noções e conceitos na análise de redes elétricas
Ramo – caminho único numa rede, composto por um elemento simples e os nós
presentes nas suas extremidades (nº de ramos = nº de elementos).
Caminho fechado – laço (loop).
Malha ou malha independente – Caminho fechado que não tem quaisquer laços
no seu interior.
Nó – ponto de ligação entre 2 ou mais elementos.
Nó principal – ponto de ligação entre 3 ou mais ramos.
Conjunto de corte – conjunto de ramos que são intersectados por uma
superfície fechada e que satisfazem as condições:
- se todos os ramos são cortados o circuito divide-se em dois;
- se todos os ramos menos 1 são cortados o circuito continua ligado.
43
Análise de circuitos elétricos
O modo como as tensões e as correntes se distribuem num dado circuito elétrico é completamente
descrito pelas chamadas equações de equilíbrio que resultam da aplicação de métodos
sistemáticos, ordenados e eficientes, que permitem formular e resolver essas equações:

Métodos baseados nas leis de Kirchhoff


Lei de Kirchhoff das quedas de tensão ou lei das malhas –> cálculo das correntes de malha

Lei de Kirchhoff das intensidades de corrente ou lei dos nós  –> cálculo das tensões de nó

Métodos de corte – Teoremas de Thévenin e de Norton


44
Lei das malhas – soma algébrica das tensões numa malha é nula

∑ 𝑣 𝑘=0
𝑘=1

45
Lei das malhas – determinação das correntes nas malhas

𝑈 1+𝑈 2
𝐼=
𝑅 1+ 𝑅 2

Eq. matricial: R I = U  I = R-1 U


[ ] [ ]
−1
−1 𝑎 b 1 𝑑 −b
𝐴 = =
[ 𝑅 1+ 𝑅 3
− 𝑅3
− 𝑅3
𝑅 2 + 𝑅3 ][ ] [ ]
𝐼A
𝐼B
=
𝑈1
−𝑈 2
c 𝑑 ⏟
𝑎𝑑 −𝑏𝑐 ⏟
det 𝐴
−c 𝑎
𝑎𝑑𝑗 𝐴 46
EXEMPLO 5:
No circuito da figura:
R1 = 48 , R2 = 24 , UF1 = 100 V e UF2 = 50 V

a) Escrever a equação literal resultante da aplicação da lei das malhas.


b) Determinar a corrente no circuito.
c) Determinar a tensão aos terminais das resistências pela lei Ohm.
d) Confirmar o seu valor por aplicação de divisor de tensão.
e) Determinar a soma das tensões nos ramos ao longo dos 2 caminhos entre os nós B e D (UBD).
f) Simplificar o mais possível o circuito.
g) Verificar o princípio da conservação da potência no circuito, calculando a potência em cada
elemento do circuito.

47
EXEMPLO 6:
Com U = 50 V, determine:
a) O número de malhas, nós e ramos no circuito
b) As correntes I2 e I3 por aplicação da lei de Ohm
c) Determine I1: [I1 = 2,08(3) A]
c1) por aplicação da lei das malhas
c2) após simplificação do circuito por associação de resistências em paralelo
d) Confirme o valor de I2 e de I3 por aplicação de divisor de corrente

EXEMPLO 7:
a) Escreva as equações resultantes da aplicação da lei das malhas
b) Indique o valor do potencial em cada nó principal [UB=80V, UE=60V]
c) Determine o valor das diferenças de potencial UBC, UCD, UBE e UED
d) Determine o valor de I2, I3 e I4
e) Determine a potência fornecida pelas fontes e verifique o princípio da conservação da potência no circuito48
Análise de Redes: Análise de malhas em circuitos só com fontes de tensão

correntes
malha  ramo

49
Análise de Redes: Análise de malhas em circuitos com fontes de corrente

Se a corrente de malha IB for conhecida, não é necessário escrever a equação da malha B.

Cria-se um caminho de circulação orientado (“super malha”) que


engloba as malhas adjacentes à fonte de corrente e que dá origem a uma só equação.

{ {
->
¿ −𝑈 1 + 𝑅1 𝐼 𝐴+𝑈 𝐹 =0 ¿ −𝑈 1 +𝑅1 𝐼 𝐴 + 𝑅 2 𝐼 𝐵 + 𝑅3 𝐼 𝐵 =0
¿ ¿
¿ −𝑈 𝐹 + 𝑅 2 𝐼 𝐵 + 𝑅 3 𝐼 𝐵=0
¿−
¿
¿ 𝐼 1 =𝐼 𝐵 − 𝐼 𝐴 ¿
¿ 𝐼 1 =𝐼 𝐵 − 𝐼 𝐴

50
EXEMPLO 8:
Considere o circuito:
a) Determine a corrente I
e a tensão U por análise de malhas e por divisor de corrente;
b) Determine as potências em todos os elementos.
a) -24 mA / U = 96 V b) Pfonte = 2,88 W
EXEMPLO 9:
Considere o circuito:
a) Utilize análise de malhas para determinar:
a1) a corrente na fonte de tensão;
a2) a tensão U;
b) Determine as potências em todos os elementos.
a1) -4 mA; a2) U = 6 V b) Pfontes = 0,804 W
51
Análise de malhas – determinação da corrente Io: criação de super malha

Na super malha 3 criada:

52
Nas malhas 2 e 3:

Somando as 2 equações (desaparece a incógnita tensão Vx) obtêm-se a mesma equação


da super malha:

53
Lei dos nós – soma algébrica das correntes nos nós é nula

Somatório das correntes a entrar é


igual ao somatório das correntes a
sair (as cargas elétricas não podem
ser armazenadas no interior do nó):

54
Lei dos nós – determinação das tensões nos nós

𝑈 𝐴 −𝑈 𝐵 =𝑅 𝐼 3

55
Lei dos nós – determinação das tensões nos nós

Nó 1: Nó 2:

[ 𝐺1+ 𝐺2
− 𝐺2 ][ ] [ ]
− 𝐺2 𝑉1
𝐺 2+ 𝐺3 𝑉 2
=
𝐼𝐴
− 𝐼𝐵

[c 𝑑] ⏟
𝑎𝑑 − 𝑏𝑐 [⏟
−c 𝑎 ]
−1
1
𝐺 −1
=𝑎 b = 𝑑 −b
Eq. matricial: G V = I  V = G-1 I det 𝐺
𝑎𝑑𝑗 𝐺

Com IA = 1 mA, IB = 4 mA, R1 = 12 k , R2 = 6 k  e R3 = 6 k: verificar que: U1 = -6 V e U2 = -15 V 56


Análise de Redes: Análise de nós em circuitos só com um tipo de fontes

{ ( )( )
𝐼1 𝑈𝑅2


𝑈𝑋 ⏞
(𝑈 𝑋 − 𝑈 𝑌 )
¿ 𝐼 𝐴+ + =0
𝑅1 𝑅2
¿
¿−
(⏟) (⏟)
𝑈 𝑋 −𝑈 𝑌
𝑅2
𝑈
− 𝐼 𝐵 + 𝑌 =0
𝑅3
𝐼2 𝐼3

{
𝑈 𝑋 −𝑈 1 𝑈 𝑋 𝑈 𝑋 −𝑈 2
¿ + + =0
𝑅1 𝑅3 𝑅2
¿
¿ 𝑈 1=10
¿
¿ 𝑈 2=2

57
Fonte de tensão ligada entre dois nós principais –> criação de “super nó”

EXEMPLO 10:
Considerar no circuito R1= R2= R3 = 100 :
Determinar por análise de nós I1, I2, I3, Ua e U2

Aplicar análise de nós aos EXEMPLOS 7, 8 e 9 58


EXEMPLO 11:
Para o circuito da figura:
a) Calcule UA e I1 por aplicação da lei dos nós;
b) Calcule as correntes nos outros 3 ramos
ligados ao nó A;
c) Calcule as potências nos diversos elementos
do circuito.

UA = 11,25 V / I1 = -0,625 A
59
A seleção do método de análise (malhas ou nós) a escolher deve basear-se no número de
equações linearmente independentes que têm de ser formuladas em cada um deles.
O circuito abaixo possui oito malhas. Selecionando as correntes de malha de modo a que apenas
uma corrente de malha flua através da fonte de corrente independente, deixa sete correntes de
malha desconhecidas. Como o circuito possui sete nós, existem seis tensões nos nós e devemos
formular seis equações linearmente independentes. Por seleção criteriosa do nó inferior como o nó
de referência, quatro das tensões do nó são conhecidas, deixando apenas duas tensões de nó
desconhecidas - a tensão do nó na fonte de corrente e a tensão do nó nas resistências com 3 e 6 .
Mesmo com o uso de uma calculadora moderna ou de um programa de computador, a solução de
duas equações simultâneas requer menos esforço do que a solução das sete equações simultâneas
que a análise de malhas exigiria.

60
LINEARIDADE (Proporcionalidade)
Calcular o valor de Vo assumindo que a tensão Vout é igual a 1 V.

Com base nesse resultado determinar Vout com as condições do circuito (Vo = 12 V).

-> Usar o valor assumido para calcular sequencialmente os valores das variáveis para a esquerda do
circuito (I2, V1, I1 e V0). De seguida aplicar a relação de proporcionalidade entre o valor real e o valor

obtido para calcular Vout:

61
Teorema da sobreposição  resultado da LINEARIDADE
Se num circuito: I1 U1
Então: I2 = kI1 U2 = kU1
E também: I1 + I2 U1 + U2
• Aplica-se a circuitos com elementos lineares – i.e., com equações linearmente
independentes;
• Em cada estado anulam-se todas as fontes independentes menos uma para
estabelecer esse estado: curto-circuito nas fontes de tensão e circuito
aberto nas fontes de corrente;
• As fontes dependentes de variáveis do circuito não se anulam;
• Aplica-se às correntes e tensões mas não se aplica à potência (relação
quadrática/não linear).
62
Teorema da sobreposição (EXEMPLO 12):

I1 = I’1 + I’’1 = U1/5k – (U2/7,5k)/2 A


63
Teorema da sobreposição c/ fonte dependente (EXEMPLO 13):

=
+

V’’ = 2 (-I’’X)

I’X + I’’X = 2 - 0,6 = 1,4 A


64
Teoremas de Thévenin e de Norton (métodos de corte)
O teorema de Thévenin/Norton diz que se pode substituir toda uma rede, excluindo a carga, por
um circuito equivalente que contém apenas uma fonte de tensão/corrente independente
(tensão/corrente de Thévenin/Norton) em série com uma resistência (resistência de Thévenin
/Norton), de forma que a relação corrente-tensão na carga não seja alterada.

O circuito original é dividido em dois circuitos X e Y, sendo o circuito X substituído pelo circuito
equivalente de Thévenin/Norton.

65
Teoremas de Thévenin e de Norton (cont.)
A tensão Uoc (ou a corrente Isc) é a tensão (ou a corrente) aos terminais A-B com a rede em vazio
(ou em curto-circuito) e a resistência RTh (ou RN) é a resistência vista dos terminais A-B com todas
as fontes independentes anuladas: curto circuitando as fontes de tensão e abrindo o circuito nas
fontes de corrente.

Os circuitos equivalentes de Thévenin e de Norton são equivalentes entre si, se:

66
Teorema de Thévenin – Tensão de Thévenin  tensão de circuito aberto

67
Teorema de Thévenin – Resistência de Thévenin  todas as fontes anuladas

68
Teorema de Thévenin – prova da equivalência com uma carga (ex. igual a RTh)

69
Circuitos só com fontes independentes:
A tensão de Thévenin é a tensão aos terminais com a rede em vazio Uoc e a resistência de
Thévenin RTh é a resistência vista dos terminais do circuito com todas as fontes independentes
anuladas: curto circuitando as fontes de tensão e abrindo o circuito nas fontes de corrente.

VOC = 8 V RTH = 9 

A corrente de Norton é a corrente com a rede em curto-circuito Isc e a resistência de Norton RTh
(ou RN) é a resistência vista dos terminais do circuito com todas as fontes independentes
anuladas: curto circuitando as fontes de tensão e abrindo o circuito nas fontes de corrente.

ISC = 1,6 mA RN = RTH = 5 k


70
Teoremas de Thévenin e de Norton (circuitos com fontes dependentes)
-> Por não se poderem anular as fontes dependentes não é possível calcular diretamente a resistência de
Thévenin/Norton. Assim, tem de ser calculada através da tensão V Th e da corrente IN.

Visto dos terminais A-B:

A variável Ix da fonte dependente tem de se manter no circuito cortado.


No super nó que abrange a fonte de 12 V tem-se:

com: obtém-se:

71
A corrente I”x = 0 devido ao paralelo com o shunt com

obtém-se:

Equivalente de Thévenin

Pelo divisor de tensão:

72
EXEMPLO 14: Circuitos apenas com fontes dependentes – energizar com uma fonte unitária (não
existe tensão VTh)

-> RTh = 14/15 k

73
EXEMPLO 15: Circuitos só com fontes dependentes – energizar com uma fonte unitária (não
existe tensão VTh)

-> RTh = 10/7 k

74
Aplicação dos teoremas de Thévenin e de Norton: Transformação sucessiva de fontes

75
Teorema da máxima transferência de potência (para a carga)

Ponto de potência máxima:

( )
2
2 𝑈 Derivada em ordem a RL = 0
𝑃 𝑜𝑢𝑡 =𝐼 𝑅 𝐿 = 𝑅𝐿
𝑅+ 𝑅 𝐿
𝑑𝑃 𝑜𝑢𝑡
=¿ ¿
𝑑𝑅 𝐿

( 𝑅+ 𝑅 𝐿 )2 − 2 𝑅𝑅 𝐿 − 2 𝑅2𝐿= 𝑅2 − 𝑅 2𝐿 =0
Nesta condição (adaptação de impedâncias):
𝑹 𝑳= 𝑹
2
𝑃 𝑚𝑎𝑥 =𝑅 𝐼 =𝑅
2𝑅
= ( )
𝑈 2 𝑈2
4𝑅
𝑃 𝑜𝑢𝑡
𝜂= =50 %
𝑃 𝑖𝑛
76
EXEMPLO 16:
Determine o circuito equivalente de Thévenin e Norton
a) À esquerda de A-B (só com fontes independentes)
b) À direita de C-D (tem uma fonte dependente)
c) Visto de R
d) Trace à escala, o gráfico de potência fornecida pelo circuito à resistência R
e) Determine R tal que P transferida seja máxima

77
À esquerda de A-B:

UTh = - 10,77 V
RTh = 13,23 

RTh = 13,23 
IN = -0,814 A
RN = 13,23 

78
À direita de C-D:

UTh = 12,0 V IN = 0,882 A


RTh = 13,6  RN = 13,6 

79
O CAMPO MAGNÉTICO DE UMA LINHA DE CORRENTE:
A corrente (I) num condutor linear produz um campo magnético (B) em torno
do condutor. O campo tem orientação de acordo com a regra do saca rolhas
(derivada da regra da mão direita).

80
O CAMPO MAGNÉTICO NA BOBINA:
A energia magnética armazenada no campo magnético e a indutância da bobina.

Indutância da bobine
em henry [H]

 - Permeabilidade magnética do meio


 = L.i μ = μ0 μr -> μ0 = 4π × 10−7 N·A−2
𝑑 𝜑 μ - permeabilidade magnética do vazio
𝑣 (𝑡 )= 0
𝑑𝑡 μ - permeabilidade relativa do meio
r

81
BOBINAS (Indutâncias)

82
O fluxo devido ao campo magnético originado pelas correntes de sentido oposto
em 2 condutores em paralelo (1 e 2) – linha bifilar – origina uma indutância
própria (para cada um deles) e uma indutância mútua (entre eles).
Indutância própria (self):

Indutância mútua:

Sendo:

-> Indutância resultante por condutor:

83
ASSOCIAÇÃO DE BOBINAS (Indutâncias):
Série

Paralelo

84
Ligação de um circuito indutivo

𝑑 𝑖𝐿
𝑣 𝐿= 𝐿
𝑑𝑡

A energia na bobina fica armazenada no


campo magnético pelo que a corrente que
<- constante de tempo
a percorre não pode variar bruscamente:
1 2 -> Após o transitório a bobina passa a ser um curto-circuito!
𝑊 𝐿 = 𝐿𝑖 𝐿
2
85
O CAMPO ELÉTRICO

86
O CAMPO ELÉTRICO NO CONDENSADOR:
A energia elétrica armazenada no campo elétrico e a capacidade
elétrica.

Capacidade em farad [F]

𝑑𝑞
𝑖 ( 𝑡 )=
 - permitividade elétrica do meio 𝑑𝑡
 = 0 r –> 0 = 8,854 x 10-12 F.m-1
0 - permitividade elétrica do vazio
r – permitividade relativa do meio

87
CONDENSADORES

Eletrolítico

Poliéster

Tântalo

88
Os condutores em paralelo também constituem placas de um
condensador cuja capacidade é proporcional ao comprimento da linha.
Para uma linha bifilar a capacidade por unidade de comprimento da linha
depende da distância D entre eles e da secção S = .r2:

89
ASSOCIAÇÃO DE CONDENSADORES:
Série

Paralelo

90
Carga de um condensador

𝑑 𝑣𝐶
𝑖𝐶 =𝐶 <- constante de tempo
𝑑𝑡

A energia no condensador fica


armazenada no campo elétrico pelo que a
sua tensão não pode variar bruscamente:
1 2 -> Após o transitório a corrente no circuito anula-se e
𝑊 𝐶 = 𝐶 𝑣𝐶
2 por isso o condensador passa a ser um circuito-aberto!

91
Unidades de base do Sistema Internacional de Unidade (Unidades SI), aplicáveis à eletrotecnia:

Unidades derivadas, aplicáveis à eletrotecnia:

92
Unidades derivadas com nomes especiais, aplicáveis à eletrotecnia:

93
Prefixos utilizados com as unidades SI:

94

Você também pode gostar