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Electricidade

A máquina assíncrona

Nuno Alexandre Soares Domingues


nndomingues@gmail.com
Electricidade

Electrocinética
A máquina (ou electrodinâmica)
assíncrona
EG

Carga eléctrica
A matéria é formada de pequenas partículas, os átomos. Cada átomo, por sua
vez, é constituído de partículas ainda menores, no núcleo: os Protões
(positivos) e os Neutrões (sem carga); na eletrosfera: os Electrões (negativos).
Às partículas eletrizadas, Electrões e Protões, chama-se carga eléctrica.

Protões (p+)
Neutrões (n0)

Electrões (e-)

Imagem: Átomo de lítio estilizado / Halfdan./ GNU Free Documentation License.


EG

Condutores e Isoladores

Condutores de electricidade - São os meios materiais nos quais


há facilidade de movimento de cargas eléctricas, devido à
presença de "Electrões livres". Ex: fio de cobre, alumínio, etc.
Isoladores de electricidade - São os meios materiais nos quais
não há facilidade de movimento de cargas eléctricas. Ex: vidro,
borracha, madeira seca, etc.
EG

Medida da Carga eléctrica

Δq = - n.e (se houver excesso de Electrões)


Δq = + n.e (se houver falta de Electrões)
e = 1,6.10-19 C

Onde:
Δq = quantidade de carga (C)
n = número de cargas
e = carga elementar (C)
unidade de carga eléctrica no SI é o coulomb (C)
EG

Campo Elétrico

Existe uma região de


influência da carga Q
onde qualquer carga de
valor q, nela colocada,
estará sob a ação de uma
força de origem eléctrica.
A essa região chamamos
de campo elétrico.
EG

Campo Elétrico
O campo elétrico E é uma grandeza vectorial*. A
figura abaixo mostra a orientação do campo elétrico
para uma carga positiva e para uma carga negativa.
* Só pode ser caracterizada quando tem intensidade, direção e sentido.
EG

Potencial Elétrico

Consideremos um campo elétrico originado por uma carga puntiforme Q. Define-


se como potencial elétrico num ponto A desse campo, VA , o trabalho realizado
pela força eléctrica, por unidade de carga, para deslocá-la do ponto A até infinito.
EG

Potencial Elétrico

Nestas condições, o potencial elétrico é dado por:

onde k0 é denominada constante eletrostática, e


seu valor no SI é:
O potencial elétrico é uma grandeza escalar,
associado a cada ponto do campo elétrico, ficando
determinado apenas pelo seu valor numérico.
Portanto, pode ser positivo ou negativo, 1 Volt é o potencial de um
dependendo apenas do sinal da carga criadora do ponto que fornece a carga
de 1C, nele colocada, uma
campo elétrico. energia de 1J.
EG

Força eléctrica

Qq
F=K

Em que:

K= 1/4πεo= 8,988 x 109 Nm2/C2

εo= 8,854 x 10-12 C2/Nm2 permissividade do meio


EG

Diferença de potencial

Graças à força do seu campo eletrostático, uma carga pode realizar trabalho
ao deslocar outra carga por atração ou repulsão.
Essa capacidade de realizar trabalho é chamada potencial.
Quando uma carga for diferente da outra, haverá entre elas uma diferença de
potencial (ddp).
EG

Movimento dos Electrões

Nos metais, os Electrões das últimas camadas são fracamente ligados ao


seu núcleo atómico, podendo facilmente mover-se pelo material.
Geralmente, este movimento é aleatório, ou seja, desordenado e não
seguindo uma direção privilegiada.

Movimento desordenado de electrões


(electrões livres num condutor metálico)
EG

Movimento dos Electrões

Quando o metal é submetido a uma diferença de potencial elétrico


(ddp), como quando ligado aos dois pólos de uma pilha ou bateria, os
Electrões livres do metal adquirem um movimento ordenado.

Movimento ordenado de electrões


EG

Movimento dos Electrões

A esse movimento ordenado de Electrões dá-se o nome de corrente eléctrica.


EG

Intensidade e Medida da Corrente eléctrica

A intensidade de corrente eléctrica é dada por:

Onde Δq é a quantidade de carga que atravessa a secção recta do condutor num determinado
intervalo de tempo (Δt).
No SI, a intensidade de corrente eléctrica é medida em Ampére (A) e não em Coulomb por segundo [C/s]
* designação que homenageia o matemático francês André Marie Ampère.
EG

Intensidade e Medida da Corrente eléctrica

A quantidade de carga é igual ao número de Electrões que atravessam a secção


recta do condutor multiplicado pela carga do electrão:
|Δq| = n|e|

Em Corrente Contínua, o sentido do campo elétrico E e o sentido de I não se


alteram.
EG

Elementos Básicos Ideais de um circuito eléctrico


• Elemento Básico Ideal:
• Possui apenas dois terminais;
• pode ser descrito matematicamente em termos de tensão e/ou corrente;
• não pode ser subdividido em outros elementos.
• Fontes:
• Fontes de Tensão;
• Fontes de Corrente;
• Impedâncias:
• Resistências;
• Condensadores;
• Bobinas.
Fontes de Energia Independentes
Produção de electricidade (DC ou AC): reações químicas entre metais (pilhas níquel-
cádmio), materiais piezoelétricos, bobinas a rodar na influência de campo magnético, atrito
entre materiais não condutores (electricidade eletrostática).
• Fonte Ideal de Tensão Independente
• Elemento cuja tensão entre os terminais é invariante em relação a corrente que o atravessa.
v
Corrente e tensão no
Elemento indicadas
de acordo com a
i convenção passiva.

• Fonte Ideal de Corrente Independente


• Elemento cuja corrente que o atravessa é invariante em relação a tensão entre seus terminais.
v Corrente e tensão no
Elemento indicadas
de acordo com a
convenção passiva.
i
Fontes de Energia Dependentes (Fora do âmbito de EG)
Dispositivos eletrónicos: válvulas, transistores, amplificadores, etc. (Retiram a energia que
fornecem de outras fontes de energia eléctrica).
• Fonte Ideal de Tensão Dependente
• Elemento cuja tensão entre os terminais não depende da corrente que o atravessa, mas sim da
tensão ou corrente noutro elemento.

Fonte de Tensão controlada por Corrente Fonte de Tensão controlada por Tensão

• Fonte Ideal de Corrente Dependente


• Elemento cuja corrente que o atravessa não depende da tensão aos seus terminais, mas sim da
tensão ou corrente noutro elemento.

Fonte de Corrente controlada por Corrente Fonte de Corrente controlada por Tensão
Resistência
Elemento que relaciona U e I
A função também pode depender de outras variáveis tais como tempo (t), intensidade luminosa () e
temperatura (T), mas está fora de âmbito de EG.
Esta função pode ser linear ou não linear.
• Resistências Lineares
• Elemento em que a função f(v,i)=0 é linear e U=0  I=0
• A Resistência linear é caracterizado pela sua resistência (R - unidade
Ohm ()) ou pela sua condutância (G - unidade Siemens (S))
convenção passiva.

Lei de Ohm U=RI ou I=GU

Para materiais homogéneos e isotrópicos é possível definir os conceitos resistividade  e condutividade . Num cilindro de área
S e comprimento l:


EG

Resistência
Sob o ponto de vista da teoria de circuitos elétricos, muitos dispositivos podem ser modelados como
uma Resistência.
• Resistências Não Lineares
• Elemento em que a função f(v,i)=0 é não linear e U=0  I=0
• Exemplos:
• Lâmpada Incandescente: em metais, a resistividade geralmente cresce com a
temperatura, que por sua vez cresce com a dissipação de potência, explicando a
característica não linear.
• Válvula triodo

• Diodo Semicondutor
i

+
v

-
EG

Condensador

Elemento onde a carga armazenada, q, é uma função instantânea da tensão.


Condensador Linear -> q=CU
• C é denominado capacidade e a sua unidade é Farad (F)
• A passagem de corrente de um terminal para o outro do Condensador corresponde a uma
variação de carga (não há corrente atravessando o dielétrico).

Num Condensador Linear, a função f(v,i)=0 é dada por:


(convenção passiva)

O Condensador Armazena Energia eléctrica


EG

Bobina

Elemento onde o fluxo magnético, , é uma função instantânea da corrente.


Bobina Linear -> =Li
• L é denominado coeficiente de indução e a sua unidade é Henry (H).
• Numa Bobina Linear, a função f(v,i)=0 é dada por:
(convenção passiva)

A bobina Armazena Energia Magnética:


EG

Modelos de Dispositivos Reais

Resistências, Condensadores, Bobinas, Transformadores, Diodos,


Transistores, Tiristores, etc. reais podem ser estudados recorrendo a um
modelo com um esquema equivalente.
Um modelo de um dispositivo real descreve o funcionamento do dispositivo:
• de forma aproximada,
• utilizando um conjunto de elementos básicos ideais,
• para um determinado conjunto de condições de contorno.
EG

Modelos de Dispositivos Reais: exemplos


• Resistência
Modelo ideal Modelo real Modelo real simplificado
R1 R1 R1
1k L 1k L
1k 
C C

• Condensador
Modelo ideal Modelo real Modelo real simplificado
R L R L
C1
33uF
C C

33uF 33uF

• Bobina Modelo real


Modelo ideal Modelo real simplificado
L1 L1
R 10mH R 10mH
L1
10mH
C C
EG

Fontes Reais de Energia


Exemplos: Baterias eletroquímicas, materiais piezoelétricos, bobinas a girar na presença de
campo magnético, atrito entre materiais não condutores (electricidade eletrostática), materiais
I
fotoelétricos.
Qual modelo o empregar: +
• Fonte de Tensão Ideal? v
• Fonte de Tensão em Série com um Resistência? -

- RsI + I
+
Rs +
Modelo
V +
- U v
-
Região de validade -
U do modelo Esse modelo pode ser utilizado
dentro da faixa de corrente e tensão
em que a relação entre a corrente e
a tensão nos terminais da fonte de
energia puder ser expressa por:

v= Rsi+U
I
EG

Fonte eléctrica

As fontes eléctricas são fundamentais na compreensão da eletrodinâmica, pois elas que


mantém a diferença de potencial (ddp) necessária para a existência da corrente eléctrica.
Num circuito elétrico, a fonte eléctrica é representada pelo símbolo:

Símbolo de fonte eléctrica no circuito.

O pólo positivo (+) representa o terminal cujo potencial elétrico é maior. O pólo negativo (-)
corresponde ao terminal de menor potencial elétrico.
EG

Fontes de tensão em série:

Fontes de tensão podem ser conectadas em série para aumentar ou


diminuir a tensão total do sistema.
A tensão total do sistema é obtida somando-se as tensões de fonte de
mesma polaridade e subtraindo-se as tensões de fontes de polaridade
opostas.
A polaridade resultante é aquela para onde a soma é maior.
EG

Fontes de tensão em série:

Exemplo 1

Exemplo 2
EG

Circuito elétrico simples


O sistema formado por um fio condutor com as extremidades acopladas aos
pólos de um gerador é considerado um circuito elétrico simples, no qual a
corrente eléctrica se dá através do fio.
No fio condutor os Electrões se deslocam do pólo negativo para o pólo positivo.
Nesse deslocamento há perda de energia eléctrica, devido a colisões dos
Electrões com os átomos do material.
EG

Exemplo de Circuito Simples

A figura abaixo mostra a representação gráfica de um circuito elétrico


contendo um gerador, uma lâmpada e fios condutores.

(Retirado da internet)
EG

Circuito Elétrico Corrente Contínua (DC)

(Retirado da internet)
EG

Amperímetro

Instrumento que fornece o valor da intensidade da corrente eléctrica.


Quando a corrente eléctrica é muito pequena, o aparelho usado para a sua
medida é o galvanómetro. Trata-se de um aparelho semelhante ao
amperímetro, só que bem mais sensível, com capacidade para efetuar
medições de pequenas correntes eléctricas.
Abaixo estão alguns exemplos de amperímetros:

Montagem de um amperímetro
Amperímetro de num circuito elétrico
Bancada
Pinça amperímetrica
EG

Exemplos de Resistências
EG

Resistência eléctrica e Lei de Ohm

A resistência eléctrica é uma grandeza característica do Resistência, e


representa a oposição que seus átomos oferecem à passagem da corrente
eléctrica.
A Resistência é representada na figura abaixo, onde se aplica uma ddp U e se
estabelece uma corrente de intensidade I.
EG

Lei de Ohm
É a primeira lei da eletrodinâmica. Define-se como resistência eléctrica R do
Resistência o quociente da ddp U aplicada pela corrente i que o atravessa.

A unidade de resistência eléctrica no SI é ohm (Ω).


R=U/i => 1 ohm = 1Volt/1ampère
O físico e professor universitário alemão Georges Simon Ohm (1787-1857)
verificou experimentalmente que para alguns condutores, o quociente entre
a ddp U e a correspondente intensidade I da corrente eléctrica é constante e
que essa constante é a resistência R do Resistência.
EG

Lei de Ohm
Há Resistências que não obedecem à Lei de Ohm, sendo conhecidas como
condutores não-óhmicos ou não-lineares, cujo gráfico pode ser:

Essas resistências apresentam valores diferentes ao longo da curva:


EG

Potência eléctrica

Em Eletrodinâmica, a quantidade de energia transformada por unidade de


tempo é denominada potência eléctrica.

P=U.I
No SI, a unidade de potência é o watt (W) em homenagem a James Watt.

1W=1V.1AW=VA
Nota: Em corrente alternada iremos explorar melhor as diferentes potências…
EG

Potência eléctrica
EG

Associação de Resistências

• Resistências em Série
• Resistências em Paralelo
EG

Resistências em série

Nesse tipo de associação, a corrente eléctrica que percorre cada uma das
Resistências é a mesma.
EG

Resistências em série

Numa associação de Resistências em série, a resistência equivalente Req é


igual à soma das resistências individuais.
EG

Resistências em série

A lei de Ohm para cada resistência é:

U=RI
Verifica-se:

U = U1+ U2 + U3 Req .I = R1 .I + R2 .i+ R3 .I


EG

Resistências em paralelo

Quando vários Resistências estão associados em paralelo, a queda de tensão


aos terminais de cada Resistência é a mesma.
EG

Resistências em paralelo

De acordo com a Lei de Ohm, a corrente que atravessa cada um dos


Resistências é inversamente proporcional à respectiva resistência.
E a corrente total que atravessa o conjunto de Resistências em paralelo é
igual à soma das correntes que atravessam cada Resistência
individualmente.
EG

Resistências em paralelo
EG

Leis de Kirchhoff

•E se os circuitos tiverem diversos elementos


passivos e activos em série e em paralelo?
•E se nem se consegue perceber qual é o
sentido das correntes nos ramos?

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EG

Leis de Kirschhoff
• Objetivo:
• Obter Tensões e Correntes no Circuito

• Equações Simultâneas
• Equações dos nós
• Equações dos ramos
• Equações Simultâneas Independentes
• (n-1) Equações dos Nós
• (n-1) Equações das malhas
• Utilizam-se equações dos Nós e das Malhas suficientes para se ter um sistema de
equações linearmente independentes com o mesmo número de equações e de incógnitas.
EG
Divisor de Tensão

Em alguns casos é mais simples aplicar expressões derivadas das leis de


Kirschhoff do que as próprias leis de Kirschhoff para determinar as tensões e
correntes no circuito.

Restante circuito vR1 + vR2 +.... + vRk +....+ vRn - Vb=0

+ Vb - R1I + R2 I+.... + Rk I+....+ RnI -Vb=0


I
+ vR1- + vR2- + vRk- + vRn- Vb
I=
R1 R2 Rk Rn R1 + R2 +.... + Rk +....+ Rn

Rk Rk
vRk = Vb
vRk = RkI = Vb p=n
R1 + R2 +.... + Rk +....+ Rn R
p=1
p
Divisor de Corrente
Ib
+
Restante v iR1 R1 iR2 R2 iRk Rk iRn Rn
circuito
-

iR1 + iR2 +.... + iRk +....+ iRn - Ib=0

v v v v
+ + .... + + .... + - Ib = 0
R1 R2 Rk Rn

Ib
v=
1 1 1 1
+ + .... + + .... +
R1 R2 Rk Rn

v 1 . Ib 1 1
iRk = = iRk = . Ib
Rk Rk 1 1 1 Rk
p=n 1
R1
+
1
R2
+ .... +
Rk
+ .... +
Rn

p=1 Rp
EG

Técnicas de Análise de Circuitos

• Método Sistemático para obter Equações Simultâneas Independentes


Identificar os nós essenciais
 Contar os nós essenciais (ne)
Assinalar as correntes desconhecidas de cada ramo essencial
 Contar as correntes desconhecidas (be)
Assinalar a tensão de cada elemento seguindo a convenção passiva
Escrever as (ne-1) equações de nó
Identificar as malhas ( exceto as que contêm fontes de corrente) ou e super malhas
Escrever as be-(ne-1) equações de malha
Escrever as equações dos elementos (relaciona i com v)
Substituir as equações dos elementos nas equações de nó ou nas de malha
Resolver o sistema com be equações
EG

Lei de kirchhoff para tensões

Uma malha fechada é qualquer caminho contínuo que ao ser percorrido em


um sentido único retorna ao mesmo ponto em sentido oposto.
Ao percorrermos uma malha fechada, a soma das tensões aplicadas ao
circuito será sempre igual a zero.
Obs: a soma será sempre zero independente do sentido que se percorre a
malha.
EG- Electrotécnia Geral
A máquina assíncrona

Nuno Alexandre Soares Domingues


nndomingues@gmail.com

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