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Aula 02 - Grandezas Fundamentais do Ciircuito Elétrico

Aula 02 – Eletrodinâmica

2.1 Considerações iniciais

A eletrodinâmica estuda os elétrons e seus efeitos em movimento. Para que


possamos estudá-la, devemos ter um bom entendimento da teoria eletrostática,
mais especificamente sobre a teoria da matéria, condutores e isolantes, campo
elétrico e potencial elétrico.

2.2 Grandezas fundamentais do circuito elétrico

A compreensão de tensão, corrente e resistência elétrica é de vital importância para


o entendimento dos princípios eletrodinâmicos.

2.2.1 Tensão elétrica

Tensão é a força que impulsiona os elétrons através de um condutor, realizando


trabalho. Sua unidade é o volt, que é definido como a diferença de potencial (ddp)
entre dois pontos, necessária para realizar um trabalho de 1 joule, transferindo uma
carga de 1 coulomb de um ponto a outro: 1 V = 1 J/C.

Em função do campo elétrico que origina a tensão, podemos defini-las em tensão


continua (CC), cuja origem é um campo elétrico constante, e tensão alternada (CA),
cuja origem é um campo elétrico alternado, invertendo seu sentido ao longo do
tempo periodicamente, conforme mostra a Figura 2.1.

A tensão CA mais utilizada é de característica senoidal.


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Figura 2.1: Tipos de tensão - Fonte: CTISM


Para medição de tensão utilizamos o voltímetro, ligado em paralelo com o elemento
que consome energia elétrica a ser medido. O voltímetro possui alta resistência a
fim de não interferir nas características elétricas do circuito ao qual está ligado.

A medição de tensão é realizada conforme circuito da Figura 2.2.

Figura 2.2: Medição de tensão em um circuito elétrico - Fonte: CTISM

2.2.2 Corrente elétrica

Corrente elétrica em um condutor é o movimento ordenado de suas cargas livres,


devido à ação de um campo elétrico estabelecido no seu interior pela aplicação de
uma ddp entre dois pontos desse condutor.

A corrente elétrica possui dois sentidos, o sentido real e o sentido convencional.

Como as cargas dos elétrons são negativas, muitas pessoas pensam que a
corrente elétrica se move do polo negativo para o polo positivo.

Porém, o sentido real da corrente elétrica, que ocorre nos condutores sólidos, é o
movimento dos elétrons que ocorre do polo negativo para o polo positivo.

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Figura 2.4: Medição de corrente em um circuito elétrico - Fonte: CTISM

Tipos de corrente elétrica

Existem dois tipos de corrente elétrica: corrente elétrica contínua e corrente elétrica
alternada. Apesar de ambas tratarem-se de uma movimentação de cargas elétricas,
são fundamentalmente diferentes.

Corrente elétrica contínua

A corrente elétrica contínua é aquela na qual os elétrons são forçados a deslocar-se


em sentido único. Isso não significa, entretanto, que todos os elétrons estejam
movendo-se ordenadamente, pois na realidade o movimento das cargas elétricas é
bastante caótico e lento. Isso é resultado das diversas colisões sofridas dos elétrons
com a rede cristalina dos condutores enquanto arrastados pela ação de um campo
elétrico externo.
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A corrente elétrica é o movimento de cargas elétricas. Nos materiais sólidos, as


cargas que se movimentam são os elétrons; nos líquidos e gases o movimento
pode ser de elétrons ou íons positivos.

Quando o movimento de cargas elétricas formadas por íons ou elétrons ocorre


sempre em um sentido, a corrente elétrica é chamada de corrente contínua e é
representada pela sigla CC.

Corrente elétrica alternada

Na corrente elétrica alternada, o sentido do movimento dos elétrons é


periodicamente invertido devido à uma inversão na polaridade do potencial que é
aplicado ao condutor. Nesse tipo de corrente elétrica, os elétrons permanecem
oscilando em torno da mesma posição, isso faz com que haja menos perdas de
energia em razão do efeito Joule, transformação de energia elétrica em energia
térmica.

No Brasil, a frequência de oscilação da corrente elétrica alternada é de 60 Hz, isto


é, os elétrons no interior dos fios movem-se em vai e vem cerca de 60 vezes por
segundo.

Qual a diferença entre Corrente Contínua e Corrente Alternada?

A principal diferença entre corrente alternada e contínua reside no fato de que a


corrente contínua (CC) não altera o seu sentido de circulação dentro do circuito
elétrico.

Por outro lado, temos que a corrente alternada (CA) consegue alterar seu sentido.
Essa é a diferença básica entre elas.

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2.2.3 Resistência elétrica

É a dificuldade que um material condutor apresenta à passagem da corrente


elétrica. A resistência de um condutor é dada pela constante de proporcionalidade
igual à razão entre a tensão mantida entre os terminais deste condutor e a
intensidade da corrente por ela ocasionada, conforme Equação 2.3.

Sua unidade é o ohm (Ω), onde 1 Ω = 1 V/A.

Quando um elemento apresenta resistência nula, dizemos que este representa um


curto-circuito. Quando um elemento apresenta resistência infinita, dizemos que este
representa um circuito aberto.

Todos os dispositivos elétricos e eletrônicos apresentam certa oposição à passagem


da corrente elétrica. A resistência dos materiais à passagem da corrente elétrica
tem origem na sua estrutura atômica.

Para que a aplicação de uma ddp a um material origine uma corrente elétrica, é
necessário que a estrutura desse material permita a existência de elétrons livres
para movimentação.
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Quando os átomos de um material liberam elétrons livres entre si com facilidade, a


corrente elétrica flui facilmente através dele. Nesse caso, a resistência elétrica
desses materiais é pequena.

Por outro lado, nos materiais cujos átomos não liberam elétrons livres entre si com
facilidade, a corrente elétrica flui com dificuldade, porque a resistência elétrica
desses materiais é grande.

Portanto, a resistência elétrica de um material depende da facilidade ou da


dificuldade com que esse material libera cargas para a circulação.

O efeito causado pela resistência elétrica tem muitas aplicações práticas em


eletricidade e eletrônica. Ele pode gerar, por exemplo, o aquecimento no chuveiro,
no ferro de passar, no ferro de soldar, no secador de cabelo. Pode gerar também
iluminação por meio das lâmpadas incandescentes. A unidade de medida da
resistência elétrica é o ohm, representado pela letra grega Ω

2.3 1ª Lei de Ohm


Lei de Ohm:
“A intensidade da corrente que percorre um condutor é diretamente
proporcional à ddp que a ocasionou, e inversamente proporcional à
resistência elétrica do condutor.”

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2.4 2ª Lei de Ohm


Ohm realizou estudos a fim de analisar o comportamento da resistência elétrica dos
materiais, variando a resistência R de quatro formas diferentes, conforme se
descreve na Figura 2.6.

Figura 2.6: 2ª Lei de Ohm - Fonte: CTISM


1° Caso – aplicou uma mesma ddp em dois condutores de mesma área,
comprimento e material.

2° Caso – aplicou uma mesma ddp em dois condutores de mesmo comprimento e


material, mas a área do segundo é igual ao dobro da área do primeiro.
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3° Caso – aplicou uma mesma ddp em dois condutores de mesmo material e área,
mas o comprimento do segundo é igual ao dobro do primeiro.

4° Caso – aplicou uma mesma ddp em dois condutores de mesmo comprimento e


área, porém de materiais diferentes, constatando que a corrente em cada material é
diferente.

Com essa experiência, Ohm observou que a variação de resistência depende do


material, do comprimento e da área.

2.5 Elementos de um circuito elétrico

Para que possamos obter a corrente elétrica, necessitamos de uma fonte geradora
de energia elétrica (gerador), um receptor para utilizar a energia produzida, e
condutores para realizarmos a ligação desses elementos em um circuito fechado. A
esse conjunto denominamos circuito elétrico, conforme a Figura 2.7.

Figura 2.7: Elementos de um circuito elétrico - Fonte: CTISM

2.5.1 Gerador

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É um dispositivo elétrico que transforma uma modalidade qualquer de energia em


energia elétrica. Nos seus terminais é mantida uma ddp que é derivada dessa
transformação.

2.5.2 Receptor

Receptor é um dispositivo elétrico capaz de transformar energia


elétrica em outra modalidade qualquer de energia que não seja
unicamente calor. Um receptor que transforma energia elétrica
unicamente em calor é chamado receptor passivo (resistor).
2.5.3 Dispositivos de manobra

São elementos que servem para acionar ou desligar um circuito elétrico como as
chaves e os interruptores representados simbolicamente na Figura 2.8.

Figura 2.8: Símbolo de interruptor - Fonte: CTISM

2.5.4 Dispositivos de proteção

São dispositivos que, ao serem atravessados por uma corrente de intensidade


maior que a prevista, interrompem a passagem da corrente elétrica, preservando os
demais elementos do circuito. Os mais comuns são os fusíveis e os disjuntores.

2.6 Energia e Trabalho

A energia está sempre associada a um trabalho. Por isso, dizemos que energia é a
capacidade que um corpo possui de realizar um trabalho. Como exemplo de
energia, pode-se citar uma mola comprimida ou estendida, e a água, represada ou
corrente.
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Assim como há vários modos de realizar um trabalho, também há várias formas de


energia. Em nosso curso, falaremos mais sobre a energia elétrica e seus efeitos,
porém devemos ter conhecimentos sobre outras formas de energia.

Dentre as muitas formas de energia que existem, podemos citar:

• Energia potencial;
• Energia cinética;
• Energia mecânica;
• Energia térmica;
• Energia química;
• Energia elétrica.

A energia é potencial quando se encontra em repouso, ou seja, armazenada em


um determinado corpo. Como exemplo de energia potencial, pode-se citar um
veículo no topo de uma ladeira e a água de uma represa.

A energia cinética é a consequência do movimento de um corpo. Como exemplos


de energia cinética pode-se citar um esqueitista em velocidade que aproveita a
energia cinética para subir uma rampa ou a abertura das comportas de uma represa
que faz girarem as turbinas dos geradores das hidroelétricas.

A energia mecânica é a soma da energia potencial com a energia cinética


presentes em um determinado corpo. Ela se manifesta pela produção de um
trabalho mecânico, ou seja, o deslocamento de um corpo. Como exemplo de
energia mecânica podemos citar um operário empurrando um carrinho ou um torno
em movimento.

A energia térmica se manifesta através da variação da temperatura nos corpos. A


máquina a vapor, que usa o calor para aquecer a água transformando-a em vapor
que acionará os pistões, pode ser citada como exemplo de energia térmica.

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A energia química manifesta-se quando certos corpos são postos em contato,


proporcionando reações químicas. O exemplo mais comum de energia química é a
pilha elétrica.

A energia elétrica manifesta-se por seus efeitos magnéticos, térmicos, luminosos,


químicos e fisiológicos. Como exemplo desses efeitos, podemos citar:

• A rotação de um motor (efeito magnético);


• Aquecimento de uma resistência para esquentar a água do chuveiro (efeito
térmico);
• A luz de uma lâmpada (efeito luminoso);
• A eletrólise da água (efeito químico);
• A contração muscular de um organismo vivo ao levar um choque elétrico (efeito
fisiológico).
Conservação de energia

A energia não pode ser criada, nem destruída. Ela nunca desaparece, apenas se
transforma, ou seja, passa de uma forma de energia para outra.

Há vários tipos de transformação de energia e vamos citar os mais comuns:

Transformação de energia
química em energia elétrica por
meio da utilização de baterias ou
acumuladores que, por meio de
uma reação química geram ou
armazenam energia elétrica.

Transformação de energia mecânica em energia elétrica, quando a água de uma


represa flui através das comportas e aciona as turbinas dos geradores da
hidroelétrica.
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Transformação de energia elétrica em mecânica que acontece nos motores


elétricos que, ao receberem a energia elétrica em seu enrolamento, transformam-na
em energia mecânica pela rotação de seu eixo.

A unidade de medida de energia é chamada joule, representada pela letra J, e


corresponde ao trabalho realizado por uma força constante de um newton (unidade
de medida de força) .
Fontes de Energia

A existência da tensão é condição fundamental para o funcionamento de todos os


aparelhos elétricos. As fontes geradoras são os meios pelos quais se pode fornecer
a tensão necessária ao funcionamento desses consumidores.

Essas fontes geram energia elétrica de vários modos:


− por ação térmica;
− por ação da luz;
− por ação mecânica;
− por ação química;
− por ação magnética.

Geração de energia elétrica por ação térmica

Pode-se obter energia elétrica por meio do aquecimento direto da junção de dois
metais diferentes.

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Por exemplo, se um fio de cobre e outro de constantan (liga de cobre e níquel)


forem unidos por uma de suas extremidades e se esses fios forem aquecidos nessa
junção, aparecerá uma tensão elétrica nas outras extremidades. Isso acontece
porque o aumento da temperatura acelera a movimentação dos elétrons livres e faz
com que eles passem de um material para outro, causando uma diferença de
potencial.

À medida que aumentamos a temperatura na junção, aumenta também o valor da


tensão elétrica na outra extremidade.
Esse tipo de geração de energia elétrica por ação térmica é utilizado num
dispositivo chamado par termoelétrico, usado como elemento sensor nos pirômetros
que são aparelhos usados para medir temperatura de fornos industriais.

Geração de energia elétrica por ação de luz

Para gerar energia elétrica por ação da luz, utiliza-se o efeito fotoelétrico. Esse
efeito ocorre quando irradiações luminosas atingem um fotoelemento. Isso faz com
que os elétrons livres da camada semicondutora se desloquem até seu anel
metálico.
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Dessa forma, o anel se torna negativo e a placa-base, positiva. Enquanto dura a


incidência da luz, uma tensão aparece entre as placas. O uso mais comum desse
tipo de célula fotoelétrica é no armazenamento de energia elétrica em
acumuladores e baterias solares.

Geração de energia elétrica por ação mecânica

Alguns cristais, como o quartzo, a turmalina e os sais de Rochelle, quando


submetidos a ações mecânicas como compressão e torção, desenvolvem uma
diferença de potencial.

Se um cristal de um desses materiais for colocado entre duas placas metálicas e


sobre elas for aplicada uma variação de pressão, obteremos uma ddp produzida por
essa variação. O valor da diferença de potencial dependerá da pressão exercida
sobre o conjunto.

Os cristais como fonte de energia elétrica são largamente usados em equipamentos


de pequena potência.

Geração de energia elétrica por ação química

Outro modo de se obter eletricidade é por meio da ação química. Isso acontece da
seguinte forma: dois metais diferentes como cobre e zinco são colocados dentro de
uma solução química (ou eletrólito) composta de sal (H2O + NaCl) ou ácido
sulfúrico (H2O + H2SO4), constituindo-se de uma célula primária.

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A reação química entre o eletrólito e os metais vai retirando os elétrons do zinco.


Estes passam pelo eletrólito e vão se depositando no cobre. Dessa forma, obtém-se
uma diferença de potencial, ou tensão, entre os bornes ligados no zinco (negativo) e
no cobre (positivo).

A pilha de lanterna funciona


segundo o princípio da célula
primária que acabamos de
descrever. Ela é constituída
basicamente por dois tipos de
materiais em contato com um
preparado químico.

Geração de energia elétrica por ação magnética

O método mais comum de produção de energia elétrica em larga escala é por ação
magnética.

A eletricidade gerada por ação magnética é produzida quando um condutor é


movimentado dentro do raio de ação de um campo magnético. Isso cria uma ddp
que aumenta ou diminui com o aumento ou a diminuição da velocidade do condutor
ou da intensidade do campo magnético.
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A tensão gerada por este método é chamada de tensão alternada, pois suas
polaridades são variáveis, ou seja, se alternam.

Os alternadores e dínamos são exemplos de fontes geradoras que produzem


energia elétrica segundo o princípio que acaba de ser descrito.

Dinamo

Tipos de Fontes de Energia

Há no planeta diversos tipos de fontes energéticas. Tais fontes podem ser


classificadas como fonte de energias renováveis e outras não renováveis.

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Podemos também classificá-las como energias de fontes primárias, como a água, o

vento, gás natura, a radiação solar ou fontes secundárias como a eletricidade,

gasolina e o petróleo.

Cada país constrói sua matriz de fontes de energia conforme suas características
climática, geológicas e geográficas.

No Brasil, a geração de energia elétrica é produzida, predominantemente, por


usinas hidrelétricas. Contando, também, em sua matriz energética, com usinas
térmicas e nucleares.

Uma outra forma de geração de energia elétrica é aquela proveniente de pilhas e


baterias que são processos eletroquímicos de obtenção de energia.

Contudo esta forma de energia é normalmente utilizada para um consumo mais


restrito de quantidade energética.

Diferentes fontes de energia: hidrelétrica, eólica, térmica, solar, nuclear


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Fontes de energia renováveis

A energia renovável é aquela que é obtida de fontes naturais capazes de se


regenerar, e, portanto, virtualmente inesgotáveis, ao contrário dos recursos
não-renováveis. Embora tenha como desvantagem os custos elevados da sua
utilização, outra grande vantagem é praticamente não poluir o ambiente.

As principais fontes energia renováveis são:

Energia Hidráulica: gerada pela força da água que vem dos rios.
Energia eólica: originada da força dos ventos
Energia solar: é adquirida pela luz e calor do sol
Biomassa: procedente de matérias orgânicas
Energia Geotérmica: obtida a partir do calor proveniente do interior da Terra.
Energia Gravitacional: gerada por meio da força das ondas dos oceanos.

Energia Hidráulica

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A energia hidráulica é a energia obtida a partir da energia potencial de uma massa


de água. A forma na qual ela se manifesta na natureza é nos fluxos de água, como
rios e lagos e pode ser aproveitada por meio de um desnível ou queda d'água.

A energia hidráulica obtém-se de forma semelhante à da energia maremotriz. São


construídas barragens nos rios, criando um lago artificial. A água do rio passa
através das pás das turbinas da barragem produzindo energia elétrica.

Detalhes das partes principais de uma usina hidroelétrica.

Energia Eólica

Energia eólica é a energia obtida pela ação do vento, ou seja, através da utilização
da energia cinética gerada pelo vento. É obtida por aerogeradores, que são grandes
turbinas que, ao serem movidas, produzem energia eléctrica através de um gerador.
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Seu funcionamento é basicamente feito pela transformação da energia cinética, em


energia mecânica ou energia elétrica.

Esse movimento das hélices gera energia cinética que pode ser transformado em
energia elétrica a partir da movimentação das turbinas. Os equipamentos têm duas
limitações: não funcionam sem vento, obviamente, e o vento em excesso os
danifica.

Energia Eólica no Brasil

O exploração comercial da energia eólica no Brasil começou em 1992, quando foi


instalado o primeiro aerogerador em Fernando de Noronha (PE). A matriz atual
conta com 298 usinas eólicas instaladas e coloca o País como líder do setor no
mercado sul-americano.

Energia Solar

A energia solar é obtida pela luz do Sol, que pode ser captada com coletores
solares (para produzir energia térmica) e painéis fotovoltaicos (para produzir energia
eléctrica). Os métodos da sua captura classificam-se em diretos ou indiretos e em
ativos ou passivos.

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Nesse processo ocorre uma liberação de energia. No conjunto, o Sol libera


constantemente energia nuclear que chega à Terra na forma de luz e calor.

Aqui na Terra coletamos esta energia do sol em painéis com várias células
fotovoltaicas responsáveis pela transformação de energia.

Veja na imagem em seguida o telhado de uma casa equipado com painéis de


células fotovoltaicas para captação de energia solar e conversão em energia
elétrica.

Nesses painéis fotovoltaicos a energia solar é transformada em energia elétrica.


Uma de suas principais vantagens é não causar danos ambientais diretos.

Biomassa

A biomassa é utilizada na produção de energia a partir de processos como a


combustão de matéria – orgânica. A queima de biomassa provoca a liberação de
CO2 para a atmosfera, mas como este havia sido antes absorvido pelas plantas que
originaram combustível, o balanço de emissões de CO2 é praticamente nulo.

A biomassa consiste no aproveitamento da energia acumulada nos combustíveis


tradicionais (lenha) e em algumas plantas com elevado teor energético (milho,
cana-de- açúcar).
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Exemplos de materiais usados:

● Lenha;
● Bagaço da cana de açúcar,
● Pó de serra,
● Papéis já utilizados,
● Galhos e folhas decorrentes da poda de árvores,
● Casca de arroz,
● Capim elefante e embalagens de papelão usadas;

Exemplos de produtos derivados da biomassa:

● Bio-óleo;
● Biogás;
● Biomass-to-Liquids;
● Etanol Celulósico;
● Bioetanol “Comum“;
● Biodiesel;
● Óleo vegetal.

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Energia Maremotriz ou Energia Gravitacional

A energia marítima ou energia das ondas, é uma fonte renovável, a água é um


recurso natural e abundante, e uma das fontes para produção de energia que não
contribui para o aquecimento global. A energia gerada a partir dos oceanos pode
ser dívida em: energia das marés, energia das ondas, correntes (marés e
oceânicas), gradiente de temperatura e gradiente de salinidade.

A Energia gerada pelas ondas possui um grande potencial de exploração, há várias


regiões com aptidão para o aproveitamento da energia de ondas, e nos últimos
anos essa fonte de energia vem sendo muito estudada no Brasil nos últimos anos,
na tentativa de diminuir os custos e melhorar as tecnologias.

A energia das ondas pode ser obtida de duas formas, em águas profundas ou em
águas rasas.

No Brasil em 2012, foi instalado um projeto piloto de energia de ondas, a Usina do


Porto do Pecém, está localizada no Ceará, o projeto que nasceu com uma parceria
dos pesquisadores da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de
Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é
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financiado pela Tractebel Energia, dentro do programa de P&D da Aneel, e conta


com apoio do Governo do Estado do Ceará.

O potencial teórico a ser gerado, é de mais ou menos 100 quilowatts (KW) para o
abastecimento de energia do principal porto cearense.

Fontes de energia não renováveis

As fontes de energias não renováveis são recursos do nosso planeta que podem se
esgotar, como os combustíveis fósseis.

A energia não renovável causa um grande impacto ambiental, por isso é


considerada um tipo de energia poluente.

O petróleo é uma fonte de energia não renovável e é considerada a principal fonte


de energia existente. O efeito estufa é agravado principalmente por causa dessa
fonte energética.

As principais fontes de energia não renováveis são:

● Carvão;
● Petróleo;
● Gás natural;
● Urânio.

As fontes de energia que pertencem a este grupo são finitas ou esgotáveis. Para a
maioria delas, a reposição na natureza é muito lenta, pois resulta de um processo
de milhões de anos sob condições específicas de temperatura e pressão. Quanto
mais usamos as fontes de energia não renováveis, menos teremos no estoque total.
São exemplos de fontes não renováveis de energia: petróleo, carvão mineral, gás
natural e nuclear.

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As fontes de energia não renováveis também são conhecidas como fontes de


energia convencionais, quando formam a base de suprimento (fornecimento) de
energia.

Como podemos usá-las sem que o estoque acabe rapidamente? Explorando


racionalmente os recursos existentes; promovendo a eficiência no uso e investindo
em ciência e tecnologia para o desenvolvimento de fontes renováveis (eólica,
hidrelétrica, solar, entre outras) que possam substituir as não renováveis.

Atualmente, grande parte de energia consumida no mundo é proveniente de fontes


não renováveis. As características dessas fontes são bem conhecidas, possuem um
rendimento energético elevado (poucas perdas de energia no processo de
transformação), preços atrativos, geram muitos empregos e possuem infraestrutura
construída para geração e distribuição (usinas, dutos, ferrovias e rodovias).

Os principais usos das fontes não renováveis são:


1 - na geração de eletricidade,
2 - como combustível nos transportes de cargas e de pessoas
3 - no aquecimento de casas.

Algumas fontes não renováveis de energia, como o petróleo e o carvão mineral, são
responsáveis por grande parte da emissão (liberação) de gases de efeito estufa na
atmosfera, visto que estas fontes são combustíveis (precisam ser queimadas para
gerar energia) e liberam gases poluentes, que impactam a saúde e o meio
ambiente.
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