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Universidade do Estado do Pará - Prof. M.Sc.

Márcio Carvalho

Eletricidade para Engenharia

Conceitos de grandezas elétricas. Noções sobre geração, transmissão, distribuição e utilização


de energia elétrica, Fundamentos de corrente alternada. Análise de circuitos em corrente
contínua e alternada. Introdução a iluminação artificial.

ENERGIA

Energia é tudo aquilo capa de produzir calor, trabalho mecânico, luz, radiação etc. Em
sentido geral poderia ser definida como essência básica de todas as coisas, responsável
por todos os processos de transformação, propagação e interação, que ocorrem no
universo.
A energia elétrica é um tipo especial de energia; ela é usada para transmitir e e
transformar a energia primária da fonte produtora que aciona os geradores em outros
tipos de energia que usamos em nossas residências.
podemos dizer que a eletricidade é uma energia intermediária entre a fonte produtora e a
aplicação final. É uma das forma mais convenientes de energia, porque, com um
simples ligar de uma chave, temos à nossa disposição parte da energia acionadora das
turbinas, inteiramente silenciosa e não poluidora.
Então vamos definir os dois conceitos fundamentais de energia: energia potencial e
energia cinética
Energia Potencial: É a energia armazenada como resultado de sua posição.
Energia Cinética: É a energia resultante do movimento.
COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA:
Todos os corpos são compostos por moléculas, e estas são um aglomerado de um ou
mais átomos, a menor porção da matéria
Cada átomo compõe-se de um núcleo no qual existem prótons, com carga positiva, e
nêutrons, sem carga; em torno do núcleo gravitam os elétrons, elementos de carga
negativa
Num átomo em equilíbrio, o número de elétrons em órbita é igual ao número de
prótons no núcleo.
CARGA ELÉTRICA
Conforme foi exposto, o elétron e o próton são as cargas elementares e componentes do
átomo.
Por convenção estabeleceu-se que a carga do elétron seria negativa e a do próton seria
positiva, ou seja, cargas de polaridades opostas.
Assim, experimentalmente, estabeleceu-se uma unidade para se medir a carga elétrica,
esta unidade chamou-se "coulomb". A carga de 1 elétron é:
e = 1,6 x 10-19 coulombs
CORRENTE ELÉTRICA
O que é corrente elétrica?
É o deslocamento de cargas dentro de um condutor quando existe uma diferença de
potencial elétrico entre as suas extremidades. Tal deslocamento procura restabelecer o
equilíbrio desfeito pela ação de um campo elétrico ou outros meios(reação química,
atrito, luz, etc.)
Então corrente elétrica, é o fluxo de cargas que atravessa a seção reta de um condutor,
na unidade de tempo.

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Um gerador elétrico é uma máquina que funciona como se fosse uma bomba, criando
energia potencial.
Esta energia potencial acumula cargas em um pólo, o qual, fica com excesso de cargas
de certa polaridade e no outro polo há deficiência de cargas.
Em outras palavras o gerador provoca uma diferença de potencial (d.d.p) entre os seus
terminais. Se esses terminais constituírem um circuito fechado teremos uma corrente
elétrica.

DIFERENÇA DE POTENCIAL OU TENSÃO


Como vimos, se o circuito estiver aberto teremos uma d.d.p, mas não corrente.
A diferença de potencial entre dois pontos de um campo eletrostático é de 1 volt,
quando o trabalho realizado contra as forças elétricas ao se deslocar uma carga entre
esses dois pontos é de 1 joule por coulomb.

Então a d.d.p é medida em volts da mesma maneira que a f.e.m.


Numa instalação hidráulica, de modo análogo, para haver circulação de água
precisamos ter uma diferença de pressões, uma tubulação, um interruptor(registro) e um
caminho de retorno.

RESISTÊNCIAS ELÉTRICAS

Chama-se resistência elétrica a oposição interna do material circulação das cargas. Por
isso, os corpos maus condutores tem resistência elevada, e os corpos bons condutores
tem menor resistência.
Isto se deve as forcas que mantém os elétrons livres, agregados ao núcleo do material.
Assim, chegou-se à seguinte conclusão:
"Corpos bons condutores são aqueles em que os elétrons mais externos, mediante um
estimulo apropriado (atrito, contato ou campo magnético), podem facilmente ser
retirados dos átomos. Exemplos de corpos bons condutores: platina, prata, cobre e
alumínio."
"Corpos maus condutores são aqueles em que os elétrons estão tão rigidamente
solidários aos núcleos que somente com grandes dificuldades podem ser retirados por
um estimulo exterior."
Exemplos de corpos maus condutores: porcelana, vidro, madeira.
A resistencia R depende do tipo do material, do comprimento, da seção A e da
temperatura.

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Cada material tem a sua resistência especifica própria, ou seja, a sua resistividade ( ).
Então, a expressão da resistência em função dos dados relativos ao condutor é:

onde:
R = resistência em ohms ( );
= resistividade do material em comprimento em ohms - mm/m2
L =comprimento em m
A = área da seção transversal em mm 2

Alguns conceitos

Potencial Elétrico - Tensão


Quando, entre dois pontos de um condutor, consiste uma diferença entre concentração
de elétrons, isto é, de cargas elétricas, diz-se que existe um potencial elétrico ou uma tensão
elétrica entre esses dois pontos. Portanto a diferença de potencial (ddp) entre dois pontos
consiste no trabalho realizado em Joule exigido para deslocar l C (Coulomb) de carga de um
ponto ao outro. A unidade de medida da tensão elétrica é Volts (V).

Intensidade da corrente elétrica


Se estabelecermos um circuito fechado, ligando um terminal ao outro por um condutor,
a tensão que os elétrons livres estão submetidos, desloca-os ao longo do condutor,
estabelecendo-se assim uma corrente elétrica , cujo sentido é definido por convenção (do pólo +
para o -, no circuito externo). A corrente elétrica é portanto definida como a quantidade de carga
que se desloca pelo condutor por unidade de tempo. A unidade da corrente elétrica é o Ampere
(A).

2 - Elementos de Circuito Elétrico

2.1-Resistência Elétrica

Os obstáculos impostos ao movimento eletrônico, conforme discussão qualitativa acima,


são todos representados por uma propriedade mensurável, denominada resistência, e definida
pela relação:
V=Rxi
A força de atração entre os elétrons e os respectivos núcleos atômicos impõe o grau de
liberação dos elétrons livres para o estabelecimento da corrente elétrica. Designa-se essa
oposição ao fluxo da corrente de resistência. A unidade da resistência elétrica é Ohm (Ω).

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A resistência de um condutor depende de 4 fatores: do tipo de material, do comprimento,


da
área da seção e da temperatura.

Simbologia:

Sendo:
L - Comprimento do condutor em (m)
S - seção reta do condutor em (m2) ou (mm2)
ρ- resistividade do condutor (Ω x m) ou (Ω x mm2/m).
A resistencia varia com a temperatura de acordo com a expressão:

onde:

ρ - resistividade do material a temperatura t.

ρ0 - resistividade do material a temperatura to

α - coeficiente de temperatura (°C-1)


At - Variação de temperatura (t - to)
2.1.1 – LEI DE Ohm
A intensidade de corrente I que percorre um condutor,é diretamente proporcional a
força-
eletromotriz (f.e.m) ’V’ que a produz e inversamente proporcional à resistência 'R' do condutor,
isto
é:

onde:
I - intensidade de corrente em (A)
V - tensão ou f.e.m em (V)
R - resistência em (Ω)

Dessa forma, a energia dissipada pelo resistor é dada por:

= LEI DE JOULE
2.2 - Capacitor

O capacitor é o elemento capaz de armazenar energia num campo elétrico. A diferença


de
potencial V entre os terminais de um capacitor é proporcional à carga nele existente. A

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constante de
proporcionalidade é chamada de capacitância do capacitor.

Simbologia:

A unidade de C é Faraday (F)

A LEI DE COULOMB

PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

Essencialmente, existem dois tipos de portadores de carga elétrica: prótons (+) e elétrons(-). Em
condições de equilíbrio, qualquer material é eletricamente neutro, contendo igual número de
prótons e elétrons. Um material é eletricamente positivo quando tem excesso de prótons, ou
falta de elétrons. Da mesma forma, ele será negativamente carregado se tiver um excesso de
elétrons.

Um material pode ser eletrizado através de dois processos:

● Eletrização por atrito


● Eletrização por indução

Eletrização por atrito ocorre quando materiais não condutores são atritados uns contra outros.
Nesse processo, um dos materiais perde elétrons e outro ganha, de modo que um tipo de
material fica positivo e outro fica negativo. Uma experiência simples consiste em carregar um
pente passando-o várias vezes no cabelo. A comprovação de que ele ficou carregado é obtida
atraindo-se pequenas partículas, por exemplo, de pó de giz.

Por exemplo, tem-se inicialmente um corpo carregado e outro descarregado (para que o
processo seja factível, este corpo deve ser condutor). A aproximação do corpo positivamente
carregado atrai as cargas negativas do corpo eletricamente neutro. A extremidade próxima ao
corpo carregado fica negativa, enquanto a extremidade oposta fica positiva.

Mantendo-se o corpo carregado próximo, liga-se o corpo eletricamente neutro à terra. Elétrons
subirão da terra para neutralizar o “excesso” de carga positiva. Cortando-se a ligação à terra,
obtém-se um corpo negativamente carregado.

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SISTEMAS ELÉTRICOS – VISÃO GERAL

- Características da corrente elétrica nas instalações

A corrente elétrica pode ser de dois tipos: contínua ou alternada. A corrente


continua resulta da utilização de tensão contínua e a corrente alternada resulta da utilização de
tensão alternada.

Tensão e corrente contínuas não variam no tempo.


Tensão (V) ou Corrente (A)

Fig. 1.3: Gráfico da tensão e da corrente contínuas

Exemplos de fontes de corrente contínua: pilhas e baterias.

Tensão e corrente alternadas variam em amplitude em relação ao tempo


segundo uma lei definida

Gráfico da corrente alternada

Exemplos de fontes de corrente alternada: geradores de corrente alternada.

Um conjunto de valores positivos e negativos, como o mostrado na acima,


constitui um ciclo. O tempo necessário à realização de um ciclo constitui um período. Desta
forma, tem-se:

onde:

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T: período (segundos)
w: velocidade angular (rad/s)

Ao número de ciclos que ocorrem por segundo chama-se de frequência. No Brasil, a


freqüência de oscilação da tensão e da corrente é igual a 60 ciclos por segundo ou 60 Hz.

A freqüência e o período são inversos um do outro. Logo:

onde:
freqüência (ciclos por segundo ou Hz)
Da expressão da freqüência conclui-se que: w = 2πf

- Circuitos. monofásícos, bifásicos e trifásicos

• Circuitos monofásicos são aqueles que são alimentados por fase e neutro,
por exemplo: circuitos para iluminação e tomadas comuns.
• Circuitos bifásicos: são aqueles em que a alimentação é feita utilizando-se
duas fases e neutro. Exemplo: Alimentação para ar condicionado e
chuveiro
elétrico.
• Circuitos trifásicos: são aqueles que recebem como alimentação três fases,
com ou sem neutro. Exemplo: Circuito de um motor trifásico, alimentação
de bombas.

Exemplo:
Monofásico (N + F)
Tensão: 127v
Corrente: x A
Potência: y watts(w)

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até 7,5 kw até 20 kw até 50 kw

Fig – Estrutura urbana com circuito primário e secundário


Exemplo de ligações monofásica, bifásica e trifásica
Os consumidores com carga total instalada superior a 50 kw devem ser alimentados pela rede de
alta tensão e possuir subestação abaixadora

Observações:
• Nas ligações monofásicas a dois condutores (F-N), a corrente elétrica
percorre o condutor fase e retoma pelo condutor neutro, por isso, essas
ligações são consideradas com dois condutores "vivos" .
• Nas ligações bifásicas a três condutores (F-F-N) existem três condutores
"vivos".
• Nas ligações trifásícas a três condutores (F-F-F) existem três condutores
"vivos".

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Considerações iniciais
A energia elétrica fornecida pelas concessionárias é a última etapa de um
processo que se inicia com a produção de energia pelas usinas geradoras, passa pêlos sistemas
de transmissão e de distribuição e chega ao seu destino final: os consumidores.

GERAÇÃO - TRANSMISSÃO - DISTRIBUIÇÃO

Na etapa de geração, energia não elétrica é transformada em energia elétrica,


utilizando-se, por exemplo:

• Usinas hidroelétricas: utilizam energia potencial e de pressão da água.


• Usinas termelétricas: utilizam energia térmica proveniente da queima de
combustíveis fósseis (carvão mineral e óleo diesel), não fósseis (madeira,
bagaço de cana) ou outros combustíveis, como o gás natural e o urânio
enriquecido (usinas nucleares).

O sistema de transmissão é o responsável pelo transporte da energia, em tensões


elevadas (69 kV; 138 kV), desde a geração até o sistema de distribuição. Existem
consumidores, no entanto, que são alimentados a partir dessas linhas (grandes consumidores).
Nesse caso, as etapas posteriores de abaixamento da tensão são efetuadas pelo próprio
consumidor.
A rede de distribuição urbana é constituída pelas linhas de distribuição primária
e secundária e inicia nas subestações abaixadoras, onde a tensão da linha de
transmissão é baixada para valores padronizados da rede primária (13,8 kV; 34,5 k V).
As linhas de distribuição primária alimentam diretamente as indústrias e os
prédios de grande porte (comerciais, institucionais e residenciais), que possuem subestação
abaixadora própria. As linhas de distribuição secundária possuem tensões mais reduzidas
(127/220 V ou 220/380 V) e alimentam os pequenos consumidores residenciais e as pequenas
indústrias e oficinas, entre outros.

Instrumentos de medição
(A) – Amperímetro – é ligado em série – lê a ___________.
(V) – Voltímetro – lê a _________ liga-se em paralelo.
Ohmimetro – lê o valor da resistência
Wattímetro

Exercícios:

Um resistor limita a corrente do circuito em 5A


quando ligado a uma bateria de 10v. Determine
sua resistência.

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A figura mostra o circuito de uma campainha residencial. A campainha tem uma resistência
de 8Ω e que precisa de uma corrente de 1,5A para funcionar. Determine a tensão necessária
para que a campainha toque.

Calcule a corrente exigida por uma lâmpada incandescente de 60w cuja especificação de
funcionamento é 120v . Calcule ainda a corrente exigida por uma lâmpada de 150w
funcionando em 120v e para uma lâmpada de 300 w em 120v. A medida que a potência
aumenta, o que acontece com a corrente?

Calcule a potência consumida por um resistor fixo de 25Ω para cada uma das seguintes
correntes 3A, 6A, e 15A. Que efeito produz uma variação de corrente sobre a potência
dissipada por um resistor fixo?

Associação de Resistores

- Associação de Resistores em Série:

Na associação série, os resistores estão ligados um em seguido do outro, de forma que a


corrente seja a mesma em todos os resistores, e a tensão se distribua entre eles.

Associação de Resistores em série

Aplicando-se a lei da malhas ( “a soma algébrica das tensões em uma malha é


igual a zero”ou a soma das tensões no sentido horário é igual a soma das tensões no
sentido anti-horário) na associação série, tem-se que:

Adotaremos E = V
V = V l + V2 +.....+ Vn (1)

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Pela lei de Ohm, tem-se que as tensões nos resistores valem:


V1 = R1.I; V2 = R2.I;......; Vn = Rn.I (2)

Substituindo-se (2) em (l), tem-se:


V = R1.I + R2.I+......+Rn.I
V = I.(R1+R2+......+Rn)
Logo
Req = R1 + R2 + ..... + Rn
(Resistência equivalente da associação em série de resistores)

Resistência equivalente da associação série.

Potência Total (Pr)

A potência total fornecida pela fonte é igual à potência dissipada pelo circuito resistivo,
ou
seja à soma das potências dissipadas por cada resistor da associação série.

PT = P1 + P2 +.......+ Pn = Peq

Exercício: o circuito em série tem os seguintes resistores R1, R2, R3, R4 com os valores 10 Ω, 20
Ω 15 Ω, 30Ω respectivamente. Estão ligados a uma fonte de 110v. Calcular V1, V2, V3, V4 e qual
a potência em R2 e R3 e Req.

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Obs: O somatório da queda de tensão em cada resistor, é igual a tensão da fonte. Uma
associação em série de resistores comporta-se como um divisor de tensão, uma vez que a
tensão aplicada ao circuito se subdivide entre os resistores, proporcionalmente aos seus valores.

- Associação de Resistores em paralelo..

Na associação paralela, todos os resistores encontram-se interligados de forma que a


tensão sobre eles seja a mesma e a corrente total seja distribuída, ou seja, a soma das correntes
em cada resistor é igual a corrente total.

A associação em paralelo de resistores funciona como um divisor de corrente, uma vez


que a corrente total fornecida ao circuito se subdivide entre os resistores de forma inversamente
proporcional aos seus valores

Aplicando-se a lei dos nós(“a soma algébrica das correntes em um nó é igual a zero” ou
a soma das correntes que entram em um nó é igual a soma das correntes que dele saem) na
associação paralela tem-se que

I = I1+I2+...In (1)

Pela lei de Ohm, tem-se que as correntes nos resistores valem

Substituindo 2 em 1 tem-se:

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- Divisor de Tensão

Na associação em série, a tensão total aplicada se subdivide pelos resistores, desta


forma, podemos escrever a tensão em cada resistor em função da tensão total

- Divisor de corrente
uma associação paralela de resistores comporta-se como um divisor de corrente, uma
vez a corrente total fornecida ao circuito subdivida-se entre os resistores.

Divisor de corrente para dois resistores

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ANÁLISE DE CIRCUITO EM CORRENTE ALTERNADA (CA) EM REGIME PERMANENTE

INTRODUÇÃO

Tensão e correntes são definidas como alternadas quando estas tratam-se de grandezas
oscilatórias que cresce de amplitude em relação ao tempo, de acordo com uma lei definida.
Basicamente, o sistema de transmissão e distribuição de energia no Brasil é realizado por tensão
e corrente alternadas uma vez que, esta forma de transmissão de energia é capaz de transportar
grande quantidade de energia a custos bem mais acessíveis comparada a transmissão de energia
por corrente contínua.

GERAÇÃO DE CORRENTE ALTERNADA EM UM ALTERNADOR

Como foi visto anteriormente, para que circule uma corrente elétrica em um circuito
elétrico é necessário que exista uma diferença de potencial, tensão elétrica, entre dois pontos. A
tensão elétrica é produzida por dispositivos ou máquinas adequadas, e esta tensão produzida por
estes geradores elétricos é denominada de força eletromotriz.
A obtenção da força eletromotriz se realiza de várias maneiras: por atrito, pela ação da
luz, pela compressão e tração, por aquecimento, pela ação química de sais, ácidos e bases e por
indução eletromagnética, no caso dos geradores rotativos.

- CIRCUITOS TRIFÁSICOS

A geração da força-eletromotriz trifásica é análoga àquela gerada por um alternador


monofásico. Todavia, as formas de onda de tensão das três fases estão defasadas
entre si de 120°, conforme é mostrado no esquema abaixo:

- LIGAÇÃO ESTRELA - TRIÂNGULO


Nos circuitos trifásicos, os geradores e os transformadores podem ter diferentes
configurações quanto ao rearranjo de ligação de suas bobinas. As configurações
usualmente utilizadas são a ligação Estrela e a ligação Triângulo, conforme mostrado
nas figuras seguintes.
Ligação triangulo

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Ligação estrela

Na ligação em estrela, as correntes na bobina (ou "de fase") e na linha são

iguais, enquanto que a tensão de linha é vezes a tensão de fase.


Na ligação em triângulo, são iguais as tensões de linha e de fase, porém as

correntes de linha são vezes as correntes de fase.


Seja qual for a ligação, as três linhas A, B e C constituem um sistema trifásico
de tensão. O ponto neutro da ligação em estrela fornece o quarto condutor do sistema
trifásico a quatro condutores.

- POTÊNCIA FORNECIDA PELOS GERADORES TRIFÁSICOS

Para a configuração em estrela quanto em triângulo, a potência é a mesma, e vem a ser a


soma das três potências das três fases. Calcula-se pela fórmula:

Sendo:
V - a tensão eficaz entre dois fios-fase
I - a corrente eficaz na linha
(θ) - é o ângulo de defasagem de I com relação a V na representação vetorial dessas
grandezas.

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TRANSFORMADORES

Transformador é o dispositivo que realiza a transformação de uma corrente


alternada, sob uma tensão, para outra corrente alternada, sob uma nova tensão, sem praticamente
alterar o valor da potência. O tipo mais utilizado trata-se do
transformador estático. Consta essencialmente de um núcleo de chapas de aço-silício em torno
do qual são enroladas duas bobinas fixas B1 e B2 respectivamente. A
bobina B1 tem n1 espiras e acha-se ligada aos pólos da fonte de corrente alternada pela
qual se deseja transformar a corrente. Essa bobina constitui o indutor ou primário do
transformador, e a corrente alternada que o atravessa engendra no circuito magnético
um fluxo de indução alternativo.

A Segunda bobina B2 possui n2 espiras e acha-se ligada à rede de distribuição; tem o


nome de induzido ou secundário do transformador, e a corrente que passa pelas
suas espiras é gerada pela indução a que se encontram submetidas.
Denomina-se relação de transformação de um transformador a relação entre a
tensão nos bornes do primário e a existente nos bornes do secundário. A relação de
transformação é a mesma que existe entre os números das espiras e inversa à relação
entre as correntes que por elas passam:

Nos casos mais comuns, a energia é fornecida pelas concessionárias aos prédios
em baixa tensão (220/127) ou (380/220). Entretanto, em indústrias e prédios de grande
potência, pode vir a ser necessário o suprimento em média tensão, devendo ser
construído uma estação abaixadora de tensão pelo consumidor.
Os transformadores podem ser monofásicos ou trifásicos. No caso de
transformadores trifásicos, resume-se, em síntese, como sendo um agrupamento de três
transformadores monofásicos, cujo os enrolamentos são distintos e independentes mas
têm em comum o núcleo de ferro-silício.
Em função do sistema de distribuição adotado e das tensões a serem
transformadas, os três enrolamentos monofásicos que constituem a unidade trifásica
podem ser ligados de várias maneiras, duas, em especial, merecem referência:
- Ligação em triângulo ou delta;
- Ligação em estrela.

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DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO

Para garantir uma instalação elétrica segura e dentro das diretrizes da NBR 5410, é
necessária a utilização de dispositivos de segurança para a proteção dos circuitos contra
choques, sobreaquecimento ou surtos de tensão ou corrente.

1. Introdução – Para que o sistema de proteção atinja a finalidade a que se propõe deve
responder aos seguintes requisitos básicos:

1) seletividade
2) Exatidão e segurança de operação
3) Sensibilidade
1. Seletividade – é a capacidade que possui o sistema de proteção de selecionar a parte
danificada e retirá-la de serviço sem afetar os circuitos são.
2. Exatidão e segurança de operação – garante ao sistema uma alta confiabilidade
operativa.
3. Sensibilidade – a faixa de operação e não operação de dispositivo.

O dispositivo deve estar protegido para:

- sobrecarga (sobre corrente)


- curto circuito
- sobretensão
- subtensão

1. sobrecarga – é um aumento de corrente no circuito num intervalo de tempo longo


2. curto circuito – é o aumento de corrente num mínimo espaço de tempo

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1.3.3 Proteção contra sobrecorrentes

1.3.3.1 Proteção contra correntes de sobrecarga


Qualquer circuito deve ser protegido por dispositivos que interrompam a corrente
nesse circuito quando esta, em pelo menos um de seus condutores, ultrapassar o
valor da capacidade de condução de corrente e, em caso de passagem prolongada,
possa provocar uma deterioração da isolação dos condutores.

1.3.3.2 Proteção contra correntes de curto-circuito

Todo circuito deve ser protegido por dispositivos que interrompam a corrente nesse
circuito quando pelo menos um de seus condutores for percorrido por uma corrente de
curto-circuito, devendo a interrupção ocorrer em um tempo suficientemente curto para
evitar a deterioração dos condutores.

1.3.4 Proteção contra sobretensões

As pessoas, os animais domésticos e os bens devem ser protegidos contra as


conseqüências prejudiciais devidas a uma falta elétrica entre partes vivas de circuitos
com tensões nominais diferentes e a outras causas que possam resultar em
sobretensões (fenômenos atmosféricos, sobretensões de manobra, etc.).

2. DISPOSITIVOS
Fusível – protege muito bem os circuitos contra curto circuito.

Disjuntores – são dispositivos que protegem o circuito,a tanto de sobre corrente como
de sobrecarga
Função básica do disjuntor – desligar automaticamente o circuito tão logo ocorram
condições de sobrecarga ou curto circuito.
Função secundária do disjuntor – permitir operação manual de liga-desliga através
de sua alavanca
Principais características:

Tensão nominal
Corrente nominal (IN)
Capacidade de interrupção nominal

TENSÃO NOMINAL – entende-se por tensão nominal de um disjuntor a diferença de


potencial entre fases para circuitos bifásicos e trifásicos, e entre fase-neutro para circuitos
monofásicos.
CORRENTE NOMINAL – é a máxima corrente que o disjuntor é capaz de conduzir
continuamente sem desligar por efeitos térmicos e magnéticos.

CAPACIDADE DE INTERRUPÇÃO NOMINAL (CAPACIDADE DE RUPTURA) - é


o maior valor de corrente de curto circuito que o disjuntor é capaz de interromper sem causar
danos nos cabos e equipamentos.

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Os disjuntores monopolares garantem uma capacidade de ruptura menor que os


disjuntores bipolares e tripolares.

Princípios de funcionamento do disjuntor:


Proteção:
Térmica – sobrecarga (bimetal)
Magnética – curto circuito (bobina)

Exercício :
01 – um motor de 5HP, 220v, 3Ø, fator de potência 0,85. Qual o disjuntor para proteção?

então o disjuntor para proteção será: 3Ø – 15A

4 -ILUMINAÇÃO

4.1 LÂMPADAS- CLASSIFICAÇÃO

As lâmpadas podem ser:


• Incandescentes: para iluminação geral; decorativas; refletoras;
para utilização específica; com bulbo de quartzo ou halógenas.
• De descarga: fluorescente; vapor de mercúrio; luz mista; vapor
metálico; vapor de sódio.

4.1.1 LÂMPADAS INCANDESCENTES


Possuem um bulbo de vidro em cujo interior existe um filamento de tungstênio
que é aquecido pela passagem da corrente elétrica até a incandescência. Para evitar a oxidação
do filamento é realizado vácuo no interior do bulbo ou substitui-se o oxigênio por um gás
inerte (nitrogênio ou argônio).

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Figura: Lâmpada incandescente comum

• LÂMPADAS INCANDESCENTES PARA ILUMINAÇÃO GERAL

Podem ser de bulbo transparente, translúcido ou opalizado. são fabricadas,


normalmente, com potências que variam de 25 a 200W.

Podem ser utilizadas na iluminação de residências, lojas e em locais de trabalho que não
exijam grandes níveis de iluminação.

• LÂMPADAS INCANDESCENTES DECORATIVAS

Possuem bulbos com formatos especiais ou coloridos e têm a finalidade de produzir


efeitos de luz atrativos e decorativos.

• LÂMPADAS INCANDESCENTES REFLETORAS

Possuem o bulbo de formatos especiais e um revestimento interno de alumínio em parte


da sua superfície, com o objetivo de concentrar e orientar o facho de luz.

Seu rendimento luminoso é alto e as dimensões são reduzidas.

Indicadas na iluminação de lojas, residências, galerias de arte, hotéis, restaurantes e em


qualquer local onde o objetivo seja promover uma atmosfera com iluminação diferenciada e
sofisticada.

• LÂMPADAS INCANDESCENTES PARA ILUMINAÇÃO ESPECÍFICA

Nessa classificação estão as lâmpadas empregadas em faróis de veículos, as miniaturas,


as lâmpadas de luz negra, entre outras.

Lâmpadas infravermelhas: empregadas no aquecimento de estufas, em fisioterapia e na


criação de animais, entre outras utilidades. Emitem radiação na faixa de ondas caloríficas,
não podendo ser utilizadas na iluminação geral. Entre as suas principais características
estão o alto coeficiente de reflexão, o alto rendimento e as dimensões reduzidas.

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LÂMPADAS COM BULBO DE QUARTZO OU HALÔGENAS

São um tipo aperfeiçoado de lâmpadas incandescentes, constituídas por um bulbo tubular de


quartzo onde são colocados um filamento de tungstênio e partículas de iodo ou bromo
(halogênios).

Quando o filamento de tungstênio é acendido, a alta temperatura provoca a combinação do


halogênio com os átomos que se desprendem do filamento, gerando um terceiro elemento (o
iodeto de tungstênio).

Esse último é responsável por provocar um ciclo regenerativo e fazer com que as partículas
de tungstênio retornem novamente ao filamento (por efeito de convecção), evitando o
enegrecimento do bulbo.

Possuem alta eficiência luminosa, maior durabilidade que as lâmpadas incandescentes


comuns e ótima reprodução de cores. As que são fabricadas com potências maiores (entre
200 e 1000 W) podem ser utilizadas na iluminação de praças de esportes, em pátios de
armazenamento de mercadorias, em museus, estúdios de TV, estacionamentos, jardins e na
iluminação externa em geral.

Existem também as lâmpadas halógenas de menores potências (entre 50 e 100 W), que são
indicadas para a iluminação de emergência, em sistemas de segurança e para a iluminação
geral de lojas, museus, hotéis e escritórios, entre outros.

Podem também ser citadas as lâmpadas dicróicas, que são um tipo de lâmpada halógena que
possui um refletor com espelho multifacetado e base bipino.

Suas dimensões são reduzidas e a tensão de funcionamento é de 12 V, sendo necessária a


utilização de transformador. Utilizadas com fins decorativos, essas lâmpadas
transmitem menos calor ao ambiente, possuem um facho de luz bem dirigido e podem ser
utilizadas em ambientes comerciais, residenciais e em galerias, entre outros.

4.1.2- LÂMPADAS DE DESCARGA

Nesse tipo de lâmpada a energia é emitida sob forma de radiação, provocando uma
excitação de gases ou vapores metálicos, devido a tensão existente entre os seus eletrodos. A
radiação emitida depende da pressão interna da lâmpada, da natureza do gás ou da
presença de partículas metálicas ou halógenas no interior do tubo.

• LÂMPADAS FLUORESCENTES

São constituídas por um bulbo tubular de vidro em cujas paredes internas é fixado um
material fluorescente. Nas extremidades do bulbo encontram-se eletrodos de tungstênio
(cátodos) e no seu interior existe vapor de mercúrio ou argônio a baixa pressão.

A descarga elétrica provocada no interior da lâmpada produz uma radiação ultravioleta que,
em presença do material fluorescente existente nas paredes do bulbo (cristais de fósforo),
transforma-se em luz visível.

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Figura: Esquema de ligação de uma lâmpada fluorescente

Entre as suas grandes vantagens estão a elevada eficiência luminosa e a vida útil
prolongada, podendo ser utilizadas em escritórios, escolas, bancos, supermercados, hotéis,
residências e outros.

LÂMPADAS COM BULBO DE QUARTZO OU HALÓGENAS

São um tipo aperfeiçoado de lâmpadas incandescentes, constituídas por um bulbo tubular de


quartzo onde são colocados um filamento de tungstênio e partículas de iodo ou bromo
(halogênios).

Quando o filamento de tungstênio é acendido, a alta temperatura provoca a combinação do


halogênio com os átomos que se desprendem do filamento, gerando um terceiro elemento (o
iodeto de tungstênio).

Esse último é responsável por provocar um ciclo regenerativo e fazer com que as partículas
de tungstênio retornem novamente ao filamento (por efeito de convecção), evitando o
enegrecimento do bulbo.

Possuem alta eficiência luminosa, maior durabilidade que as lâmpadas incandescentes


comuns e ótima reprodução de cores. As que são fabricadas com potências maiores (entre
200 e 1000 W) podem ser utilizadas na iluminação de praças de esportes, em pátios de
armazenamento de mercadorias, em museus, estúdios de TV, estacionamentos, jardins e na
iluminação externa em geral.

Existem também as lâmpadas halógenas de menores potências (entre 50 e 100 W), que são
indicadas para a iluminação de emergência, em sistemas de segurança e para a iluminação
geral de lojas, museus, hotéis e escritórios, entre outros.

Podem também ser citadas as lâmpadas dicróicas, que são um tipo de lâmpada halógena que
possui um refletor com espelho multifacetado e base bipino.

Suas dimensões são reduzidas e a tensão de funcionamento é de 12 V, sendo necessária a


utilização de transformador. Utilizadas com fins decorativos, essas lâmpadas transmitem
menos calor ao ambiente, possuem um facho de luz bem dirigido e podem ser
utilizadas em ambientes comerciais, residenciais e em galerias, entre outros.

As lâmpadas fluorescentes utilizam os seguintes acessórios:

- Starter ou disparador: é utilizado na partida das lâmpadas e destina-se


a provocar uma sobretensão entre as extremidades do reator.

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- Reator: bobina com núcleo de ferro que tem o objetivo de provocar um aumento de tensão
durante a partida e limitar a corrente durante o funcionamento da lâmpada. Existem dois
tipos de reatores: comuns ou convencionais e de partida rápida, que não necessitam de
starter.

O starter é formado por lâminas bimetálicas através das quais fecha-se, inicialmente,
o circuito para acender a lâmpada.

Após alguns segundos, o esfriamento das lâminas provoca uma sobretensão entre as
extremidades do reator, provocando o fechamento do circuito através do interior da
lâmpada e não mais pelo starter.

Os elétrons deslocando-se de um filamento a outro chocam-se com os átomos de


vapor de mercúrio fazendo com que energia luminosa não visível seja liberada. Essa
radiação entra em contato com o material fluorescente das paredes do bulbo
transformando-se em luz visível.

As lâmpadas fluorescentes possuem um ótimo rendimento, porém não permitem o


destaque perfeito das cores. Essa desvantagem é corrigida através da fabricação de lâmpadas
com indicações específicas, que destacam as cores mais importantes para determinados
ambientes.

Podem ainda ser citadas as lâmpadas fluorescentes compactas, da PHILIPS, com


tamanho reduzido, design moderno e efeito decorativo.

Alguns tipos podem ser adaptados diretamente à base comum (de rosca) das lâmpadas
incandescentes (Compactas Integradas: PL ELETRONIC, SLD e Circular) e outros
possuem base bipino (Compactas Não - Integradas: PL-C, PL-S e PL-T). São
fabricadas em potências pequenas (normalmente entre 9 e 28 W), sendo indicadas
para ambientes que precisam estar iluminados por um longo período ou, dependendo
do tipo, em lojas, consultórios, shoppings centers, halls de entrada, garagens, escadas,
corredores e em ambientes residenciais em geral.

LÂMPADAS DE VAPOR DE MERCÚRIO

Possuem um bulbo de vidro duro no interior do qual é colocado um tubo de arco onde se
produzirá o efeito luminoso. Dentro do tubo de arco existe mercúrio e uma pequena
quantidade de argônio, que são vaporizados a alta pressão.

O vapor de mercúrio possibilita o deslocamento de elétrons entre os eletrodos da


lâmpada. O choque entre os elétrons e os átomos de mercúrio libera energia luminosa.
Após a ligação, a lâmpada pode levar alguns minutos até atingir a totalidade do fluxo
luminoso. O tubo pode ser revestido internamente com material fluorescente
para melhorar a reprodução das cores.

As lâmpadas de vapor de mercúrio utilizam reator para auxiliar na partida, possuem vida
longa e alta eficiência. São geralmente fabricadas com potências que variam entre 80 e 400
W para tensão de 220 V. É indicada na iluminação de vias públicas, estacionamentos. áreas
industriais internas (galpões) e externas, depósitos e fachadas.

LÂMPADAS DE LUZ MISTA

Possuem, ao mesmo tempo, características das lâmpadas incandescentes, fluorescentes e de


vapor de mercúrio.

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O bulbo ovóide é revestido internamente com material fluorescente e contém um tubo de


descarga a vapor de mercúrio que emite radiação visível e radiação ultravioleta invisível, que
é convertida em luz visível através do revestimento interno.

Em série com o tubo de descarga está o filamento de tungstênio, que emite luz
incandescente, limita a corrente, substitui o reator e melhora a impressão geral de cor.

São mais eficientes que as lâmpadas incandescentes e menos que as lâmpadas fluorescentes.
Não necessitam de equipamento auxiliar, porém a tensão da rede deve ser de 220 V. Podem
ser utilizadas quando se deseja melhorar o fluxo luminoso, que é cerca
de 20 a 35% maior que o das lâmpadas incandescentes. São indicadas na iluminação de
jardins, praças, estacionamentos, galpões e postos de gasolina.

LÂMPADAS DE VAPORES METÁLICOS

São lâmpadas de duplo contato, com um tubo de descarga de quartzo e um bulbo externo,
também de quartzo, preenchido com mercúrio a alta pressão e uma mistura de vapores.

Devem ser utilizadas apenas em luminárias fechadas, com vidro protetor e que absorva
radiação, pois emitem uma quantidade considerável de radiação ultravioleta.

Possuem tamanho reduzido e são equivalentes às lâmpadas halógenas do tipo "palito", porém
com vida útil maior, economia de até 70% de energia, redução do calor gerado no ambiente
e maior fluxo luminoso. São indicadas para realçar a iluminação de ambientes internos e
externos em geral. Utilizam reator e ignitor para auxiliar na partida.

LÂMPADAS DE MULTI-VAPORES METÁLICOS

Possuem um tubo de descarga de quartzo no interior de um bulbo que pode ser ovóide ou
tubular. O bulbo tubular é revestido com material fluorescente. São também produzidas
com duplo contato.

Possuem alta eficiência luminosa, boa qualidade de iluminação, vida longa e podem ser
utilizadas na iluminação de hangares, postos de gasolina, parques de exposição, outdoors,
na indústria em geral, em estádios, horticulturas e para iluminar estátuas,
monumentos e fachadas. Também utilizam reator e ignitor para auxiliar na partida.

Podem ser citadas ainda as lâmpadas Multi-Vapores Metálicos de potências menores (entre
80 e 110 W) da Série Mastercolor fabricadas pela PHILIPS, que são indicadas na
iluminação decorativa ou de destaque interna ou externa (vitrines, monumentos e fachadas).
Necessitam de reator e ignitor ou de um reator eletrônico para auxiliar na partida, são mais
eficientes e têm vida útil maior que as lâmpadas halógenas.

LÂMPADAS DE VAPOR DE SÓDIO

São constituídas por um vidro ovóide ou tubular, onde é feito vácuo. O tubo de descarga
contido internamente é constituído por um composto de sódio - mercúrio além de outros gases.

1- Eletrôdos com Nióbio.


2 - Tubo de descarga feito de óxido de alumínio sintetizado.
3 - Conjunto de montagem do tubo de descarga. Ele tem um
formato especial para evitar sombras no sistema ótico da
luminária.
4 - Conexão elétrica flexível.

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5 - Anel no qual o material de condução é armazenado, durante o seu funcionamento.


6 - Tubo de esgotamento do bulbo externo.
7 - Conexões elétricas.
8 - Tubo de vidro duro externo.
9 - Base.

As lâmpadas de vapor de sódio a alta pressão são as que apresentam a melhor eficiência
luminosa e vida útil mais longa, entre todos os tipos de lâmpadas. Utilizam reator e ignitor para
auxiliar na partida e levam alguns minutos para atingir 80% do fluxo luminoso total. São
utilizadas na iluminação de ruas, aeroportos, estacionamentos,e áreas externas em geral.

4.2- CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA LUMINOTÉCNICA

1. Luz: aspecto da energia radiante que um observador humano constata pela sensação visual
através de estímulo da retina ocular.

2. Intensidade Luminosa (Candeia - cd): é a potência da radiação luminosa numa dada direção.

3.Luminância (cd/m2): é a intensidade luminosa de uma superfície dividida pela área da


superfície iluminada.

4. Fluxo Luminoso (Lúmem - lm): é a potência de radiação total emitida por uma fonte de luz
percebida pelo olho humano.
5. Iluminamento (Lux - E): é a relação entre o fluxo luminoso que incide sobre uma determinada
superfície e a superfície sobre a qual ele incide.

6. Eficiência Luminosa (lm/W): é a relação entre o fluxo luminoso emitido pela lâmpada e a
potência absorvida.

Outros conceitos importantes:


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• Aparência de cor: descreve a aparência da luz emitida por uma fonte luminosa:

Entre 2700 e 3000 K: tonalidade de luz quente (avermelhada), similar a da lâmpada


incandescente.

Entre 4000 e 4500 K: tonalidade intermediária, entre quente e fria.

Entre 5000 e 7500 K: tonalidade fria (azulada).

• Reprodução de cor: definida em função do efeito produzido por uma fonte de luz de
referência. São utilizadas cores - padrão bem definidas, observadas inicialmente à luz da
fonte de referência e depois à luz da lâmpada a ser testada. Determina-se, então, em função
do desvio na cor provocado pela lâmpada testada, o Índice de Reprodução de Cores da
lâmpada (o valor máximo é 100), podendo-se ainda classificar as lâmpadas em três grupos:

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IRC até 70: reprodução moderada das cores.

IRC entre 70 e 85: reprodução boa das cores.

IRC acima de 85: reprodução excelente das cores.

4.3- CLASSIFICAÇÃO DAS LUMINÁRIAS

As luminárias para iluminação de interiores podem ser classificadas em função da


distribuição espacial do fluxo luminoso emitido, que passa acima ou abaixo de um plano
horizontal que atravessa o centro do plano de referência. Essa distribuição é
especificada na tabela 4.1 e exemplificada nas figuras que seguem.

Tabela: Classificação das luminárias para iluminação de interiores


Classificação Distribuição do Fluxo Luminoso (%)
Para o semi - espaço superior Para o semi - espaço inferior

Direta 0 -10 100-90

Semidireta 10-40 90-60

Mista 40-60 60-40

Semi - Indireta 60-90 40-10

Indireta 90-100 10- 0

Iluminação Direta: quando o fluxo luminoso é dirigido diretamente ao plano de trabalho (figura
1).

Iluminação Semidireta: quando parte do fluxo luminoso chega ao plano de trabalho diretamente
dirigido e outra parte o atinge por reflexão, existindo predominância do efeito direto (figura 2).

Figura 1: Iluminação direta Figura


2: Iluminação semidireta

Iluminação Semi - Indireta: quando parte do fluxo luminoso chega ao plano de trabalho por
efeito indireto e a outra parte é diretamente dirigida ao mesmo. Nesse caso, o efeito indireto
predomina (figura 3).

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Iluminação Indireta: quando o fluxo luminoso é dirigido diretamente na direção oposta ao plano
de trabalho, atingindo-o somente por reflexão. Normalmente utilizado para provocar efeito
decorativo (figura 4).

Figura 3: Iluminação semi - indireta Figura 4: Iluminação indireta

Iluminação Mista: o fluxo luminoso atinge o plano de trabalho proporcionalmente, de forma


direta e indireta, não havendo predominância de nenhum dos dois tipos de iluminação (figura
5).

Figura 5: Iluminação mista

Existem ainda as luminárias que concentram o fluxo luminoso e podem ser classificadas como
semiconcentrante direta e concentrante direta.

4.4- PROJETO DE ILUMINAÇÃO ( ver apostila de luminotécnica)

O projeto de iluminação de um estabelecimento envolve algumas decisões


preliminares relativas ao local (sala, escritório, loja, indústria . . .) e ao tipo de atividade que será
desenvolvida (trabalho bruto, atividades minuciosas que exijam iluminamento intenso, etc.),
sendo necessário determinar:

1. tipo de lâmpada para os ambientes: incandescente, fluorescente,etc.

2. tipo de iluminação: direta, indireta, semidireta, semi - indireta, semiconcentrante direta ou


concentrante direta.

3. As dimensões do local e as cores do piso, parede e teto.

4. A altura das mesas, bancadas de trabalho ou máquinas a serem operadas, conforme o caso.

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5. A possibilidade de fácil manutenção das luminárias.

A primeira etapa na elaboração de um projeto luminotécnico é a determinação do nível de


iluminamento ou da ifuminância (designação adotada pela NBR - 5413 / 82), que pode ser
obtido nas tabelas específicas.

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