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de Bioquímica
Material Teórico
Introdução á Bioquímica
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Introdução á Bioquímica
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar e discutir com os alunos as Teorias sobre o início da vida
no Planeta: Teorias Criacionista, Panspermia Cósmica, Abiogênica,
Biogênica e os Coacervados de Oparim, enfocando os aspectos
bioquímicos;
· Apresentar ao aluno a importância da água nos sistemas biológicos,
sua estrutura e suas propriedades;
· Apresentar o conceito de pH e a interação do H+ nas biomoléculas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Introdução á Bioquímica
Dessa forma podemos dizer que os seres vivos são compostos de moléculas
desprovidas de vida. Entretanto, os organismos vivos apresentam peculiaridades
que não encontramos nos aglomerados de matéria inativa.
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
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Os que acreditam no Criacionismo creem que as espécies foram colocadas em
um ambiente já aptas a sobreviver e nele permaneceram imutáveis. Alicerçada na
bíblia, a Teoria defende que Deus criou todas as espécies no quinto dia da criação,
de uma só vez e, assim, não há modificações evolutivas.
Proposto por Georges Cuvier, o fixismo foi aceito até o século XVIII; após
esse período, surgiram as teorias evolucionistas, contrariando o pensamento
hegemônico da época.
Os princípios que sustentam essa teoria são que as espécies são permanentes,
perfeitas e imutáveis e afirma, também, que são independentes umas das outras.
Embora muitos cientistas refutassem essa ideia, ela ganhou força a partir do
momento em que foram identificadas em meteoritos, vindas de outros pontos do
espaço, substâncias como alguns aminoácidos, álcool etílico e formaldeído, além
de um meteorito com o que seria o fóssil de uma bactéria que foi encontrado na
região da Antártica, por volta da década de 1980.
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UNIDADE Introdução á Bioquímica
Essa teoria ganha força com os pensadores da Idade Média, como Santo
Agostinho e São Tomás de Aquino, e também com cientistas como René Descartes,
Isaac Newton e o naturalista William Harvey.
A teoria abiótica, que defende que as formas vivas se originam de formas não
vivas, foi definitivamente contestada apenas no século XIX pelo pesquisador francês
Louis Pasteur que demonstrou, experimentalmente e de forma irrefutável, que os
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organismos microscópicos estão por todos os ambientes e que o aparecimento deles
decorre de contaminações, afirmando que a vida não surge espontaneamente, mas
é decorrente de outras formas de vida preexistentes.
Evolução Química
Os pesquisadores Thomas Huxley (1825-1895) e Aleksandr Oparin (1894-
1980), sem se comunicar, formularam a hipótese de que a atmosfera primitiva da
Terra era totalmente diferente da que conhecemos hoje, mas que, principalmente,
não possuía o gás oxigênio e assim não era um ambiente oxidante, pois se o fosse,
destruiria toda e qualquer formação pré-biótica.
Figura 3
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
A Atmosfera Primitiva
Hoje, sabemos que as condições atmosféricas do nosso Planeta são
completamente diferentes de quando ele se formou, há 4,6 bilhões de anos atrás.
Essas peculiaridades da atmosfera primitiva foram essenciais para toda a evolução
química ocorrida e a própria origem da vida que nela emergiu.
A Terra está localizada próxima a uma fonte de energia, que é o Sol, e a uma
distância tal que não está tão perto que os elementos que aqui se encontram
assumissem estados inadequados para a origem da vida (sob a forma de gases, ou
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UNIDADE Introdução á Bioquímica
liquefeitos em rocha fundida) e nem tão distante que os seus gases congelassem,
como acontece com a maior lua de Saturno (Titã).
Quanto ao tamanho, nosso Planeta possui massa suficiente para ter uma
gravidade que retêm uma atmosfera, o que possibilita o ciclo de elementos; porém,
essa massa não é tão grande que sua gravidade deixe a atmosfera densa a ponto
de impedir a passagem dos raios solares.
Estima-se que a vida na Terra teve origem entre 3,9 e 3,5 bilhões de anos, no
período Arqueano. Os registros fósseis mais antigos datam de 3,5 bilhões de anos,
formado por restos de colônias de bactérias denominados estromatólitos. Com
efeito, os registros fósseis mais recuados que se conhecem datam de 3,5 bilhões
de anos.
Figura 4
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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Essa etapa gasosa, contendo as substâncias elementares para a formação da
matéria orgânica, foi a primeira de uma série de 5 etapas consideradas no processo
de biogênese, identificadas a seguir.
Síntese de Monômeros
A formação de aminoácidos e nucleotídeos a partir de gases da atmosfera
primitiva foi comprovada pelos pesquisadores Harold Urey e Stanley Miller (1952).
Assim, mostraram que era possível sintetizar moléculas orgânicas de forma não
biótica e enzimática.
Essa geração de moléculas abiótica não foi a única fonte de moléculas orgâni-
cas acumuladas.
Síntese de Polímeros
A terceira etapa do processo de biogênese é a complexação dos monômeros
formados em três tipos de moléculas maiores:
· Os monômeros de aminoácidos formaram peptídeos e proteínas,
fundamentais para a estrutura dos organismos e como catalisadores das
reações metabólicas;
· Os monômeros de açúcar (pentoses) e bases nitrogenadas formaram, a
partir dos nucleotídeos, os ácidos nucleicos, que possuem a capacidade de
autoduplicação;
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UNIDADE Introdução á Bioquímica
Para que o equilíbrio da reação siga para a polimerização e não para a hidrólise,
é necessário que se aumente a concentração dos reagentes, retirando a água
produto da reação, ou ocorrendo paralelamente uma reação “doadora” de energia.
Por sua vez, a síntese abiótica dos ácidos nucleicos é tecnicamente acessível em
condições térmicas brandas (55ºC), sendo possível conceber, para eles, um cenário
semelhante ao da polimerização dos aminoácidos sobre superfícies de minerais
adsorventes. Mas a ordenação dos nucleotídeos será também aleatória.
Formação de Coacervados
Os organismos vivos são separados do meio em que vivem por uma barreira,
conferindo-lhes a sua individualidade. Assim, a estruturação dessa barreira é um
passo fundamental para a formação das primeiras formas de vida. Assume-se que
os primeiros organismos primitivos tenham tido o aspecto de coacervados.
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Figura 5
Fonte: Wikimedia Commons
Sidney Fox, por sua vez, dissolveu proteínas de origem abiótica em água e
observou a formação de grandes microesferas. Embora os coacervados de Oparin,
assim como as esferas de Fox, sejam considerados antepassados das células
vivas, essas estruturas foram ferramentas importantes para simulações de reações
metabólicas.
Para que o fenômeno se perpetuasse como numa célula, só faltaria um sistema que
sintetizasse a fosforilase, com aquela composição exata e nas quantidades necessárias!
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UNIDADE Introdução á Bioquímica
Mecanismo de Autoduplicação
Os protobiontes supracitados ainda estão muito distantes de serem considerados
seres vivos. Falta-lhes a capacidade reprodutiva, de gerar seres idênticos a eles
próprios. Essa é a principal característica que separa os probiontes que realizam
algumas atividades metabólicas dos seres vivos verdadeiros (eubiontes) capazes de
reprodução.
Pesquisas corroboram a Teoria que afirma que o RNA possa ter desempenhado
tanto a função de codificar a síntese de proteínas como a de atuar cataliticamente
sua própria.
Assim, o primeiro ser vivo teria exclusivamente o RNA, sem o DNA, nem
enzimas interventoras na replicação dos ácidos nucleicos e em sua síntese proteica.
O sistema que requer DNA e enzimas proteicas, muito comum hoje nos seres
vivos, seria posterior ao RNA e teria sido selecionado por apresentar inúmeras
vantagens a esse sistema mais antigo.
Teoria Autotrófica
Os defensores dessa hipótese sustentam que a Terra primitiva não apresentava
substâncias orgânicas em quantidade suficiente para proporcionar a multiplicação
dos primeiros seres vivos até o aparecimento dos seres fotossintetizantes.
Teoria Heterorófica
Esta hipótese sustenta que os primeiros seres vivos tinham nutrição heterotrófica.
A fonte de alimento dos primeiros seres vivos seria constituída de moléculas
orgânicas produzidas abiogenicamente, nas condições especiais da Terra primitiva
e que se acumulavam em mares e lagos primitivos.
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O argumento a favor dessa hipótese seria de que os primeiros seres vivos, por
serem muito simples, ainda não teriam a capacidade de produzir alimento a partir
de substâncias inorgânicas e orgânicas encontradas no meio ambiente.
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Figura 7
Fonte: Adaptado de Alberts B., 2002
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UNIDADE Introdução á Bioquímica
A B C
δ+ δ+
H
2δ- Ponte de Hidrogênio
δ-
O δ-
0,177nm
H
δ- δ+ Ligação Covalente
0,0965nm
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Por sua vez, há uma carga elétrica parcial negativa na zona na qual não há o
compartilhamento de elétrons. Dessa maneira, a água, embora efetivamente não
tenha carga elétrica, é considerada um dipolo elétrico, pois apresenta cargas parciais
negativas e positivas. Quando uma molécula de água se aproxima de outra, ambas
são atraídas e ocorre redistribuição das cargas elétricas das moléculas envolvidas.
Quando uma molécula está ligada a outra por uma única ponte de hidrogênio,
essa ligação é fraca, ainda mais em ambiente aquoso, pois as moléculas de água
circundante irão competir pela ligação do hidrogênio.
Vários sais cristalinos e outros compostos iônicos são facilmente dissolvidos pela
água. No caso do Cloreto de sódio (NaCl), ocorre um enfraquecimento das ligações
entre os dois átomos, dissociando-os em íons Na+ e Cl- hidratados, muito estáveis,
excedendo muito a atração entre estes íons.
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UNIDADE Introdução á Bioquímica
Interações hidrofóbicas
Moléculas anfipáticas são aquelas que apresentam ao mesmo tempo grupos
altamente apolares e outros polares. Quando colocados em água, há tendência
que ocorra dispersão ou solubilização em forma de micelas.
(A) Os ácidos graxos de cadia longa têm cadeias alquílicas muito hidrofóbicas, cada
uma delas é envolvida por uma camada de moléculas de H2O altamente ordenadas.
(B) Agregando-se em micelas, as moléculas de ácidos graxos expõem a menor área
superficial hidrofóbica possível à água, e poucas moléculas de água são requeridas
na camada ordenada de H2O. A energia ganha pela liberação das moléculas de H2O
imobilizada estabiliza a micela.
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A região hidrofílica tende a se dissolver, mas a região molecular, que é hidrofóbica,
tende a se agregar em menor contato com a água, enquanto a porção de polares
tende a ter o maior contato possível com o meio aquoso. A força que mantém
essas estruturas em forma de micelas, mantendo juntas as porções hidrofóbicas, é
denominada de interações hidrofóbicas, as quais não são derivadas de atrações não
polares, mas sim do fato de minimizar o número de moléculas de água ordenadas
para envolver as porções hidrofóbicas das moléculas no soluto.
Ionização da água
Levando em conta que os hidrogênios estão ligados por apenas um elétron
ao átomo de oxigênio e à diminuta massa desses hidrogênios, pode ocorrer que
o átomo de hidrogênio se dissocie da do oxigênio de sua molécula e “pule” para
a molécula vizinha com quem estabeleceu uma ponte de hidrogênio, formando,
assim, um íon de hidrogênio (H3O+) e uma hidroxila (OH-).
Aqui, torna-se importante lembrar que não existem prótons “nus” ou “livres”,
na água, pois, assim que são formados, imediatamente são hidratados.
Pequenos “saltos” de prótons em uma série de moléculas de água ligadas por pontes de
Explor
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UNIDADE Introdução á Bioquímica
H2 O H+ + OH-
Assim, para cada mol de H+, é formada uma mol de OH−. Podemos, então,
estabelecer uma constante de equilíbrio:
H+ OH-
K eq =
[ H2 O ]
O valor da K para a água é 1,8 x 10−16 a 25°C. A concentração da água não
dissociada pode ser considerada como uma constante (1000 g/18 g/mol = 55,5 M,
ou seja, o número de gramas de água em 1000 mL dividido pela molécula-grama
da água). Portanto, a quantidade ionizada de água é insignificante em relação à
quantidade não ionizada.
H+ OH-
K eq =
55,5
Ou ainda:
Assim:
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Kw = H+ OH- = H+
H+ = K w = 1� 10-14 M2
H+ = OH- = 10-7 M
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Com o intuito de minimizar os cálculos com números de grandes dimensões
como 0,0000001, o pesquisador dinamarquês Sorense protagonizou a escala de
pH, trabalhando com o log inverso da concentração de íons H+:
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pH = log = -log H+
H
+
Tomando por base esse princípio, quando uma substância tem pH menor que
7, possui concentração maior de íons H+ e é considerada um aceptor de elétrons,
também denominado ácido. Por sua vez, quando uma substância tem pH maior
que 7, é considerado um doador de elétrons e, portanto, uma solução básica.
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UNIDADE Introdução á Bioquímica
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Ligação peptídica: unindo aminoácidos
https://goo.gl/bsBy8B
Vídeos
Introdução à Bioquímica - Aula 2 - Parte 1 - Água e Interações Iônicas em Sistemas Biol
https://youtu.be/5X3CkFy_TRM
Introdução à Bioquímica - Aula 3 - Parte 1 - PH e Tampões Biológicos
https://youtu.be/BYm9VbbTmmI
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Referências
CHAMPE, P. C. Bioquímica ilustrada. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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Fundamentos
de Bioquímica
Material Teórico
Proteínas e Aminoácidos
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Proteínas e Aminoácidos
• Proteínas e Aminoácidos
• Aminoácidos – O Alfabeto da Estrutura Proteica
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Entender a estrutura e propriedades de aminoácidos, peptídeos e
proteínas;
· Estrutura das proteínas (primária, secundária, terciária e quaternária),
ligações de aminoácidos, aminoácidos essenciais;
· Discutir a importância das proteínas.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Proteínas e Aminoácidos
Proteínas e Aminoácidos
As proteínas são as biomoléculas que se apresentam em maior quantidade e
diversidade nas células e contribuem com 50% ou mais do peso seco. Elas se
dispõem em todas as partes e também em todas as células dos organismos, fazem
parte da estrutura e de todos os processos metabólicos das células. Cada proteína
desempenha uma função específica dentro dos sistemas biológicos.
As proteínas são o resultado final da expressão gênica, por isso é fundamental
entendermos suas funções, estruturas e características para que possamos entender
os sistemas biológicos, pois, como o próprio nome indica (proteína – do grego
prótons), é a “primeira” ou “a mais importante”.
Essas moléculas gigantes consistem polímeros formados de subunidades
denominadas de aminoácidos em todas as proteínas, das mais complexas até as
mais simples, de diferentes tamanhos e funções, das de simples bactérias até as dos
organismos mais complexos.
monômeros). Os monômeros são unidades que se repetem. No caso das proteínas, podemos
dizer que elas são formadas por um conjunto de aminoácidos.
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alterações na sequência dos aminoácidos e, consequentemente, nas propriedades
das proteínas.
Veja o exemplo da anemia falciforme, que promove uma dificuldade no transporte
de oxigênio, acarretada pela alteração da estrutura da hemoglobina determinada
por uma alteração no gene que promove a síntese dessa proteína.
A alteração de um único aminoácido é a causa de uma anomalia que, em alguns
casos, pode promover dificuldades respiratórias graves:
Hemoglobina anormal: val – his – leu – ter – pro – val – lis - ...
Os aminoácidos ligam-se uns aos outros por meio de ligações peptídicas, que
nada mais são do que ligações das quais se eliminam moléculas de água a partir
da junção dos radicais desses aminoácidos. Assim, as proteínas são denominadas
cadeias polipepitídicas. Algumas proteínas são formadas por apenas uma cadeia
polipetitídica; outras podem ser formadas por duas ou mais.
Quando uma proteína possui em sua estrutura apenas aminoácidos e nenhum
outro produto orgânico, são denominadas proteínas simples, quando apresentam
outro, como nucleotídeos (nucleoproteínas), metais (metaloproteínas), são chama-
das de proteínas conjugadas.
A estrutura tridimensional das proteínas é específica para cada uma delas e é
fundamental para sua função biológica, depende fundamentalmente da sequência
de aminoácidos que a forma, pois os dobramentos da molécula para atingir sua
estrutura final varia de acordo com a atração específica de cada aminoácido que
compõe sua cadeia polipepitídica.
Para melhor entender a estrutura das proteínas, é necessário que se entendam
seus níveis de complexidade. São utilizados usualmente quatro níveis de estruturação:
• Estrutura primária: é a sequência com que os aminoácidos são dispostos na
cadeia. São unidos por meio da ligação peptídica, podendo conter milhares
de peptídeos. Essa estruturação possibilita a formação de uma variedade de
moléculas proteicas extremamente grande;
• Estrutura secundária: a cadeia da estrutura primária tende a se espiralar
à direita, e é estabilizada por meio de pontes de hidrogênio entre o grupo
carbonilo (=C=O) de uma ligação peptídica com o grupo imido (=NH);
• Estrutura terciária: a espiral da estrutura secundária se dobra, ocorrendo um
enovelamento, adquirindo uma estrutura globular. As forças que mantém esta
estrutura compacta se dão por meio dos grupos radicais R dos aminoácidos
que compõem a estrutura primária, como:
• Pontes de hidrogênio;
• Pontes di-sulfeto;
• Forças dipolares;
• Ligações eletrostáticas;
• Forças hidrofóbicas.
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UNIDADE Proteínas e Aminoácidos
Desnaturação
A estrutura quaternária da proteína é vital para sua ação biológica, seja estrutural,
seja enzimática. A perda dessa estrutura é chamada de desnaturação e pode ocorrer
por diversos fatores como: alteração do pH, tanto para base como para ácido;
variação de temperatura; agitação mecânica (como é o caso da clara em neve ou o
glúten do pão); solventes etc.
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Aminoácidos – O Alfabeto
da Estrutura Proteica
Toda proteína é um polímero que se forma com a desidratação dos aminoácidos.
Quando essa perda de água ocorre, um aminoácido liga-se ao aminoácido vizinho
por meio de uma ligação covalente específica, denominada ligação peptídica.
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UNIDADE Proteínas e Aminoácidos
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Diversidade Funcional das Proteínas
A Escherichia coli é uma bactéria considerada muito simples. Ela possui cerca
de 3.000 tipos de proteínas diferentes, cada qual com sua função, e formada pelos
20 aminoácidos que compõem todas as proteínas.
As reações metabólicas podem e são sequenciais, sendo cada uma das reações
catalisada por uma enzima diferente. O conjunto de enzimas que funciona em
cooperação nessas reações recebe o nome de cadeia enzimática, e a sequência de
reações é considerada a via metabólica. Nela, os produtos intermédios servem de
substrato à reação seguinte até se obter o produto final.
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UNIDADE Proteínas e Aminoácidos
Músculo
Fibra
muscular Núcleos
Miofibrilas
Sarcômero
Banda 1
Feixe de Banda A
fibras musculares Capilares
Retículo Miofibrila
sarcoplasmático Disco Z
Linha M
Banda 1 Banda A
1,8µm
1,8µm
Disco Z Linha M Disco Z
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(a) As fibras musculares são constituidas por células multinucleares, alongadas
e individuais, provenientes da fusão de muitas células precursoras. Dentro das
fibras há muitas miofribilas envolvidas pelo retículo sarcoplasmático membranoso.
A organização dos filamentos grossos e finos da miofribila dá a esta um aspecto
estriado. Quando o músculo se contrai, as bandas I ficam mais estreitas e os discos
Z se aproximam, como visto nas micrografias eletrônicas de músculo relaxado (b)
e contraido (c).
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UNIDADE Proteínas e Aminoácidos
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Planeta Biologia
https://goo.gl/bJUQpw
Vídeos
Introdução à Bioquímica - Aula 4 - Parte 1 - Aminoácidos, Peptídeos e Proteínas
https://youtu.be/moUtAiWY-Fk
Introdução à Bioquímica - Aula 5 - Parte 1 - Estrutura e Função de Proteínas
https://youtu.be/huWH59gReAI
Leitura
Aminoácidos e Proteínas
https://goo.gl/szCgcj
Proteínas e Aminoácidos
https://goo.gl/KGBSFB
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Referências
CHAMPE, P. C. Bioquímica ilustrada. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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Fundamentos
de Bioquímica
Material Teórico
As Enzimas
Revisão Textual:
Profa. Esp. Selma Aparecida Cesarin
As Enzimas
• Enzimas
• Vitaminas
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Entender e discutir a ação e a importância das enzimas nos Sistemas
Biológicos;
· Conhecer os fatores que influenciam o mecanismo de ação das
enzimas;
· Entender e discutir o papel das vitaminas no organismo.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE As Enzimas
Enzimas
Para a vida existir, dois fatores são determinantes: o primeiro é a capacidade de
autorreplicação e o segundo é a capacidade de orquestrar uma complexa gama de
reações químicas, de forma eficiente e seletiva.
Pois bem!
O mesmo açúcar pode ser guardado na presença de oxigênio durante anos, pois
a reação química é muito lenta, mesmo em condições favoráveis. A diferença dos
dois processos são os catalisadores; sem eles, a vida é insustentável.
Podemos representar as reações que são catalisadas por enzimas da seguinte forma:
Sem a enzima, a reação não ocorre ou demora muito para acontecer. Assim,
não acontece a formação, ou ocorre a formação de muito pouco produto (P).
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As Enzimas que entram na reação, depois que o fazem, saem dela sem se alterar
e estão prontas para catalisar uma nova reação.
a Enzima
Enzim
Enzima
Sacarose +
Glicose/frutose Sacarose
enzima
Figura 2
Fonte: Adaptado de ocorpohumano.com.br
Para as enzimas, também ocorre uma nomenclatura usual, que nada mais é do
que o uso do sufixo “ase” junto ao nome do substrato dessa enzima (enzimas que
degradam lipídeos – lípases; amido – amilase; proteínas – proteases).
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UNIDADE As Enzimas
∆G‡S P
Energia livre G
∆G‡P S
S ∆GrO
Estado
Fundamental P
Estado
Fundamental
Coordenadas de reação
Outras ainda mais usuais recebem nomes específicos, como a ptialina, que é uma
amilase encontrada em nossa saliva, e a pepsina, que é uma protease encontrada
no estômago, entre outras
As reações químicas ocorrem com a colisão das moléculas entre si, de uma forma
apropriada e com uma quantidade de energia tal que proporcione a formação de
complexos ativos, atingindo, assim, seu “estado de ativação”.
Estado de transição
ΔG‡ Em presença
de enzima
Catalisada
Reagentes A, B
(Estado inicial)
ΔG°
Produtos C, D
(Estado final)
Progresso da reação
Figura 4 – Diagrama energético de reação catalisada e de reação não-catalisada
DG = energia livre de ativação, DGo = variação de energia livre. A diferença entre os valores da energiade
ativaçãode uma reação catalisada e de uma reação não-catalisada, indica a eficiência do catalisador.
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Assim, para que os reagentes cheguem a esse estado, é necessária uma dada
quantidade de energia denominada energia de ativação (Ea) ou ainda ∆G=
|, na qual
o símbolo (=
|) é o processo de ativação.
A+B ⇔ C+D
As enzimas possuem uma área em sua estrutura denominada sítio ativo, que é
onde ocorrem as reações de catálise.
O sítio ativo se liga ao substrato por meio de ligações não covalentes, como as
pontes de hidrogênio, forças de Wander Waals, interações eletrostáticas e hidrofóbicas.
Observa-se que o substrato se liga ao sítio de ativação apenas por uma pequena
porção por onde ocorre a reação. Esse fato não impede que os aminoácidos
que compõem o sítio ativo estejam em um mesmo locun da estrutura primária
da proteína, considerando-se que a estrutura quaternária é um enovelamento
complexo, a forma ativa, com a composição dos sítios de ativação, que dependem
dessa complexidade.
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UNIDADE As Enzimas
E+S ES E+P
Figura 5
Um dos fatores para a alta especificidade para com o substrato consiste na
estrutura tridimensional da enzima, que se encaixa perfeitamente no substrato, em
um modelo de “chave-fechadura” e/ou modelo de encaixe induzido.
No modelo chave-fechadura, as enzimas possuem invaginações com tamanhos
fixos e específicos para o encaixe perfeito com as dimensões e formas dos
substratos, fazendo com que eles se ajustem no sítio de ligação, impedindo, assim,
que outras substâncias de diferentes formas e dimensões não formem o complexo
enzima-substrato (ES).
Já no modelo do encaixe induzido, ocorre flexibilização maior da enzima,
por seus sítios ativos, que não estão previamente definidos, e quando ocorre a
interação enzima-substrato, ocorre uma alteração estrutural da enzima, decorrente
da alteração de cargas que estipulam sua estrutura quaternária, reposicionando os
aminoácidos que a formam, adequando-a ao substrato específico.
Nos sistemas biológicos, as reações químicas que transformam substratos
em produtos envolvendo catalisação enzimática podem ocorrer basicamente de
quatro formas:
·· Proximidade e orientação: os substratos se ligam nos sítios ativos da
enzima, que aproxima os grupos funcionais em uma orientação adequada
para ocorrer a reação; em seguida, ocorre uma modificação estrutural da
enzima, ocorrendo o complexo enzima-substrato e o estado de transição;
·· Catálise por íons metálicos: as forças nas interações entre o substrato são
eletrostáticas e são decorrentes da capacidade das moléculas vizinhas em
reduzir os efeitos de atração entre os grupos químicos. A redistribuição das
cargas elétricas nas enzimas influencia a atividade química do substrato e
uma ligação eficiente do substrato no sítio ativo reduz a Ea para ser atingido
o estado de transição, consequentemente acelerando a reação;
Substrate
+
a b c
a
c
b ES complex
Figura 6
12
· Catálise ácido-básica: nesse tipo de catálise, os grupos químicos podem se
tornar mais reativos pela adição ou remoção de prótons. As enzimas possuem
em seus sítios ativos cadeias laterais que exercem a função de doadoras ou
receptoras de prótons e muitas vezes agem como catalisador ácido e/ou
básico, pois possuem pKa na faixa de pH fisiológico;
· Catálise covalente: as enzimas aceleram a reação, formando ligações
covalentes transitórias com o substrato.
A atividade enzimática é influenciada por vários fatores. Vamos passar agora aos
mais relevantes.
Temperatura
Lembrando que a temperatura é a energia cinética das moléculas e que as
reações químicas ocorrem pela colisão delas, a temperatura afeta diretamente as
reações químicas, sendo maior a sua velocidade quanto maior for a temperatura.
Porém, quando essas reações são catalisadas por enzimas, a velocidade aumenta
com o aumento da temperatura, até certo momento chamada de temperatura ótima
(na sua maioria entre 40 e 45º C); a partir desse ponto, quanto mais aumentarmos
a temperatura, mais devagar a reação.
Isso ocorre por que a enzima é uma proteína e a partir de uma determinada
temperatura ela começa a sofrer desnaturação, perdendo sua estrutura quaternária
e, consequentemente, sua função enzimática.
pH
Assim como em relação à temperatura, as enzimas também têm um pH ótimo
no qual sua velocidade é máxima. A quantidade de íons H+ afeta as enzimas de
várias formas:
· A atividade de uma enzima é diretamente relacionada à sua capacidade de
ionizar os seus sítios ativos. Assim, caso o pH esteja com uma concentração de
OH- ou H+ em quantidade suficiente para se ligar aos íons dos aminoácidos
que deveriam ligar-se ao substrato, a enzima tem sua atividade catalítica
reduzida. Da mesma forma, o substrato pode ser afetado caso contenha um
ou mais grupos ionizáveis. Podemos afirmar que alterações do pH alteram a
capacidade de formação do complexo Enzima Substrato;
· Também temos de levar em conta que uma mudança do pH pode alterar
as ligações que sustentam a estrutura quaternária e terciária das enzimas,
provocando sua desnaturação e, consequentemente, uma perda de sua
função catalítica.
13
13
UNIDADE As Enzimas
Influência da temperatura
Desnaturalização
Velocidade de
reação (V)
T óptima
10 20 30 40 50 60
Temperatura (em °C)
Figura 7
E+S� ES → E + P
Ligação do substrato
14
E+S ES E+P
+ V max
I S
S
KI
EI
⁄2
1
V max
I
I Km
Concentração de substrato [S] (mM)
Figura 8
Inibição Enzimática
Os Inibidores enzimáticos são compostos que reduzem ou até mesmo inibem a
ação das proteínas.
15
15
UNIDADE As Enzimas
Figura 9
·· Inibição incompetitiva: nesse tipo de inibição enzimática, o inibidor liga-se
somente ao complexo ES, não ocorrendo a ligação na enzima livre.
Produtos
Inibidor
não competitivo
complexo inibidor
de enzima-substrato
Figura 10
16
Regulação da Atividade Enzimática
Como vimos nesta Unidade, diversos fatores influenciam a atividade das
enzimas, como temperatura pH, concentração do substrato e enzima e integração
das enzimas nas vias metabólicas.
Controle Genético
A concentração de enzimas presentes, a quantidade das enzimas disponíveis
nas células depende de dois parâmetros básicos: sua velocidade de síntese e a
sua velocidade de degradação. A indução enzimática, que acarreta a sua síntese,
permite uma resposta celular decorrente de uma alteração do meio.
Assim, a síntese de uma grande quantidade de enzimas pode ser inibida por
repressão, isto é, o produto final de uma cadeia enzimática inibe uma enzima-
chave da mesma cadeia.
Modificação Covalente
Muitas enzimas que controlam o fluxo das cadeias são reguladas por alterações
covalentes reversíveis que, por sua vez, são catalisadas por outras enzimas.
17
17
UNIDADE As Enzimas
Enzimas Alostéricas
As enzimas alostéricas possuem um sítio de ligação adicional, no qual
moduladores de atividade se ligam e acarretam mudanças em sua estrutura e/
ou em sua conformação não covalente, alterando, também, sua afinidade pelo
substrato (aumentando ou diminuindo).
Esses efetores podem ser organizados como Efetor alostérico positivo, quando
aumenta a afinidade da enzima pelo substrato e, consequentemente, aumenta a
velocidade da reação, e Efetor alostérico negativo – reduzindo a afinidade e, de
modo similar, reduzindo a velocidade da reação.
Vitaminas
Além dos componentes que possuem quantidade mais significativa na
composição dos seres vivos como carboidratos, proteínas lipídeos e aminoácidos,
existe um grupo de substâncias orgânicas que funciona em pequenas quantidades
(oligossubstâncias): as vitaminas.
18
Vitaminas: moléculas orgânicas que são necessárias para muitos dos processos
metabólicos do nosso organismo. Normalmente, sua quantidade requerida é de
alguns poucos miligramas (mg) ou até mesmo microgramas (μg) por dia, mas, mesmo
nessas quantidades, estas substâncias são essenciais para o bom funcionamento de
nosso organismo. Para isso, uma alimentação balanceada é fundamental, sendo
que a grande maioria das vitaminas que necessitamos não são sintetizadas pelo
nosso corpo.
De modo geral, as vitaminas são divididas em dois grupos de acordo com sua
solubilidade: vitaminas lipossolúveis e vitaminas hidrossolúveis.
Vitaminas lipossolúveis
São vitaminas solúveis em solventes apolares (A, D, E e K). As vitaminas A, D e
K são fundamentais para a formação e manutenção dos ossos.
19
19
UNIDADE As Enzimas
Vitaminas hidrossolúveis
São aquelas solúveis em água e em solventes polares. Apesar de as vitaminas
hidrossolúveis desempenharem inúmeras funções nos organismos, uma das mais
importantes é a liberação da energia dos alimentos que ingerimos.
Essas vitaminas presentes na fração aquosa dos alimentos que ingerimos são
diretamente absorvidas pela corrente sanguínea, circulando facilmente pelo nosso
corpo, na fase aquosa do sangue, com exceção das vitaminas B6, biotina e ácido
fólico (as quais circulam associadas a proteínas).
Suas funções são: atuar na retina, sendo essencial à visão; manter a estrutura
da pele dos tecidos; importante na manutenção e no desenvolvimento dos ossos;
tomar parte nos processos imunológicos e nos órgãos reprodutores; agir como
antioxidante, combatendo radicais livres e suas principais fontes são:
·· Retinoides (presentes apenas em alimentos de origem animal): lacticínios,
manteiga, fígado, gorduras de peixes e gema de ovo;
·· Carotenos (presentes apenas em alimentos de origem vegetal): frutas
legumes e hortaliças com coloração verde escura ou alaranjada (brócolis,
mamão, laranja, couve, cenoura).
Vitamina D – Calciferol
Vitamina E – Tocoferol
Suas principais fontes são os óleos vegetais, como azeite, amendoim, soja, palma,
milho, girassol e as sementes oleaginosas, como nozes e castanhas, sementes e
grãos inteiros.
20
Vitamina K – Filoquinona, menadiona
Tiamina – Vitamina B1
Riboflavina – B2
Niacina – vitamina B3
Ácido Pantotêmico – B5
21
21
UNIDADE As Enzimas
Colina
Biotina
22
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Aminoácidos e Proteinas
https://goo.gl/DDrj1y
Ligação peptídica: unindo aminoácidos
https://goo.gl/KkTb9k
Vídeos
Introdução à Bioquímica - Aula 1 - Parte 1 - Fundamentos Básicos de Sistemas Biológicos
https://youtu.be/noaLQ687JBU
Coagulação do Sangue
https://youtu.be/e4cQw70owYA
Leitura
Proteínas
https://goo.gl/xA798l
23
23
UNIDADE As Enzimas
Referências
CHAMPE, P. C. Bioquímica ilustrada. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
24
Fundamentos
de Bioquímica
Material Teórico
Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
Revisão Textual:
Prof. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Carboidratos, Lipídeos
e Ácidos Nucleicos
• Carboidratos
• Monossacarídeos
• A Variedade de Derivados de Hexoses nos Organismos
• Dissacarídeos e Oligossacarídeos
• Polissacarídeos
OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Entender a estrutura e as características dos diferentes carboidratos e
suas funções biológicas;
··Entender a estrutura e a característica dos lipídeos e conhecer suas
diferentes funções;
··Apresentar para os alunos os ácidos nucleicos, suas diferenças
estruturais e funcionais e os processos de duplicação e transcrição.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
Carboidratos
Estudaremos agora a biomolécula mais abundante em todo o planeta. Todo
ano, os organismos fotossintetizantes captam a energia solar e, utilizando as
moléculas de H2O e CO2, produzem bilhões de toneladas de carboidratos, seques-
trando da atmosfera.
Ademais bilhões de toneladas desse gás, além de ter a função estrutural, como
a celulose, são ainda fontes de energia para todos os organismos, que as utilizam
também como armazenamento de energia na forma de amido e glicogênio.
Como o próprio nome sugere, são carbonos hidratados que em sua maioria
apresentam a fórmula empírica (CH2O)n; entretanto alguns podem conter enxofre,
fósforo e nitrogênio. Essas substâncias são poliidroxialdeidos e poliidroxicetonas.
Essas substâncias podem ser classificadas de acordo com as unidades ((CH2O)n)
que as compõem, os monossacarídeos (do grego Sakcharon = açúcar), os oligos-
sacarídeos (também do grego Oligo = poucos) e os polissacarídeos.
Monossacarídeos
Os monossacarídeos, também chamados de açúcares simples, são considera-
dos as unidades básicas dos carboidratos. Eles são formados por uma fórmula empí-
rica ((CH2O)n), na qual n pode variar de 3 a 9. Possuem um esqueleto carbônico não
ramificado e todos os carbonos que o compõem, possuem um grupo hidroxílico, me-
nos um, no qual o oxigênio está normalmente fazendo uma ligação acetal ou cetal.
Os monossacarídeos com 3 carbonos, são denominados trioses e são os mais
simples, podendo ser gliceraldeído ou diidroxiacetona. Essas moléculas podem
ser classificadas de acordo com a estrutura química do grupo carbonila, bem como
pela quantidade de carbonos que as compõem. Seus grupos podem ser aldeídicos
(aldoses) e os de grupo cetonas (cetoses).
De acordo com o número de carbonos que apresentam, podem ser classificados
como trioses, com três átomos de carbonos; tetroses, com quatro; pentoses, com
cinco; hexoses, com seis; e heptoses, com sete. Assim, podemos ainda denominá-
los de aldotriose ou cetotriose.
H O H
C H C OH H O H O
H O H H C OH C O C C
C H C OH HO C H HO C H H C OH CH2
H C OH C O H C OH H C OH H C OH H C OH
H C OH H C OH H C OH H C OH H C OH H C OH
8
(a) Duas trioses, uma aldose e uma cetose. O grupo carbonila está sombreado em
vermelho em cada uma das estruturas. (b) Duas hexoses comuns. (c) As pentoses
componentes dos ácidos nucleicos. A D-ribose é componente do ácido ribonucléico
(RNA) e a 2-desoxi-D-ribosi é componente do ácido desoxirribonucléico (DNA).
Fórmulas em perpectiva
9
9
UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
10
A projeção de Fisher (no alto à esquerda) é rearrnajdafa em uma representação
tridimensional (no alto à direita). A rotação da ligação entre C4 e C5 aproxima o
grupo hidroxila em C5 do grupo aldeído em C1 para formar uma ligação hemiacetal,
produzindo dois estereoisômeros, os anômeros a e b que diferem na posição
da hidroxila do C1 ( no anômero a o grupo OH é representado para baixo e no
anômero b o grupo OH é representado para cima). As formasglicopiranosídicas
são mostradas como projeção de Haworth, nas quais as ligações mais escuras do
anel são projetadas à frente do plano fo papel e as ligações mais claras do anel são
projetadas para trás.
Essa reação de ciclização, além fazer com que esses monossacarídeos se transfor-
mem em espécies mais estáveis, fazem com que essas moléculas deixem de ter o grupo
carbonila livre, pois agora estão covalentemente ligadas às hidroxilas de sua cadeia.
Dessa forma, o aldeído que está em C1 da glicose se liga à hidroxila em C5, formando
um anel de seis átomos chamado de piranose (em analogia ao pirano).
11
11
UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
Dissacarídeos e Oligossacarídeos
Os dissacarídeos consistem em dois monossacarídeos ligados por uma ligação
covalente do tipo O−glicosídica. Essa ligação é formada pela união de uma hidroxila
de um monossacarídeo a um átomo de carbono anomérico do outro. Essa junção
pode formar grande variedade de dissacarídeos.
Alguns Dissacarídeos
·· Maltose: esse dissacarídeo é formado pela ligação glicosídica α(1→4) de
duas glicoses, na qual o C1 liga-se ao C4 da outra molécula. Como a maltose
ainda possui um segundo C anomérico, que fica livre (C1), ele é considerado
um açúcar redutor.
Figura 4
Figura 5
12
A sacarose é o açúcar que consumimos no nosso dia a dia, extraído da cana. É
um dissacarídeo formado pela ligação glicosídica α,β(1→2), entre uma molécula de
α-D-glicose, com uma molécula de β−D−frutose. No caso da sacarose, esse açúcar
não contém terminação redutora, e é chamado de açúcar não redutor.
Figura 6
Figura 7
Polissacarídeos
Os polissacarídeos são os açúcares de maior abundância na natureza; são
macromoléculas construídas de milhares de unidades fundamentais dos carboidratos
(monossacarídeos), também chamados de glicanos. São formados por longas cadeias
unidas por ligações glicosídicas. São insolúveis em água e solventes polares, embora
sejam açúcares; não têm sabor e não são redutores. Quanto aos monossacarídeos
que os compõem, podem ser classificados conforme disposto a seguir.
13
13
UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
Homopolissacarídeos
Também chamados de homoglicanos, são aqueles que são constituídos por
somente um tipo de monossacarídeo, como é o caso da celulose, do amido e da
quitina. O amido é o carboidrato de reserva de glicose dos vegetais; é formado no
cloroplasto a partir da glicose formada na fotossíntese; deposita-se nessa organela
na forma de grânulos.
Suas cadeias polímeras são formadas por dois tipos de polímeros, ambas apenas
por α−D−glicose, mas a amilose possui apenas ligações glicosídicas do tipo α(1→4),
enquanto a amilopectina, além das ligações α(1→4), também possui ligações do
tipo α(1→6), nas quais a cadeia se ramifica, fazendo com que esse tipo de amido
tenha uma cadeia altamente ramificada.
Heteropolissacarídeos
Esses carboidratos também chamados de heteroglicanos são polissacarídeos
constituídos por dois ou mais tipos de monossacarídeos, como é o caso da heparina
e da condroitina sulfato.
Lipídeos
As gorduras, óleo e ceras são macromoléculas que se enquadram no grupo dos
lipídeos. Esse grupo tem uma enorme variedade, tanto estrutural, como funcional.
Porém, sua variedade possui uma característica em comum, o fato de não ser
solúvel em água.
14
São moléculas orgânicas solúveis em solventes não polares como clorofórmio
e benzinas, entre outros. Na maioria dos organismos, os lipídeos são a principal
forma de armazenamento de energia. Lipídeos como fosfolipídeos e esteroides
são componentes não proteicos das membranas biológicas, mesmo em pequenas
porções, são fundamentais como cofatores enzimáticos precursores de compostos
essenciais, agentes emulsificantes, hormônios, transportadores de elétrons,
isolantes, vitaminas (A, D, E, K), fonte e transporte de combustível metabólico e
pigmentos de absorção de luz.
Ácidos graxos
Embora o ser humano tenha uma dieta rica em ácidos graxos, ele pode produzir
a maioria dos inúmeros tipos dessas substâncias; porém, é incapaz de sintetizar
o ácido olinoleico e o ácido linolênico. Por isso, eles recebem o nome de ácidos
graxos essenciais e devem ser adquiridos por meio da dieta.
Triacilglicerídeos (Triglicerídeos)
Os lipídeos mais simples são constituídos a partir de ácidos graxos, que são
chamados de triglicerídeos que, por sua vez, são ésteres de três ácidos graxos com
um glicerol.
15
15
UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
Triacilglicerol
Figura 8
16
Figura 9
Ceras
As ceras são ésteres de ácidos graxos de cadeias longas e álcool, que formam uma
diversidade de misturas complexas de lipídeos não polares. Além de funcionarem
como uma reserva de nutrientes, também funcionam como um repelente de água,
protegendo folhas, caules e frutas do ressecamento.
Fosfolipídeos
Graças à sua característica anfipática, os fosfolipídeos são fundamentais para a
estruturação das membranas celulares e também têm a função de emulsificantes;
ligam-se simultaneamente a substâncias polares e apolares e agem, ainda, como
surfactantes, reduzindo a tensão superficial da água.
17
17
UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
Glicerofosfolipídeos (Fosfoglicerídeos)
São moléculas que apresentam um glicerol ligado a dois ácidos graxos, um álcool
e um fosfato. Tem importante papel na constituição das membranas celulares.
De acordo com o álcool esterificado ao grupo fosfato, ocorre a classificação dos
glicerofosfolipídeos. Entre eles, podemos citar a lecitina (fosfatidilcolina), a cefalina
(fosfatidiletanolamina), o fosfatidilglicerol e a fosfatidilserina.
Esfingomielinas
Essas moléculas deferenciam-se dos fosfoglicerídeos, pois apresentam, no lugar
do glicerol, uma esfingosina (aminoálcool). Por consequência, essas moléculas
também são denominadas de esfingolipídeos.
Essas moléculas também são encontradas nos vírus, que são organismos
acelulares. Mesmo sendo chamados de ácidos nucleicos, essas moléculas se
encontram em vários locais na célula e não só no núcleo.
NH2 O
C N C N
N C HN C
CH CH
HC C C C
N N H2N N N
H H
Adenina Guanina
Purinas
NH2 O O
C C CH3 C
N CH HN C HN CH
C CH C CH C CH
O N O N O N
H H H
Citosina Timina Uracila
(DNA) (RNA)
Pirimidinas
18
Alguns dos nomes comuns destas bases refletem as circunstâncias da sua descoberta.
A guanina, por exemplo, foi isolada primeiramente no guano (esterco de pássaro), e
a timina foi isolada primeiramente do tecido do timo.
É codificada uma sequência de nucleotídeos no RNA que, por sua vez, codifica
uma sequência de aminoácidos em uma proteína. Assim, dizemos que uma porção
do DNA, que contém informações suficientes para codificar uma proteína, é
chamada de gene. A mais simples das células possui muitos milhares de genes.
A molécula de DNA é uma fita dupla na qual cada uma das bases de uma fita
está pareada com outra da fita paralela. Watson e Crick construíram um modelo
no qual as bases das fitas se ligam por meio de pontes de hidrogênio e sempre
estão pareadas no complexo C com G (Citosina com Guanina) em três pontes de
hidrogênio e A com T (Adenina com Tiamina) em duas pontes de hidrogênio.
19
19
UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
DNA RNA
Extremidade 5’ Extremidade 5’
O- O-
-
O P O O
-
P O
O O
CH2
5’
O A 5’
CH2 O U
H H H H
H H H H
3’ 3’
O H O OH
-
O P O Ligação -
O P O
fosfodiéster
O O
CH2
5’
O T CH2
5’
O G
H H H H
H H H H
3’ 3’
O H O OH
-
O P O -
O P O
O O
5’ CH2
5’
O G CH2
5’
O C 5’
H H H H
3’ H H H H
3’
3’ 3’
O H O OH
-
O P O -
O P O
O O
5’
CH2 O C 5’
CH2 O C
H H H H
H H H H
3’ 3’
O H O OH
-
O P O -
O P O
O O
CH2
5’
O A CH2
5’
O A
H H H H
H H H H
3’ 3’
O H O OH
H H
Extremidade 3’ Extremidade 3’
20
5’ 3’
C G
A T
A T
T A
C G
G C
T A
C G
A T
3’ 5’
Figura 12 – Complementariedade das fitas na dupla hélice de DNA
Podemos observar que as fitas que compõem o DNA não são iguais, mas sim
complementares. Assim, sempre que aparecer uma citosina em uma cadeia, uma
guanina será encontrada na outra; igualmente, quando aparecer uma tiamina em
uma, na outra será encontrada uma adenina.
21
21
UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
22
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Bioquímica: Aula 19 - Lipídios - Propriedades dos ácidos graxos
https://youtu.be/fxCQ_qzDLZU
Introdução à Bioquímica - Aula 7 - Parte 1 - Lipídios e Membranas Biológicas
https://youtu.be/eHpfJAU03ws
Introdução à Bioquímica - Aula 6 - Parte 3 - Estrutura de Proteínas e de Carboidratos
https://youtu.be/WzUdYGWxS2Q
Introdução à Bioquímica - Aula 7 - Parte 2 - Lipídios e Membranas Biológicas
https://youtu.be/MBS0NQnZ1uY
Introdução à Bioquímica - Aula 8 - Parte 2 - Nucleotídeos e Ácidos Nucleicos
https://youtu.be/BRC0CVPySUU
23
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UNIDADE Carboidratos, Lipídeos e Ácidos Nucleicos
Referências
CHAMPE, P. C. Bioquímica ilustrada. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
24
Fundamentos
de Bioquímica
Material Teórico
Metabolismo de Carboidratos
Revisão Textual:
Prof. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Metabolismo de Carboidratos
• Introdução
• Respiração Celular
• Via Glicolítica ou Glicólise
• A Fermentação Láctica
OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Conceituar respiração celular;
··Conhecer e compreender as principais etapas da respiração celular;
··Conhecer e compreender a importância da formação de ATP;
··Conceituar a fermentação;
··Exemplificar empregos tecnológicos da fermentação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Metabolismo de Carboidratos
Introdução
Antes de começarmos a falar de metabolismo de carboidratos, você lembra o
que é metabolismo?
O catabolismo, por sua vez, envolve algumas reações que têm por função
degradar substâncias orgânicas para a obtenção de ATP, ou seja, para conseguir
energia. Diferentemente do anabolismo, o catabolismo atua fornecendo energia
para que importantes atividades possam ser realizadas, tais como movimentação,
respiração, controle da temperatura e ação do nosso sistema nervoso.
Outro termo muito comum que chamamos de metabolismo basal será estudado
em Fisiologia. É uma expressão utilizada para designar a energia mínima disponível
no nosso corpo para que ele funcione adequadamente. Essas reações devem ser
capazes de garantir, por exemplo, o bombeamento de sangue pelo coração, as
atividades normais do sistema nervoso e a respiração.
8
A Molécula de ATP é Sinônimo de Energia na Célula
O trifosfato de adenosina (ATP) é uma molécula encontrada em todos os seres
vivos. O ATP armazena energia química para as atividades básicas das células
(metabolismo celular) e é formado por três grupos fosfato e uma unidade de
adenosina (adenina e ribose).
Quando ocorre a hidrólise do ATP, há a liberação de uma grande quantidade de
energia, quando é quebrado pela adição de uma molécula de água (hidrólise).
Na quebra da molécula, o grupo fosfato é removido, modificando-se a sua estrutura,
passando a se chamar ADP (difosfato de adenosina), ou seja, passa a ter apenas dois
grupos de fosfato. A remoção de um grupo de fosfato na conversão de ATP em ADP,
gera energia para a célula.
A energia fornecida pela quebra do ATP em ADP é constantemente utilizada pela
célula. Quando o fornecimento de ATP passa a ser limitado, há um mecanismo de
reabastecimento, um grupo fosfato é adicionado ao ADP para produzir mais ATP.
Esse processo é denominado de fosforilação oxidativa e ocorre no processo de
respiração celular nas mitocôndrias. A fosforilação oxidativa é uma via metabólica
que utiliza energia liberada na oxidação de nutrientes como a glicose para produzir
trifosfato de adenosina (ATP).
Dessa forma, o ATP é utilizado e gerado ao longo do processo de respiração celular,
tanto na respiração aeróbia, que ocorre na presença de oxigênio, quanto na
respiração anaeróbia e fermentação, que ocorre na ausência de oxigênio.
Respiração Celular
Para fins didáticos, podemos dividir a respiração em duas fases: a anaeróbia,
que compreende a etapa da glicólise, que ocorre sempre na ausência de oxigênio
no citoplasma das células eucariótica e procariótica, e a aeróbia que ocorre na
presença do oxigênio.
A respiração dita aeróbica, além da glicólise, divide-se em mais duas etapas:
o ciclo de Krebs que ocorre na matriz mitocondrial das células eucarióticas e no
citoplasma das células procarióticas, e a cadeia respiratória, que ocorre nas cristas
mitocondriais nas células eucarióticas (aquelas com núcleo organizado e presença
de carioteca) e próximas à face interna da membrana plasmática, nas procarióticas,
como por exemplo, as bactérias.
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UNIDADE Metabolismo de Carboidratos
Importante! Importante!
A glicose está circulante no plasma sanguíneo, que a conduz para todas as células do
corpo e podemos definir a concentração de glicose no sangue como glicemia:
• Altas concentrações de glicose no sangue: hiperglicemia;
• Baixas concentrações de glicose no sangue: hipoglicemia;
• Concentração ideal de glicose no sangue (indivíduo em jejum – 70 a 99mg/dL):
normoglicemia.
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Figura 2
Dessa forma, a glicose que está no sangue precisa entrar na célula para que a
glicólise aconteça.
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UNIDADE Metabolismo de Carboidratos
Como a via glicolítica está presente tanto nos organismos aeróbicos como nos
anaeróbicos, o ácido pirúvico formado no processo de glicólise, com a presença
de oxigênio, é usado na mitocôndria no processo de respiração celular. Caso não
haja oxigênio suficiente, o ácido pirúvico é transformado em ácido lático ou etanol
no processo de fermentação.
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Figura 3 – Esquema gráfico da respiração aeróbica animal
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
Respiração Anaeróbica
Falamos em respiração anaeróbia quando há obtenção de energia a partir de
reações químicas que não apresentam entre seus reagentes o gás oxigênio (O2). É
o caso da fermentação e da glicólise.
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H OH Lactato H H OH
CR CL
Figura 5 – Corte histológico de fibras musculares de contração rápida (CR) e de contração lenta (CL)
Fonte: Wikimedia Commons
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Desde a década de 1920, assumiu-se que, nessas situações de intenso tra-
balho muscular, quando a disponibilidade de oxigênio se torna limitada, há a
formação de ácido láctico num subproduto do catabolismo dos carboidratos no
músculo esquelético.
O ácido láctico por muito tempo foi apontado como a causa da fadiga
muscular e de câimbras após treinamentos intensos. Nos dias atuais, há ainda
muita discussão sobre o tema; na Fisiologia de esportes e em pesquisas recentes,
a fadiga é atribuída às microlesões dos sarcômeros e ao acúmulo de íons H+
liberados da hidrólise do ATP.
Dessa forma, esse tema continua sendo alvo das pesquisas, principalmente na
preparação física de atletas, em esportes.
Vamos citar dois tipos de fermentação para exemplificar a respiração anaeróbica.
Como já dito, a fermentação ocorre na ausência do gás oxigênio no citoplasma
da célula eucariótica ou procariótica.
No processo de glicólise, a glicose é degradada em substâncias mais simples,
como o ácido lático (fermentação lática) e o álcool etílico (fermentação alcoólica),
originando subprodutos.
Em ambos os processos, há um saldo de apenas duas moléculas de ATP
formadas; os processos possuem o mesmo ponto de partida: o ácido pirúvico
obtido da glicólise.
Podemos citar, ainda, outros tipos de fermentação, como a acética realizada por
Escherichia sp e Acetobacter sp.
A Fermentação Láctica
Na fermentação láctica, a glicose sofre glicólise exatamente como na fermentação
alcoólica; porém, enquanto na fermentação alcoólica o aceptor de hidrogênios é
o próprio aldeído acético, na fermentação láctica o aceptor de hidrogênios é o
próprio ácido pirúvico, que se converte em ácido láctico. Essa diferença acaba
marcando a fermentação lática por não ocorrer a liberação de CO2.
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A Fermentação Alcoólica
As leveduras e algumas bactérias fermentam açucares, produzindo álcool etílico
e gás carbônico (CO2), processo denominado fermentação alcoólica.
A fermentação alcoólica é realizada por vários tipos de micro-organismos, mas
há um que se destaca, os chamados “fungos de cerveja”, da espécie Saccharomyces
cerevisiae. Esses organismos acompanham a evolução do homem, que utiliza os
dois subprodutos da fermentação há milhares de anos: o álcool etílico, empregado
na fabricação de bebidas alcoólicas (vinhos, cervejas, cachaças etc.), e o gás
carbônico, importante na fabricação do pão, um dos mais tradicionais alimentos
da Humanidade.
Nos dias atuais, tem-se utilizado esses fungos para a produção industrial de
álcool combustível, outro setor que utiliza o processo de fermentação na produção
de combustível ecologicamente limpo e renovável.
Por esses e outros motivos, as pesquisas envolvendo o processo de fermentação
e as espécies envolvidas sempre despertam o interesse da comunidade científica
e de vários setores da indústria, seja alimentícia ou na produção de etanol como
combustível renovável movimentando grandes somas na área econômica e
alavancando progressos no setor de Biotecnologia aplicada.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Via Glicolítica ou Glicólise
https://goo.gl/dRNYv9
Vídeos
Processo Industrial de Açúcar e Etanol
https://youtu.be/Ghr98yLVoiY
Pesquisa Estuda o Uso de Microrganismos na Produção de Biocombustível no Brasil
https://youtu.be/yw9NOhVIssE
Experimento de Biologia- Fermentação Alcoólica Realizada pelo Fungo Saccharomyces Cervisiae
https://youtu.be/oy_kD3GMy8s
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Referências
CHAMPE, P. C. Bioquímica ilustrada. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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