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Fenomenologia

da Religião
Material Teórico
A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Me. Fernando Ripoli

Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha
A Fenomenologia da Religião
e a Experiência Religiosa

• Considerações Iniciais;
• A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa;
• O Humano e a Experiência Religiosa;
• A Experiência Religiosa;
• O Sagrado e o Profano;
• A Crítica da Fenomenologia da Religião;
• Considerações Finais;
• Material Complementar.

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer algumas importantes peculiaridades da fenomenologia da
religião através da análise dos textos selecionados, como: o humano e
a experiência religiosa; a experiência religiosa; o sagrado e o profano;
e a crítica da fenomenologia da religião. Teremos acesso a algumas das
mais significativas contribuições que a fenomenologia da religião tem
dado aos estudos filosóficos desde meados do século XIX;
· Aprender de maneira introdutória quais os objetivos dos métodos da
fenomenologia da religião que privilegiam a visão filosófica;
· Aprender a ler a temática da fenomenologia da religião como uma
parte importante da história da filosofia e do pensamento nos sécu-
los XIX e XX;
· Adquirir com competência a disciplina para trabalhar com instrumen-
tos de pesquisa atuais, para contribuir com o desenvolvimento do co-
nhecimento acadêmico de nossa área durante e depois do curso;
· Posicionar diante dos atuais temas de interesse ligados à fenome-
nologia da religião, com os quais se ocupam hoje acadêmicos de
diversas áreas do conhecimento. Espera-se que os(as) alunos(as) va-
lorizem a liberdade de leitura, de interpretação da fenomenologia
da religião, para que se desenvolva uma relação mais aberta com a
fenomenologia da religião e se amplie também o respeito aos dife-
rentes leitores e pesquisadores da temática em estudo.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa

Considerações Iniciais
Seja bem-vindo(a) a esta Unidade, disponibilizada para você em ambiente virtu-
al, na modalidade Educação a Distância; você encontrará um panorama geral das
pesquisas realizadas, tendo por temática a religião e a experiência religiosa.

Você terá a oportunidade de refletir sobre alguns aspectos da obra de autores


que são essenciais no estudo, os quais exercem grande influência até os dias de
hoje nas novas gerações de pesquisadores. Estudaremos essas reflexões e veremos
as bases metodológicas, assim como diferentes contribuições e análises das rela-
ções históricas entre o desenvolvimento do humano, da religiosidade, da experi-
ência religiosa, e em Eliade, em Croatto e outros autores analisaremos alguns dos
conceitos fundamentais elaborados na reflexão sobre os mitos e as relações entre
o sagrado e o profano.

Esperamos que você possa, ao final desta Unidade, prosseguir aprofundando


seus estudos na área, e seguiremos avante para a próxima unidade.

Bom estudo!

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A Fenomenologia da Religião
e a Experiência Religiosa
Estudando Croatto, em seu livro As linguagens da experiência religiosa, em
uma introdução à fenomenologia da religião, o autor nos diz que a aproximação
fenomenológica é particular, mas necessária para enriquecer os outros acessos,
pois evita os desvios causados por uma compreensão insuficiente da experiência
religiosa e de suas manifestações ou linguagens (CROATTO, 2010, p. 17).
Croatto ainda afirma que o vocábulo “fenomenologia” expressa exatamente o
que não é: falta uma palavra como “eidologia” (retomando Husserl); por fim, a
fenomenologia parte necessariamente dos fenômenos religiosos (fatos, testemunhos,
documentos), contudo explora especificamente seu sentido, sua significação para
o ser humano específico que expressou ou expressa esses mesmos fenômenos
religiosos. Para o autor, quando falamos de experiência religiosa consideramos que
toda a vivência humana é relacional (com os demais seres humanos/com o mundo),
a vivência religiosa é igualmente relacional e até mais, pois relaciona também a
realidade humana com o transcendente. Para ele, essa nova relação é específica,
e também se verá que é irredutível; considerando-se que a experiência religiosa
continua humana, seu resultado será limitado à realidade (não na aspiração) e,
por isso, será sempre objeto de um desejo e de uma busca incessantes, sem fim
(CROATTO, 2010, p. 25, 44-45).
No entanto, o ser humano religioso é aquele que, em sua atitude e no seu com-
portamento, vive a ação daquela força transcendente, manifestada nas coisas ou
em determinados seres (CROATTO, 2010, p. 53).

O Humano e a Experiência Religiosa


Para Karl Rahner o ser humano encontra-se já em um “mundo” quando
começa a tomar sobre si a responsabilidade pela sua própria existência.
Esse mundo não é um mundo de “fatos”, pela simples razão de que os
“fatos” são sempre “fatos analisados”, quer dizer, construídos com base
em visões e ideias. [...]

Origens humanas segundo Harry L. Shapiro1


Shapiro informa-nos que numerosas tentativas foram feitas para se identificar
no homem suas características especificamente humanas. Este tem sido diferencia-
do dos outros animais pela postura ereta e pelo cérebro altamente desenvolvido,

1. SHAPIRO, Harry L. Homem, cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1956.

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UNIDADE A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa

tem também sido destacado como a criatura que ri, que fala ou que pensa, a criatu-
ra que possui cultura2. É importante saber que em qualquer apreciação da biologia
humana há um fator que surge único e é o efeito da cultura humana sobre o de-
senvolvimento biológico do homem. Nenhuma outra criatura criou para si mesma
nada que a ela se assemelhe. Em certo sentido, é uma nova dimensão – um novo
meio ambiente – ao qual o homem tem que se adaptar à medida que o cria. No
entanto, estamos ainda no limiar de uma verdadeira compreensão de seu enorme
significado (SHAPIRO, 1956, p. 30 e 49).

A pessoa
O professor Dr. Juvenal Savian Filho nos faz compreender que, precisamente,
para entender os seres humanos em função de seu modo próprio de ser, muitos
filósofos empregaram o termo pessoa para significar que se os seres humanos já se
distinguem entre os animais, também os indivíduos humanos se distinguem entre si
no interior da espécie humana e por isso, indivíduo é todo membro de uma espécie,
portanto cada mineral, cada planta e cada animal irracional é um indivíduo; vê-se que
eles não são meros indivíduos dentro da espécie humana, porque eles se mostram
capazes de viver de modo inteiramente singular aquilo que recebem da espécie.
Nos estudos do autor, cada indivíduo humano tem um modo único de ser, dando
uma coloração própria aos condicionamentos físicos, biológicos e sociais de seu
grupo e, por isso, o conceito de pessoa indica, então, o indivíduo humano como
um ser singular que concretiza, de modo irrepetível, tudo aquilo que tem em co-
mum com seus companheiros de espécie (SAVIAN FILHO, 2016, p. 239).

A constituição do sujeito segundo Rui Josgrilberg3


Podemos conceituar alguns pontos principais quando nos referimos à constituição
desse sujeito, e Josgrilberg, com uma boa compreensão do significado dessa cons-
tituição e de algumas palavras como eu, sujeito, subjetividade e pessoa, deixa claras
as diferenças de como se constitui o sujeito, e nessa mesma constituição (dentro
dela) há a autonomia, a subjetividade, a responsabilidade e a liberdade. Partindo-se
desse pressuposto, o que se vê é o “ser sujeito”, a sua manifestação e interpretação,
obtendo-se, assim, uma resposta por Husserl, que destaca uma explicação prévia,
filosófica ou até mesmo científica.
No entanto, é importante saber que a nossa experiência humana não é vista como
confinada aos processos definidos como natureza, nem a vida humana pode ser
confinada à fisiologia; entende-se, então, que somos também parte nesse contexto
cultura e sociedade (abrangência do ser humano), no que tange à constituição do
sujeito, e que sem o outro não somos nada, partindo de nossos relacionamentos
com os outros.

2. Entretanto, cultura é algo mais do que um conjunto de formas isoladas de comportamento. É a soma total, integrada,
das características de comportamento aprendido que são manifestas nos membros de uma sociedade e compartilhada
por todas. _______. Que é cultura? In. Homem, cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura,
1956, p. 308.
3. JOSGRILBERG, Rui de Souza. A constituição do sujeito ético. Revista Caminhando, v. 13. n. 21, p. 41-59, jan.-
-mai. 2008.

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Então, outro ponto de suma importância é a ilusão de consciência autônoma
que o sujeito compreende (habitaria em nós desde o início em forma potencial
e natural), defendida por Descartes4, citado por Josgrilberg. A questão também
inserida no texto relata sobre as etapas do desenvolvimento humano e a grande
distância entre o que fomos quando criança e o que somos como adultos, um ponto
muito argumentado por muitos.

O fator central que Josgrilberg aborda é também o deslocamento entre o centro


formador não para o exterior, mas para a correlação entre o que o outro nos apor-
ta e nossa capacidade de responder. O autor do texto deixa evidente o ser pessoa,
ser livre, que transcende o tempo e o espaço; sendo assim, o desenvolvimento está
condicionado à presença de outros.

Entende-se que o eu não é uma substância, o sujeito se forma e se revela na rela-


ção de alteridade, ele é constituído como evento, provém das respostas a outro(a),
ele não é autônomo, essas relações acontecem nas interações humanas, na capa-
cidade narrativa da sua trajetória longa ou curta, como também um envolvimento
de aceitação e ou rejeição no processo de constituição de si mesmo. Muitas nar-
rativas, sejam elas em caráter (literatura), nos ajudam a constituir a consciência de
nós mesmos. Josgrilberg deixa claro que viemos dos outros e geramos outros, seja
fisiologicamente, culturalmente, socialmente, espiritualmente. E que o caminho da
autonomia é paradoxalmente um outro dependente, um caminho para atingir a
autonomia (modo de viver).

Como se constitui esse sujeito ético como um indivíduo que parte da humani-
dade social e reflete-se por ela? O sujeito ético, segundo Josgrilberg, age de modo
geral em relação às possibilidades que tem de sustentar e encarnar valores que são
reconhecidos e hierarquizados, em que os valores são, pois, referências transcen-
dentais necessárias à constituição do sujeito.

Na compreensão e argumentação textual de Josgrilberg, a nossa identidade


cultural já é, ainda que parcialmente e independentemente de nossa vontade, meio
grega e meio judaica, e que quando falamos é a pessoa como um todo que fala
e é a fala ao mesmo tempo de um ego localizado (essência de si mesmo – raízes
transcendentais). Numa perspectiva de um mundo estruturalmente marcado pelo
pecado, pode-se discernir a figura de um modelo social moderno na figura de uma
Máquina Global5. Caracterizam a formação de experiência cristã as forças do an-
tievangelho, antivida, das ações e atitudes éticas para o bem e das ações e atitudes
para o mal (arena do cotidiano e de suas estruturas), o sujeito ético cristão confor-
me a experiência cristã não apenas como indivíduo. Josgrilberg conclui que mito
é uma consciência autônoma por si mesma, sem a participação de outros sujeitos
e da cultura.

4. René Descartes. Quem foi. Descartes foi um importante filósofo, matemático e físico francês do século XVII.
Também fez estudos nas áreas da Epistemologia e Metafísica. Descartes é considerado o pioneiro no pensamento
filosófico moderno. Disponível em: https://goo.gl/am9xRm. Acesso em: 25 abr.2018.
5. “[...] Podendo representar Máquina Global assim: sistema financeiro internacional (mercado, produção, ciência
tecnologia e armas, controle político [...]”. JOSGRILBERG, Rui de Souza. A constituição do sujeito ético. Revista
Caminhando, v. 13, n. .21, p. 41-59, jan.-mai. 2008.

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UNIDADE A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa

Segundo o autor, a tarefa, num contexto geral, é ser sujeito cultural (respeito,
igualdade, valores e direitos) e nunca autônomo nem egocêntrico, pois o sujeito em
sua totalidade plena e significativa é o outro aparecer em sua constituição de sujeito
ético (estrutura, seja ela na análise narrativa e ou interpretativa processual). Daí a
grande importância que abarca a vida, integrando-a.

Como interagem o humano e a experiência religiosa?


Todas as pessoas religiosas interpretam todos os aspectos da vida a mistério
divino, pois quem interage com a experiência religiosa procura trazer consigo efeitos
como paz interior, alegria e consolação, de modo que o mistério divino se torna a
chave da visão religiosa do mundo; a vida humana, por fim, é entendida como um
dom e não apenas como um acontecimento por acaso, que vai além do horizonte
da Física e da História e se complementa com o mistério divino, ao qual ela dá um
rosto, chamando-o de “ser divino”, “Deus” ou outra palavra que aponte para uma
dimensão que supera o horizonte do mundo (SAVIAN FILHO, 2016, p. 308).

A fim de explicitar o que a experiência religiosa parece conter, alguns elementos


podem ser destacados: 1) tudo começa pelo gosto de viver; 2) por sua vez, o gosto
de viver leva a uma abertura aos outros seres, vendo-os como portadores de um
sentido que os torna membros de um grande conjunto; 3) a abertura ao “mundo”
de que tudo o que existe partilha o mesmo horizonte de busca de sentido faz
estabelecer uma relação ou uma comunhão com tudo e todos; 4) a experiência de
uma solidariedade universal leva a perceber valores como o amor, a bondade, a
compaixão, a aceitação das diferenças, a tolerância etc.; 5) no entanto, percebe-se
também que tudo o que existe é incapaz de oferecer um horizonte de satisfação
estável e definitiva, embora se deseje algo com essas características; é então que
tudo o que existe aponta para a dimensão transcendente como possibilidade de
satisfação plena do desejo (desejo este que se revela, ele mesmo, “infinito”). No
entanto, para muitas pessoas, a vivência religiosa equivale a frequentar uma igreja,
um terreiro, uma sinagoga, uma mesquita, um centro, a adoção de normas morais
etc. (SAVIAN FILHO, 2016, p. 308).

Para o autor, talvez elas sequer se questionem sobre o sentido da vida; outras,
ainda, atribuem ao ser divino coisas facilmente explicáveis por recurso às Ciências,
à Psicologia ou mesmo à Filosofia, por isso, em uma perspectiva filosófica, o
mistério divino ou o sentido transcendente é a única possibilidade de identificar uma
experiência religiosa autêntica6 e distingui-la de vivências simplesmente “humanas”
(SAVIAN FILHO, 2016, p. 309).

Com relação ao contexto atual, a responsabilidade das pessoas religiosas (a


religião e a convivência republicana7) é tão grande ou mesmo maior do que a das

6. Autêntica: aquilo que é vivido de modo consciente e com o máximo de esforço para evitar erros e ilusões.
7. Refletir sobre a necessidade de convivência democrática e sobre o papel da religião na construção dessa convivência é
uma tarefa de extrema urgência. Essa convivência inclui, obviamente, o respeito às pessoas religiosas e não religiosas.
Todas têm alguma contribuição a dar para a vida republicana. In: SAVIAN FILHO, Juvenal. Filosofia e filosofias:
existência e sentidos. 1ª edição. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

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não religiosas e se elas se entendem como testemunhas do amor divino, também
devem tomar consciência de que esse mesmo amor não é algo em que todos creem;
e, se nem todos creem, é porque o próprio ser divino não se impõe aos seres
humanos, mas dá liberdade a eles e os respeita. Nenhuma pessoa religiosa pode,
então, interferir na liberdade alheia. Mas, infelizmente, o mundo está repleto de
exemplos de violência religiosa ou violência praticada em nome de Deus (SAVIAN
FILHO, 2016, p. 330).

A experiência religiosa é uma experiência de quê?


Segundo Juvenal Savian Filho (2016, p. 310), ao falar de experiência religiosa,
religião ou experiência de Deus, surge uma dificuldade de grande interesse filosófico:
se o ser divino é um ser transcendente (portanto, impossível de ser percebido por
meio dos cinco sentidos), como justificar que a pessoa religiosa o percebe? Na
verdade, para o autor, a experiência religiosa pode parecer absurda aos olhos dos
filósofos e de outros observadores atentos, todavia dar essa resposta é uma das
tarefas da filosofia da religião. Em discurso, ele enfatiza que alguns pensadores,
inclusive não religiosos, porém interessados na religião como tema filosófico, têm
desenvolvido algumas reflexões que defendem a necessidade de ampliar o conceito
de percepção, fazendo-a ir além da atividade dos cinco sentidos, esse pensamento
se dá porque nas experiências consideradas cotidianas há casos que não podem ser
explicados apenas pelo recurso aos cinco sentidos.

Em resumo, o sentido fundamental da experiência religiosa é a experiência da


pessoa em relação ao ser divino.

A Experiência Religiosa
Aqui podemos iniciar afirmando também que na experiência religiosa há a
chave da linguagem inteira da experiência religiosa, e Croatto nos elucida que é
o símbolo, assim como a experiência da Realidade transcendente (o Mistério ou
qualquer que seja seu nome), o núcleo do fato religioso; o símbolo é, na ordem da
expressão, a linguagem originária e fundante da experiência religiosa, a primeira e
a que alimenta todas as demais (CROATTO, 2010, p. 81).

Croatto afirma que é necessário lembrar, entretanto, como ponto de partida do


estudo do símbolo, que o fim da experiência religiosa é inobjetável. O transcendente
é, por definição, inalcançável, como se a experiência mais profunda do ser humano
fosse inexperimentável (sem tato, insípida). Todavia, o símbolo religioso está
localizado, em primeiro lugar, “entre” o totalmente Outro e o sujeito humano que
o experimenta, daí que não é difícil perceber que as variações infinitas da expressão
simbólica são uma evidência do inesgotável, que é a experiência do sagrado, como
nos coloca o autor (CROATTO, 2010, p. 83).

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UNIDADE A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa

Enfim, para Croatto, a experiência religiosa é receptiva no sentido de que o ser


humano vive nela um momento de transcendência e que a vivência do sagrado é tal,
que a plenitude desfrutada invoca um estado de infinidade e quando em um contexto
religioso configura-se o transcendente em determinadas representações divinas,
estas tomam características que cobrem todos os aspectos da vida (CROATTO,
2010, p. 130).

Para Freitas e Vilela8, no aporte fenomenológico, a espiritualidade é definida


nos moldes em que nos ensina Husserl (1936/2008), voltando-se “exclusivamente
para os homens enquanto pessoas e para sua vida e realizações pessoais, bem
como, correlativamente, para as figuras dessas realizações”. Ora, isso implica
necessariamente a capacidade de reflexão sobre si mesmo, bem como sobre sua
experiência junto ao mundo circundante, tanto no sentido horizontal, na sua relação
com outros homens, como no sentido vertical, na sua abertura a uma dimensão
que o transcende, a qual pode ser caracterizada por ele mesmo como sendo de
âmbito religioso ou não. Ou seja, aquilo que o impulsiona em direção à busca
de sentido pode ou não encontrar resposta no ponto irredutível da experiência
religiosa. Desta perspectiva, a espiritualidade é, portanto, pelo menos do ponto
de vista lógico, uma experiência anterior à da religiosidade, e esta última, por sua
vez, simultaneamente anterior e ou posterior à religião. O conceito de religião fica,
então, reservado para se referir a uma modalidade de resposta compartilhada e que
assume, como aponta Amatuzzi (2001, p. 32),
[...] organização externa, mais ou menos coerente, de crenças, valores,
mitos e ritos que giram em torno de um enfoque da questão do sentido
último, e que frequentemente corresponde à existência histórica de um
corpo social hierarquizado ao qual algumas pessoas dão a sua adesão.

O Sagrado9 e o Profano
Como podemos definir o sagrado? A professora Dra. Marilena Chauí nos
leva a compreender que o sagrado é a experiência da presença de uma potência
sobrenatural que habita algum ser – planta, animal, humano, coisas, ventos, águas,
fogo, e essa potência é tanto um poder que pertence a um determinado ser quanto
algo que ele pode possuir e perder, não ter e adquirir.

O sagrado é a experiência simbólica da diferença entre os seres, da superiori-


dade de alguns sobre outros, do poderio de alguns sobre outros – superioridade
e poder sentidos como espantosos, misteriosos, desejados e temidos. Além disso,

8. FREITAS, Marta Helena de; VILELA, Paula Rey. Leitura fenomenológica da religiosidade: implicações para o
psicodiagnóstico e para a práxis clínica psicológica. Disponível em: https://goo.gl/7xS9J9. Acesso em: 29 abr. 2018.
9. O sagrado é a experiência da presença de uma potência sobrenatural que habita algum ser – planta, animal, humano,
coisas, ventos, águas, fogo. Essa potência é tanto um poder que pertence a determinado ser quanto algo que ele pode
possuir e perder, não ter e adquirir. O sagrado é experiência simbólica da diferença entre os seres, da superioridade e
do poder de alguns sobre outros – sentidos como espantosos, misteriosos, desejados e temidos. In: CHAUÍ, Marilena.
Iniciação à Filosofia. 2ª edição, 3ª reimp. Volume único. São Paulo: Ática, 2016.

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Chauí nos informa que o romper entre o natural e o sobrenatural está com relação
à sacralidade e que mesmo que os seres sagrados sejam naturais, há o sobrenatural,
a força ou a potência para realizar aquilo que os humanos julgam impossível con-
tando apenas com a força e capacidade humanas (CHAUÍ, 2012, p. 231).

Em se tratando de sagrado e história, Mircea Eliade, em seu livro O sagrado e


o profano, afirma que o sagrado manifesta-se sempre como uma realidade inteira-
mente diferente das realidades “naturais” e que o homem toma conhecimento do
sagrado porque este se manifesta, se mostra como algo absolutamente diferente do
profano. Fazendo referência a quando o sagrado se manifesta daí, a fim de indicar-
mos o ato da manifestação do sagrado, propõe-se, então, o termo hierofania10 (a
manifestação do sagrado num objeto qualquer, uma pedra ou uma árvore – e até
na hierofania suprema, que é, para um cristão, a encarnação de Deus em Jesus
Cristo; não existe solução de continuidade), em que na verdade, segundo Eliade,
encontramo-nos diante do mesmo ato misterioso: a manifestação de algo “de or-
dem diferente” – de uma realidade que não pertence ao nosso mundo – em objetos
que fazem parte integrante do nosso mundo “natural”, “profano”.

O homem ocidental moderno experimenta um certo mal-estar diante de inúme-


ras formas de manifestações do sagrado: é difícil para ele aceitar que, para certos
seres humanos, o sagrado possa manifestar-se em pedras ou árvores, mas no caso
do homem das sociedades arcaicas há a tendência para viver o mais possível no
sagrado ou muito perto dos objetos consagrados, por isso há uma compreensão
breve com relação ao sagrado e ao profano, há entre eles a oposição sagrado/pro-
fano, que se traduz muitas vezes como uma oposição entre real e irreal ou pseudo
real (ELIADE, 1992, p. 12-13).

De fato, quando falamos em sagrado não podemos esquecer que a religião, a


religiosidade, a cultura e a experiência com esse sagrado estão sempre envoltas no
homem (o humano) e que todas as culturas existentes possuem vocábulos para ex-
primir o sagrado; assim, por exemplo, em quase todas as culturas, há um guerreiro
cuja força, destreza e invencibilidade são espantosas e é considerado habitado por
uma potência sagrada.

O professor de Filosofia da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) Dr.


Juvenal Savian Filho (2016, p. 314-317), de acordo com a observação de Rudolf
Otto, cita as características comuns ao Sagrado, tal como experiência, nas diferen-
tes religiões, que são:
1. o Sagrado é encontrado como algo que provoca um sentimento do estado
de criatura: quando a pessoa percebe o Sagrado, sente que a vida é
recebida e que nada no mundo é suficiente para explicar esse sentimento;
2. o Sagrado é encontrado como mistério tremendo ou mistério que causa
espanto: ao perceber o Sagrado, a pessoa tem certeza de que está diante
de algo maior do que ela e do que tudo que existe; na contrapartida, essa
experiência faz om que a pessoa tenha noção também de sua pequenez;

10. Aparecimento ou manifestação reveladora do sagrado.

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UNIDADE A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa

3. o Sagrado é encontrado como mistério fascinante: a pessoa não sente


medo diante do Sagrado, mas fascinação, sente-se fortemente atraída por
ele, desejando conhecê-lo;
4. o Sagrado é encontrado como algo que produz uma força ou energia
nova: a pessoa religiosa sente um impulso ou uma vitalidade nova quando
estabelece uma relação com o ser divino.

Dessa perspectiva, entende-se que as diferentes concepções de Deus ou do


mistério divino (os “rostos” dados a ele) são maneiras de interpretar o Sagrado que
se manifesta no horizonte humano. A consciência de que os livros revelados são
apenas expressões do Sagrado é de extrema importância para preservar e garantir
o caráter misterioso do próprio Sagrado; por isso, independentemente do rosto
que se dê ao mistério divino ou a Deus, resta um desafio à filosofia da religião
depois de ter refletido sobre a experiência religiosa: analisar as razões oferecidas
para afirmar que o mistério divino existe.

Chauí nos define o sagrado como aquele que opera o encantamento do mundo,
habitado por forças e poderes admiráveis que agem magicamente, contudo todas as
culturas possuem vocábulos para exprimir o sagrado. Sagrado é, pois, a qualidade
excepcional que um ser possui e que o separa e distingue de todos os outros,
embora, em muitas culturas, todos os seres possuam algo sagrado pelo que se
diferenciam uns dos outros (CHAUÍ, 2016, p. 227).

Para Savian Filho, o filósofo Baruch Espinosa foi certamente o pensador mais
radical na denúncia da religião. Sem, no entanto, negar a existência de Deus,
Espinosa atacou a base mesma da fé religiosa: a crença de que Deus é diferente
do mundo ou da Natureza; um pensador de extrema capacidade de análise que
construiu uma filosofia em que somente era considerado racional aquilo que
pudesse ser demonstrado de modo semelhante aos procedimentos da Matemática.
Enfim, o professor Juvenal Savian Filho relata ainda que Espinosa acredita que
o mundo pode ser explicado por si mesmo, no campo da pura imanência, sem
recurso a nenhuma transcendência. A origem da religião, portanto, será, segundo
Espinosa, o medo ou as emoções tristes que nascem da ignorância humana. Na
direção contrária ao medo e à superstição, o ser humano se torna livre quando
compreende que toda a realidade é divina e que ele mesmo é um modo da essência
infinita. E como modo finito de um ser infinito, o ser humano, pelo conhecimento
racional, pode entender que sua tendência é permanecer no ser ou na existência
(SAVIAN FILHO, 2016, p. 319-320).

Você Sabia? Importante!

De acordo com Ludwig Feuerbach (1804-1872), a religião é uma forma de alienação


que projeta os conceitos do ideal humano de perfeição em um ser supremo. Obras
mais conhecidas: A essência do cristianismo (1841) e Preleções sobre a essência da
religião (1846).

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Na época em que o sagrado estava em toda parte, as pessoas se reuniam para
prestar-lhe culto. Hoje nós podemos observar a tendência para interiorizar o sa-
grado, para achar que ele diz respeito apenas à alma, ou que é aplicado a coisas
“mundanas” que são muito importantes para a pessoa (MULLER, 2004, p. 17).

De acordo com Muller11, porém, nós nos interrogamos o que foi feito do sagra-
do e da experiência do sagrado? Não fomos já trazê-lo do céu há tanto tempo? Não
fizemos dele desde então uma coisa totalmente mundana? E com isto não terminou
ele por perder seu valor e sua importância? O que torna o sagrado tão atraente e
tão digno de respeito é o fato de ele estar subtraído ao nosso acesso. Nós não te-
mos poder sobre ele. Só enquanto estivermos lembrados disto é que o sagrado há
de produzir o efeito que nós esperamos e, por isso, o sagrado tem que permanecer
fora de nosso alcance, então, do contrário, ele virá ao nosso encontro em nosso
próprio nível. Ainda segundo o autor, nós temos necessidade de olhar o sagrado de
baixo para cima, de poder nos ajoelhar diante dele, enfim, o sagrado sempre é um
mistério e assim deve permanecer (MULLER, 2004, p. 19-21).

Segundo Muller, na experiência do sagrado entra-se em contato com um mundo


que não se conhece a não ser através da imaginação, como em relação a descer
ao mais profundo de si para entrar em contato com sua base primordial, jamais
há de se vê-lo – pelo menos enquanto se estiver vivo - e jamais há de se tocá-lo,
no entanto ele existe e é a nossa base mais fundamental, onde se torna possível
para nós experimentar o encontro entre o presente e a eternidade. Muitas histórias
de vocação de profetas do Antigo Testamento podem servir de exemplo e elas se
baseiam na experiência do ser tocado pelo sagrado (MULLER, 2004. p. 25-43).

Um exemplo claro de ser tocado pelo sagrado é também a anunciação do anjo


a Maria: “Eis que conceberás em teu seio e darás à luz um filho e lhe porás o nome
de Jesus” (Lc 1,31), que pode ser entendida como o momento em que Maria foi
tocada pela experiência do sagrado e na presença do sagrado que a ela se dirige,
na experiência de ser tocada pelo sagrado, ela encontra a certeza do que já ante-
via, o que nela existe de mais profundo fala da experiência do sagrado (MULLER,
2004, p. 44-45).

Para Benedito Savio Cardoso Ramos12, o filósofo Mircea Eliade busca pensar a
questão do sagrado e do profano sob o ponto de vista da espacialidade (o espaço
do sagrado) e, em seguida, do ponto de vista da temporalidade (o tempo do sa-
grado). Com esse foco, o autor efetua uma configuração da simbologia buscando
compreender, de um modo mais profundo, o comportamento do homo religious
(homem religioso), assim como seu universo mental e, por isso, sabe-se ainda que
o termo sagrado quer dizer tudo aquilo que é concernente às coisas divinas, à
religião, aos ritos ou ao culto, ou seja, o que é sacro, santo, profundamente res-
peitável, venerável. Já o termo profano faz referência ao que é não pertencente à
religião ou, ainda, ao que é contrário ao respeito devido a coisas sagradas.

11. MULLER, Wunibald. Deixar-se tocar pelo sagrado. Petrópolis: Vozes, 2004.
12. RAMOS, Benedito Savio Cardoso. O sagrado e o profano em Antônio Poteiro. Disponível em:
https://goo.gl/d5vQxq. Acesso em: 28 abr. 2018.

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UNIDADE A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa

A Crítica da Fenomenologia da Religião


De acordo com Klaus Hock13, a fenomenologia da religião pode ser definida em
três correntes da pesquisa fenomenológico-religiosa, que são: a Fenomenologia da
Religião Descritiva, que descreve e classifica fenômenos individuais; a Fenomeno-
logia da Religião Tipológica, que pesquisa grupos inter-relacionados de fenômenos
em cuja base podem ser distintos e categorizados diferentes tipos de religiões; e a
pesquisa da Religião Fenomenológica, em que, para o autor, há um sentido mais
estrito que analisa a essência, a estrutura e o significado de fenômenos religiosos.

Para ele, essa sistematização conforme tipos ideais permite um primeiro or-
denamento, mas é apenas parcialmente adequada para a grande diversidade das
correntes de pesquisa da Fenomenologia da Religião (HOCK, 2010, p. 72).

Passos e Usarski apresentam-nos que a partir do relacionamento crítico entre


Rudolf Otto e Gerard van der Leeuw são apresentados os pontos de maior incidên-
cia das estruturas epistemológicas consolidadas, que determinam a generalização
teórica e metodológica da Fenomenologia da Religião e, por isso, há o que dizem
os autores, as venturas e desventuras. Outra discussão importante está em Maria
das Dores Campos Machado, que apresenta o desafio de interpretar o fenômeno
religioso e suas consequências para a vida social; é um fato importante saber que
há uma referência tão grande nesse quesito.

Vale ressaltar que os aspectos simbólicos envolvem a construção do fato religio-


so no interior das sociedades humanas e, por fim, que o universo simbólico é visto
como elemento fundamental das comunicações e das trocas. Assim, o simbolismo
da experiência corporal se faz descobrir.

Por fim, ambos apresentam algo de importância que também será visto na
próxima Unidade, principalmente no que tange à fenomenologia hermenêutica.
Símbolos e mitos são mostrados, na perspectiva da fenomenologia hermenêutica,
como uma perspectiva que compreende a religião a partir de dentro, constituindo-
-se como pressuposto dos métodos, que, como a Semiótica, interpretam os textos
a partir de sua estrutura linguística.

13. HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. São Paulo: Loyola, 2010.

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Considerações Finais
Para Croatto, o pensamento humano mais antigo estava presente na linguagem
religiosa (mitos, rituais, orações, relatos históricos, linguagem sapiencial, etc.), na
qual o homo religiosus fala de sua origem e destino, de seu lugar no cosmo, do
sentido da vida e suas vicissitudes, do mundo e das coisas.

Por isso nos deparamos com interpretações, experiências, fatos, conceitos,


representações, ciclos, divindades e com a figura de um mediador, como a literatura,
daí é necessário levar em consideração todos esses fatores na constituição do
fenômeno, do humano, na constituição do sujeito, das culturas, das tradições.
Enfim, essas relações são coerentes e importantes para se fazer uma leitura como
a que estudamos nessa aula 3 e à qual se dará sequência na aula 4, em que a
fenomenologia da religião pode ter inferência com a hermenêutica, um fato
também importante de estudo.

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UNIDADE A Fenomenologia da Religião e a Experiência Religiosa

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
As linguagens da experiência religiosa: uma introdução à fenomenologia da religião
CROATTO, José Severino. As linguagens da experiência religiosa: uma introdução
à fenomenologia da religião. 3ª edição. São Paulo: Paulinas, 2010.
O sagrado e o profano
ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. 1ª ed. São Paulo: Martins Fontes. 1992.
Compêndio de Ciência da Religião
PASSOS, João Décio; USARSKI, Frank. (Org.). Compêndio de Ciência da Religião.
São Paulo: Paulinas, Paulus, 2013.
Filosofia e filosofias: existência e sentidos
SAVIAN FILHO, Juvenal. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. 1ª edição.
Volume único. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

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Referências
AMATUZZI, M. M. Esboço de teoria do desenvolvimento religioso. Em PAIVA, J.
G. (Org.). Entre necessidade e desejo: diálogos da psicologia com a religião. São
Paulo: Loyola, 2001 p. 25-51.

CROATTO, José Severino. As linguagens da experiência religiosa: uma intro-


dução à fenomenologia da religião. 3ª edição. São Paulo: Paulinas, 2010.

ELIADE, Mircea. O sagrado e o profano. 1ª ed. São Paulo: Martins Fontes. 1992.

FREITAS, Marta Helena de; VILELA, Paula Rey. Leitura fenomenológica da


religiosidade: implicações para o psicodiagnóstico e para a práxis clínica psicoló-
gica. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pi-
d=S1809-68672017000100011> Acesso em: 29 abr. 2018.

HOCK, Klaus. Introdução à Ciência da Religião. São Paulo: Loyola, 2010.

JOSGRILBERG, Rui de Souza. A constituição do sujeito ético. Revista Cami-


nhando, v. 13. n. 21, p. 41-59, jan.-mai. 2008.

MULLER, Wunibald. Deixar-se tocar pelo sagrado. Petrópolis: Vozes, 2004.

PASSOS, João Décio; USARSKI, Frank. (Org.). Compêndio de Ciência da Reli-


gião. São Paulo: Paulinas, Paulus, 2013. 703 p. ISBN: 978-85-356-3576-8.

RAMOS, Benedito Savio Cardoso. O sagrado e o profano em Antônio Poteiro.


Disponível em: <http://tede2.pucgoias.edu.br:8080/bitstream/tede/2263/1/
Benedito%20Savio%20Cardoso%20Ramos.pdf>. Acesso em: 28 abr. 2018.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro. 6ª imp. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

SAVIAN FILHO, Juvenal. Filosofia e filosofias: existência e sentidos. 1ª edição.


Volume único. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.

SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. 23ª ed. rev. e atual.


1ª reimp. São Paulo: Cortez, 2000.

SHAPIRO, Harry L. Homem, cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fundo


de Cultura, 1956.

SHAPIRO, Harry L. Homem cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Editora Fundo


de Cultura, 1956.

SEVERINO, Antônio J. Metodologia do trabalho científico. 23. ed.rev. e atual.


1º.reimp. São Paulo: Cortez, 2000.

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