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SOCIOANTROPOLÓGICOS
Ficha Catalográfica
Estudos Socioantropológicos
São Paulo
2019
FICHA TÉCNICA
Prof. José Fernando Pinto da Costa
Presidência da Mantenedora
Car@ Alun@,
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UM OLHAR SOBRE A TRAJETÓRIA DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................... 7
2. DE ONDE VIERAM AS CIÊNCIAS SOCIAIS? ........................................................... 7
3. DEFINIÇÃO ANTROPOLÓGICA DE CULTURA ...................................................... 11
4. REVISÃO DA AULA ................................................................................................ 14
5. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 15
AULA 1
UM OLHAR SOBRE A
TRAJETÓRIA DAS CIÊNCIAS
SOCIAIS
Perceber as condições históricas que acarretaram o surgimento
das ciências sociais;
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1. INTRODUÇÃO
Nesta primeira aula você terá uma breve abordagem da importância dos Estudos
Socioantropológicos, destacando alguns aspectos como a necessidade de o ser humano
tentar compreender o seu meio, o contexto histórico da origem da sociologia e da
antropologia como ciências, os diversos paradigmas científicos existentes, bem como os
métodos de análise de seus objetos, os quais apresentam visões destoantes sobre o que é
cultura.
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origem animal, vegetal e mineral. Daí surgiram as primeiras tentativas consolidadas de
compreensão do mundo: os mitos.
FIQUE ATENTO
O mito representa uma visão coletiva que possui uma função para o grupo
que o criou, gerando a aceitação por parte dos seus membros e fortalecendo
os laços de identidade social.
No Egito Antigo, os faraós representavam a existência terrena dos deuses,
como Anúbis, Hórus e Ísis, divindades que sempre apresentavam qualidades
humanas: erravam, envelheciam, alimentavam-se, tinham sentimentos e até
poderiam morrer. Essas qualidades tornavam as divindades mais próximas
dos homens, fazendo com que o seu culto aumentasse a unidade do grupo.
EXEMPLIFICANDO
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Desde então, o pensamento humano foi alargando seus limites, criando teorias,
afirmando hipóteses, construindo novos campos do saber e gerando as condições
necessárias para o surgimento de outra forma de análise do mundo: a ciência.
FIQUE ATENTO
A maneira de governar e agir na política era uma antes da Revolução Francesa de 1789.
Após a afirmação dos ideais de “liberdade, igualdade e fraternidade” do movimento
revolucionário, emergiu, em muitas partes do mundo, um novo modo de governar,
influenciando inclusive a campanha abolicionista nas Américas, a emancipação política de
países que viviam em regimes coloniais, como Brasil e EUA, além de espalhar a ideia de
ruptura com antigas monarquias para o estabelecimento de repúblicas soberanas.
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socialmente a coletividade, ocasionando o aparecimento de problemas sociais como
desemprego, violência, criminalidade, epidemias, prostituição, entre tantos outros.
A sociologia é a ciência que tem como objeto o estudo das relações sociais e do modo
como os indivíduos se associam, levando em conta as interações que constituem a vida
social. Assim, essa ciência estuda os grupos humanos e os fatos sociais que os envolvem; a
forma como ocorre a divisão da sociedade em classes, camadas e estamentos; os
mecanismos de mobilidade social; e o modo como se dão os processos de competição,
cooperação e conflito.
No entanto, foi com Émile Durkheim (1858-1917) que a sociologia passou a ter um
caráter científico mais sistemático, estabelecendo as bases metodológicas da pesquisa
nessa área, em seu livro As regras do método sociológico.
Para Durkheim os fatos sociais possuem características diferentes dos demais fatos
da vida humana – como os fatos psicológicos – e por isso devem ser estudados de forma
particular, através de métodos próprios. Desse modo, a sociologia nasceria da necessidade
de adequação metodológica ao estudo dos fatos sociais e suas características singulares:
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Exterioridade: o fato social existe de forma independente, exterior à vontade dos
indivíduos sendo necessariamente acatado pelos que habitam aquela
coletividade.
Coercitividade: os indivíduos são pressionados a seguir a ação do grupo, sofrendo
consequências em caso de não aceitação dos códigos estabelecidos.
EXEMPLIFICANDO
Outra área das ciências sociais, surgida na mesma e que também merece ser
pontuada, é a Antropologia, ciência voltada ao estudo dos aspectos sociais que envolvem a
organização das famílias, os rituais religiosos, as festas populares, as “tribos” urbanas, entre
outros aspectos da vida cultural desenvolvida pelos homens em seus territórios.
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SAIBA MAIS
O termo ”cultura”, que sem dúvida é um dos conceitos mais estudados na antropologia,
vem do latim colere (cultivar) usado no sentido do cultivo da terra. Contudo, dentro das
ciências humanas, a antropologia precisa estar sempre aberta à possibilidade de novas
interpretações, de acordo com as inclinações teóricas de cada autor e de seu contexto
histórico-social. Por isso a palavra “cultura” pode conter vários significados. Você verá, a
seguir, um pequeno conjunto de definições de “cultura”, a partir de dois dos principais
pensadores da área: Edward Burnett Tylor (1832-1917) e Franz Boas (1858-1942).
FIQUE ATENTO
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Essa ideia de estágios evolutivos diferentes para cada povo é fruto do contexto em
que Tylor viveu (Europa do século XIX), no qual as ciências humanas trabalhavam para
justificar a ideia de hierarquia entre os povos, considerando-os a partir de critérios de
civilidade. Esse pressuposto, evidentemente, situava os europeus no topo do que poderia ser
considerado civilizado, em razão do grau de industrialização atingido.
Dessa forma fica fácil entender que o pensar antropológico envolve arbitrariedades
que dizem respeito à natureza do próprio cientista. Por mais que o cientista busque isenção
em sua observação dos processos culturais de um povo diferente do seu, ele
necessariamente registra seus dados tendo como base seu próprio contexto histórico-social.
Se para Tylor a compreensão da cultura, antropologicamente falando, tinha caráter
universalista, para Boas tal compreensão deveria se basear em um caráter particularista.
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SAIBA MAIS
4. REVISÃO DA AULA
Nesta primeira aula você viu que o ser humano sempre se propôs a compreender o
mundo, suas características e, quando possível, interferir no meio em que vive. Passou pelas
diferentes formas de interpretação da existência humana, que vão do mito à ciência,
contemplando ainda a filosofia e as religiões.
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5. REFERÊNCIAS
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16 ed. São Paulo: Brasiliense (Primeiros Passos,
110), 2006.
SANTOS, Rafael José dos. Antropologia para quem não vai ser antropólogo. Porto Alegre:
Tomo Editorial, 2005.
SIQUEIRA, Euler David. Antropologia: uma introdução. Sistema Universidade Aberta do Brasil.
Disponível em:
https://admpub.files.wordpress.com/2013/06/antropologia_completo_revisado.pdf Último
acesso: 14 jun. 2018.
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