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AUTORIA
Simone da Silva Viana
Piterson Balmat Gonçalves
Bem vindo(a)!
Bons estudos!
Sumário
Essa disciplina é composta por 3 unidades, antes de prosseguir é necessário que
você leia a apresentação e assista ao vídeo de boas vindas. Ao termino da quarta da
unidade, assista ao vídeo de considerações nais.
Unidade 1 Unidade 2
Filoso a da Educação e seus Teoria Geral da Educação
pressupostos
Unidade 3
Teorias sobre educação
Filoso a da Educação e seus
pressupostos
AUTORIA
Simone da Silva Viana
Piterson Balmat Gonçalves
Sumário
Introdução
1 - Conceitos
Introdução
Caro aluno, atualmente, no cenário educacional, é muito pertinente compreender os
conceitos básicos sobre os temas relacionados à Filoso a da Educação, desenvolvendo
habilidades de análise crítica a respeito das concepções da educação ao longo da
História e sobre as contribuições do saber losó co para a educação contemporânea.
Os conteúdos abordados nesta unidade contribuirão para sua busca por novas
possibilidades e saberes necessários à práxis educativa. Nesse sentido, essa leitura
requer maior dedicação, mas as re exões que os textos suscitam recompensará seus
esforços. Aproveite todas as dicas de leitura, as re exões, os materiais complementares
e o infográ co. Bons estudos!
Conceitos
A loso a surge quando o pensar é posto em causa, tornando-se o objeto de uma
re exão. A maneira como será feita essa re exão estará em conformidade com a
orientação do lósofo e de suas tendências históricas, de acordo com o contexto
histórico vivenciado pelo homem na sua ação sobre o mundo a sua volta.
Podemos dizer que a loso a exige coragem para enfrentar as ordens e regras
estabelecidas pelo poder vigente: é saber para transformar. Por isso a importância de
estudar e compreender as contribuições da loso a na educação, exercendo
interdisciplinaridade na busca por novas concepções e saberes.
Saber cientí co: a ciência era de nida como o conhecimento de caráter racional,
sistemático e seguro, capaz de tornar o mundo compreensível. Ao longo da História,
inúmeras teorias cientí cas foram repensadas, substituídas ou modi cadas por outras.
E o saber cientí co delimitou-se a problemas a serem analisados e estudados, de
acordo com a razão. O saber cientí co não se opõe ao saber losó co, ele busca
compreender o estudo do método de investigação cientí ca e a capacidade de
explicar a realidade.
Segundo Cotrim (1987), a estrutura lógica do método cientí co compreende uma série
de etapas, que costumam ser percorridas para a solução de um problema:
1ª - Enunciado de um problema - nessa etapa o cientista deve enunciar
o seu problema com clareza e precisão, e procurar todos os instrumentos
possíveis para tentar resolvê-lo.
2ª - Formulação de hipóteses - o cientista propõe uma resposta possível,
que constitui uma hipótese a ser avaliada na sua investigação. Isso
signi ca que a hipótese é uma resposta não comprovada, que deve ser
“testada” cienti camente.
3ª - Testes experimentais da hipótese - nesta fase, o cientista deve
testar a validade de sua hipótese, procurando investigar a consequência
da solução proposta. Esta investigação deve ser controlada pelo
cientista, para que o fator relevante previsto na hipótese seja
su cientemente destacado na ocorrência do fato-problema.
4ª - Conclusão - é a a rmação dos resultados da pesquisa cientí ca,
con rmando ou corrigindo a hipótese formulada e testada. (COTRIM,
1987, p. 48)
Segundo Teixeira (2000, p. 170), “conforme o tipo de experiência de cada um, será a
loso a de cada um”. É pertinente admitir a Filoso a da Educação como formas de
conceber a loso a e uma pluralidade de sentidos e saberes para ensiná-la. Corbisier
(1986) ressalta a importância de compreender o saber losó co e cientí co:
Os destaques fundamentais das obras positivistas consistem: na lei dos três estados
(Positivo, Metafísico, Teológico), na classi cação das ciências e na reforma intelectual
da sociedade, com a neutralidade e a imparcialidade diante dos fatos. Para os
positivistas, os fatos se explicam por si só, ou seja, eles não precisam de interpretações.
A realidade seria formada por partes isoladas dos fenômenos sociais, oposta à ideia de
integridade e transformação, e não era aceita outra realidade que não fossem os fatos,
que poderiam ser observados e passíveis de veri cação.
Figura 1 - Educação positivista/tradicional
Os principais autores dessa corrente são Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-
1895), no século 19. Os lósofos formularam o pensamento baseado na realidade social
observada por eles, em um contexto de avanço técnico, do aumento da intervenção do
homem sobre a natureza, do progresso e da exploração e do empobrecimento da
classe operária.
Com base no marxismo, aliás, houve uma série de articulações dos direitos sociais
arguidos, em combinação com as vozes que ecoaram dos movimentos sociais
emancipatórios do século 20 e o espírito liberal-democrático do pós-guerra, criando
novas formas socialismo, fundando algumas das maneiras de progressismo social que
in uenciaram largamente a concepção pedagógica, até os dias de hoje. O acento no
caráter transformador da criação por meio do trabalho (enquanto forma possível de
agir para transformar) continua sendo um dos elementos, capaz de gerar uma
educação emancipatória e, em longo prazo, um mundo mais justo.
Também no século 20, entre 1929 e 1969, com a criação da revista Annales, organizada
por Marc Bloch (1866-1944) e Lucien Febvre (1878-1956), surge a concepção Escola dos
Annales, que propõe uma nova perspectiva de pensar a relação passado e presente,
visando identi car e explicar a mudança, e não suprimi-la. Defendia-se uma história
com longa duração, em que se enfatizavam os acontecimentos mais lentos ocorridos
na História da humanidade.
ATENÇÃO
No nal do século XX, uma nova concepção de educação foi de nida: a abordagem
crítica social. Por essa abordagem, o conhecimento se revestia de sentido, libertando o
aluno de formas de dominação interiores e exteriores, superando as condições
opressoras e desumanas da educação.
Para saber mais sobre esse assunto, acesse o link disponível em:
https://www.sieeesp.org.br/uploads/sieeesp/imagens/revista/revista_247.pdf.
Acesso em: 17 ago. 2019.
Atualmente, é pertinente que a escola defenda e lute por uma autonomia losó ca,
política, pedagógica, didática. Para isso, é preciso percorrer um longo caminho de
construção das relações sociais e de uma práxis pedagógica autônoma e crítica,
oportunizando uma nova abordagem na relação entre educação e cidadania, história e
saberes, memórias e vivências.
O saber ser e o saber fazer, na concepção losó ca do processo educativo, passou por
diversas transformações e de nições ao longo da história da humanidade, e por
modelos de educação tradicional, liberal, tecnicista e libertadora. Porém, o fazer
pedagógico, muitas vezes, estava atrelado aos interesses do sistema econômico
vigente. Por isso, é tão importante compreender as práticas educativas e pensar um
novo fazer crítico, que possibilite que os estudantes sejam protagonistas de sua
própria história.
REFLITA
Livro
Teoria Geral da Educação
AUTORIA
Simone da Silva Viana
Piterson Balmat Gonçalves
Sumário
Introdução
4 - Tendências Tecnicistas
Introdução
Olá, prezado estudante! Nesta unidade, vamos analisar quais os principais elementos
que compõem uma possível Teoria Geral da Educação, formando uma pedagogia dos
dias de hoje.
Veremos, além disso, quais os elementos que devem compor uma possível Teoria
Geral da Educação, observando qual o papel do educador nesse processo e como a
epistemologia da educação pode ser organizada para esse m.
Bons estudos!
Formas de Compreensão do
Processo Educacional: da
Metafísica à Concepção Cientí ca
A loso a é, em essência, o ponto de síntese de todas as disciplinas do conhecimento.
É nela que se encontra o questionamento central da validade e necessidade teórica,
ética e estética de um sistema de conhecimento.
A pretensão de toda ciência é ser universal - aliás, tendo sido, por muito tempo, a
busca por encontrar o que é perfeito. Relacionando isso ao que foi exposto nos
parágrafos anteriores, chegamos à conclusão de que quando se investiga a
importância da pedagogia, por exemplo, a loso a entende o seu valor ético para o
conhecimento humano, capaz de criar condições de desenvolvimento para todos em
todos os momentos. A pesquisa em torno de questões a respeito do processo
educacional con rma a necessidade histórica da própria pesquisa, justamente
porque todas as constatações se con rmam perante os valores éticos que a
pressupõem, criando novas condições investigativas, para alimentar um sistema que
se cria e se justi ca constantemente. A cada nova investigação, novas teorias são
criadas, revisando todo o sistema, a partir da coerência da própria pesquisa realizada.
Um dos pontos mais altos de revisão teórica, no que diz respeito à ciência da
educação, foi observar que a busca por princípios ideais e universais acaba sempre
entrando em con ito com a realidade de cada situação particular, que pouco ou nada
tem de ideal. Assim, a pretensão à universalidade do conhecimento humano, que se
remete à estrutura metafísica de entendimento de mundo, acaba por ser
contraditória com as particularidades dos indivíduos.
Percebendo essas condições, até mesmo pela falência da prática educacional - como
ocorreu, durante o século XX, a conclusão dos efeitos nocivos do distanciamento entre
as diversas ciências, fazendo surgir teorias a respeito da multi e interdisciplinaridade -,
de tempos em tempos, novas formas de compreensão de mundo surgiram,
modi cando o método de investigação, os valores que fundam e, por m, as
perguntas que a loso a faz. É assim que educar vai de Deus ao mundo ideal, e do
mundo ideal para aos problemas particulares. É a respeito disso que, agora, vamos
tratar.
REFLITA
Apesar de ter havido modi cações em alguns dos pressupostos, como quando Kant
trata da razão como limite lógico, espacial e temporal em que o homem se situa, a
metafísica continua a ser o pressuposto de toda formação teórica (KANT, 2009, p. 65).
A tendência metafísica começa a perder força a partir do século XVIII, sendo esse
paradigma efetivamente substituído, devido à preocupação concreta trazida pelo
pensamento sociológico do século XIX, reconhecidamente os de Comte, Marx e
Durkheim (MASCARO, 2001, p. 71).
Figura 1 - Lousa
A dialética de Marx está pautada nos problemas reais da sociedades (nas condições
materiais de existência), acentuando a noção de práxis, de vivência cotidiana e
particular dos problemas sociais, e não mais na investigação sobre o que é ideal,
como fundamento para que a teoria se forme, justamente, para a superação desses
problemas particulares. Assim, analisada a condição material de uma sociedade, que,
para ele, se percebe pela sua organização econômica, ou fatores de produção, uma
teoria deve se formar, preocupada em alterar o estado de coisas. Uma vez aplicada a
teoria, surgem novas condições, que precisam ser novamente analisadas por uma
nova teoria, que, em diálogo constante com a realidade material, cria, cada vez mais,
condições de justiça concreta a todos. Por conta disso, a teoria da educação passa a
se preocupar com o processo de conscientização social contra arbitrariedades e
formas de situar, cada um, nas mesmas condições econômicas, políticas, jurídicas e
éticas de todos.
Durkheim, por sua vez, que grande interesse despertou acerca das condições sociais
da educação, compreendia a educação como um fato social concreto e, portanto,
interativo, de maneira que o fenômeno entre educador e educando deveria ser objeto
de análise de diversas investigações particulares. Abandonando a pretensão à
perfeição, a investigação deveria ter o mínimo de participação dos valores do
pesquisador, a m de atingir a compreensão do que é pedagogia. Nas palavras de
Aranha (2006, p. 149):
Nos dias de hoje, uma Teoria Geral da Educação busca dar autonomia cientí ca à
pedagogia, liberando-a de outras disciplinas, como a sociologia e a psicologia, ao
mesmo tempo que agrega em seu bojo alguns elementos dessas e outras disciplinas,
que acabam por enriquecer o seu método. Assim, por mais que a loso a seja
responsável pelas primeiras perguntas que a pedagogia faz, e a sociologia, com seus
métodos, tenha alterado a forma de pesquisa da pedagogia, dando ao objeto desta
ciência preocupações com problemas reais e a possibilitando tornar-se instrumento
de transformação social, sua Teoria Geral é a dona de seus questionamentos,
podendo revisar os seus objetos de análise no momento em que lhe for pertinente.
Nas palavras de Aranha (2006, p. 151):
É dessa maneira, com a sua autonomia cientí ca, que a pedagogia prova a sua
importância, tendo a sua pesquisa caráter dialético entre teoria e prática, devendo
orientar a ação dos indivíduos, justamente para realização de processos de mudança
social. Esse processo procura encontrar novas formas de ação para o homem que se
quer formar, diante de uma sociedade também que se busca reorganizar. Assim,
quem se deve educar, como e onde são educados são os elementos iniciais da
pesquisa pedagógica, que precisam estar integrados entre si, para que realmente
exista pedagogia. Os métodos e os conteúdos ministrados não podem ser utilizados,
assim, de maneira aleatória, devendo existir uma integração teórica, que a Teoria
Geral deve proporcionar.
No caso da realidade brasileira, vemos que, exceto nos casos em que se faz necessária
a graduação em pedagogia, por mais que exista a necessidade de licenciatura para
habilitar ao ensino, o que se veri ca é que não se forma um educador, mas, sim, um
técnico da área. Assim, a pessoa que se dirige à docência carrega consigo muito
pouca coerência teórica, ética ou política, de maneira que métodos de ensino são
aplicados de maneira aleatória, confusa, não existindo uma nalidade clara para o ato
de educar.
Segundo elemento
Um segundo elemento de uma Teoria Geral da Educação reside na maneira pela qual
a sua epistemologia se renova. Mesmo que não exista apenas uma forma de se
pensar o processo pelo qual se realiza o conhecimento, há diversos métodos a serem
utilizados, em maior ou menor grau, a depender da matéria. A química, por exemplo,
privilegia métodos indutivos, e a matemática, processos dedutivos, a pedagogia
precisa responder, sempre, a algumas perguntas que lhe são próprias.
Para tanto, a forma de pensar a pedagogia vem tendendo a uma realidade
interacionista, no sentido de que para o ato de educar não basta apenas a
transmissão, mas se compreende em processos de interação. Nesse ponto, a forma de
se criar métodos de ensino precisa privilegiar a mutualidade, reduzindo a dicotomia
entre educador e educando. Nesse sentido, cabe destacar a análise de Libâneo:
INATISMO
O inatismo pressupõem que existe uma maneira universal de se entender o mundo.
Assim, por mais que cada indivíduo possa pensar livremente, existe uma força natural,
chamada Razão, que organiza a maneira pela qual o mundo deve ser compreendido.
Nessa corrente, podemos destacar dois autores:
EMPIRISMO
O empirismo, ou psicologismo para alguns, é uma forma de realização da teoria do
conhecimento que pressupõe a sensibilidade como fator primordial para a formação
da realidade conhecida. Podemos, nesse sentido, destacar dois autores:
LOCKE (SÉCULO XVII): Locke pensa que o conhecimento, por mais que tome o
sujeito como pressuposto, precisa receber dos objetos formas de sentir o
mundo, que geram a realidade. Desse ponto, o homem re ete as suas próprias
condições e, assim, é capaz de organizar os elementos que o cercam.
COMTE (SÉCULO XIX): Por mais que Comte não seja comumente colocado
dentre os empiristas - sendo mais conhecido como pai do positivismo -, ele é
herdeiro dessa corrente justamente porque coloca na observação e na
experimentação as condições pelas quais o conhecimento pode se formar.
Escolas Tradicional e Nova
A chamada escola tradicional é uma denominação utilizada, comumente, para
designar tendências na maneira de ensinar, adquiridas do século XVI até os dias de
hoje, em que, em suma, se enxerga o educando como uma gura frágil, que
necessita de disciplina para ter uma correta formação.
Com a ruptura da visão inatista e ideal de mundo, a escola tradicional passa por
diversas críticas, que culminam na chamada escola nova e na reforma gradual de
diversos dos seus valores.
É inegável, no entanto, que diversos dos princípios que dirigem a escola tradicional
são imprescindíveis ao estudo e à própria estrutura da pedagogia, motivo pelo qual a
sua importância histórica não se reduz apenas à crítica, mas deve se dirigir também à
análise dos valores que a integram.
A escola nova, por sua vez, parte da crítica da estrutura que a escola tradicional funda,
agregados a fundamentos de inclinação humanizante e igualitária da educação. Sua
crítica concorda com as mudanças na visão de mundo operadas durante todo o
século XIX e nas modi cações da compreensão de mundo, trazidas pela sociologia, de
maneira que saber se torna, essencialmente, saber agir.
A escola nova tem algumas características, podendo ser destacadas algumas delas:
Há uma mudança de paradigma na relação entre aluno e professor.
O aluno passa a ser o principal objeto de preocupação da pedagogia,
de maneira que a sua estrutura antropológica e psicológica começa
a ser estudada. Não se trata mais de ver o estudante como receptor
da tradição, mas de formar o educando, a m de que ele possa ser
um instrumento de transformação social.
Contudo, por conta da sua inspiração liberal, diversas críticas são tecidas à escola
nova, como no que se refere à percepção equivocada de que a instituição escolar e
seu método, por si só, seriam ferramentas de transformação social, sem considerar as
desigualdades sociais e diversos aspectos ideológicos que governam a atuação
estatal na condução desse ensino. A esse respeito, cabe destacar, no Brasil, a teoria
crítico-social dos conteúdos, que in uenciou pensadores como Paulo Freire.
Figura 2 - Educação Contemporânea
SAIBA MAIS
A técnica pode ser compreendida como o aspecto prático e útil de uma ciência.
Dessa maneira, quando toda ciência precisa ser desenvolvida para um m útil, que é
concretizado pela técnica. Como há, na nossa sociedade, a necessidade de constante
de ganhos, justamente por uma hipertro a do comando econômico, utilidade se
confunde com lucro e produção de riquezas.
SAIBA MAIS
CONECTE-SE
Paulo Freire
No vídeo disponível no link a seguir, você tem acesso a uma entrevista
realizada com Paulo Freire, em 1994. O professor fala sobre sua trajetória
pro ssional, seus ideais e contribuições à educação brasileira. Acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=2C518zxDAo0. Acesso em: 16 ago.
2019.
Livro
Livro
Teorias sobre educação
AUTORIA
Simone da Silva Viana
Piterson Balmat Gonçalves
Sumário
Introdução
1 - Teorias Antiautoritárias
2 - Teorias Crítico-Reprodutivista
3 - Teorias Construtivistas
Introdução
Olá, prezado estudante!
Nesta unidade, vamos analisar quais os principais aspectos das teorias a respeito da
educação que mais in uenciam o pensamento pedagógico dos dias de hoje.
Bons estudos!
Teorias Antiautoritárias
Após analisarmos uma possível Teoria Geral da Educação, estudando os aspectos
metafísicos (que buscavam encontrar uma ética da educação), sociológicos e
históricos (principalmente no que se refere à classi cação das escolas tradicional e
nova). Estudaremos as principais teorias constituídas a respeito da educação que se
incorporam e realizam modi cações na dita Teoria Geral, inspiradas em revisões
psicológicas, sociológicas e na própria maneira de se elaborar uma escola da
pedagogia. É dizer, essas teorias tratam de diversos problemas, localizados no bojo
das formas de se pensar a escola, modi cando, no m das contas, a própria maneira
de se ver a Teoria da Educação.
As primeiras das teorias que podem ser citadas, dentro desse contexto, são as
antiautoritárias, que surgem a partir das críticas realizadas à escola tradicional e ao
seu aspecto autoritário. Com elas, noções como a de disciplina e de verticalização do
sistema educacional passaram a ser objeto de re exão, inclusive no que tange à sua
necessidade para a pedagogia.
Nessa corrente, encontram-se autores como Carl Rogers e sua pedagogia que busca
estabelecer uma educação não direcionada, sem conteúdos fechados, levando o
educando a compreender a si mesmo, durante o processo educacional, o que deve se
estabelecer de maneira concomitante. A ideia central do processo de aprendizagem é
a interação entre os alunos, devendo o educador impedir que a relação entre eles se
torne autoritária, sem mando e obediência. Alexander Neill, na mesma tendência não
diretiva, estabelece uma escola baseada em sistemas de autogestão e compreensão
das diversas compulsões vitais de seus alunos, a m de criar condições para a
emancipação.
Figura 1 - Sujeitos da práxis pedagógica
Há, ainda, as tendências teóricas antiautoritárias que visam criar novas formas de
organização social. De nidas, geralmente, como “institucionais”, essas teorias pensam
em criar maneiras de emancipação e igualdade no ambiente escolar, baseando-se,
largamente, em métodos fundados na participação e investigação externa. Dentro
dela, podem ser destacados Célestin Freinet, Michel Lobrot, dentre outros. No Brasil,
José Oiticica foi um dos principais representantes dessa corrente teórica.
SAIBA MAIS
Isso porque o ponto de partida cultural de diferentes classes sociais e o objetivo a que
se visa com essas carreiras impossibilitam, em grande medida, que a reprodução da
educação instrumental para todos seja uma forma de eliminar as barreiras sociais.
Nesse sentido, autores como Bourdieu, Passeron, Althusser, Baudelot e Establet
formulam teorias e alternativas, a m de superar esses entraves.
Para tanto, lançam mão da noção de violência simbólica, que vem a ser uma forma
incorpórea de manipulação, pela perpetuação das estruturas sociais por meio das
ideias que a sociedade comunica. Dentro dessas estruturas, encontram-se a
capacidade de doutrinação política, religiosa, estética e econômica, que limitam a
maneira pela qual a sociedade deve se organizar e se manter.
Por esse motivo, a prática pedagógica, mesmo que busque eliminar barreiras sociais,
não terá sucesso em sua empreitada, a menos que localize o ponto de controle dos
elementos comunicativos existentes.
Sob essa ótica, recomendamos a leitura de um livro que aborda a pedagogia como
uma ciência prática na consolidação de novas implementações para uma efetiva
educação crítica.
Althusser, por sua vez, critica a forma pela qual o sistema educacional gera
aparelhamento ideológico. Ele entende que é a partir da educação que se dividem as
condições materiais de produção da sociedade, que cria a separação de classes e as
desigualdades sociais, uma vez que o engenheiro só é engenheiro porque foi
ensinado, conforme as necessidades da própria sociedade. O ensino acaba sendo a
reprodução dessa divisão, para que a ideologia dominante se perpetue.
Piaget dedicou sua pesquisa na análise dos processos pelos quais a inteligência
humana se constrói. A partir disso, formula sua teoria, destacando fases do
desenvolvimento cognitivo, divididos em quatro etapas. Na primeira, que vai, em
regra, do nascimento aos dois anos, a criança responde a comandos provocados na
sua capacidade motora. Na segunda, que vai dos dois anos aos sete, a criança realiza
processos a partir de sua capacidade de intuir a realidade, criando símbolos. Na
terceira, que vai dos sete aos quatorze anos, a criança passa a gurar condições
concretas do que apreende, referindo o conhecimento à realidade. Na quarta, que se
realiza a partir dos quatorze anos, a inteligência começa a se articular a partir de
deduções daquilo que foi percebido, criando capacidade de associações abstratas a
partir daquilo que é ensinado (ARANHA, 2006, p. 203).
Vygotsky, por outro lado, procura analisar a formação da criança a partir dos
processos de compreensão da linguagem (ARANHA, 2006, p. 205). Contrário às
tendências siologistas de sua época, que eram, em larga medida, direcionadas à
educação. Essas tendências, vale ressaltar, são o fundamento de uma corrente teórica
denominada behaviorismo, que tem por pressuposto realizar análise psicológicas a
partir dos estímulos que os objetos realizam e as respostas que eles representam nos
indivíduos (e também animais).
Em linha distinta, ele elabora uma teoria a respeito dos processos de formação
psíquica baseado no pressuposto de que o movimento histórico altera as capacidades
e as relações dos homens com o seu objeto de conhecimento, assim como na
maneira de conhecê-los. A capacidade de desenvolvimento da aprendizagem, dessa
maneira, se dá pela condição histórica do ser humano, que traz para dentro de si
todos os problemas sociais vividos, assimilando-os conforme as condições em que ele
está inserido.
É dessa forma que ele associa a faculdade de assimilação com a relação entre
pensamento e linguagem, de maneira que, aplicada à realidade, de maneira
instrumental, a linguagem retorna ao emissor da mensagem, para constituir
processos de generalização do conhecimento transmitido.
Essa generalização cria conceitos a partir de dados reais, tendo o seu signi cado
modi cado conforme as determinações históricas em que o indivíduo a pratica. A
relação dialógica, nesse ambiente, adquire um grande grau de importância, pois é
nele que se estabelecem, primordialmente, novas formas de signi cação e
generalização do que se aprende.
Dentre os diversos autores que podem ser citados nessa linha teórica, podem ser
destacados Paulo Freire e Gramsci, em linha também com posições antiautoritárias,
devendo ser traçados alguns comentários a respeito de Snyders, a quem é atribuído o
fato de ter usado, pela primeira vez, a expressão pedagogia progressista.
Agora, vamos tratar a respeito das tendências, dentro das teorias apresentadas, para
uma educação do século XXI, representadas na gura a seguir.
Figura 3 - Desa os da sociedade
Informação
No século XXI, veri ca-se uma urgência na busca por sujeitos autônomos para
atenderem à demanda do mercado capitalista na produção do saber, transformando
as dimensões do pensar e da práxis pedagógica e, ao mesmo tempo, valorizando a
educação colaborativa, re exiva e crítica.
Livro
Web
Conclusão
Por m, zemos uma análise das principais correntes teóricas acerca da educação,
culminando em uma proposta sintética dos elementos apresentados. As diversas
correntes teóricas a respeito da educação, desde a antiautoritária até a progressista,
se preocuparam com a educação como um fenômeno multifacetário, não apenas
de forma direta, analisando esse objeto sob diversas perspectivas. Na verdade, cada
corrente, conforme a sua in uência - como a psicologia na corrente construtivista -
acentua um aspecto importante da realidade pedagógica, con rmando a
necessidade da própria Teoria Geral, para unir esses elementos. Assim, foi possível
pensar, de maneira breve, os caminhos de uma pedagogia do século XXI, que não
sirva para solução de problemas sociais, mas que seja uma prática que transforma a
realidade daqueles que dela derivam.