Profª. Malena Clower Aluno: Israel de Mello Ferreira LINDÓRIO, Ronaldo A. CONCEITUANDO A ANTROPOLOGIA. Revista Antropos, vol.3, Ano2, dezembro, 2009. Disponível em: <https://usecerbrum.blob.core.windows.net/educacional/material_aluno_disciplina_pr ofessor/0769d316-f25f-4f9e-807f-35bd0d15d608_040820231927_Artigo.pdf>. Acesso em: 22 set 2023.
A antropologia estuda, em certa escala, o comportamento humano e os
fatores, sob os quais o homem vive, que influenciam e formam esse comportamento. Dessa maneira o autor busca conceituar as três bases de estudo: a própria antropologia, cultura e o homem. Segundo o autor, o homem é a menor célula da composição dessa área de conhecimento, e as teorias antropológicas foram formadas através da observação de culturas, povos, regiões e ambientes. No século XIX, por meio de estudos feitos sem contato direto com os povos, uma linha de pensamento foi elaborada, chamada de evolucionismo unilinear, baseado na evolução cultural do homem em estágios, usando como referência a cultura europeia. Por conta dessa teoria idealista, uma plataforma foi criada para o domínio europeu do novo mundo. Mais tarde uma linha construída sobre a pluralidade de culturas, faz surgir o Relativismo cultural, onde cada cultura deve ser estudada de forma individual, já que são oriundas de histórias diferentes. Esse estudo, em oposição ao inicial, era feito em campo, vivenciando de perto os nuances do grupo estudado. Cada novo movimento questionava e atacava o método anterior, gerando mudanças e expandindo a compreensão do mundo. Estruturalismo, funcionalismo, neoevolucionismo, foram alguns dos métodos que se desenvolveram ao longo dos anos, o último diz que a cultura é passível de evolução através da luta do homem contra a natureza e o domínio desta a fim de assegurar meios de subsistência, segurança e bem-estar. Por fim, na metade do século 20, aparecem duas vertentes da antropologia: simbólica e hermenêuticas; a primeira entende que para entender a cultura é preciso uma análise dos ritos, mitos e outros fatores sociais; o segundo depende da interpretação dos fatores sociais. A ciência que se responsabiliza por estudar os aspectos culturais da humanidade, como a temos hoje, foi formada por anos de estudos e desdobramentos de ideias. Uma dessas ideias surgiu da observação de que por mais semelhantes que os homens sejam, seus hábitos os tornam singulares. Em outras palavras, a aparência e necessidades básicas do ser humano são quase que as mesmas, mas o indivíduo, ou grupo, como sociedade, se diferem uns dos outros por sua história, dialetos, crenças e maneira de interpretar a vida. Por tanto, na formação de uma sociedade há a influência, não só do ambiente em que vivem, mas das ideias que os cercam. Um fato interessante é a possibilidade de, impulsionados pela necessidade, povos distantes e desconhecidos entre si, produzirem ações análogas, ainda que não haja troca de informações. O termo cultura tem duas origens anteriores ao conceito contemporâneo, uma estava ligada aos valores espirituais de um povo e a outra tinha a ver com o desenvolvimento estrutural da nação. O termo, como conhecemos hoje, traz um viés de que a transmissão do conhecimento é fator responsável pela formação da cultura. Com isso, observou-se que dentro de uma mesma região geográfica, havia diferenças entre grupos, por exemplo, a maneira como foram ensinados norteava a área de especialização do grupo. O núcleo e ponto para onde antropologia olha, o homem, é também visto de maneiras diferentes por outras áreas; a sociologia o vê como estritamente social; a psicologia, como ser autoconsciente; a filosofia, como moral e racional e, a teologia como distinto de toda criação por ser espiritual. Ao estudar o homem, percebeu-se que este era capaz de gerar mudanças significativas na cultura local, uma vez que, apesar de possuir necessidades instintivas semelhantes, sua forma de alcançá-las poderia, por algum motivo diferenciar-se ideia cultural ali plantada. Portanto o homem é agente transformador da cultura, o que o fez se tornar a fonte da diversidade cultural em detrimento do ambiente e imposições geográficas. Ao longo dos anos buscou-se compreender a imensa diversidade e pluralidade de culturas entres os povos, analisando-as das mais diversas formas e partindo de várias premissas. Esses estudos levaram os pesquisadores a compreender que cada cultura de diferenciava de acordo com as necessidades dos homens. Assim entende-se que o estudo antropológico passa pelo homem, que é modificar e gerador de cultura, através de sua história, ideias e desenvolvimento relacional.