Você está na página 1de 17

Trabalho individual sobre as Escolas Antropológicas

Desde que a Antropologia surgiu sempre teve problemas de se explicar como


ciência ao mundo científico, mas, ao longo do tempo e da sua história, com
apoio de pensadores e outros intervenientes ela procurou trazer explicações
sobre o seu objecto e sua área do conhecimento.
Em forma de síntese, traga a contribuição das diferentes Escolas ou Teorias
Antropológicas para a afirmação da antropologia como ciência.
Tutora: Ofiço
NB: No máximo 4 páginas.

[05/12, 20:59] my sunflower: Postado por Ailton Sena em 14/10/2020

Os principais paradigmas da investigação em Antropologia

As escolas antropológicas reúnem pensadores que compartilham uma visão acerca do fazer
antropológico. Ao longo do desenvolvimento dessa ciência, muitos pesquisadores se
propuseram a compreender o homem em suas dimensões biológicas, sociais e culturais. E,
nesse processo, foram criados novos paradigmas e formas de entender o processo
investigativo. Cada vez que esses elementos eram alterados, criava-se uma nova escola
antropológica.

Pintura rupestre

Os paradigmas para compreensão das culturas foram alterados ao longo dos


tempos. (Foto: Wikimedia)

Neste artigo, vamos conhecer as escolas antropológicas mais importantes que surgiram
desde o século XIX. Nesse sentido, apontaremos o paradigma que imperava em cada uma
delas e quais foram os principais pensadores que contribuíram para a investigação e
produção do conhecimento.
Principais escolas antropológicas

São quatro as principais escolas antropológicas elencadas pela literatura científica da área.
Elas ficaram conhecidas como Escola Evolucionista, Escola Funcionalista, Escola
Difusionalista e Escola Estruturalista. Vamos saber um pouco mais sobre cada uma delas!

Escola Evolucionista

Essa foi a primeira das escolas antropológicas. Ela tem início no século XIX e é marcada pelo
pensamento dicotômico que divide as sociedades em “primitivas” e “civilizadas”. Os
pensadores que contribuíram para a Escola Evolucionista, de modo geral, defendiam uma
espécie de evolucionismo das sociedades humanas. Segundo essa lógica, as sociedades ditas
primitivas poderiam se tornar civilizadas. Logo, entende-se que existiria uma assimetria
entre os grupos populacionais e uma linha evolutiva que poderia ser seguida por aqueles
que estavam em posições de inferioridade.

Os antropólogos que contribuíram para essa escola realizavam suas análises adotando
métodos comparativos, que poderiam levar em consideração aspectos como parentesco e
religião. Entre os principais representantes dessa escola estão Herbert Spencer, que
escreveu “Princípios de Biologia” (1864), e Edward Burnett Tylor, autor de “A Cultura
Primitiva” (1871).

Escola Funcionalista
Das escolas antropológicas, a Funcionalista é a que vai propor o método clássico de
etnografia e adotar o trabalho de campo para realização das análises (na Escola
Evolucionista, eram os relatos dos viajantes e colonizadores que subsidiavam as
interpretações feitas pelos antropólogos). Além da adoção do trabalho de campo, os
funcionalistas se diferem dos evolucionistas por não conceberem a ideia de hierarquia entre
as sociedades.

Para os antropólogos funcionalistas, cada sociedade possui uma função distinta. Esse seria o
traço que diferenciaria uma das outras, mas sem construir hierarquias. Nessa perspectiva,
ao passo que cada grupo exercesse a sua função, eles contribuíam para um sistema maior,
onde todos as funções se relacionavam. Contribuíram para a Escola Funcionalista Bronislaw
Malinowski, escritor de “Argonautas do Pacífico Ocidental” (1922), e Alfred Radcliffe-Brown,
autor de “Estrutura e função nas sociedades primitivas” (1952).

Escola Difusionalista

A terceira das escolas antropológicas se preocupa em entender as semelhanças existentes


entre grupos culturais geograficamente distantes. Desse modo, seria possível encontrar um
passado comum a essas culturas. Os antropólogos difusionalistas acreditavam que os
objetos e costumes partilhados entre sociedades distantes eram resultado do processo de
imitação e assimilação cultural que aconteciam durante a colonização e negociações que se
estabeleciam entre os povos.

Desse modo, a diversidade cultural seria o resultado dos encontros entre as culturas, que
implicava em difusão de objetos e comportamentos. A Escola Difusionalista teve
representes alemães (Friedrich Ratzel, Léo Frobénius e Fritz Graebner) e britânicos (G. Elliot
Smith e William J. Perry).
Escola Estruturalista

Os antropólogos que integram a Escola Estruturalista buscam identificar as regras


estruturantes da cultura que estão presentes na mente humana. Seus estudos se atêm à
construção dos significados dentro de uma cultura, um processo que envolve inter-relações
entre diferentes elementos ligados à linguagem, sistemas de signos e ao imaginário dos
indivíduos.

Claude Lévi-Strauss, autor de “Tristes Tópicos” (1955), é considerado criador da


antropologia estrutural. Essa escola recebeu ainda contribuições de Ferdinand Saussure,
linguista que colaborou bastante para o desenvolvimento da Semiótica.

Outras escolas antropológicas

Além das escolas antropológicas que destacamos anteriormente, existem outras que
também contribuem para a construção do pensamento nessa ciência. São elas:

Escola Sociológica Francesa - Tem Émile Durkheim como principal representante. Entende
os fenômenos sociais como objetos para estudo socioantropológico;

Culturalismo Norte-Americano – A escola dá ênfase no processo de construção e


identificação dos padrões culturais. Por meio deles, seria possível absorver as leis do
desenvolvimento das culturas. Franz Boas é o principal representante;

Antropologia Interpretativa – Tem a interpretação que os povos nativos fazem de sua


própria cultura como um dos principais temas. O principal representante é Clifford Geertz.
Antropologia Pós-Moderna – Essa escola estabelece uma crítica aos paradigmas teóricos e
de autoridade presentes na antropologia, bem como às relações entre observador e
observado. James Clifford e George Marcus estão entre os principais representantes.

Artigos Relacionados

Relativismo Cultural

O relativismo cultural se opõe ao etnocentrismo e ao positivismo na antropologia. Essa


perspectiva reafirma a singularidade de cada cultura.

Principais Características da Cultura Afro-brasileira

As principais características da cultura afro-brasileira evidenciam as trocas ocorridas entre


os povos europeus, negros e indígenas.

Patrimônio Histórico

O patrimônio histórico de um país pode ser composto por suas praças, prédios, estátuas,
esculturas, ruínas, igrejas ou centro histórico.

Quer estudar

pagando menos?

Com o Educa Mais Brasil você estuda com desconto até o final do curso!

O que deseja estudar?

Graduação

Selecione o curso que deseja estudar:


Curso que deseja estudar

BUSCAR

Fale com o

Educa Mais Brasil

WhatsApp

Seg a Sex: 07h às 21h00

Sábado: 08h às 18h

Siga-nos nasredes sociais

Facebook

Twitter

Youtube

Instagram

Linkedin

Educação

E+B Educação

Programas do Governo

Dicas E+B

O Educa Mais Brasil

Explore

Contato
Instituição

© 2021 Educa Mais Brasil.

Todos os direitos reservados

Utilizamos cookie

[05/12, 21:05] my sunflower: Abrir o menu de navegação

Scribd Logo

Pesquisar

Pesquisar

Pesquisar

As Principais Escolas Antropológicas

Enviado porPaulo Henrique Costa

25%

(4)

25% acharam este documento útil (4 votos)

12K visualizações

4 páginas

Dados do documento

clique para ver informações do documento

Direitos autorais

© Attribution Non-Commercial (BY-NC)


Formatos disponíveis

DOC, PDF, TXT ou leia online no Scribd

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Compartilhe no Facebook, uma nova janela será aberta

Facebook

Compartilhe no Twitter, uma nova janela será aberta

Twitter

Compartilhe no LinkedIn, uma nova janela será aberta

LinkedIn

Compartilhe com e-mail, uma nova janela será aberta

E-mail

Copy Text

Copiar link

Você considera este documento útil?

25%25% acharam este documento útil, Marcar esse documento como útil

75%75% acharam que esse documento não foi útil, Marcar esse documento como não foi
útil

Este conteúdo é inapropriado?Denunciar este documento

Fazer o download agora mesmo


SalvarSalvar As Principais Escolas Antropológicas para ler mais tarde

As Principais Escolas Antropológicas

1)

Evolucionismo;2)

Funcionalismo;3)

Difusionismo;4)

Estruturalismo.

Evolucionismo

Algumas características marcantes do Evolucionismo são:

Ela explica aspectos comuns a todos os povos;

Mostra a sucessão de estágios de desenvolvimento das sociedades;


Ver os hábitos e costumes em termos de sobrevivência histórica;

Explica o aspecto

diacrônico

, ou seja, levando em consideração a variáveltempo.O evolucionismo implica em investigar


dados sociais classificando-os em categoriasdiferentes.É típico do evolucionismo, separar os
fatos do contexto, ou seja, comparar costume comcostume em vez de o costume com o
contexto e, só posteriormente o costume de umasociedade com outra. Assim era feito, os
costumes eram visto como entidades isoladas,e essa separação do contexto que situa o
costume como ilustração crítica de estágios.Os costumes têm sempre uma origem, uma
explicação, mas esta está sempre em buscade evidenciar que tal costume faz parte de um
processo histórico de evolução dassociedades que há de finalizar na sociedade mais
evoluída, no caso, a européia.As sociedades, para o evolucionismo, se desenvolvem de
modo linear e irreversível. Ossistemas então, evoluem do mais simples para o mais
complexo e do mais indiferente para o mais diferenciado, numa escala que não retorna.
Assim é transmitida a idéia de progresso.É importante ressaltar que a idéia de progresso
está intimamente ligada à de

Determinismo

. Este acredita que as forças que movem a sociedade estão fora daconsciência e do controle
do sistema enquanto tal, não podendo colocar a unidade doindivíduo como explicação para
a ordem social. Então, o evolucionismo que tratou deapresentar a sociedade como uma
totalidade.
Enfim, o determinismo é a visão da sociedade humana como submetida a forças queatuam
sobre ela mesma e que o indivíduo desta não pode modificar. Como se o nossodestino
estivesse traçado. No evolucionismo, também, as diferenças são reduzidas a momentos
históricosespecíficos, ou seja, a sociedade que vejo como estranha a mim, que não conheço,
sereduz ao pensamento de que é uma etapa que ela está passando pela qual a minha já
passou. Enfim, o observador toma o presente e o explica com o passado. Em outras
palavras, assim, tudo passa a poder ser colocado hierarquicamente.Agora, se eu não
submeto um costume desconhecido ao eixo de uma temporalidade postulada pela minha
sociedade, eu me permito alcançar a lógica social daquelecostume como alternativa
social.Essa perspectiva foi iniciada com o chamado

Funcionalismo

.Enquanto no evolucionismo a variável tempo é fundamental para demonstrar a evoluçãode


uma dada sociedade, no funcionalismo o contexto do qual o costume é presente
nasociedade se faz mais fundamental, seguindo, assim, umavisão

sincrônica

.Algumas características fundamentais:

Nada ocorre por acaso, não há “restos”, tudo desempenha um papel, sua

função

O sentido de um costume tem que ser compreendido nos termos do sistema doqual
provém, ou seja, do contexto e não do tempo, logo, pode-se classificar comosincrônico.
Obs.: A declaração de que tudo tem um sentido numa dada sociedade não autoriza ateoria
de que tudo está em equilíbrio.

Com o funcionalismo o ponto focal não é mais a Europa e seus costumes, mas sim a própria
“tribo”, segmento ou cultura em análise. Não é mais como na visão de
progressoevolucionista, uma visão de algo já

determinada

, definido; mas sim uma visão maisrelativizada, visão esta que vai sempre depender do seu
referencial.“

Se deus não existisse, os homens deveriam inventá-lo.” (Voltaire)

Essa frase não quer apenas questionar a existência de Deus, mas mostrar que mesmo seEle
não existisse, Ele é peça fundamental para o funcionamento de determinadasociedade, ou
seja, a figura de Deus, existindo ou não, exerce a sua funcão.

Difusionismo

Algumas características:

Explica através do aspecto

diacrônico

Busca uma
explicação histórica

para justificar as semelhanças e diferençasentre culturas;

Busca a

origem

do comportamento ou costume da sociedade em análise;Os difusionistas criticavam a


pesquisa de campo, muito utilizada pelosevolucionistas, por considerar insuficiente, por isso
passou a utilizar a pesquisa participante, da qual o pesquisador passa a participar por um
determinado tempo docotidiano da sociedade e entender em que contextos seus costumes
estão inseridos ea origem deles. Enfim, preocupavam-se com o estudo de culturas
particulares e nãouniversal.Segundo o difusionismo, algumas sociedades se apropriaram de
elementos de outrase aperfeiçoaram.As semelhanças entre culturas diversas eram
explicadas não por terem passado por etapas de desenvolvimento, mas porque na história
da humanidade estava presenteum fenômeno de

difusão

de traços culturais de uma para as outras, esses traçosculturais semelhantes são chamados
de “complexos culturais”.

Estruturalismo

O estruturalismo é uma

modalidade de pensar

, um

método de análise

de maneirasempre

sincrônica
.A noção de estrutura é entendida com

um todo

, mas que compreende-se a partir daanálise de seus componentes, das partes, e suas
funções dentro do todo. Assim, essaestrutura tem caráter de uma

totalidade

no qual qualquer modificação de algumadas partes afeta o conjunto. (Galera, isso é


Durkheim puro! Lembram?)O estruturalismo é uma forma anti-humanista, ou seja,
proclama a “morte dohomem” porque não existe liberdade humana, toda a ação humana é
condicionada.(Como na estrutura lingüística, você não poderá chamar uma mesa de cadeira,
poishá uma estrutura, um “contrato social” que te impede de fazer isso, você écondicionado
pela estrutura)

Relação interessante:Estruturalismo – Marxismo – Freudismo

O estruturalismo aproxima-se da visão de Marx e Freud, pois estes entendiam queos


fenômenos sociais e comportamentais respectivamente, são condicionados por forças
impessoais, são elas: Para Marx, o capitalismo; para Freud, o Superego.

Tal como o marxismo e o freudismo, o estruturalismo diminuiu a importância doindivíduo,


retratando a pessoa humana como resultado de uma construção, de uma

estrutura

. Ou seja, os indivíduos nem produzem nem provocam os códigos e asconvenções.


Indicações bibliográficas:LAPLANTINE, F. Aprender antropologia. São Paulo: Brasiliense,
1997.TRAVANCAS, Isabel. FARIAS, Patrícias (org). Antropologia e Comunicação. Rio
deJaneiro: Garamond, 2003.DA MATTA, R. Relativizando: Uma introdução à antropologia
social. Petrópolis:Vozes, 1981.

Compartilhar este documento


Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Compartilhe no Facebook, uma nova janela será abertaCompartilhe no Twitter, uma nova
janela será abertaCompartilhe no LinkedIn, uma nova janela será abertaCompartilhe com e-
mail, uma nova janela será abertaCopy Text

Menu inferior

Voltar para o topo

Sobre

Sobre o Scribd

Imprensa

Nosso blog

Faça parte de nossa equipe!

Fale conosco

Convidar amigos

Presentes

Scribd para empresas

Jurídico

Termos

Privacidade

Direitos Autorais
Suporte

Ajuda / Perguntas frequentes

Acessibilidade

Ajuda para comprar

AdChoices

Editoras

Social

Instagram

Instagram

Twitter

Twitter

Facebook

Facebook

Pinterest

Pinterest

Faça o download gratuito de nossos aplicativos

Livros

Audiolivros

Revistas
Podcasts

Partituras

Documentos

Snapshots

Diretório

Idioma:

português

Copyright © 2021 Scribd Inc.

Navegação rápida

Casa

Livros

Audiolivros

Documentos

, ativos

[05/12, 21:08] my sunflower:


https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/antropologia/escolas-antropologicas

Você também pode gostar