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FICHAMENTO

ANTROPOLOGIA
(A Abrangência da Antropologia)

Mercio Pereira Gomes

Antropologia Cultural

Lucas Cunha – 20101019083

Bacharelado em Humanidades - UFVJM

Novembro de 2010
A Abrangência da Antropologia (pg. 11 – 13)

O texto inicia-se com a explicação etimológica de “antropologia” – estudo do homem ou lógica


do homem – as duas formas de tradução dão idéias diferentes do estudo, uma ligada ao lado das
ciências humanas e outra que remete ao lado mais filosófico do estudo, porém, a antropologia não
surgiu junto aos grandes filósofos gregos, surgiria séculos depois, os gregos não estudaram os outros
povos aos quais chamavam de bárbaros por se julgarem superiores, na antropologia é necessário que se
tenha um olhar sobre todo e qualquer povo respeitando suas peculiaridades.

Isto obriga que o estudioso se afaste de sua própria cultura para poder observar as demais.
Superar seus preconceitos e sua própria cultura são grandes dificuldades a serem enfrentadas no
processo antropológico.

Logo, a antropologia nasce do campo filosófico, em seguida, com a chegada da teoria da


evolução, passa a ser uma ciência com maior integração principalmente ao campo biológico.

Antropologia Como Ciência (pg. 13 - 16)

A antropologia vem a tomar o homem em sua totalidade como objeto de estudo. Diferente dos
braços de estudo das humanidades que se dedicam a alguma parte em especifico.

 Sociologia; trata do estudo da sociedade, do homem enquanto ser coletivo e sociável.


 Economia; estuda o lado material, os bens em sua produção, transformação,
distribuição, é a ciência humana que mais se aproxima de uma sistemática.
 Ciência Política; dimensiona o poder, nasceu para buscar um equilíbrio em prol do bem
comum, mas observa muito mais os conflitos que a negociação ou a convivência.
 Psicologia; entende a formação mental e emocional dos homens, o homem consciente e
inconsciente.

A antropologia então vem ambiciosamente tentar unir tais ciências, o processo passa pelo
entendimento do homem enquanto ser biológico e cultural. Dada esta divisão, a antropologia dirige seu
estudo em vertentes, subdisciplinas: antropologia física, biológica; arqueologia; lingüística; e
antropologia cultural, social.

Antropologia Biológica (pg. 16 – 20)

É a forma mais vista e divulgada, presente na mídia, acaba tendo um alcance maior na
população em geral. Um exemplo foi o corrido em 1856 no vale de Neander - Alemanha -, a descoberta
de um esqueleto que ficou conhecido como o Homem de Neanderthal, poderia ser um elo perdido na
historia evolutiva do ser humano, tratava-se de um ancestral do Homo Sapiens, três anos mais tarde
seria publicada a teoria da evolução de Darwin, que mudaria completamente o modo de se observar as
espécies incluindo o homem.

Segundo a antropologia biológica o homem é um ser da natureza, surgido a cerca de 200.000


anos e que como qualquer ser evoluiu até o estagio atual, o qual, é encontrado nos últimos 80.000 anos.
O autor mostra como a capacidade intelectual do homem influenciou em sua evolução, a
utilização do fogo resultou na diminuição dos dentes molares, uma vez que, com o cozimento dos
alimentos a necessidade dos mesmos se alterou, ou ainda, o fato de o homem se vestir resultou em uma
diminuição de sua camada de pelos. Dois questionamentos são base da antropologia biológica ainda
hoje, o de localizar o Homo Sapiens na evolução e o de quão animal e instintivo ele ainda é, se ele pode
sobrepujar seu instinto de sobrevivência animal em prol de um ideal cultural maior.

O ensaio segue com um demonstrativo evolutivo do Homo Sapiens.

A grande temática da antropologia biológica então trata de encontrar o lugar do homem na


natureza e conhecer a especificidade de sua natureza, o que leva ao profundo dialogo com as ciências
biológicas. A antropologia biológica faz uso do estudo de vários primatas para tentar traçar linhas que
possam explicar então suas questões, novas duvidas acabam surgindo destes estudos, como, será que
um dia os chimpanzés (primos mais próximos do homem) irão pensar?

Arqueologia (pg. 21 – 24)

A arqueologia tem a função de reconstruir tempos passados através de evidencias concretas,


assim, seu estudo ajuda fortemente a compreensão evolutiva do ser e também através da reconstrução
de sociedades propicia o entendimento de tais. Literalmente desenterrando artefatos, ossadas e outros
se chegam a conclusões pertinentes e relevantes do contexto antropológico. Embora pareça uma
grande aventura como costuma ser tratada em filmes Hollywoodianos como Indiana Jones, o trabalho é
quase sempre árduo e insalubre, demanda muito tempo, perfeccionismo e paciência, concentra-se
naquilo que já foi para conhecer o homem em suas transformações e diversificações culturais. Por isso,
a arqueologia encontra-se no campo da antropologia cultural. Seus dados confirmam ou rechaçam
teorias de como sociedades chegaram ao que são hoje, por outro lado a antropologia biológica também
precisa de tais dados para elabora suas teorias sobre a evolução biológica do homem.

A descoberta de novos sítios arqueológicos hoje envolve um complexo sistema de


conhecimento de solo ou de analises de fotos de satélites, bem diferente de décadas atrás quando isso
ocorria por sorte ou até mesmo após a destruição de parte dos mesmos. As técnicas hoje derivam de
varias ciências como a geologia, química, paleontologia, ecologia, anatomia etc., uma extensa teia de
saberes.

Diferente da antropologia biológica, a arqueologia tem maior presença no Brasil, seu estudo é mais
presente em universidades e organizações, obras de infra-estrutura necessitam de acompanhamento
arqueológico, construção de barragens, tuneis e outros são obrigados a terem acompanhamento para
que seja feito um levantamento das perdas e impactos decorrentes da execução da obra.

Lingüística (pg. 24 – 26)

A lingüística é uma ciência humana que muito se aproxima das chamadas ciências sistemáticas
como a física e a biologia. Obviamente seu estudo se dirige as línguas, as línguas humanas, suas
estruturas, conexões, origens, capacidades de mudança e principalmente o significado que dão ao
homem e a cultura. O foco principal de estudo esta fora dos grandes centros, não é ligado as mais
comuns e faladas línguas, mas sim as línguas indígenas africanas e oceânicas, a língua e considerada o
principal senão o único meio de aprendizado do homem em relação à natureza e a cultura. A língua é o
veiculo da cultura que por sua vem é a intermediação do homem com a natureza. Os estudos da
lingüística surgiram ainda no século XVIII com a observação de semelhanças entre as mesmas que
levavam a teorias de suas evoluções e da historia de povos em si, suas ligações e origens. O estudo da
lingüística proporcionou dizer que varias línguas tem uma mesma origem e isso mostra como
determinado povo pode ir se espalhando e traçando novas línguas e povos ao decorrer do tempo, até
chegarmos ao ponto de que nos primórdios todas as línguas podem ter se derivado de uma língua mãe.

Um aspecto abordado nesta ciência, de como línguas de mesma origem se tornaram tão
diferentes inclusive na quantidade de palavras mostra como fenômenos culturais influenciam na
construção das mesmas. A língua é um conjunto sistêmico de sons inteligível somente para aquele povo
em especifico, suas mudanças históricas remetem a uma tendência de instabilidade própria. Assim, a
língua passou a ser encarada como a parte mais essencial da cultura e não mais como uma parte de tal.

Antropologia Como Filosofia da Cultura (pg. 26 – 31)

A antropologia por também poder ser definida como a lógica do homem esta ligada ao campo
filosófico, a lógica, a metafísica e a hermenêutica, são naturais a antropologia então. Baseando-nos em
Hegel, podemos dizer que a antropologia também é a filosofia da cultura. A antropologia nasce do
pensamento iluminista, embora os filósofos iluministas não tenham feito estudos sobre outros povos,
tinham conhecimento através de relatos e manuscritos trazidos por viajantes de tais povos.

Culturas não européias eram vistas como incompreensíveis e primitivas até o século XV,
especulações trazidas por estudiosos porem começaram a dar novo olhar para tais, Rousseau, Kant,
Hegel, foram alguns do que nestes mais recentes séculos especularam sobre a natureza humana e sua
cultura, Marx trouxe a idéia que o homem fora feliz e harmonioso em tempos de igualdade, mas que
processos advindos posteriormente o levaram a condição hoje encontrada. Marx traz ainda a idéia de
que o homem ao separar cultura e natureza, deixa de ser parte da natureza para tentar dominá-la, a
partir de meados do século XIX, tais idéias começaram a crescer, os estudos antropológicos passaram a
contar com esses dados em suas reflexões, assim, aos poucos se foi deixando de lado a separação
imposta entre povos ditos como avançados ou primitivos e buscou-se a aproximação com o
entendimento de todos como uma única espécie, procurando então, seu entendimento. Ao longo do
século XX idéias como as de Freud, Strauss, Mauss, fizeram com que este campo da antropologia se
fortalecesse cada vez mais, buscando sempre algo além do já contido. O autoconhecimento através das
culturas primitivas ainda hoje é admirado e lido ao redor do mundo, o entendimento de suas religiões,
filosofias e culturas abriram novas visões sobre o homem.
LUCAS EVANDRO FERREIRA CUNHA - 20101019083

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