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Unidade 1 - Webaula 1 - Definindo

Epistemologia

Olá! Tudo bem?


Seja bem-vindo(a) à Webaula 1 da disciplina Epistemologias e Fenômenos Religiosos

APR ESEN TAÇÃO

Introdução ao Componente Curricular

Apresentação do Professor Autor

Declaração de Direitos Autorais

Apresentação do Ensino a Distância FURB

IN TR ODUÇÃO E OB JETIVOS

Introdução da Unidade

Introdução

TÓPICO 1
Questão Fundamental da Epistemologia

TÓPICO 2

Possibilidade do Conhecimento

TÓPICO 3

Sujeito do Conhecimento

TÓPICO 4

Essência do Conhecimento

R ESUMO

Resumo

ATIVIDADE

Atividade de Passagem

R EFER ÊN CIAS

Referências

Créditos
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Introdução ao Componente Curricular

Prezado estudante, seja bem-vindo à disciplina Epistemologias e Fenômenos Religiosos!

O objetivo deste componente curricular é identificar conceitos epistemológicos e compreender como


eles podem estar relacionados aos fundamentos, às estruturas, às manifestações e às influências do
fenômeno religioso na vida humana e nas diversas culturas e tradições religiosas.

Seu conteúdo programático está organizado em três Unidades:

Unidade 1 – Epistemologias

Unidade 2 – Fenômenos religiosos

Unidade 3 – Epistemologias e fenômenos religiosos: algumas considerações

Esperamos que ao longo deste estudo você possa desenvolver uma reflexão acerca da existência de
diferentes tipos de conhecimento e de suas interconexões com os fenômenos religiosos. Desde os
tempos mais remotos, os seres humanos formulam questionamentos a respeito das origens do
mundo, dos seres humanos, dos deuses (no período mitológico) ou de Deus (na tradição judaico-
cristã), buscando conhecimento e respostas. Mas o que é o conhecimento? Como se estabelece a
relação entre um sujeito apto a conhecer e um objeto a ser conhecido? Em última análise, quais as
condições de possibilidade de haver conhecimento, sobretudo de fenômenos não observáveis, como é
o caso dos fenômenos religiosos?
A Epistemologia diz respeito a tais questionamentos. Ela, por vezes, é definida como Teoria do
Conhecimento, que é um campo filosófico de investigação que visa ao estudo das diferentes formas de
conhecimento humano, como o senso comum, o conhecimento científico e o conhecimento filosófico,
por exemplo. Ao olhar para diferentes possibilidades de “conhecer”, a própria epistemologia pode se
revelar como múltipla, sendo possível, assim, nos reportarmos à ideia de existência de epistemologias,
e não de uma única epistemologia.

Os fenômenos religiosos, por sua vez, são manifestos, ou seja, no decorrer da história da humanidade
é possível observar a relação do ser humano – negando ou estabelecendo uma conexão – com
realidades não tangíveis. Mas qual o significado destas experiências? Em que medida o ser humano, ao
relacionar-se com algo para além dele, algo que o transcende, passa a relacionar-se consigo mesmo?
Como os conceitos de espiritualidade, religiosidade e tradição religiosa expressam significações de
fenômenos religiosos?

Os seres humanos constantemente revelam sua capacidade de conhecimento e compreensão da


realidade que os cerca, ao mesmo tempo que revelam também inquietações e dúvidas com relação ao
que não conseguem expressar sob um discurso pura e simplesmente racional e científico. Diante da
diversidade de seres humanos e da diversidade de crenças possíveis – científicas ou não –, no presente
livro estarão explicitados alguns esclarecimentos e um convite à reflexão sobre estes pontos.

Leia com atenção o material e desenvolva as atividades propostas.

Bons estudos!

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Apresentação do Professor Autor

Halina Macedo Leal

Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1998), mestre em Filosofia pela
Universidade Federal de Santa Catarina (2001) e doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo
(2005). Como parte de sua pesquisa de doutorado intitulada “A Desunificação Metodológica da Ciência
e o Relativismo Epistemológico”, desenvolveu estágio na Universidade de Stanford, Califórnia, no
período de julho a outubro de 2004, sob a supervisão de Timothy Lenoir. Desenvolveu pesquisa de
pós-doutorado na Universidade do Oeste do Paraná intitulada: “A racionalidade científica
contextualizada segundo Paul Feyerabend e suas possíveis implicações éticas: um paralelo com
Alasdair MacIntyre” (2014). Professora do Quadro da Fundação Universidade Regional de Blumenau
(FURB) e professora horista da Faculdade São Luiz, Brusque, com pesquisas nas áreas de Teoria do
Conhecimento, Filosofia da Ciência, Ética, questões de Gênero, Racismo, Feminismo Negro e “lugares
de fala”. Líder do GENERA - Grupo de Pesquisas em Gênero, Raça e Poder.

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Declaração de Direitos Autorais

Todo o conteúdo constante nesse material como textos, figuras, gráficos, tabelas e demais conteúdos
que compõem a obra são de propriedade exclusiva da Universidade Regional de Blumenau -
FURB e Universidade Comunitária da Região de Chapecó – Unochapecó, produzido mediante
acordo de cooperação entre as Instituições de Ensino e está protegido pelas leis de direitos autorais.

A permissão para acesso, visualização e impressão deste conteúdo são de exclusividade dos
estudantes das Instituições citadas e é concedida apenas para uso educacional. É vedada sua utilização
para finalidades comerciais, publicitárias ou qualquer outra que contrarie a finalidade para o qual o
material foi produzido. É expressamente proibida sua reprodução, distribuição, transmissão, exibição,
publicação ou divulgação, total ou parcial, sem prévia e expressa autorização dos autores e das
Instituições de Ensino, sendo permitida somente a impressão de cópias para uso acadêmico e arquivo
pessoal, sem que sejam separadas as partes, permitindo dar o fiel e real entendimento de seu
conteúdo e objetivo.

Ao usar este material, o usuário deverá respeitar todos os direitos de propriedade intelectual e
industrial, bem como todos os direitos referentes a terceiros que porventura estejam, ou estiveram, de
alguma forma disponíveis. Em hipótese alguma o usuário adquirirá quaisquer direitos sobre os
mesmos. O usuário assume toda e qualquer responsabilidade, de caráter civil e/ou criminal, pela
utilização indevida deste conteúdo.

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Apresentação do Ensino a Distância FURB

Olá! Você está iniciando um componente curricular na modalidade a distância na Universidade


Regional de Blumenau – FURB. Por isso, criamos esta apresentação com o objetivo de contextualizar
sobre a estrutura do nosso material e, assim, facilitar seu o estudo.

Este conteúdo pedagógico foi produzido por um professor conteudista, com vínculo com nossa
Universidade ou Universidade parceira e será ministrado por um de nossos professores que também
têm domínio da área.

O conteúdo preparado para você está estruturado em webaulas, que contêm os autores principais da
temática trabalhada, conteúdos extras, dicas, e muito mais. Há, também, atividades de passagens para
que você teste e revise os conteúdos trabalhado. Essas atividades não valem nota na disciplina e a
resposta correta você acessa logo após responder às questão.

Caso surjam dúvidas sobre essas atividades, procure seu professor por meio dos fóruns, do canal de
mensagem ou nos momentos de encontros síncronos (simultâneos) programados por ele. Durante
todo o estudo desse componente você terá contato exclusivamente com o seu professor, é ele quem
faz a tutoria do conteúdo. Na FURB optamos pela tutoria feita pelo próprio professor ministrante, pois
sabemos que isso lhe proporcionará maior qualidade de aprendizagem.

Os conteúdos das webaulas são todos responsivos, ou seja, você pode acessá-los no celular com a
mesma qualidade que acessa no computador. Para organizar esses conteúdos e auxiliar na produção
do material a FURB conta com um setor, a Divisão de Modalidades de Ensino - DME, que possui uma
equipe multiprofissional que auxilia desde a concepção do material até a oferta dele no Ambiente
Virtual de Aprendizagem, que também é gerido por esse setor. Assim, se tiver dúvidas, sugestões ou
contribuições você pode encaminhar para dme@furb.br ou faça contato pelo (47)3321-0630, que
também funciona como Whatsapp.
Todo esse material foi preparado com muita dedicação e carinho. Esperamos que tenha ótimos
estudos com ele!

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Introdução da Unidade

Os estudos da Unidade 1 apresentam uma reflexão a respeito do conhecimento. O que é o


conhecimento? Como, enquanto humanos, interagimos e acessamos os objetos passíveis de serem
conhecidos? Quais são estes objetos? Quais os limites do conhecer?

No decorrer da história da humanidade, estes questionamentos nortearam e norteiam muitas


investigações filosóficas. No contexto do pensamento ocidental, a origem da palavra “conhecimento”
nos reporta à palavra latina cognoscere, que significa “ato de conhecer”. “Conhecer”, por sua vez, se
origina do mesmo radical gno, presente na língua latina e na língua grega antiga. O referente da palavra
“conhecer”, ou seja, seu significado, expressa a capacidade humana de perceber e pensar os objetos da
realidade, seja esta concreta ou abstrata.

A capacidade de conhecer está presente apenas nos seres humanos. Embora os demais animais
possam desenvolver mecanismos de aprendizagem relacionados a condicionamentos, somente o ser
humano é capaz de desenvolver um conhecimento complexo e racional, expresso numa linguagem
elaborada. É por meio do desenvolvimento da linguagem que se busca o estabelecimento de relações
entre o ser humano e o mundo e o ser humano com suas experiências neste mundo e para além dele.
Estas tentativas de relações fizeram com que va riadas formas de interação do ser humano com o que
o rodeia resultassem na existência de diferentes tipos de conhecimento.

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Introdução

Nesta aula estudaremos o domínio de estudo da Epistemologia, que pode ser interpretada por duas
linhas derivadas do termo grego episteme: uma mais geral, que nos remete a uma análise do
conhecimento, suas origens, seus limites e valores, também denominada Teoria do Conhecimento, e
outra mais específica, que se centra no estudo crítico da ciência, sua linguagem, métodos, objetivos e
explicações e é denominada Filosofia da Ciência (ARAÚJO, 2012).

Neste componente curricular, assumiremos o sentido mais geral de Epistemologia, ou seja, como
Teoria do Conhecimento. A partir do questionamento fundamental de como se estabelece a relação
entre o sujeito e o objeto de conhecimento, analisaremos as possibilidades do conhecer, o que ocorre
com o sujeito que tenta conhecer determinado objeto e o que pode ser considerado objeto de
conhecimento.

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Questão Fundamental da Epistemologia

Fonte: DME/FURB; 2021.

Os questionamentos a respeito do conhecimento existem desde os tempos mais antigos, mas foi
somente no período moderno, principalmente entre fins do século XVI e a primeira metade do século
XVIII, que características como a secularização [1], o pluralismo expresso pela diversidade de
cosmovisões [2], ideologias e linguagens, o surgimento da ciência e do estudo das leis da natureza e de
análises das categorias de tempo e espaço e uma forte tendência à imanência [3] conduziram à
preocupação em estudar o ser humano como sujeito de conhecimento. Em outras palavras, é neste
período que o ser humano surge como o centro das indagações e análises. Quem é este sujeito que
conhece? Que capacidades ele possui que o permitem acessar objetos de conhecimento?
 Glossário

[1] SECULARIZAÇÃO: Ato ou efeito de secularizar, de tirar o caráter religioso.

Fonte: Dicionário Online de Português.

[2] COSMOVISÕES: Sistema pessoal de ideias e sentimentos acerca do Universo,


concepção do mundo.

Fonte: Michaelis Online.

[3] IMANÊNCIA: Relativo à realidade concreta e material, em oposição à


transcendência.

Fonte: Michaelis Online.

É neste sentido que as análises das faculdades humanas, dos métodos e critérios do conhecimento
assumem o foco dos estudos e a Epistemologia, como Teoria do Conhecimento, surge como um
campo filosófico de investigação. O principal questionamento deste período passa a ser o que diz
respeito às condições de possibilidade de o ser humano conhecer. A Epistemologia centra-se, assim, na
investigação de como se estabelece a relação entre o sujeito [1] cognoscente e o objeto
[2] cognoscível. Desta questão, derivam as questões de possibilidade de estabelecimento desta
relação, de quais faculdades humanas estão envolvidas no processo e do que é o objeto cognoscível.
Vamos estudar cada uma destas questões?

 Glossário

[1] COGNOSCENTE: Capaz de assimilar conhecimento, de conhecer, de passar a saber;


quem busca saber ou tornar conhecimento sobre.

Fonte: Dicionário Online de Português.

[2] COGNOSCÍVEL: Que pode ser conhecido, que se pode conhecer facilmente.
Fonte: Michaelis Online.

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Possibilidade do Conhecimento

O Conhecimento é uma Relação

Fonte: DME/FURB; 2021.

Conhecimento é relação, relação entre um sujeito e um objeto. Quando se analisa a questão da


possibilidade do conhecimento, volta-se basicamente para o ponto de saber se o ser humano (sujeito
cognoscente) consegue ou não acessar seu objeto de conhecimento. Para este ponto, há pelo menos
três principais caminhos: o dogmatismo, o ceticismo e o relativismo epistemológicos.

O dogmatismo é a posição epistemológica que defende a total possibilidade de o sujeito conhecer,


por meio da razão, seu objeto de investigação. Para os adeptos desta abordagem, é autoevidente que
o sujeito acessa seu objeto, que a razão apreende o que está diante dela e que este objeto se mostra
exatamente como ele é. A razão é tida como totalmente confiável, e não há dúvidas sobre sua
capacidade de alcançar o conhecimento do objeto (HESSEN, 2012).
No ceticismo, por sua vez, afirma-se que o conhecimento, como apreensão do objeto na sua
totalidade, seria impossível. Para o cético, o sujeito não consegue formular juízo algum que
corresponda a exatamente o que o objeto é. Neste sentido, segundo o cético, o sujeito deve abster-se
de qualquer formulação de juízos e, consequentemente, de qualquer expressão linguística deste juízo,
ou seja, de qualquer afirmação a respeito do objeto (HESSEN, 2012). Em última análise, o cético recusa
a possibilidade de uma relação entre o sujeito e o objeto que resulte em conhecimento.

 JUÍZO como sinônimo de PENSAMENTO. (nota da autora)

O relativismo assume uma posição de certa forma intermediária entre o dogmatismo e o ceticismo.
Esta abordagem epistemológica afirma que não há verdades absolutas, mas pode haver um
conhecimento sob determinadas condições. Neste caso, o que o sujeito consegue alcançar são
verdades relativas a respeito do objeto. Dependendo das circunstâncias ou condições (situação, estado
de coisas ou momento) em que ocorre o contato do sujeito com o objeto, características deste objeto
são reveladas a este sujeito.

Tanto o dogmatismo como o ceticismo e o relativismo podem ser assumidos em distintos graus, dos
mais radicais aos mais brandos ou moderados.

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Sujeito do Conhecimento

A análise do fundamento subjetivo do conhecimento conduz a duas importantes abordagens


filosóficas: o racionalismo e o empirismo

Fonte: DME/FURB; 2021.

O racionalismo é o ponto de vista epistemológico que afirma ser a razão a principal fonte de
conhecimento. Para os defensores desta abordagem, se a razão do sujeito julga, apresentando
pensamentos que conduzem à validade universal do que está sendo pensado, então o conhecimento
expresso por meio dela é absolutamente verdadeiro. Em outras palavras, se a razão julga que o objeto
é assim, que não pode ser diferente e que, por isso, deve ser assim sempre, em toda parte, para todas
as pessoas dotadas de capacidade racional, então, segundo o racionalista, estamos lidando com um
conhecimento autêntico (HESSEN, 2012).

Em outras palavras, o racionalismo é uma escola filosófica que afirma que a razão (pensamentos) é a
maior garantia que temos em relação ao conhecimento. Segundo o racionalismo, conhecemos com
certeza e é a razão que nos permite afirmar a certeza do conhecimento.

O principal representante do racionalismo – e considerado seu fundador – é o francês René Descartes


(1596-1650) e a base do seu pensamento e do próprio racionalismo é o modelo matemático de
conhecimento.

O empirismo se contrapõe ao racionalismo e afirma que a experiência sensível tem primazia no


processo de conhecimento. Para os empiristas, as ideias racionais são dependentes da experiência
sensível. Os empiristas afirmam que no momento do nascimento a razão do ser humano está vazia de
informações, é uma tabula rasa, uma folha em branco sob a qual a experiência irá escrever. Nesta
perspectiva, todos os pensamentos e conceitos, mesmo os mais gerais e abstratos, provêm da
experiência sensível ou empírica. O empirismo parte de fatos (HESSEN, 2012).

Para explicar este ponto de vista, os empiristas apontam a importância da experiência no


desenvolvimento do pensamento e do conhecimento humanos. Eles afirmam que primeiramente as
crianças têm percepções concretas e, com base nestas percepções, vão aos poucos formando
representações e conceitos gerais. Elas se desenvolvem tendo como fundamento as experiências. Sem
estas, segundo eles, não haveria conceitos nem pensamentos (HESSEN, 2012).

O fundador do empirismo foi John Locke (1632-1704). Locke e outros representantes desta corrente de
pensamento tomam como base as ciências naturais, que sustentam a ideia de [1] concretude da
experiência empírica.

 Glossário

CONCRETUDE: Qualidade do que é concreto; materialidade.

Fonte: Michaelis online


Anote!

O estudo do que ocorre com o sujeito quando ele se relaciona com um objeto com o objetivo de
conhecê-lo pode ter tanto um sentido lógico quanto um sentido psicológico (HESSEN, 2012).

O sentido psicológico diz respeito a como acontece o conhecimento no sujeito e o sentido lógico à
validade deste conhecimento. Os racionalistas defendem a independência psicológica do processo de
pensamento, isto é, independentemente do que possa estar ocorrendo em termos de sensações e
percepções com o sujeito, o que interessa é a validade do que ele está pensando e estas sensações e
percepções não influenciam o processo. Já os empiristas negam esta independência, ou seja, segundo
eles, o que ocorre, em termos perceptivos, com o sujeito cognoscente no processo de aquisição de
conhecimento determina a validade de seu conhecimento.

Mas, tirando o foco do sujeito e indo para o objeto, que tipo de objeto é o objeto cognoscível? Este é o
assunto do nosso último tópico desta aula.

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Essência do Conhecimento

Que objetos conhecemos?


Fonte: Pixabay.

Neste tópico, examinaremos qual é o fator determinante do conhecimento humano. O


questionamento de fundo reside em saber qual é a “realidade” que permite a aquisição de
conhecimento. Os objetos existem independentemente do sujeito? Ou os objetos são o que são
porque os sujeitos se relacionam com eles de alguma forma e dizem o que são a partir de suas
percepções e pensamentos?

As respostas a estas perguntas são oferecidas no âmbito da filosofia e no âmbito da ciência. A filosofia,
com sua generalidade e busca pelos fundamentos e princípios do conhecimento e com foco no caráter
[1] ontológico do objeto, responde por meio de duas abordagens: idealismo e realismo. A ciência, com
foco no fenômeno, no “observável”, apresenta as abordagens subjetivista e objetivista.

 Glossário

ONTOLÓGICO: Relativo à Ontologia.

ONTOLOGIA: Teoria ou ramo da filosofia cujo objetivo é o estudo dos seres em geral, o
estudo das propriedades mais gerais e comuns a todos os seres.

Fonte: Michaelis online

Filosoficamente, o idealismo epistemológico corresponde à concepção de que não há objetos reais,


no sentido de os objetos possuírem características essenciais independentes do sujeito que os
concebe. Estas características existiriam ou na consciência do sujeito, a partir de seu modo de sentir e
pensar estes objetos, ou enquanto ideias referentes a objetos da lógica e da matemática. Isto resultaria
em dois tipos de idealismo: o psicológico e o lógico (HESSEN, 2012).

Em outras palavras, o idealismo é a atitude ou doutrina que, em graus e sentidos diversos, reduz o ser
dos objetos ao pensamento ou a alguma entidade de ordem subjetiva, considerando que a consciência
ou as ideias são o dado primário a partir do qual toda realidade se constrói.

O realismo epistemológico é a abordagem segundo a qual as representações do sujeito


correspondem a objetos reais (fora da mente) que existem independentemente da consciência do
sujeito. Defende-se, assim, que os objetos existem em si mesmos, com um ser próprio, ou seja, a
realidade existe em si mesma e o sujeito, na tentativa de conhecer esta realidade, acessa o que existe
independentemente dele.

Na abordagem científica, o subjetivismo epistemológico afirma que não há objetos independentes


da consciência de um sujeito. Nesta perspectiva, o sujeito determina o que é o objeto observado,
definindo-o a partir de suas percepções e pensamentos, isto é, os fenômenos observados são
produto do pensamento humano.

No objetivismo epistemológico, o “objeto determina o olhar do sujeito” (HESSEN, 2012, p. 70).


Segundo este ponto de vista, o conteúdo do conhecimento, isto é, o objeto e suas características, não
depende da consciência, da vontade ou preferência do sujeito. Tal objeto está fora do sujeito e é
independente dele. Portanto, o fenômeno observado ocorre independentemente do sujeito que o
observa.

Em última análise, a questão referente aos objetos reside no quanto o sujeito imprime (ou não) suas
concepções e interpretações ao se relacionar com estes objetos cognitivamente.

 Como foi possível observar, a análise de questões epistemológicas geralmente


conduzem a pares de opostos. Dogmatismo/ceticismo, racionalismo/empirismo,
idealismo/realismo ou subjetivismo/objetivismo. Um ponto de questionamento é: não
será possível pensar em mais alternativas? No que se refere à possibilidade do
conhecimento, vislumbramos o relativismo, por exemplo. Quais seriam seus pontos
positivos e negativos? Qual sua opinião a respeito de múltiplas possibilidades
epistemológicas?
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Resumo

Nesta aula estudamos as definições de Epistemologia, suas principais questões e tentativas de


respostas. É possível conhecer, quem conhece e o que conhece? Perpassamos as respostas do
dogmatismo, ceticismo e relativismo, quanto à possibilidade, do racionalismo e empirismo, no que se
refere à atuação do sujeito no processo de conhecimento, e, com relação ao objeto cognoscível, vimos
as abordagens filosóficas do idealismo e realismo e as abordagens científicas do subjetivismo e
objetivismo.

Cabe agora nos questionar e buscar esclarecimentos acerca da possibilidade de existência de variados
conhecimentos baseados em diferentes relações entre sujeito e objeto, diferentes sujeitos e diferentes
objetos, ou seja, cabe agora pensar na possibilidade de variadas epistemologias.

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Atividade de Passagem

As abordagens do dogmatismo, racionalismo, realismo e objetivismo estão abertas a aceitar a


diversidade de conhecimento? Justifique sua resposta.
Fonte: Pixabay

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Referências

ARAÚJO, Inês Lacerda. Curso de teoria do conhecimento e epistemologia. Barueri, SP: Minha
Editora, 2012.

CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 14. ed. São Paulo: Ática, 2012.

GRECO, John; SOSA, Ernest. Compêndio de epistemologia. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2012.

HESSEN, Johannes. Teoria do conhecimento. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

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Créditos

Reitora Design Instrucional


Profa. Marcia Cristina Sardá Espindola Profa. Dra. Alessandra Hernandes
Ogeda
Profa. Dra. Clarissa Josgrilberg
Vice-Reitor
Pereira
Prof. Dr. João Luiz Gurgel Calvet da Silveira
Prof. Me. Francisco Adell Péricas
Luiz Machado
Pró-Reitor(a) de Ensino de Graduação, Ensino Médio e
Prof. Dr. Maiko Rafael Spiess
Profissionalizante
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Prof. Dr. Romeu Hausmann

Revisão Textual
Pró-Reitor de Administração
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Prof. Jamis Antônio Piazza

Produção de Mídia
Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação, Extensão e
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Cultura
Prof. Dr. Oklinger Mantovaneli Junior
Equipe de Design Gráfico
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Divisão de Modalidades de Ensino Coordenador Geral
Caio Pazini Moratelli
Profa. Dra. Clarissa Josgrilberg Pereira
Guilherme Manerich
Julia de Oliveira Andrade

Professora Autora Lian Ricardo da Silva Santos

Halina Macedo Leal Mariana Gonçalves de Souza

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