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AS METODOLOGIAS ATIVAS UTILIZADAS NO PIBID

THE ACTIVE METHODOLOGIES USED IN PIBID


Alberto Carneiro de Araujo Junior
Resumo
O trabalho apresentado demonstra como as metodologias ativas de estudo
utilizadas no PIBID durante a pandemia, com objetivo na neuroplasticidade,
possibilitam uma aprendizagem significativa no formato remoto de ensino. Tem
como objetivo responder: Como as metodologias ativas utilizadas com foco em
debates e questionários levaram a uma aprendizagem significativa fora do ambiente
escolar tradicional? O objetivo geral é demonstrar como as metodologias ativas
focadas em debates e questionários, desenvolveram aprendizagem em alunos do 6º
ao 9º ano. Esta pesquisa é de abordagem qualitativa, como o objetivo metodológico
de ser exploratório. Conclui-se que as metodologias ativas focadas em debates e
questionários, adaptadas à realidade dos alunos no formato remoto, foi efetiva em
possibilitar o ensino dos conteúdos programáticos.
Palavras-Chave: Metodologias Ativas. Aprendizagem Significativa. Covid-19.
Pandemia Global.
Abstract
The work presented demonstrates how the active study methodologies used at
PIBID during the pandemic, focused on neuroplasticity, enable meaningful learning
in the remote teaching format. It aims to answer: How did the active methodologies
used with a focus on debates and questionnaires lead to significant learning outside
the traditional school environment? The general objective is to demonstrate active
methodologies focused on debates and questionnaires, designed for learning in
students from the 6th to the 9th year. This research has a qualitative approach, with
the methodological objective of being exploratory. It is concluded that active
methodologies focused on debates and questionnaires, adapted to the reality of
students in the remote format, were effective in enabling the teaching of program
contents.
Keywords: Active Methodologies. Meaningful Learning. Covid-19. Global
Pandemic.

Introdução
Na pandemia, as circunstâncias de ensino ficaram complicadas, os alunos
fora do ambiente escolar tradicional, os professores acostumados a planejar aulas
para a sala de aula e as famílias presas em casa na quarentena, muitas com pouco
ou nenhum acesso à internet.
As dificuldades impostas pela pandemia geraram a necessidade de novas
formas de ensino aplicadas ao contexto provisório da pandemia ( Oliveira, Barcelos,
Vasconcellos, Luna, Neves, Oliveira, Dias, Santos ).
As aulas de monitoria para o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação á
Docência foram desenvolvidas pensando no modelo remoto e em levar os alunos a
se interessarem pelos conteúdos, gerando um ambiente propício para que seja
possível uma aprendizagem significativa, com uso de questionários e debates sendo
intercalados, misturando os conteúdos ao contexto e interesses dos estudantes.
Diante do contexto apresentado, o pesquisador teve como problema de
pesquisa: desenvolver um ensino que funcione fora das salas de aula, com
aplicações das metodologias ativas que funcionassem com alunos que estavam fora
das salas de aula.
A experiência pedagógica aconteceu no Programa Institucional de Bolsa de
Iniciação à Docência - PIBID, de março de 2020 a setembro de 2021. O objetivo
principal foi entender como os alunos aprendem para poder compreender e
desenvolver uma prática adaptada às dificuldades da pandemia. O objetivo
específico é gerar neuroplasticidade utilizando metodologias ativas com os debates
e questionários que levaram a aprendizagem significativa em forma de metodologias
ativas.
Projetos como o PIBID agregam muito para a experiência dos futuros
professores, os graduandos que fazem apenas os estágios obrigatórios tem uma
experiência de ensino menor comparado aos que integram o projeto de ensino,
além disso, o fato de ter sido durante a pandemia exigiu mais esforço e adaptação,
trazendo conhecimentos novos, no qual nenhum outro edital do projeto do PIBID
teve que lidar.
Os dados foram analisados metodologicamente com uma abordagem
qualitativa exploratória e coletados do banco de dados Scientific Electronic Library
Online - SciELO e do Google Acadêmico, além da prática e resultados da
aprendizagem dos alunos durante o PIBID.
O relato está organizado em estrutura acadêmica, demonstrando os
resultados embasados por teoria pedagógica e teoria neuropedagógica, na
experiência do ensino de História com turmas do Ensino Fundamental II.
Neuroplasticidade e aprendizagem ativa na pandemia
As metodologias ativas são vitais para gerar aprendizagem significativa,
levando em consideração que para aprender é preciso que o ambiente e as
ferramentas sejam apropradas para que ocorra neuroplasticidade. A
neuroplasticidade faz com que haja conexão dos neurônios para formar novas
sinapses, do ambiente para o raciocínio cerebral do indivíduo. Esse processo altera
a estrutura do cérebro, baseado nos estímulos recebidos, se o ambiente for
adequado para que ocorra recebimento do estímulo e adequação do conhecimento
novo aos prévios, a neuroplasticidade possibilita a aprendizagem significativa, que
necessita desse processo de união do conhecimento recente ao estabelecido,
(Costa, 2018).
Metodologia
Esta pesquisa é de abordagem qualitativa, com o objetivo metodológico de
ser exploratória. A pesquisa qualitativa tem entre suas principais características
descrição, o pesquisador como instrumento vital, preocupação com a vida das
pessoas, o significado que viver tem para elas e observação (Neves, 1996). A
pesquisa metodológica exploratória tem função importante na pesquisa, permitindo
revisão e complementação dos conceitos pesquisados durante a pesquisa (Gasque,
Dias, 2007).
O tipo de pesquisa é básico, a pesquisa básica em educação tem cunho
teórico, busca compreender e desenvolver a epistéme do conhecimento educacional
científico, no qual os conhecimentos de base científica auxiliam no desenvolvimento
de novas abordagens de ensino ( Moreira, 2004).
Os dados foram coletados a partir de testes, artigos publicados nos últimos 5
anos, da base de dados da SciELO e Google Acadêmico. A metodologia foi formada
a partir das experiências nas aulas remotas, feedbacks e testes com os alunos na
análise do aprendizado e na aplicação dos questionários e dabates como
metodologias ativas, embasadas pelos autores que trabalham os temas de
neuroplasticidade e ensino na pandemia, levando a uma aprendizage significativa.
Durante o estágio no PIBID, as orientações e reuniões com os professores e
orientadores do projeto contribuíram para todo o processo.
Os dados foram analisados baseados em feedback pró ativo, à medida que
os alunos compreendiam bem ou mal o conteúdo. As aulas e as metodologias ativas
eram modificadas nos detalhes e na linguagem de acordo com a compreensão dos
alunos.
RELATO DE EXPERIÊNCIA
As primeiras semanas de monitoria foram as mais diferentes de todas, os
alunos eram poucos e havia mais conhecimento teórico e dicas dos professores do
projeto do que conhecimento propriamente dito.
Nas aulas de monitoria desenvolvidas para o PIBID, na modalidade de
História com turmas do Ensino Fundamental II, foram feitos debates e questionários
sobre os conteúdos estudados, muitas vezes concomitantemente. Nos debates
foram usados o conhecimento cotidiano dos alunos e assuntos como séries e filmes,
para possibilitar a absorção dos conteúdos aos seus conhecimentos prévios. Os
questionários eram respondidos em grupo, formando respostas sem o objetivo de
definição de um conceito único, mas sim de reflexão dos aspectos importantes dos
conhecimentos abordados e seus usos para formar argumentos e ideias próprias,
levando em consideração que os alunos já faziam atividades de questionários
tradicionais com seus professores, fora das aulas de monitoria.
Nos primeiros meses de monitoria apareciam poucos alunos, mas a
vantagem era que dentre as gigantes turmas de 30 a 40 alunos, os poucos que
apareciam, entre 1 a 4 estudantes, eram os interessados em aprender. Eles
estavam muito atrasados com relação aos conteúdos, todas as turmas estavam. A
experiência do PIBID foi durante a pandemia global da Covid-19, os jovens que
vinham às monitorias não tinham ambiente correto para estudo, muitas vezes
tinham acesso a conexão de internet ruim e estavam com prejuízo no ensino a
distância.
O ensino das instituições de ensino públicas e particulares não foram feitos
para funcionar no formato em que os professores estavam sendo obrigados a
ensinar, tornando difícil para alunos e professores. Houve muita adaptação para
chegar a um ensino significativo e muita paciência para lidar com as dificuldades
impostas.
Para chegar a uma aprendizagem significativa foi feito uso de metodologias
ativas através de mecanismos possíveis. As metodologias ativas levaram a
neuroplasticidade do cérebro dos alunos, as principais foram questionários de
perguntas formulados para os assuntos estudados, debates sobre os conteúdos,
muitas vezes com debates sobre os questionários, que levavam à reflexões,
construção de raciocínio crítico e aperfeiçoamento das capacidades linguísticas dos
alunos.
Os debates e demais conversas sobre os conteúdos levam o indivíduo a
pensar e raciocinar sobre o assunto debatido, que gera uma modificação do
conteúdo em seu cérebro. Já os questionários com perguntas, que eram
respondidos em conjunto com os estudantes em colaboração para o
desenvolvimento das respostas e raciocínios em conjunto.
Mesmo com poucos jovens interessados em estudar nas monitorias, as aulas
passaram a ser mais divertidas e a interessar aos alunos por poderem compartilhar
seus pontos de vista, um pouco de suas vidas. Vendo a importância que a
participação trouxe para as aulas de monitoria, se tornou relevante e primário na
aplicação das metodologias ativas e no foco do ensino e aprendizagem, isso fez
total diferença. No primeiro ano funcionou melhor por ter mais alunos, mas no
segundo ano passaram semanas sem sequer aparecer um estudante para as
monitorias, o que atrapalhou bastante a experiência do projeto.
Foi possível aprender muito durante o processo, a teoria nem sempre bate
com a prática por depender do ambiente, dos envolvidos e do tempo em que ela foi
desenvolvida.
Foi visto no projeto altos e baixos, com muitos erros e acertos, provavelmente
mais erros. Os empecilhos tornaram todos os envolvidos mais fortes, consertando o
que não estava efetivo e melhorando o que vinha funcionando. Não se pode dizer
que pode reutilizar o que foi feito no PIBID e reaplicar em outro contexto, foi singular
com cada turma e durante todo o projeto, mas tudo que foi aprendido é muito bem-
vindo, para prática escolar, tanto presencial quanto a distância.
Após mais de um ano de ensino em pandemia global, todos que aprenderam,
ensinaram e fizeram parte da prática do PIBID se desenvolveram com as
experiências, se beneficiando do projeto de forma positiva.

CONCLUSÃO
Neste trabalho, tratou-se da base metodológica que foi utilizada no PIBID, as
metodologias de estudo ativo baseadas em debates e perguntas de questionário
mediadas. Os conceitos teóricos de aprendizagem significativa, neuroplasticidade e
metodologias ativas guiaram e foram importantes no desenvolvimento das ideias
para as aulas de monitoria do PIBID. Foi utilizado um método de pesquisa
qualitativo e básico, com foco nas ideias centrais que permeiam os conceitos dos
conhecimentos neuropedagógicos necessários para o uso de metodologias ativas
no ensino a distância durante a pandemia.
Como resultado final do trabalho, constatou-se a importância do uso de
metodologias ativas no ensino básico, não com foco no professor, mas sim nele
como um mediador, capaz de levar o ensino aos alunos, tornando-os protagonistas
de seu próprio ensino.
O estágio foi uma experiência inicial e demonstra o quanto ainda falta em
relação a conhecimentos pedagógicos para a formação profissional e pessoal como
profissional qualificado. Também foi visto como ferramentas online e tecnológicas
são importantes para ensinar as novas gerações, aplicando conceitos de
neuroaprendizagem à prática escolar.
O relato de experiência contribuiu para que alguns dos conceitos importantes
da neuroaprendizagem abordados sejam conhecidos, assim levando outros
profissionais a usarem como recurso pedagógico para criar suas próprias formas de
metodologias ativas em suas aulas, fazendo uso da criatividade.
A pesquisa pode ser expandida a partir do desenvolvimento de mais
metodologias ativas em sala de aulas, para serem testadas, aprimoradas e
utilizadas para os diferentes contextos dos alunos em sala de aula presencial ou
remota, com debates, questionários individuais e coletivos para serem respondidos
em grupos.
Referências
Costa. Neurociência e aprendizagem, Revista Brasileira de Educação, Rio de
Janeiro, p. 1-22, fev, 2021. https://doi.org/10.1590/S1413-24782023280010
Oliveira, Barcelos, Vasconcellos, Luna, Neves, Oliveira, Dias, Santos. Da sala de
aula às aulas remotas: um percurso cognitivo-afetivo, Brazilian Journal of
Development, Curitiba, v.7, n.2, p.1 8718-18732, feb, 2021.
https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/25153/20049
Moreira. Pesquisa básica em educação em ciências: uma visão pessoal. Revista
Chilena de Educación Científica, v. 3, n. 1, p. 10-17, 2004.
https://repositorio.unb.br/handle/10482/9610
Gasque, Dias. Teoria fundamentada: nova perspectiva à pesquisa exploratória, FCI
- Livros e capítulos de livros, Brasília v.1, n.1, p. 83-118, 2007.
https://repositorio.unb.br/handle/10482/9610
NEVES. Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. Caderno de
pesquisas em administração, São Paulo, v. 1, n. 3, p. 1-5, 1996.
https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-
BR&as_sdt=0%2C5&q=pesquisa+de+abordagem+qualitativa+neves&btnG=
Marques, Campos, Andrade e Zambalde. Inovação no ensino: uma revisão
sistemática das metodologias ativas de ensino-aprendizagem. Avaliação: Revista
da Avaliação da Educação Superior (Campinas), v. 26, p. 718-741, 2021.

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