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Educação Especial:

Identidades e Culturas
Material Teórico
Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

Responsável pelo Conteúdo:


Prof.ª Dr.ª Rutinéia Cristina Martins

Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Diversidade, Deficiência
e Cultura Escolar

• Diversidade e Deficiência;
• Escola e Cultura;
• Diversidade, Deficiência, Cultura
Escolar e Educação Especial.

OBJETIVOS DE APRENDIZADO
• Conceituar e estabelecer relações entre diversidade e deficiência;
• Compreender a escola como instituição construtora de cultura própria;
• Entender a relação entre escola, diversidade, deficiência e Educação Especial.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;

No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e
de aprendizagem.
UNIDADE Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

Contextualização
A escola precisa apresentar um território multicultural, isto é, deve possibilitar que
toda a diversidade dos costumes dos sujeitos sociais coexista (MEDEIROS, online).

Nesta unidade vamos estudar como a escola pode se relacionar com a diver-
sidade e a deficiência. Que tal conhecer a história de uma artista brasileira que
aprendeu a fazer arte superando os limites da deficiência? Conhece alguém que
pinta com os pés e a boca?

Veja a reportagem de Luiz Alexandre Souza Ventura, publicada no Jornal O Estado de São
Explor

Paulo em 3 de agosto de 2016. Disponível em: http://bit.ly/2CdmVkR

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Diversidade e Deficiência
“Ser livre é conseguir flutuar entre a diversidade e a multiplicidade, sem perder a própria
Explor

identidade.” (DIMOS IKISILARA)

Para entender como se constrói a cultura escolar e nela é inserida a Educação


Especial, vamos conversar sobre conceitos que as envolvem, tais como diversidade
e deficiência.

Diversidade é um conceito que tem sido banalizado na atualidade, pois abran-


ge tudo que remete à pluralidade, à existência de mais de uma forma de ser e
estar no mundo. O Dicionário (FERREIRA, 2013, p. 261) nos aponta que diver-
sidade é: 1. Qualidade ou condição do que é diverso, diferença, dessemelhança;
2. Diferença, contradição (entre ideias etc.); 3. Multiplicidade de coisas diversas,
existência de seres ou entidades não idênticos ou dessemelhantes. A diversi-
dade varia por conta das escolhas: cortes de cabelo, vestimenta, preferências
musicais, esportivas, de lazer ou de qualquer ordem psicológica que diferencie
as personalidades. A natureza é outro fator que colabora para a existência e
definição de diversidade: são diversas cores de pele, olhos, cabelos, formatos de
boca e nariz, peso e altura.

Completa-se a definição apontando que muitos possuem várias culturas, raças,


carros, até um jeito de dormir nos diferencia uns dos outros; também abrange o
status econômico , que é uns dos aspectos mais discutidos, uma vez que as diversas
diferenças podem levar a situações de preconceito e exclusão que interferem nas
oportunidades de trabalho e renda que os indivíduos podem obter, e por consequ-
ência nas suas condições financeiras.

Figura 1 – Mãos da diversidade levantadas em gesto


Fonte: Getty Images

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UNIDADE Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

Podemos tomar como exemplo de diversidade no ambiente escolar a realidade


de uma escola confessional – tipo de escola, geralmente mantida por interesses
privados, que se caracteriza por possuir um embasamento filosófico-religioso – de
orientação protestante situada no interior do estado de São Paulo. A instituição
mantém uma creche e uma escola particular que atendem alunos da Educação
Infantil ao Ensino Médio. No início de todas as etapas é realizado um processo
seletivo para oferecimento de bolsas de estudo.

Sendo assim, a escola lida com várias realidades socioeconômicas: alunos de


classe alta que podem pagar com facilidade, alunos de classe média e outros de
baixo poder aquisitivo, beneficiados pelas bolsas de estudo. Em meio às diferenças
econômicas e sociais, pode-se constatar também as diferenças culturais e religiosas,
pois nem todos os alunos professam a fé da mantenedora da escola. Sem contar as
diferenças físicas e ou relacionadas às diferenças étnicas.

Desta maneira, é estabelecido um ambiente caracterizado pelo Multiculturalis-


mo, sobre o qual se compreende tanto os estudos acadêmicos quanto as políticas
institucionais que se desenvolvem em torno das questões trazidas pela emergência
das sociedades multiculturais (BETONI, online). Os olhares se voltaram mais para o
Multiculturalismo a partir do processo de globalização, posto que povos de origens
e culturas diversas tiveram a oportunidade de conhecimento, ainda que parcial,
dessas manifestações culturais.

Relações de paz, tolerância ou conflitos armados e suas implicações passaram


a ser de conhecimento mútuo e as consequências dessas relações também tiveram
consequências de dimensões muito maiores que as dimensões habituais até então.
O termo costuma ser utilizado em alguns estudos antropológicos e sociológicos que
tentam explicar como as sociedades que possuem um acervo cultural tão diferente
convivem entre si (online).

O Multiculturalismo não se coloca apenas como a multiplicidade de culturas ou


como expressão da diversidade, abrangendo situações-limite como as relações de
paz e tolerância, geração de conflitos, inclusive armados, entre determinados gru-
pos sociais. São processos que envolvem análise e reinvenção de culturas, sujeitas à
influência de diferentes culturas devido à globalização, mas com a identidade étnica
de cada grupo pertencente à determinada localidade, o que pode ser exemplificado
com as culturas funk, rap e hip hop, com características e impacto social próprios
em cada grupo.

O poema Multiculturalismo, de Gonçalo Agostinho (online), ilustra a concep-


ção do termo:

A identidade humana
Cultura, raça e diferença
Criada pelo conhecimento
Difundida pela crença
De joelhos a pregar a crença
É ingente e poderosa a religião

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A força da lei divina
Que obriga à Expansão
Explosões de ideias
De imposição forçada
Tanques de defesa à poltrona
De franqueza roubada
Entrada restrita pela cor ou ideia
Sinal de saída retardada
Violência moral, imortal
Devido à fala riscada
É o que cria o “cultural”
Julgada pela imortal
Decisão
Imutável,
Irrefutável.

Cada um tem seu jeito próprio, com sua história e cultura, o que determina o seu
jeito de ser, pensar e agir. Entretanto, as pessoas têm outras marcas que definem a
sua identidade e mesmo que sejam marcas físicas são determinantes para a inserção
na convivência em sociedade. O que se pode observar na aparência da pessoa com-
põe um conjunto de elementos que a faz única em meio a um universo de semelhan-
ças e diferenças entre seus pares.

Nesse contexto, insere-se a deficiência. Como significados foram encontrados os


termos falta, carência e insuficiência (FERREIRA, 2013, p. 222). Em nova pesquisa
(online), são apontados alguns sinônimos ou palavras que se podem associar: imper-
feição, aleijão, defeito, desvirtude, falha, falta, fraqueza, irregularidade, manqueira,
excepcionais, dentre outras que indicam falta de habilidades, órgãos ou sentidos.
Esses significados no ambiente em que são utilizadas traduzem valores morais, cultu-
rais e éticos de uma sociedade em relação às pessoas com deficiência, reforçando ou
provocando estigmas e discriminações, fazendo do preconceito um fator mais nocivo
que a própria deficiência. Os indivíduos podem nascer deficientes ou tornarem-se ao
longo da vida, por motivos de força maior como acidentes, doenças, entre outros, que
podem ser estados provisórios ou permanentes, de modo que todos estão sujeitos a
serem ou conviverem com pessoas com deficiência.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde - OMS (online) - deficiência


pode ser definida como qualquer perda ou anormalidade da estrutura ou função
psicológica, fisiológica ou anatômica. Ou seja, tanto os órgãos do corpo, no caso
das deficiências física, visual ou auditiva, como as funções psicológicas, como na
deficiência intelectual.

Para completar a definição, pesquisou-se quem são as pessoas com deficiência, as


quais foram definidas como aquelas que tem impedimentos de longo prazo de natu-
reza física, mental, intelectual ou sensorial. Essas pessoas em interação com diversas

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UNIDADE Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

barreiras, podem ter obstruída sua participação plena e efetiva na sociedade, gerando
desigualdade de condições com as demais pessoas (ONU, 2011, online).

Vamos tomar por exemplo dessa relação entre diversidade e deficiência a biografia
de Aleijadinho, um dos maiores expoentes da arte brasileira e em especial do Período
Barroco, movimento artístico vigente nos séculos XVII-XVII, que se originou na Itália,
estabeleceu-se na Europa e, por conseguinte, no Brasil.

Aleijadinho: Biografia resumida


Antônio Francisco Lisboa nasceu em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, em Minas
Gerais, no ano de 1730 (não há registros oficiais sobre esta data). Era filho de uma
escrava com um mestre de obras português. Iniciou sua vida artística ainda na infân-
cia, observando o trabalho de seu pai, que também era entalhador.
Por volta dos 40 anos de idade, começou a desenvolver uma doença degenerativa
nas articulações. Não se sabe exatamente qual foi a doença, mas, provavelmente,
pode ter sido hanseníase ou alguma doença reumática. Aos poucos, foi perdendo os
movimentos dos pés e mãos. Por conta da doença, recebeu o apelido de Aleijadinho.
Após esse período, não abandonou o trabalho. Pedia a um ajudante para amarrar as
ferramentas em seus punhos para poder esculpir e entalhar. Demonstrou um esforço
fora do comum para continuar com sua arte. Mesmo com todas as limitações, con-
tinuou trabalhando na construção de igrejas e altares nas cidades de Minas Gerais.

Altar da Igreja Nossa Senhora do Carmo, Sabará (Foto: Daniel Mansur).


Explor

Disponível em: http://bit.ly/2mRqWXW

Na fase anterior à doença, suas obras são marcadas pelo equilíbrio, harmonia e sereni-
dade. São desta época a Igreja São Francisco de Assis, Igreja Nossa Senhora das Mercês
e Perdões (as duas na cidade de Ouro Preto, cidade histórica de Minas Gerais). Já com a
doença, Aleijadinho começou a dar um tom mais expressionista às suas obras de arte.
É deste período, o conjunto de esculturas “Os Passos da Paixão” e “Os Doze Profetas”, da
Igreja de Bom Jesus de Matosinhos, na cidade de Congonhas do Campo (Minas Gerais).
O trabalho artístico, formado por 66 imagens religiosas esculpidas em madeira e
12 feitas de pedra-sabão, é considerado um dos mais importantes e representativos do
Barroco brasileiro.

Fonte: Jefferson Evandro Machado Ramos

A biografia de Aleijadinho traz uma série de elementos que nos dão condição de
refletir sobre os processos que envolvem a construção da identidade: trata-se de um
homem nascido no século XVIII, cujas origens tem traços portugueses e afro-bra-
sileiros, o que deveria estar presentes em seus hábitos, costumes e manifestações.
O contato com a arte desde cedo pode ter fomentado tanto seu interesse quanto a
habilidade de lidar com a escultura, algo comum em seu ambiente familiar.

Outros fatores como a cor de pele parda e a deficiência foram preponderantes


para a construção da identidade, pois foram fatores que naquela sociedade eram ge-

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radores de preconceito e exclusão. A deficiência de Aleijadinho não nasceu com ele.
Foi desenvolvida ao longo do tempo, ou seja, ele teve que aprender a se adaptar à nova
condição, diferente das pessoas que nascem sem deficiência e não conhecem uma vida
com restrições de cunho físico.

A construção da identidade de Aleijadinho também é marcada pelo preconceito


e ambiguidade do tratamento da sociedade em relação à sua pessoa: por um lado,
a sua arte era apreciada e seus serviços artísticos solicitados nas igrejas de diversas
localidades, por outro lado, a mesma sociedade que o admirava, devido à sua ori-
gem e cor de pele negras, não permitia que ele frequentasse as igrejas ao lado de
pessoas que eram consideradas respeitáveis naqueles grupos.

O exemplo desse artista, personagem de grande valor na história da arte e cultu-


ra brasileira, nos mostra a diversidades de características físicas e psicológicas que
uma pessoa pode apresentar. Quando se lida com grupos se realiza um trabalho de
gerenciar a convivência de diversas histórias de vida, dentre as quais a deficiência
pode fazer parte. Sobre isso, é preciso lembrar a urgência em superar o paradigma
da segregação, que aparta o convívio em sociedade, tendo em vista que não exis-
tem ilhas que têm apenas pessoas com esquizofrenia ou com Síndrome de Down.
Na sociedade existem todos e por isso precisamos aprender a conviver, para que
sejam estabelecidas relações de cooperação ou simplesmente de respeito.

Escola e Cultura
Começamos a reflexão sobre a escola com questionamentos: o que é a escola? Qual
a sua função na sociedade? Como a escola se tornou uma construtora de cultura?

A origem da palavra escola vem da língua grega (online), com o termo Skhole,
que evoluiu para o latim scholae, que originou, em língua portuguesa, a palavra
escola tal como conhecemos na atualidade. Nessas línguas, a palavra tem o mes-
mo significado: discussão ou conferência. O significado também estava atrelado ao
lazer e tempo livre. Segundo Libâneo (2010, p.167), o termo foi usado no período
helenístico para designar o estabelecimento de ensino. Na mesma obra, o autor
ainda esclarece que a escola viveu historicamente diferentes concepções. A tradição
greco-romana desvalorizava a formação profissional e o trabalho manual, o que
justificava a concepção de escola como lugar de ócio e não de trabalho.

E cultura? Qual o significado?

Pode-se definir como o complexo de padrões de comportamentos, das crenças,


das instituições, das manifestações artísticas etc. transmitidos coletivamente e típicos
de uma sociedade (FERREIRA, 2013, p.212). A cultura é algo que se aprende no
contato com os grupos humanos nos quais nos inserimos: acontece tanto na escola,
como fora dela, em todas as situações da vida. Por isso, a relação entre escola e cultu-
ra é intrínseca, porque envolve maneiras sistemáticas e assistemáticas de construção
e socialização do saber.

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UNIDADE Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

Em nossa sociedade, a escola é a instituição responsável pela construção e sociali-


zação do saber e que também se caracteriza por ser um espaço de convivência. Sobre
isso, Santos (2006 p.210) nos traz uma reflexão: “Chegar à escola, estar na escola,
fazer escola. Fogo cruzado, terreno minado, solo fértil, campo de lutas, consensos,
acordos e desacordos. Isso tudo e mais que isso.” A frase de Santos proporciona uma
reflexão sobre o papel de protagonistas que os indivíduos devem assumir na institui-
ção. Assim, neste texto, vamos entender um pouco da escola enquanto instituição e
organização aglutinadora de pessoas e promotora de cultura.

No Brasil, a inserção da educação escolar se deu com o processo de colonização


portuguesa, a partir do século XVI. Com a Reforma Protestante, a Igreja Católica rea-
giu à expansão do Protestantismo. De acordo com Ciccone e Moraes (2016, p. 60), sua
principal iniciativa no campo educacional foi a criação de uma ordem religiosa jesuítica
que se dedicou à moralização da Igreja e às construções de colégios pelo mundo afora.

As primeiras escolas fundadas no Brasil se localizavam em Salvador (1549) e São


Paulo (1554) respectivamente. Eram de orientação jesuítica, com o objetivo principal
de catequizar. Com a Reforma Pombalina (1759), os jesuítas perdem o monopólio da
educação no país, que nessa época era colônia de Portugal e assim permaneceu até
1815, quando o Brasil é elevado à categoria de Reino Unido à Portugal e Algarve.

Até o período citado, o Brasil não tinha um sistema de ensino com as caracte-
rísticas que se conhece. Essa situação ganha outros contornos a partir de 1827,
quando houve a criação de escolas de primeiras letras, equivalentes ao atual Ensino
Fundamental, responsáveis por ensinar a ler, escrever, quatro operações aritméti-
cas, outras noções de gramática e matemática e moral cristã (MARTINS, 2012). Foi
uma época de muitos decretos e reformas que tinham como objetivo a construção
de um sistema de ensino, em meio a mudanças sociais, políticas e econômicas, que
resultaram em dois fatos decisivos: o fim da escravidão em 1888 e a proclamação
da República em 1889.

Essas mudanças estavam inseridas em um contexto mundial, em que o capi-


talismo alcançava sua fase industrial, causando muitas mudanças nos processos
produtivos. Sendo assim, criou-se a necessidade de um novo perfil de trabalhador,
diferente dos escravos à margem da sociedade de consumo. O perfil almejado era
o de um trabalhador que pudesse produzir e consumir os bens originados tanto da
agricultura, fonte de produção presente, quanto o que se originava da indústria nas-
cente naquele período. Assim, o deslocamento dos postos de trabalho das fazendas
para as indústrias fomentou o êxodo rural.

Nas cidades e nas indústrias, a alfabetização se tornava urgente devido às novas de-
mandas que se exigia do trabalhador. Por conta disso, no século XX, paulatinamente é
instalado um processo de construção de um sistema de ensino, que tem a escola como
instituição-base, amparada pelos órgãos gestores municipais, regionais, estaduais e fe-
derais de educação.
A escola, que em princípio era privilégio de poucos, progressivamente foi ganhan-
do espaço na sociedade, tornando-se um local com características e regras próprias.
Nesse ponto, Heloísa Luck (2012, p.85), estudiosa dos meandros da gestão escolar,

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auxilia a compreender a concepção e papel da escola na sociedade vigente: ela é uma
organização social, isto é, uma coletividade dinâmica, intencionalmente organizada
com o objetivo de promover com seus alunos o desenvolvimento de cidadãos críticos,
mediante sua compreensão do mundo pelas experiências sociais significativas.

Figura 2 – Sala de aula do início do século XX


Fonte: Getty Images

Tais experiências são apresentadas no currículo, definido por Sacristán (2013, p. 17)
como seleção organizada de conteúdos a aprender ou aquilo que o aluno estuda. Este
aponta os anseios de uma sociedade em relação ao que deve ser ensinado, mostrando
que a escola não está apartada de seu meio.
A legislação educacional aponta responsabilidades que vinculam a escola à prá-
tica social, dentre elas (BRASIL, online):
• elaborar e executar sua proposta pedagógica;
• […] velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
• […] articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de
integração da sociedade com a escola;
• […] informar pai e mãe sobre a frequência e rendimento dos alunos,
bem como a execução da proposta pedagógica da escola.

Partindo do cenário colocado em relação à escola, sua história, características e res-


ponsabilidades, observa-se alguns pontos que determinam à escola uma cultura peculiar:
• Obrigatoriedade;
• Espaço e tempo rígidos;
• Linguagem que se diferencia de outras instâncias;
• Planejamento;
• Hábitos próprios;
• Interferência na vida familiar.

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UNIDADE Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

Devido à obrigatoriedade da frequência à escola, até para as crianças de Educa-


ção Infantil (BRASIL, 2013, online), a escola tem grande interferência na vida das
famílias, que precisam se organizar para levarem seus filhos ou pupilos todos os dias.
Para isso, ajustam horários de dormir, acordar, trabalho, pois com mais de 25% de
faltas nos Ensinos Fundamental e Médio e mais de 40% na Educação Infantil em pe-
ríodo determinado por legislação educacional, os pais são encaminhados para órgãos
de defesa dos direitos das crianças e adolescentes, sujeitos às penalidades previstas.
Esses órgãos agem principalmente em caso de evasão escolar, que como as faltas,
se considera negligência. Enfim, estar na escola não é uma escolha, é algo arbitrário.
Por conta dessa arbitrariedade, ainda que as aulas possam ser dinâmicas e pra-
zerosas e o planejamento flexível, os tempos e espaços escolares são rígidos. Salvo
raras exceções, também por questões organizacionais, não há negociações quanto
a horários de início e término: eles determinam os processos de contratação e dire-
cionamento do trabalho de professores e funcionários.

Figura 3
Fonte: Getty Images

Os espaços, abertos ou fechados, também são direcionados para cada grupo ou


atividade. As opções existentes são para o que fazer com horários, lugares e profis-
sionais previamente determinados, fazendo com que, em maior ou menor escala,
haja uma disciplina no uso dos recursos da escola, sejam eles humanos ou materiais.
Diferente do ambiente doméstico, o planejamento é uma constante na escola.
Não há espaço para espontaneísmos mesmo nas atividades que requerem certa
liberdade, como brincadeiras, jogos e o recreio, que são feitos com intencionalidade
e objetivos pedagógicos voltados para o desenvolvimento de valores e atitudes po-
sitivas para a convivência entre as crianças e seus pares.
Vemos que a escola é um local de hábitos próprios. Sua linguagem se diferencia da
linguagem que se utiliza em outras instâncias frequentadas pelas crianças e jovens nela
matriculados. É a linguagem formal, utilizada para ministrar o conteúdo sistematizado.
Assim, a escola é um ambiente de planejamento e direcionamento e a cultura nela
e por ela produzida está voltada para isso. Contudo, mesmo com essas delimitações,
pode-se considerar a escola como espaço social interativo, posto que as crianças
passam grande parte do tempo no ambiente escolar. São anos convivendo com
os mesmos colegas, professores, funcionários e gestores, com situações de conflito,

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mas, também, de partilha de sentimentos, emoções e descobertas. Isso faz com que
a aprendizagem esteja além dos conteúdos, que alguns sequer apreendem de maneira
satisfatória, todavia, podem possuir outras memórias da escola, mais ou menos signi-
ficativas, de acordo com suas experiências.
Pode-se resumir que analisar a cultura escolar implica em conhecer os valores ex-
pressados por ela. Sobre isso, em uma visão interacionista, Barroso (online) esclarece:
[...] a “cultura escolar” é a cultura organizacional da escola. Neste caso, não
falamos da Escola enquanto instituição global, mas sim de cada escola em
particular. O que está em causa nesta abordagem é a “cultura” produzida
pelos atores organizacionais, nas relações uns com os outros, nas relações
com o espaço e nas relações com os saberes.

Com todas as características citadas somadas às particularidades de cada insti-


tuição, constata-se que a escola é um lugar único por agregar toda a diversidade de
tipos humanos em seu período de infância, possibilitando aos mesmos a oportuni-
dade de conviverem e aprenderem maneiras diversas de ser e estar no mundo, além
dos conteúdos escolares.

Diversidade, Deficiência, Cultura


Escolar e Educação Especial
A Instituição escolar é um referencial na vida de crianças e jovens. Suas experi-
ências afetivas, relacionamentos entre amigos, discussões éticas, debates, conflitos
e percepções das diferenças são momentos vivenciados que comporão a formação
integral do ser humano, assim como o diálogo com os espaços educativos, as rela-
ções de convivência com o outro e a aplicação dos pilares da educação.

São essas reflexões que permitem que se verifique os significados que abrangem
o currículo, pois este traz consigo influências “convergentes e sucessivas, coerentes
ou contraditórias.” (SACRISTAN apud FREIRE, 2016). Pois o currículo pode ser
algo comum a maior parte dos estudantes do mesmo ano escolar, contudo, os sa-
beres e características dos estudantes de cada local farão com que esses conteúdos
sejam ressignificados de acordo com a realidade deles.

As questões culturais e comportamentais não estão fixadas nos documentos


oficiais, mas entende-se que são construções coletivas a partir da participação de
todos, sem possibilidade de neutralidade, pois no que se refere ao aluno com defici-
ência, o simples silêncio de um colega indica a posição de não envolvimento.
Na escola regular, onde maior parte dos alunos com deficiência estão matricula-
dos, é fundamental a ação dos gestores escolares e professores de Educação Espe-
cial na construção de uma cultura inclusiva, em que o deficiente seja parte efetiva
do processo escolar, tendo garantidos os direitos previstos na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional: acesso, permanência na escola, somando a eles a
meta de que obtenham o sucesso escolar.

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UNIDADE Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

A Direção de uma escola possui aspectos pedagógicos e administrativos. Para


gerenciá-los, há um grupo de especialistas em Educação, com formação em Pedago-
gia. Por isso, nas diversas redes de ensino a gestão da escola é dividida entre diretor
e coordenador pedagógico e de acordo com as realidades há outros cargos como
vice-diretor, orientador educacional, pedagogo, psicopedagogo e outras variantes.
A Lei de Diretrizes e Bases, promulgada em 1996, trouxe à comunidade escolar,
sob liderança dos gestores, a responsabilidade de elaborar a proposta pedagógica da
instituição e nesse documento, que abarca todas as questões tangentes à escola, a
inclusão de alunos com deficiência deve estar presente.
Na elaboração da proposta pedagógica da escola, os gestores devem declará-
-la como inclusiva e descrever como a inclusão desses alunos deve ser efetivada.
O trecho abaixo, extraído do plano de gestão escrito em 2017, documento, que
além de questões administrativas, contém a proposta pedagógica da escola, aponta
para como essa comunidade escolar registra as suas metas e intenções em relação
à Educação Especial e Inclusiva (SANTOS, 2017):
A escola que queremos precisa garantir ao aluno a formação integral: o
conhecimento formal e a construção de valores e cidadania, tomando por
base um currículo multidisciplinar e transversal, em que os alunos sejam
capazes de atuar, aprender a aprender, inovar e saber pensar. Um local
aberto ao atendimento de todos, incluindo crianças com deficiências, trans-
tornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, com
estrutura no que diz respeito à adequação física de acessibilidade arquitetô-
nica, recursos pedagógicos e as práticas de ensino e aprendizagem flexíveis
para que o aluno acompanhe e tenha a oportunidade de se desenvolver.
Para que a escola exercite o ensino democrático, faz-se necessário que o
Projeto Político Pedagógico garanta o acesso e a permanência dos alunos
da Educação Especial, reconhecendo e valorizando as diferenças.

A proposta da escola se completa quando, dentre as diversas atribuições do pro-


fissional do atendimento educacional especializado, for selecionada aquela que se
volta para a construção da cultura de inclusão da pessoa com deficiência: orientar a
comunidade, escola, família e profissionais envolvidos na educação dos alunos com
deficiências, quanto ao seu processo de desenvolvimento e de ensino/aprendizagem.
A realidade citada é de uma escola situada no interior do estado de São Paulo,
que atende crianças de 4 a 11 anos (Educação Infantil e anos iniciais do Ensino
Fundamental) e em 2017 contava com 301 alunos, dentre eles 5 crianças com
deficiência – física, múltipla e intelectual – , o que representa 1,6% do total de
matriculados. O exemplo é uma mostra da realidade educacional que contempla
as diferenças. A esse respeito, Batistão (2015, online) aponta que:
[...] na transversalidade da Educação Especial na perspectiva da Educação
Inclusiva se entende que o desafio maior se encontra frente à necessida-
de de construção de uma cultura educacional inclusiva na qual todos os
sujeitos possam participar proativamente do processo educativo para que
ele (o deficiente) avance.

Desta maneira, entende-se que as equipes escolares têm papel relevante na vida dos
estudantes e no que diz respeito à criação de uma cultura de valorização e convivência

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com a pessoa com deficiência, à medida que prepara toda a equipe escolar, que inclui
alunos, professores, funcionários e indiretamente os pais dos alunos para lidar com as
diferenças de forma geral e com as especificidades das crianças com deficiência.

Conforme Martins (2016, p.69), o trabalho dos gestores inclui a orientação para
enfrentar os conflitos surgidos entre os alunos por conta das diferenças e a pesquisa
sobre a maneira de lidar com as limitações e deficiências. Esse trabalho se resume
em executar o que está descrito nos documentos institucionais que expressam a
proposta pedagógica: planejamento escolar, plano de gestão, projeto político peda-
gógico e outros, de acordo com a realidade de cada região.

O cotidiano dos gestores também se volta para a análise sobre como os alunos
interagem. Essa observação é constante, não precisa de data marcada para ocorrer.
Tais profissionais são responsáveis pela criação de pontes, isto é, facilitar a comu-
nicação entre os alunos e outras pessoas que fazem parte da comunidade escolar.
Nesse ponto, recreios e atividades fora da sala de aula são excelentes oportunidades
para observar se o processo de inclusão está sendo realmente efetivo para as crian-
ças com deficiência, porque são momentos em que há profissionais por perto mas
estão sem a intervenção direta de um professor.

Figura 4
Fonte: Getty Images

Enfim, compreender a relação entre diversidade, deficiência e cultura escolar


está em aceitar que existem diversos perfis humanos, relativos a gênero, cor, raça,
origem, existência ou não de deficiência e essas pessoas tem o direito de serem
respeitadas nas suas singularidades. A construção da cultura escolar existe no sen-
tido de promover diferentes situações em que os sujeitos tenham conhecimento das
realidades alheias, para que vejam seus pontos altos e fragilidades, estabelecendo
relações de empatia.

Quando se trata da pessoa com deficiência e outras situações, a relação é mais


complexa: o que se considera diferença é visível antes de se conhecer as caracterís-
ticas pessoais. Os profissionais precisam fazer um trabalho de desconstrução dos
preconceitos, criando meios de mostrar que uma criança ou adolescente, está além
da aparência: não se restringe às muletas, cadeira de rodas, gestual típico dos sur-
dos ou aparência dos acometidos de Síndrome de Down. São pessoas que compõe

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UNIDADE Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

o grupo formado na escola, sem as quais não seria o mesmo, dotadas de vontades
e sentimentos. Ou seja, a cultura criada na escola deve ter uma concepção de tole-
rância no sentido de ensinar a conviver e respeitar os colegas, ver o que está além
das diferenças, como afirma Freitas (2011, online):
[...] o processo de inclusão vai muito além da inserção de alunos com de-
ficiência na escola dita regular ou na reserva de um percentual de vagas
em concursos públicos a serem ocupadas por candidatos com deficiência.
É necessário que seja exigida uma mudança na estrutura social vigente, no
sentido de se organizar uma sociedade que atenda aos interesses de todas
as pessoas indiscriminadamente. Dessa forma, lutar a favor da inclusão
social deve ser responsabilidade de cada um e de todos coletivamente.

Em Síntese Importante!

A escola é um ambiente em que, por direito, todas as pessoas tem acesso. Sendo assim, a
cultura a ser construída precisa ser de acolhimento, colaboração e participação.

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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Livros
Educação Inclusiva: contexto histórico, análise das deficiências e uso das tecnologias no processo de aprendizagem
BARRETO, A., BARRETO, F. Educação Inclusiva: contexto histórico, análise das
deficiências e uso das tecnologias no processo de aprendizagem. São Paulo: Érica, 2014.
Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais
SILVA, T. (Org.). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. Petrópolis:
Vozes, 2000.
Na minha escola todo mundo é igual
RAMOS, R. Na minha escola todo mundo é igual. São Paulo: Cortez Editora, 2004.

Filmes
O guardião de memórias
O guardião de memórias. Diretor: Mick Jackson, Produtora: Sony Pictures, Local:
Estados Unidos, 89 minutos.
Querido Frankie
Querido Frankie. Diretora: Shona Auerbach, Produtor: Stephen Evans, Local:
Inglaterra, 105 minutos.

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UNIDADE Diversidade, Deficiência e Cultura Escolar

Referências
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blogspot.com>. Acesso em: 20 jun. 2019.

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diversa.org.br/>. Acesso em: 15 jun. 2019.

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ciologia/multiculturalismo/>. Acesso em: 31 mai. 2019.

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da educação nacional. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
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zembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para
dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/
l12796.htm>. Acesso em: 10 jun. 2019.

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mo/>. Acesso em: 17 jun. 2019.

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