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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI

SEGUNDA LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

VIVIANE ESPÍNDOLA DA SILVA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO COTIDIANO ESCOLAR

PALHOÇA
2021
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO COTIDIANO ESCOLAR

Viviane Espíndola da Silva1

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).

RESUMO- Este Artigo Científico apresenta o tema educação inclusiva no cotidiano escolar. Justifica-se a
escolha do tema, uma vez que a inclusão de uma criança com necessidades educativas especiais na rede
regular de ensino, faz das salas de aulas muito mais heterogêneas, não podendo prescindir de uma
reflexão da posição do professor enquanto mediador fundamental para o desenvolvimento das ações
pedagógicas nos grupos. É de competência dos profissionais que atuam no contexto educativo, formar
verdadeiros cidadãos, com capacidade de analisar o mundo, entendendo sua diversidade e assim
construindo opinião própria com a consciência de seus direitos e deveres. O que representa uma tarefa
que algumas vezes o professor tem dificuldades, em realizar por diversos fatores, sejam estes políticos,
afetivos, psicológicos, sociais, entre outros. Tem-se como principal objetivo destacar os desafios da
educação inclusiva no ensino regular. Para alcance do objetivo proposto, utilizou-se de pesquisa
bibliográfica.

PALAVRAS-CHAVE: Desafios. Rede regular. Inclusão

1 vivianeespindola0809@gmail.com
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1 INTRODUÇÃO

Proporcionar ao aluno situações de aprendizagem para que este possa formar


conceitos básicos que auxiliem na compreensão da situação vivenciada no momento;
Planejar, aplicar e sistematizar estratégias pedagógicas inovadoras que visem
contemplar as diferenças dos alunos no contexto escolar e em especial na sala de aula;
Elaborar atividades que possam ampliar o conhecimento pedagógico de todos os alunos
demonstrando que todos são capazes de resolvê-los.
A escola é um reflexo da comunidade a sua volta, em muitos dos casos precisa-
se entender a cultura dessa comunidade, a criança vem com uma série de conteúdos do
ambiente no qual esta inserida. Em contrapartida, o poder público também precisa fazer
sua parte observa-se que as políticas públicas na área da educação deixam muito a
desejar, pois as mesmas terceirizam o trabalho que é seu.
Justifica-se a escolha do tema, uma vez que toda e qualquer escola que almeja
trabalhar a inclusão precisa estar preparada para isso, com ambientes adaptados,
profissionais capacitados e uma estrutura que vai muito além de recursos materiais, uma
vez que as especificadas que acompanham aqueles que tem alguma deficiência ou
necessidade inclusiva diferem uns dos outros, exigindo de todos os setores da escola um
grande envolvimento e dedicação, promovendo, dessa forma, um ambiente igualitário.
É na interação promovida pela relação com os sujeitos que a criança se
desenvolve, inclusive sendo uma via potencializadora de aprendizagem. Na aceitação e
no acolhimento dos seus pares as crianças em geral se tornam mais felizes e dispostas
a agirem em prol de sua aprendizagem.
Sob essa perspectiva, a educação se pauta na concepção de inclusão como
socialização das pessoas com deficiência a fim de potencializar suas competências e sua
disposição para a aprendizagem na forma de compartilhamento de conhecimentos com
seus pares a partir de relações afetivas.
Muitas vezes elas são colocadas em um espaço de segregação educacional e
sofrem o isolamento no que lhe tange a sua atuação com seus pares. Esse e outros fatos
demonstram o quão resistente é a ideia de mudança promovida nas instituições
escolares, conduzindo a escola a fins de tão somente inserir o aluno com deficiência, já
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que ele frequenta as aulas, mas não interage com seus colegas e nem se socializa, pois
lhe é negada a oportunidade de ser parte do grupo não sendo lhe oportunizado caminhos
para a inclusão.
Com isso, perpetua-se a segregação também na sociedade, pois nenhum dos
indivíduos envolvidos no processo educativo na escola, aprenderam a considerar os
alunos com deficiência como sujeitos ativos de seus direitos e capazes de aturem
socialmente.
Tem-se como principal objetivo destacar os desafios da educação inclusiva no
ensino regular.
Para alcance dos objetivos optou-se por pesquisa bibliográfica e qualitativa. O
estudo qualitativo foi de grande valia, uma vez que todas as informações colhidas no
mesmo, embasaram a construção deste trabalho.

2 DESENVOLVIMENTO

Acredita-se que o conceito formal de educação inclusiva vai além da permanência


de crianças na escola com alguma deficiência no contexto educativo, sem que esse
processo seja permeado de objetivos claros e definidos, com a clara intencionalidade de
promover ações voltadas à participação dessas crianças em todo o processo educativo.

A Educação Inclusiva é comumente apresentada como uma evolução da escola


integrativa. Na verdade, ela não é uma evolução, mas uma ruptura, um corte,
com os valores da educação tradicional. A Educação Inclusiva assume-se como
respeitadora das culturas, das capacidades e das possibilidades de evolução de
todos os alunos. Educação Inclusiva aposta na escola como comunidade
educativa, defende um ambiente de aprendizagem diferenciado e de qualidade
para todos os alunos. É uma escola que reconhece as diferenças, trabalha com
elas para o desenvolvimento e dá-lhe um sentido, uma dignidade e uma
funcionalidade (RODRIGUES, 2000, p. 10).

É possível promover a inclusão, desde cedo, no contexto educativo, desde que a


mesma respeite todas as particularidades de cada indivíduo, com suas diferenças e
limitações.
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A pessoa com deficiência sempre fez parte das sociedades em diferentes


momentos históricos e, historicamente, representou a imperfeição da mente e
do corpo. Em muitos povos, os deficientes eram condenados a pena de morte
por não se enquadrarem nos padrões estabelecidos pela sociedade, em outros
eram abandonados a própria sorte ou deixados para morrerem, ou ainda
viravam atrações circenses em espetáculos macabros devidos suas
peculiaridades. Em algumas sociedades também havia a crença na qual um
filho deficiente representava um castigo divino imposto aos seus pais por algum
pecado (FERNANDES et al., 2011, p. 134).

Atualmente, após muitas lutas, os deficientes são amparados pelo ideal humanista
de que todos os seres humanos são iguais e detentores dos mesmos direitos.

2.1 LEIS DA INCLUSÃO

Com a Revolução Industrial, Fernandes (et al., 2011) ressaltam que a questão da
reabilitação e da utilização da pessoa deficiente para o trabalho começou a ser discutida,
pois as próprias condições de trabalho na indústria fizeram com que os acidentes de
trabalho criassem um número considerável de mutilações e deformidades, se tornando
também uma das causas de deficiência.
Com crescimento da ciência e também com a intensificação de discussões
humanistas e democráticas em várias sociedades, a deficiência começou a ser
considerada doença e, por isso. Surgiram vários estudos no âmbito biológico e
psicológico. Logo apareceram os primeiros tratamentos para a reabilitação das pessoas
deficientes (FERNANDES et al., 2011).
No Brasil uma maior preocupação com as pessoas deficientes foi expressa com a
criação ,no Período Imperial, do Instituto dos Meninos Cegos, atualmente Instituto
Benjamin Constant, por Dom Pedro II, em 1854. Em seguida, foi fundado o Imperial
Instituto de Surdos Mudos (atualmente Instituto Nacional de Educação de Surdos –
INES). Nesses institutos havia estudos para o tratamento e reabilitação dessas pessoas
com deficiência. (FERNANDES et al., 2011).
O Século XX foi um marco com grandes mudanças nos paradigmas que
sustentavam as sociedades em todo o mundo. Houve duas guerras mundiais na primeira
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metade desse século e o mundo que visualizou a morte de milhões de pessoas com a
luta de ideais discriminatórios, ficando mais sensível para as questões humanistas.
No ano de 1948 ,após a II Guerra Mundial, os líderes mundiais declararam a
preservação da vida humana ante os genocídios ocorridos nas duas guerras mundiais.
Desta forma, a Declaração Universal dos Direitos Humanos se tornou o primeiro
documento internacional que apresenta todas as pessoas sem distinções, como cidadãos
com direitos. Logo, aparece o acesso a educação como direito de todos.
Por serem iguais, as pessoas têm direitos a educação gratuita, que objetiva o pleno
desenvolvimento da personalidade humana e fortalecimento do respeito pelas pessoas
independente de suas peculiaridades, garantindo suas liberdades fundamentais. A
educação ainda promove a compreensão, a tolerância, a amizade e a manutenção da
paz entre os grupos sociais humanos, como ressalta o inciso 2º do art. 26 da Declaração
dos Direitos Humanos:

A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da


personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e
pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a
tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz
(UNESCO, 1998 p.19).

No âmbito brasileiro, após corroborar com os ideais dessa Declaração, houve um


movimento intenso de forças a favor e contrarias à democratização do ensino. Em 1994,
um grande marco de regras e padrões sobre a equalização de oportunidades para
pessoas com deficiência surgiu com a Declaração de Salamanca (1994), na qual os
países signatários estabeleceram que fosse assegurada a educação de pessoas com
deficiência em seus países. Assim, a pessoa com deficiência deveria ser integrada ao
sistema educacional regular. É oportuno destaque do art. 2º da Declaração de
Salamanca:

Acreditamos e proclamamos que: [...] Toda criança possui características,


interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas, [...]
aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola
regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança,
capaz de satisfazer a tais necessidades, Escolas regulares que possuem tal
orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes
discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma
sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tal escola
provêm uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e,
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em ultima instancia o custo da eficácia de todo o sistema educacional


(SALAMANCA, 1994, p.26).

Sob essa perspectiva toda criança tem direito a atingir o nível adequado de
aprendizagem. Toda criança tem um conjunto de características e necessidades para
aprender que lhe são particulares. A criança com deficiência tem necessidades especiais
de aprendizagem, pois apresenta particularidades no aprender e precisa de alternativas
diferenciadas para alcançar o seu nível adequado de aprendizagem, que não se equipara
aos padrões estabelecidos, mas a uma vida social sustentável e autônoma.
As escolas regulares sob tal orientação constituem meios eficazes de combate a
atitudes discriminatórias, aprimorando o sistema educacional. Assim, Declaração de
Salamanca (1994) constitui um avanço e uma nova proposta de educação que leva em
conta as peculiaridades e especificidades de aprendizado, onde o ensino e a
aprendizagem devem se voltar para o desenvolvimento da criança, garantindo inclusive
o aprimoramento de métodos para assim suprir e atender aos mais diversos alunos.
Dentre as responsabilidades impostas pelos signatários da Declaração de
Salamanca está à adoção da educação inclusiva como princípio norteador da lei ou de
política educacional (SALAMANCA, 1994, art. 3º). Com isso, todas as crianças, com ou
sem deficiência, devem estar matriculadas no ensino regular. E, para sustentar essas
ideias da inclusão, a Declaração determina ainda que é imprescindível o investimento
financeiro em formação dos profissionais; o incentivo e a sustentação de estruturas
participativas; a descentralizadas para planejar e avaliar as ações educativas do âmbito
escolar; e a buscar de facilitadores de participação das famílias das crianças e
organizações em prol dos direitos das pessoas com deficiência para que o princípio da
inclusão seja eficaz em seus objetivos.
A Carta Magna do Brasil (BRASIL, 1988), em seu art. 5º, caput, anterior à
Declaração de Salamanca (1994), já assegurava que: “Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade”. De acordo com o que está fulcro no disposto acima, é
possível dizer que é objetivo fundamenta da nação brasileira promover o bem estar de
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todos independente de origem, cor, idade, gênero e se coloca contraria a qualquer forma
de discriminação.
A escola, em seu papel de educar e ensinar oferece as crianças como meio de
preparo para o desempenho de funções sociais e de função produtora para a manutenção
da sua sobrevivência e da sociedade. Assim, todos podem ter meios de exercer
autonomamente seu papel social e contribuir produtivamente para a sociedade dentro de
suas habilidades, interesses e aptidões.
Colocar uma criança dentro da escola é um direito, mas a forma como o ensino
escolar se desenvolve e a integração se dá nesse espaço, é o que preocupa muitos
educadores. Pois, algumas crianças portadoras de deficiência não conseguem expressar
com clareza seus sentimentos, emoções e linha de raciocínio; e crescem com mais
limitações do que aquelas que o seu corpo já possui.
Com o passar dos séculos, foi se criando um novo olhar sobre as pessoas com
diferentes tipos de deficiências.
Segundo Catarina (2001, p. 9 - 10)

As primeiras iniciativas brasileiras quanto à organização de serviços para


atendimento das pessoas com deficiência ocorreram com a criação dos Institutos:
Imperial Instituto dos Meninos Cegos, hoje, Instituto Benjamin Constant – IBC, e
o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, hoje, Instituto Nacional de Educação de
Surdos – INES, ambos no ano de 1857 [...] A Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais (APAE), em 1954 era instituída na cidade do Rio de Janeiro. No
Estado de Santa Catarina a primeira APAE organizada em 1955 no município de
Brusque. No entanto, a iniciativa pioneira na implantação de serviço, voltado ao
atendimento da pessoa com deficiência mental, ocorre no ano de 1926, com a
Sociedade Pestalozzi, na cidade de Canoa, Rio Grande do Sul..

Em 1988, a Constituição Federal, começa a se organizar para iniciar a garantia e


acesso dos direitos dos alunos com deficiência nas escolas de educação básica no Brasil.

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão. § 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde
da criança e do adolescente, admitida a participação de entidades não
governamentais.(BRASIL, 1988, p.58).
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Contudo, o Estado mostra o direito as famílias, no mesmo tempo quem tem que
procurar os seus direitos são os responsáveis pela criança com deficiência e nem sempre
os mesmos são plenamente atendidos.
Outro documento que visa a garantir os direitos das crianças com deficiência
aparece na reformulação das Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996,
Capitulo V, Art. 58, 59 e 60:

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. §1º Haverá,
quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender as peculiaridades da clientela de educação especial. §2º O atendimento
educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre
que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua
integração nas classes comuns do ensino regular. §3º A oferta da educação
especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis
anos, durante a educação infantil. (BRASIL, 1996, p.89).

Mesmo com toda a legislação vigente garantindo a inclusão e permanência


de alunos com deficiência na escola, os desafios são muitos neste aspecto.

2.2 O PROCESSO INCLUSIVO E A PARTICIPAÇÃO ESSENCIAL DO PROFESSOR

O professor compreender o processo inclusivo como sendo um caminho aberto e


que necessita ser percorrido. E para que ele possa enfrentar estes novos desafios, faz-
se necessário que ele aceite a todos os seus alunos como indivíduos que apresentam
diferenças e que estas diferenças precisam ser respeitadas.
Conforme Rios (1999, p. 52) “na avaliação que fazem de seu trabalho, em geral,
os educadores, afirmam-se comprometidos com os interesses dos alunos, mas não têm
clareza quanto à implicação política desse seu comprometimento”.
No contexto atual, a inclusão e o desenvolvimento humano possuem variadas
formas de serem entendidas, e mesmo assim, os profissionais da educação tem algumas
dificuldades na compreensão nesta nova escola e, portanto, tem ainda algumas
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limitações e restrições de lidar com o processo evolutivo por qual passou a escola nas
últimas décadas.
O papel da educação deve direcionar-se também para a democratização do
acesso ao seu espaço para todos, disseminando o conhecimento, a produção, a
reprodução e a interpretação do mundo a sua volta, percebendo suas linguagens e
consequências. Para isto, torna-se necessário que o professor ultrapasse os muros que
estabeleceu para fugir ao atendimento de todos os educandos, utilizando
pedagogicamente suas aprendizagens, para conseguir um cidadão capaz de produzir e
interpretar as novas linguagens do mundo atual e futuro.
Talvez o tema inclusão chame a atenção de algumas pessoas, pelo fato de ainda
desperta a curiosidade e, em muitos casos, o desinteresse em querer mudar por parte
dos professores. Mas esta questão, hoje é estratégica, básica e de sobrevivência deste
profissional, uma vez que ele é o responsável, na escola, pela formação do aluno
enquanto cidadão do mundo. O professor precisa entender que a inclusão é uma
conquista ampla e ilimitada. Assim, ele poderá, junto com seus alunos, descobrir,
compreender, interagir e contribuir para modificar o mundo que nos cerca.
O professor, porém, não pode colocar-se à margem do processo social de
inclusão, sob pena de perder a oportunidade de participar e influenciar na construção do
conhecimento e ainda democratizar junto toda sua maior riqueza, o conhecimento
acumulado ao longo der séculos de cultura.
É de competência dos profissionais que atuam no contexto educativo, formar
verdadeiros cidadãos, com capacidade de analisar o mundo, entendendo sua diversidade
e assim construindo opinião própria com a consciência de seus direitos e deveres. O que
representa uma tarefa que algumas vezes o professor tem dificuldades, em realizar por
diversos fatores, sejam estes políticos, afetivos, psicológicos, sociais, entre outros.
Uma das maneiras do professor superar suas dificuldades como agente
transformador está na ação direta no processo de inclusão, no sentido de produzir uma
educação de qualidade. Por outro lado, ele precisa contar com orientações e capacitação
capazes de captar, entender e utilizar em seu trabalho, as mais variadas metodologias
pedagógicas, que cada vez mais se tornam parte ativa da construção do projeto
pedagógico das escolas.
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O professor que estiver sintonizado com a rapidez destas mudanças na sociedade


e comprometido com o crescimento e a formação de seu aluno precisará – além de
capacidade de análise crítica da sociedade – do desenvolvimento de novas competências
e habilidades que possam ajudar a compreender e organizar sua prática conforme os
preceitos da inclusão.

As situações da sociedade escolar, ou um grupo desta, sala de aula, é uma


heterogeneidade tremenda, entre os indivíduos que fazem parte. Mas esta
composição heterogenia é muito significativa se for uma escola inclusiva, que
esteja de portas abertas, sem discriminação, a fim de atender a todos. Pois,
levando em conta esta diversidade humana como a questão de extrema
importância para as relações interpessoais, aparece o professor, como o principal
agente facilitador dessas interações (CARVALHO, 2018, p. 27).

A inclusão de uma criança com necessidades educativas especiais na rede regular


de ensino, faz das salas de aulas muito mais heterogêneas, não podendo prescindir de
uma reflexão da posição do professor enquanto mediador fundamental para o
desenvolvimento das ações pedagógicas nos grupos.
Mais do que nunca, não devemos esquecer que a educação dos alunos com
necessidades educativas especiais na escola regular, deve ser entendida como um
trabalho coletivo que faça com que este princípio se estabeleça entre os principais da
educação especial.
Um dos grandes desafios deste novo século relacionado à educação refere-se ao
desenvolvimento de práticas pedagógicas capazes de auxiliarem ao professor, não
apenas como um mero instrumento de inclusão educacional, mas acima de tudo, como
um elemento que seja também responsável pelas necessárias mudanças neste
segmento da sociedade chamado escola.
De acordo com Santa Catarina (1997, p. 33) “buscar o conhecimento através
destas práticas pedagógicas, materializadas nas escolas, requer uma forma de trabalho
coletivo na busca da unidade-totalidade do conhecimento, no fazer pedagógico”.

O papel da educação, nesse sentido, é o de formar o cidadão, apto a tomar


decisões e a fazer escolhas bem informadas acerca de todos os aspectos da vida
em sociedade que o afetam. Isso exige acesso à informação e a capacidade de
processa-la judiciosamente, sem se deixar levar pelo poder econômico ou político
(FIORENTINI, 2000, p.29).
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O desafio educacional dos dias de hoje está centrado numa sociedade inclusiva,
promotora de mudanças, ou seja, a efetiva participação de todos na escola, no processo
de construção de uma nova sociedade, globalizada, erudita, inclusiva, capaz de permitir
que o educando se aproprie dos mais variados conceitos.
Ao compreender que necessitam redimensionar seus conceitos e visualizar as
novas práticas inseridas na escola, oriundas de uma sociedade em constantes
transformações, ocorre um choque, que algumas vezes resulta no despreparo daqueles
que deveriam estar construindo as novas habilidades suas e de seus alunos.
Deve-se pensar numa escola que possibilite o acesso as diferentes áreas do
conhecimento humano, mediante a utilização de caminhos, recursos e estratégias
alternativas que possibilitem o alargamento das capacidades cognitivas, afetivas e
sociais de nossos educandos.
Observa-se ainda, que as mudanças no ensino escolar e numa prática inclusiva
não podem ser apenas uma mudança nos conteúdo a serem inseridos, portanto não
basta incluir por incluir, acrescentar esse ou aquele tópico, trocar essa ou aquela
definição. O que se busca com estas mudanças é uma modificação na forma de incluir
este aluno e favorecer sua apreensão dos conhecimentos, ou seja, metodologias
diferenciadas, que tenham relação com a vida de todas as crianças.
Portanto, “as aprendizagens que os alunos realizarem na escola serão
significativas à medida que estabelecerem relação entre os conteúdos escolares e os
conhecimentos previamente construídos, num processo de articulação, de novos
conhecimentos” (BRASIL, 1997, p. 9).
O sistema de educação regular promoveu a exclusão desta clientela devido a sua
ineficiência e seu despreparo para atender tal demanda de educandos. Se para atuar
junto àqueles que o sistema considera “normal” existe dificuldades extremas e até falte
de recursos, tanto no campo material, profissional ou mesmo afetivo, que dirá com
relação aos alunos com deficiência.
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3 CONCLUSÃO

O desafio educacional dos dias de hoje está centrado numa sociedade inclusiva,
promotora de mudanças, ou seja, a efetiva participação de todos na escola, no processo
de construção de uma nova sociedade, globalizada, erudita, inclusiva, capaz de permitir
que o educando se aproprie dos mais variados conceitos.
Ao compreender que necessitam redimensionar seus conceitos e visualizar as
novas práticas inseridas na escola, oriundas de uma sociedade em constantes
transformações, ocorre um choque, que algumas vezes resulta no despreparo daqueles
que deveriam estar construindo as novas habilidades suas e de seus alunos.
Observa-se ainda, que as mudanças no ensino escolar e numa prática inclusiva
não podem ser apenas uma mudança nos conteúdo a serem inseridos, portanto não
basta incluir por incluir, acrescentar esse ou aquele tópico, trocar essa ou aquela
definição. O que se busca com estas mudanças é uma modificação na forma de incluir
este aluno e favorecer sua apreensão dos conhecimentos, ou seja, metodologias
diferenciadas, que tenham relação com a vida de todas as crianças.
É preciso estimular todas as crianças especiais para que elas tenham suas
aptidões trabalhadas e recebam estímulos positivos que as encorajem para uma vida
social sem distanciamento das outras crianças, que possam ter uma vida tão normal
quanto possível e que tenham capacidade para superar todos os obstáculos, fazendo
das pedras que encontrarem pelo caminho desafios, não obstáculos.
Uma escola bem equipada e preparada com uma boa qualidade para seus alunos,
estará adequada a acolher a todos, inclusive aos portadores de necessidades especiais.
O convívio com a diversidade será benéfica para todos, uma vez que todos estarão mais
aptos a viver em harmonia, nesta época em que os valores humanos perderam o
significado. O convívio na diversidade da sala de aula fará com que a criança habituadas
a conviver com as diferenças, leve essas experiências adquiridas com a vivência para
suas vidas profissionais.

REFERÊNCIAS
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do Estado, 1998.

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Dezembro de 1996.

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Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acesso em:
07 janeiro de 2021.

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Multidisciplinares. Florianópolis: IOESC, 1998

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