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E POLÍTICAS PÚBLICAS
Núcleo de Pós-Graduação
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E POLÍTICAS PÚBLICAS
A escola não pode tudo, mas pode mais. Pode acolher as diferenças. É possível
fazer uma pedagogia que não tenha medo da estranheza, do diferente, do outro.
A aprendizagem é destoante e heterogênea. Aprendemos coisas diferentes
daquelas que nos ensinam, em tempos distintos, (...) mas a aprendizagem
ocorre, sempre. Precisamos de uma pedagogia que seja uma nova forma
de se relacionar com o conhecimento, com os alunos, com seus pais, com a
comunidade, com os fracassos (com o fi deles), e que produza outros tipos
humanos, menos dóceis e disciplinados.
(Abramovizc,1997)
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Introdução
Houve um momento histórico em que a beleza era predominante e o fato das pessoas
nascerem sem qualquer tipo de deficiência era valorizado. Qualquer alteração no aspecto
físico era visto como “ponto” de exclusão, marginalização, ou seja, um sujeito não faz parte
da cultura à qual havia nascido. Não havia respeito ao outro, ao ser humano que existia
por trás da “casca”, este era apenas alguém que fugia dos padrões impostos pela
sociedade.
Grécia e Roma, “abriam mão” de pessoas que não correspondiam ao que as sociedades
tinham como padrão para sua população. Então ou eram abandonadas ao “léo”, ou até
mesmo mortas, sendo assim consideradas como não pertencentes. Não seriam grandes
guerreiros e exigiriam muito “trabalho”, além de não serem consideradas seres humanos.
Referindo-se a Idade Média, o deficiente era visto como alguém endemoniado. Sofriam
maus tratos físicos, violências tanto em relação ao seu próprio corpo, quanto emocionais.
Eram submetidos a Santa Inquisição e colocadas à margem da sociedade.
No entanto, em meio a tantas atrocidades, existiam alguns indivíduos, poucos, que “viam”
esses sujeitos como profetas, não desconsideravam o “ser filhos de Deus”.
Portanto começam a ter um pequeno espaço e com o passar do tempo, vão sendo aceitas
e cuidadas por instituições de caridade (fase do assistencialismo) na medida em que as
próprias famílias, aqueles que as haviam gerado, não se responsabilizavam por elas e
muito menos a assumiam como parte integrante do seio familiar. Era vergonhoso
socialmente, ter “trazido ao mundo” seres tão disformes e, esta colocação é referida seja
qual for o tipo de deformidade. Acreditava-se então, que as almas dessas pessoas
deveriam ser “salvas”, na medida em que não eram consideradas “imagem e semelhança”
de um homem.
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Recebiam comida como uma esmola, digamos assim. Roupas, camas, eram cuidadas,
mas não havia nenhum tipo de assistência especializada num primeiro momento.
1) No Brasil:
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A Associação de Pais e Amigos do Excepcional (APAE) é uma das mais conhecidas, mas
se tem outras tantas espalhadas pelo território nacional.
Algumas dessas instituições por todo país, ainda “guardam” o caráter apenas de
assistência mas, outras vem crescendo cada vez mais, no “caminho” do crescimento do
indivíduo excepcional, na inserção do ensino regular visando a Inclusão e não apenas a
Integração social.
Quando se fala em Inclusão, o significado da palavra tem que ser utilizado exatamente
com o sentido que esta tem. Incluir, incorporar, dentro de, fazer parte de.
Acolhimento da instituição escolar às quais os alunos são inseridos, sem pré- conceitos ,
condições para que os indivíduos acompanhem o “andar da carruagem”.
Incorporar o Outro como este é, em sua totalidade e todos os outros que virão.
Nos últimos trinta anos, vem ocorrendo inúmeras modificações sociais e políticas,
crescimento tecnológico, vivências diferentes portanto, o que desencadeia também
diferentes formas de se” ver o mundo” como um todo, influenciando tanto no processo de
educação informal quanto da formal.
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Em função de tantas modificações na realidade que nos cerca, os governantes resolveram
atuar na área da educação, no sentido de possibilitar modificações do sistema desta,
objetivando ter como resultado, uma educação não que integre, mas que inclua. Daí
reformar o sistema de ensino, modificar as Políticas Públicas para que pessoas com
deficiências tenham “um lugar” como cidadãos pertencentes, como todos os que não
apresentam deficiências de fundo orgânico.
Ter uma educação de qualidade é direito das pessoas, e foi pensando nisso que ocorre
então um grande investimento e mudanças nas Políticas Públicas, no sentido de modificar,
utilizar conhecimentos que tem sido ampliados e transmitidos às escolas, fazendo com que
os espaços aonde se dá a aprendizagem e a forma com que utilizada seja modificada .
2) Na Guatemala:
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(...) toda diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, antecedente de
deficiência, consequência de deficiência anterior ou percepção de deficiência
presente ou passada, que tenha o efeito ou propósito de impedir ou anular o
reconhecimento, gozo ou exercício por parte das pessoas portadoras de deficiência
de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais.
(MEC, 2004).
Apesar da Convenção estar estipulando padrões para serem seguidos, ainda encontra se
o desrespeito, ou a exclusão dos indivíduos que apresentam delimitações em suas
formas de saber.
Houveram tentativas de integrar e não incluir, como forma de não deixar o sujeito à parte
da sociedade, mas sem levar em consideração o seu “tempo” e forma de aprendizagem,
de forma especial, ao que diz respeito a pessoas com rebaixamento de Q.I. ,
especialmente na Rêde Pública de Ensino.
Desta forma então, as diferenças apresentadas ao longo de muitos anos, fizeram com que
houvesse uma mobilização no sentido de se promover um Programa para Educação
Inclusiva , que melhora a qualidade de ensino para estes alunos que necessitam de
atenção especial, sua qualidade de vida à partir de um ensino não desgastante queespera
que o aluno se adapte a escola e não que haja uma adaptação deste ensino para o aluno
que precisa ser ajudado de uma forma mais próxima.
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Necessita-se de um trabalho coletivo, para que se possa promover então um processo
educacional de qualidade e atento às necessidades de cada um.
Existe um longo “caminho” para ser percorrido ainda, até que se possa
realmente praticar a Inclusão, possibilitando um aumento de informação e formação
especializada aos profissionais da área de educação, para que se tenha um “olhar”
diferenciado, mais amplo, podendo então atender com mais qualidade em função do
conhecimento adquirido.
Para que se possa falar e atuar em todas essas situações, como já citado acima, é
extremamente necessário que se objetive a formação do professor, melhorando a
qualidade de ensino, proporcionando uma construção de atuações condizentes com o
perfil dos alunos. Que se possa proporcionar um ambiente acolhedor e instrumentado para
receber os alunos com necessidades especiais.
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Segundo Mantoan (2003):
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É necessário que se conheça as políticas públicas referentes ao indivíduo que necessita
de educação especial.
O início das pesquisas e implantações políticas para educação especial se deu em 1960
aonde surge a integração, fazendo com que comece a se “normalizar” o início de um
sistema de educação lado a lado com educação dita como regular.
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A Lei de Diretrizes e Bases , 1996, Educação Nacional, Lei de número 9.394/96, contém
um capítulo direcionado apenas para a Educação Especial. Atigos 58,59,60.
1999 – Escrita a Política Nacional de Integração. Indo da creche até o Ensino Superior.
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Em 2002, há a publicação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de
professores da Educação Básica, dizendo que as Universidades e Faculdades devem ter
currículuns referentes a formação de professores que estejam preparados para atuar na
área de Educação Especial.
2006 – Convenção sobre os Direitos de Pessoas com Deficiência, com aprovação das
Organizações das Nações Unidas (ONU).
2007 –Publicação da Política Nacional de Educação Especial com o olhar voltado para a
Educação Inclusiva.(Documento encontrado no Portal do MEC).
É necessário que se saiba que o atendimento de alunos especiais é lei e seu atendimento
requer especialização para qualidade do estudo e do atendimento ao aluno.
No que se refere a crianças de zero a três anos de idade, deve haver intervenção imediata
e auxiliada pelos serviços de saúde.
No que diz respeito aos Ensinos Fundamental e Médio, devem ocorrer no período contrário
de estudos dos menores.
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Devem ter acesso a sala de recursos, mas realizados por professores especializados que
orientem os educadores das demais salas que não trabalham com essas necessidades
especiais.
Quanto ao Ensino Superior, deve se dar o suporte necessário para que este ocorra.
Deve-se oportunizar condições para esse cidadão que tem direitos e deveres Sociais.
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O “olhar” da época era contaminado pelos interesses políticos, sociais e religiosos
dependendo do momento histórico, havia suas variações.
Com o aumento dos estudos científicos e a valorização do organismo, ocorre uma grande
mudança, fazendo com que a deficiência seja vista como doença, o que selava a
impossibilidade de atuação , já que a hereditariedade e a possibilidade de contágio
impedia qualquer tipo de aproximação social, ou seja, representavam um perigo para a
sociedade em nível de constituição e manutenção da mesma.
O “olhar” passa a ser orgânico ao invés da explicação que era utilizada, referindo-se a
atuação de forças sobrenaturais, bruxarias, o que fazia com que essas pessoas fossem
literalmente excluídas socialmente, pois representavam uma ameaça séria.
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Sob o ponto de vista de Mrech (1999), os indivíduos portadores de necessidades
especiais, estariam em convívio social, desde que se adaptassem a sociedade e sua
cultura, fossem de preferência originários do Norte europeu.
Para Mendes (2006), as pessoas com necessidades especiais teriam acesso a educação,
ao mesmo tempo em que aumentassem as situações que proporcionassem educação
para todos.
No Brasil, em meio o ano de 1.800 são em maior número as instituições, o não fazer caso
com a educação desses indivíduos.
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Em meio a este contexto, e com o aumento das oportunidades de
escolarização das classes mais populares, vários acontecimentos
relacionados à Educação estavam ocorrendo em nosso país, como o
debate sobre a escola pública popular. Já no contexto da educação
especial, surgiram as campanhas nacionais para a educação das
pessoas com necessidades educacionais, sendo a primeira a Campanha
para a Educação do Surdo Brasileiro (CESB).
Dar oportunidade para todos os alunos com necessidades especiais ao estudo em classes
“ditas” comuns, ampliando cada vez mais a acessibilidade a escola nas proximidades de
seus lares. E tendo como educadores, profissionais instrumentados, com técnicas e
conhecimentos adequados para dar suporte aos conteúdos a serem apresentados em sala
de aula, juntamente com outras crianças, que têm como objetivo a aprendizagem, só que
cada uma com seu “timming” e seus objetivos.
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O conceito de inclusão não é:
Que os alunos estejam presentes em classes comuns, mas sem orientação adequada:,
agindo como se não existissem necessidades específicas.
Criar vínculos mais estreitos com as famílias, levando-as a participar dos processos
decisórios em relação à instituição e a seus filhos e filhas;
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Acolher todos os alunos, oferecendo-lhes as condições de aprender e participar;
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O Brasil tem se utilizado de modelos escolares inclusivos de instituições fora do Brasil, o
que nos causa problemas, sendo que não condiz com a situação econômica social e
cultural existente no país.
Tendo uma visão futura, com bases na situação atual, só teremos condições de melhorar a
qualidade do atendimento e ampliá-lo, se houver um maior investimento em pesquisas,
maior e melhor formação dos profissionais da área, mais investimento governamental,
familiar e político.
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7) Modificação dos currículos e atuação pedagógica
Teremos então uma escola com um melhor ensino e maior qualidade, proporcionando um
“crescimento” e evolução maior e melhor do indivíduo em sua escalada acadêmica.
Pessoas que viveram em nível histórico o estigma por ter necessidades especiais sendo
“perseguidas” e perseguidas pela sociedade em geral, abandonadas, mortas, excluídas do
convívio social.
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Os educadores precisam ser orientados no sentido de ter maior conhecimento a respeito
das diferentes formas de aprender dos indivíduos ter mais conteúdo teórico-prático para
administrar a sala de aula e a postura dentro da mesma.
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Deve-se então ter metas dentro do Projeto Político Pedagógico da instituição, assumindo
um posicionamento frente à educação dos alunos, que deve ser de qualidade.
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Quando há necessidade de adequações curriculares individuais, não existe a necessidade
de se fazer outro, mas sim utilizar o mesmo, criando condições de forma que haja
aproveitamento por vários alunos tendo como ponto de partida o mesmo programa
estipulado.
O educador deve prestar atenção para as alterações feitas, tomando o cuidado de não
deixar de lado nenhum aluno no que diz respeito as atividades.
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5) aquisição dos equipamentos e recursos materiais específicos;
6) adaptação de materiais de uso comum em sala de aula;
7) capacidade continuada dos professores e demais profissionais da educação;
8) efetivação de ações que garantam a interdisciplinaridade e a transsetorialidade.
A forma de “passar” os conteúdos deve ser revista pelo educador, sempre tendo como
prioridade o tempo de aprendizagem do aluno, quais conteúdos são emergentes para o
desenvolvimento mais adequado desse aluno, adequando sempre o que deve ser
ministrado e como deve ser.
O procedimento para avaliar, também devem ser vistos, de acordo com o tempo
necessário para aprender e com os objetivos a serem atingidos.
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2) atitudes positivas entre colegas;
10) o planejamento é organizado para conter atividades amplas com diferentes níveis de
dificuldades e de realização;
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11) as atividades são realizadas de várias formas, com diferentes tipos de execução,
envolvendo situações individuais e grupais, cooperativamente, favorecendo
comportamentos de ajuda mútua;
O educador, deve então ter explicitado para si mesmo em primeiro lugar, para depois
definir até aonde o aluno consegue acompanhar, quais fatores que podem interferir no
processo educativo, podendo assim fazer os ajustes necessários no currículo, o que deve
acontecer de tempos em tempos e de forma progressiva.
Apenas a escola, não terá condições para potencializar a educação para portadores de
necessidades especiais.
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Vídeo para ser assistido complementando os estudos:
https://www.youtube.com/watch?v=AUL62tZIFYY&index=1&list=PL79E0570546BB2A98
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REFERÊNCIAS
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_______. Decreto nº 5626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10436, de
24 de abril de 2002. Brasília: Presidência da República, Casa Civil, 2005.
_______. Estatuto da criança e do adolescente. Lei no. 8069, de junho 1990. Brasília:
Imprensa Oficial, 1990.
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CARVALHO, R. E. Educação inclusiva: com os pingos nos is. Porto Alegre: Mediação,
2004.
MANTOAN, M.T.E. Inclusão escolar: o que é? Por quê? como fazer? São Paulo:
Moderna, 2003 – Coleção cotidiano escolar.
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MENDES, E. G. Perspectivas para a construção da escola inclusiva no Brasil. In:
PALHARES, M. S. E MARINE, S. Educação Inclusiva. São Carlos: Edufscar, 2002.
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