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Diagnóstico ............................................................................................................ 14
Oralismo ................................................................................................................ 35
Bilinguismo ............................................................................................................ 36
Surdocegueira ....................................................................................................... 39
Diagnóstico
Para incluir um aluno com deficiência visual (DV) em uma escola regular,
necessita-se, primeiramente, conhecer como é essa deficiência e quais as
estratégias que deverão ser utilizadas para facilitar a vida desse sujeito. Esse
aluno precisa de um atendimento especial devido ao fato de possuir limitações
que o impedem de levar uma vida normal. Por isso, as escolas devem estar
preparadas para atender a esse público, possuindo materiais e espaços
adequados e, ainda, contar com profissionais especializados que viabilizem a
construção do conhecimento e do desenvolvimento de suas potencialidades,
preparando esse educando para a vida e para a convivência em sociedade.
Conceito
Define-se deficiência visual (DV) como perda parcial ou total da visão. Por
existirem diferentes graus da perda da visão, é importante esclarecer que o termo
“cegueira completa” é a deficiência que envolve a ausência total visão, ou seja, a
pessoa não consegue mais visualizar nada, nem mesmo a luz, e essa deficiência
não pode ser corrigida nem com o uso de lentes, enquanto que a pessoa que
ainda possui algum resquício de visão pode ser denominada pessoa com cegueira
parcial, baixa visão ou com visão subnormal.
De acordo com o Decreto nº 3.298/99 e o Decreto nº 5.296/04, a cegueira é
a acuidade visual igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção
óptica; já, na baixa visão, a acuidade visual fica entre 0,3 e 0,05 no melhor olho,
com a melhor correção óptica.
As pessoas com baixa visão são aquelas que possuem um
comprometimento do seu funcionamento visual e, mesmo usando óculos comuns,
lentes de contato, ou implantes de lentes intraoculares, não conseguem ter uma
visão nítida. Podem, também, ter sensibilidade ao contraste, percepção das cores
e intolerância à luminosidade, dependendo da patologia causadora da perda
visual.
Segundo o Censo Demográfico 2010, mais de 45,6 milhões de brasileiros
declararam ter alguma deficiência, o que representa 23,9% do total da população
do país. Esse número é bastante elevado, considerando que grande quantidade
dessas pessoas está frequentando as escolas. (IBGE)
Dentre os percentuais de pessoas com alguma deficiência, a deficiência
visual foi a que mais se destacou, apresentando maior ocorrência e – num total de
35,7 milhões de pessoas –, afetando 18,6% da população brasileira que
afirmaram ter dificuldade para enxergar, mesmo com óculos ou lentes de contato.
A importância da visão
Causas
Diabetes
Acontece porque o pâncreas não pode mais produzir o hormônio
insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do
organismo. O descontrole da diabetes provoca fissuras
(microaneurismas) nos vasos da retina, por onde passam líquidos ou
gorduras e o próprio sangue, sendo que se depositam entre as
camadas da retina, comprometendo as funções visuais até provocar a
cegueira.
Glaucoma
Na maioria das vezes o glaucoma está relacionado aos danos
causados no nervo óptico, causando o aumento da pressão ocular. A
parte frontal do olho é preenchida por um fluido claro, chamado de
humor aquoso. Esse fluido é constantemente produzido na parte
posterior do olho. Qualquer evento que diminua ou bloqueie o fluxo
desse fluido para fora do olho provoca o aumento da pressão ocular,
que irá causar muito desconforto e a perda gradativa da visão.
Deslocamento da retina
É a separação da retina da parte subjacente que a sustenta. É a
separação da membrana fotossensível na parte de trás do olho (a
retina), das suas camadas de suporte. Quando houver o
deslocamento da retina, o sangramento dos pequenos vasos
sanguíneos que a drenam pode obstruir o interior do olho, que,
normalmente, é preenchido com o gel vítreo e, com isso, a visão
central fica gravemente afetada.
Catarata
Caracteriza-se pela opacidade total ou parcial do cristalino do olho.
Pode, assim, provocar:
- acuidade visual;
- sensação de visão nublada;
- sensibilidade à luz;
- alteração na visão das cores;
- mudanças frequentes na refração.
Essa doença pode ter origem congênita; pode ser provocada por
alguma doença que a mãe adquiriu na gestação, como é o caso da
rubéola, ou devido à falta de nutrientes suficientes para o bebê.
Porém, a catarata mais comum é a que ocorre na fase senil do ser
humano, geralmente após os 55 anos de idade.
Nesse período também pode surgir a degeneração macular, que
provoca:
- visão borrada;
- manchas no centro da visão;
- enxergar as cores desbotadas ou linhas distorcidas; -
dificuldades para a leitura.
Recursos pedagógicos
Alfabeto
Impressoras em braille
Leitura em braille
Sorobã
Orientação e mobilidade
Deficiência auditiva
O surdo na escola
Oralismo
Tem como foco o entrosamento do aluno surdo com crianças ouvintes,
favorecendo, assim, o desenvolvimento da linguagem, com a utilização das
técnicas relacionadas ao treinamento auditivo – reconhecimento e discriminação
de sons ambientais e da fala; o desenvolvimento da fala – exercícios com lábios,
língua, mandíbula, respiração e relaxamento; e a leitura labial – treino para a
leitura labial aliado à expressão facial, valorizando a utilização da prótese auditiva
(aparelho de ampliação do som de maneira individual).
Comunicação total
Enfatiza a utilização de qualquer forma de comunicação por uma pessoa
surda, que contribua para o desenvolvimento da língua, como gestos naturais,
português sinalizado, Libras, leitura labial e alfabeto datilológico.
No entanto, conforme Goldfeld, “na comunicação total, o desenvolvimento
da língua oral da criança surda é importante” (1997, apud SANCHEZ, 2008, p.
172), mas se deve levar em conta os aspectos cognitivos, emocionais e sociais na
interação da criança com esse sistema, pois não se pode utilizar uma metodologia
em prol da exclusão da outra, e, sim, “utilizar a linguagem oral, de sinais,
datilologia ou a combinação destas” (CICCONE, 1996, apud SANCHEZ, 2008, p.
172).
Bilinguismo
Assume a língua de sinais como primeira língua e a língua oficial do país
como segunda, havendo o uso dessas duas línguas simultaneamente no processo
educacional. No entanto, o ensino da língua de sinais com o da língua portuguesa
escrita deve estar baseado na visão (desenho), na escrita (língua oficial do país) e
nos sinais (língua de sinais), conforme figuras 1 e 2.
Para contribuir para a compreensão da abordagem bilinguista, Dizeu e
Caporali trazem breves explicações e diferenças sobre a aquisição da linguagem
pelas crianças ouvintes e surdas, sendo que, em relação à criança ouvinte, desde
seu nascimento, está exposta à língua oral, adquirindo, dessa maneira, a língua
naturalmente, realizando trocas comunicativas, vivenciando situações do seu
ambiente, desenvolvendo uma língua efetiva, o que não ocorre com a criança
surda exposta somente à língua oral. Ambas apresentando uma aprendizagem
diferenciada devido às relações e trocas comunicativas no seu ambiente, levando
em conta também a estimulação interna (família) e externa (sociedade) (2005,
apud SANCHEZ, 2008, p. 172).
O Decreto 5.626/2005 assinala que a educação de surdos no Brasil deve
ser bilíngue, garantindo acesso à educação por meio da língua de sinais como
língua de instrução e o ensino da língua portuguesa, do grupo ouvinte majoritário,
como segunda língua. Portanto, conforme o Decreto, a língua de sinais deve ser
aprendida em primeiro momento e, após, a língua portuguesa. Outras ações
simples também podem facilitar. Segundo Ampudia, traga-o para as primeiras
carteiras e fale com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para a
turma, para permitir a leitura orofacial no caso dos alunos que sabem fazê-lo. Dê
preferência ao uso de recursos visuais nas aulas, como projeções e registros no
quadro negro. Para os alunos com perda auditiva severa ou surdez, a aquisição
da Língua Brasileira de Sinais é fundamental para a comunicação com os demais
e para o processo de alfabetização inicial. […]. É importante que professores da
escola solicitem treinamento para aprender Libras ou peçam o acompanhamento
de um intérprete em sala. Isso garante a inclusão mais efetiva dos alunos (agosto
de 2011).
Outras possibilidades de aprendizagem, tanto para o aluno surdo, quanto
para o ouvinte, seriam os Centros de atividades, ou seja, salas de aula onde são
oferecidos materiais baseados em uma área de conteúdo.
Lima cita alguns centros:
Surdocegueira
Características da surdocegueira
Surdocego pré-linguístico
O surdocego pré-linguístico se refere àqueles “que adquiriram a
surdocegueira antes da aquisição de uma linguagem, seja oral ou gestual”
(SILVA, 2011). Para entendermos, o termo pode ser aplicado a crianças que já
nasceram com deficiência visual e auditiva. Essa criança não possuía esses
sentidos no processo de aprendizagem da linguagem e da fala.
O surdocego pré-linguístico, conforme Silva, “pode vir a isolar-se de tal
forma do meio ambiente, fugindo também da interação pessoal, o que faz surgir
graves problemas de desenvolvimento global, sendo o mais importante deles o da
comunicação” (2011). Outras considerações importantes são:
Surdocego pós-linguístico
Formas de comunicação
Comunicação receptiva
- Processo de recepção e compreensão da mensagem.
- Permite o início da compreensão dos significados das coisas e como elas
funcionam.
- Com o tempo, permite à criança “prever” o que vai acontecer.
- Difícil de identificar.
Comunicação expressiva
- Forma como expressa desejos, necessidades e sentimentos.
- Formas não verbais: sorrisos, movimentos, mudanças de posição.
- Compreendido por pessoas com quem tenham familiaridade.
- Adultos devem ter conhecimentos específicos sobre esse tipo de
comunicação.
Fonte: Adaptado de Ferreira (2014).
Tadoma
Deficiência múltipla: práticas pedagógicas
Práticas pedagógicas
Ferramentas de apoio
O aluno com múltipla deficiência ou todo aluno com uma e/ou mais
necessidades específicas necessita que certas adaptações sejam feitas para que
tenha um melhor desempenho na sala de aula e em outras atividades propostas.
Essas ferramentas de apoio podem ser utilizadas para melhorar o
desenvolvimento motor e servem, muitas vezes, como extensão do próprio corpo,
possibilitando uma maior autonomia, independência e participação efetiva na
aprendizagem. A esses acessórios damos o nome de Tecnologia Assistiva ou TA.
O termo Tecnologia Assistiva é definido de várias maneiras, de acordo com
a linha de trabalho de cada pesquisador da área. No Brasil, este termo começou a
ser utilizado em 2006, pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da
Presidência da República – SEDH/PR, através da portaria nº 142, que instituiu o
Comitê de Ajudas Técnicas – CAT. Dentre as diversas definições para TA, temos:
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica
interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias,
práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou
mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida
e inclusão social (BRASIL – SDHPR. – Comitê de Ajudas Técnicas – ATA VII).
Dentro das dificuldades e limitações do aluno com deficiência múltipla, a
comunicação é a mais prejudicada, e deve ser trabalhada sem descanso, para
que ao menos nosso aluno possa, de alguma forma, expressar o que sente e dar
um retorno quanto ao aprendizado. Estimular a comunicação, não
necessariamente a fala, é de extrema importância para que o aprendizado seja
efetivo e proveitoso.
Como já mencionado, devemos conhecer bem nosso aluno e suas
necessidades para que possamos adaptar e selecionar o recurso de TA mais
adequado para suas especificidades. Há exemplos de alguns apoios que podem
ser oferecidos na escola.
Deficiência física
Sendo assim, Maciel explica que a deficiência física acarreta danos nas
funções motoras, mas, na grande maioria dos casos, conserva-se o cognitivo.
(1998). No entanto, existem alguns casos em que o cognitivo é afetado porque as
células responsáveis pelo intelecto são atingidas. De modo geral, a parte cognitiva
do cérebro funciona normalmente, deixando a pessoa com deficiência física com
plenas condições de aprendizagem e socialização.
A paralisia cerebral
Práticas pedagógicas
A seguir, vamos conhecer algumas dicas para trabalhar com alunos com
deficiência física.
A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor
que compreende o sistema Osteoarticular, o Sistema Muscular e o Sistema
Nervoso. As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas,
isoladamente ou em conjunto, podem produzir grandes limitações físicas de grau
e gravidades variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de
lesão ocorrida (MEC, 2006, p. 28).
Os alunos com deficiência física podem apresentar as seguintes
características: atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; perda total, parcial
ou alteração dos movimentos, da força muscular, ou de sensibilidade nos
membros superiores ou inferiores; dificuldades ou incapacidade na realização de
atividades da vida diária, como comer, pular, sentar, pegar, arremessar, etc.
Alguns alunos com deficiência física podem apresentar dificuldades na
comunicação oral ou escrita.
É relevante que o professor busque conhecer o aluno e diferenciar lesões
neurológicas não evolutivas (como a paralisia cerebral ou traumas medulares) de
outros quadros progressivos, como distrofias musculares ou tumores que agridem
o Sistema Nervoso.
Educação Física
Conceito
Quando se fala em Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) é
comum associá-los ao Autismo e seus tipos, o que está certo, porém o conceito
de TGD não diz respeito somente a este distúrbio, vai um pouco mais além. De
acordo com Belisário Filho e Cunha: O conceito de Transtornos Globais do
Desenvolvimento surge no final dos anos 60, derivado especialmente dos
trabalhos de M. Rutter e D. Cohen. Ele traduz a compreensão do autismo como
um transtorno do desenvolvimento. O autismo é explicado e descrito como um
conjunto de transtornos qualitativos de funções envolvidas no desenvolvimento
humano. [...]. Além disso, o modelo permite uma compreensão adequada de
outras manifestações de transtornos dessas funções do desenvolvimento que,
embora apresentem semelhanças, constituem quadros diagnósticos diferentes. A
compreensão dos transtornos classificados como TGD, a partir das funções
envolvidas no desenvolvimento, aponta perspectivas de abordagem, tanto clínicas
quanto educacionais, bastante inovadoras, além de contribuir para a compreensão
dessas funções no desenvolvimento de todas as crianças (2010, p. 12).
Conforme Tamanaha, Perissinoto e Chiari, na décima revisão da
Classificação Internacional de Doenças (CID), os TGDs foram classificados como:
Grupo de alterações, caracterizadas por alterações qualitativas da interação social
e modalidades de comunicação, e por um repertório de interesses e atividades
restrito e estereotipado. Essas anomalias qualitativas constituem uma
característica global do funcionamento do indivíduo (2008, p. 298).
Além do já citado Autismo, quais seriam, então, os outros tipos de
Transtornos Globais do Desenvolvimento? Podemos classificar diferentes
transtornos que, em comum, apresentam afetadas as funções de desenvolvimento
do indivíduo e sobre os quais falaremos a seguir: Síndrome de Rett; Transtorno ou
Síndrome de Asperger; Transtorno Desintegrativo da Infância; Transtorno Global
do Desenvolvimento sem outra especificação.
Autismo
De seis a 11 anos – Por tratar-se da faixa etária onde a criança começa a ser
alfabetizada, é comum que os professores observem alguns comportamentos
como a falta ou pouco contato visual, a não utilização de gestos, a ausência de
amigos, não mostra as tarefas que realizou na aula aos professores e tem
dificuldades de compartilhamento; é repetitivo.
Síndrome de Rett
Prancha de comunicação
Carteira de comunicação
Mesa com símbolos: Este recurso é uma mesa fixa onde os símbolos são
colocados sobre ela para que a pessoa possa apontar para eles, se comunicando
com as demais (figura 12). Esta mesa/prancha é normalmente plastificada com
papel contact, para proteger e impermeabilizar os símbolos, e também para
facilitar o uso da mesa para outras finalidades (alimentação, escrita, pintura).
(SCHIRMER, 2007)
Mesa com símbolo
Avental
Vocalizador portátil.
Teclado adaptado
Adequação postural
Lupas auxiliares
Impressão em braille
Esta área aborda recursos que auxiliam a pessoa surda ou com déficit
auditivo a ser mais independente e autônoma na sua comunicação. Esses auxílios
incluem vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez (figura
33), telefones com teclado-teletipo (TTY) (figura 34), sistemas com alerta tátil-
visual, softwares que auxiliam o usuário a utilizar o computador, entre outros.
(BERSCH, 2013)
Equipamento para surdez
Adaptações em veículos
www.portaleducadores.com.br