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CURITIBA
2018
FACULDADE DE EDUCAÇÃO SÃO BRÁZ
JULIANA DOS SANTOS OLIVEIRA
CURITIBA
2018
RESUMO
Tendo por finalidade conhecer alguns aspectos ligados a Educação Especial e Inclusiva este artigo
enfatiza a importância do estudo da mesma, entre os quais, características que podem indicar desde
a presença da deficiência até propostas de atendimento, que se diferenciam, dependendo da
concepção adotada, conforme defendido por muitos pesquisadores. O trabalho, remonta o leitor ao
caminho do processo de inclusão, e as mudanças relacionadas a essas transformações - politicas e
sociais - bem como os entraves que permearam essas ações. Contudo, as conquistas atingidas no
âmbito legal e as perspectivas que recomendam um exemplo de escola ideal que atenda a todos,
considerando sua individualidade. No decorrer do trabalho buscou-se enfatizar o processo de
construção histórica e tão importante quanto compreender tal processo é a escola assumir a
responsabilidade pela aprendizagem das crianças e jovens que chegam até os espaços educativos
em condição bastante peculiar. O presente estudo foi desenvolvido exclusivamente por meio de
pesquisa bibliográfica a diversos estudiosos que defendem esse tema, permitindo assim, uma nova
analise sob outro enfoque ou abordagem, produzindo novas conclusões. Atitudes proativas ainda são
o grande estopim de mudanças, o que acontece sem informações cada vez mais aprimoradas sobre
o assunto. Porém, para que haja uma verdadeira inclusão, é preciso que os professores tenham o
apoio das famílias dessas crianças, tendo a acessibilidade do mesmo na escola de ensino regular
para obter autonomia e possa exercer sua cidadania. Desta forma, fundamentando-se o perfil
democrático, justo e solidário. Para a realização da pesquisa, relacionou-se diferentes acervos de
cunho bibliográfico e cientifico referentes ao tema tratado.
Para que haja uma sociedade inclusiva, antes de tudo deve haver uma
conscientização sistêmica e empática da necessidade de se fazer incluir. Tal ato
exige desde uma estruturação de pensamentos , até mudanças de paradigmas
culturais e sociais. Tal adequação requer tempo e aceitação da pessoa com
deficiência em sua normalidade, respeitando-a integralmente em sua singularidade.
Desse modo, as mudanças em relação ao pensamento da sociedade frente às
deficiências, serão desencadeadas e norteadas pela aceitação e respeito. Aceitação
esta, que se deve começar pela própria família.
Ao analisar a historia da educação especial, bem como da pessoa com
deficiência, constatou-se que era comum que os pais de “filhos especiais”, tardavam
a matricular seus filho na escola regular, quando de sequer o faziam. Isso se dava
por conta a crença de que seus filhos não teriam capacidade de aprender e de se
desenvolver como as demais “crianças normais”. Era comum, que os pais de
crianças com deficiência, acreditarem e valorizarem seus filhos não por suas
habilidades e sim por suas visíveis limitações. Dessa maneira, resumiam suas
obrigações a levar seus filhos periodicamente ao medico acompanhando seu estado
de saúde.
Uma vez que essas crianças não se enquadravam no “padrão comum”, eram
segregados da vida social, tornando-se anormais, sem nenhuma capacidade
intelectual, espiritual, física, psíquica, o que os tornavam incapazes de terem uma
vida saudável e comum. Quando , tardiamente, essas crianças chegavam a
frequentar a escola regular, bem como espaços sociáveis de interação, em sua
maioria já estavam defasados de aprendizagem e consequentemente, muitas de
suas habilidades que poderiam ter sido desenvolvidas, já haviam se perdido.
A falta de informação das família , acerca da deficiência , levava muitos pais a
um estado de completo desespero e desamparo. Levando muitas vezes a se
sentirem culpados e deprimidos , vindo a desencadear um processo depressivo em
todos os componentes da família, o que por muitas vezes se convertia em um
quadro de descaso e exclusão da pessoa com deficiência. ARDORE (1988 , p. 8),
afirma, que a a chegada de uma criança com deficiente na família, afeta não
somente os pais, mas todo o núcleo familiar, em especial, os irmãos, pois a mesma
demanda total atenção e em alguns casos, cuidado pervasivo por parte dos pais, o
que resulta em uma desatenção aos demais filhos.
Aproximar a criança com deficiência intelectual de outras crianças, possibilita
o diálogo e a socialização, o que facilita a aceitação e a interação por parte destes
indivíduos. Por ser ativo, o diálogo se modifica, pois cada um dos sujeitos envolvidos
tem suas próprias vivências de diálogos entrelaçados com outros sujeitos, situação
permitida, pela partilha de ideias e concepções. Sendo assim, a família possui um
papel fundamental no processo de inclusão e conscientização para uma sociedade
mais justa e cada vez mais incluída.
O modelo ecológico do desenvolvimento humano de acordo com
Bronfenbrenner (1996),remonta a uma nova perspectiva sobre o desenvolvimento
humano, considerando a pessoa, o processo, o tempo de aprendizado e seu
contexto. Sendo assim, sua abordagem enfatiza a importância da convivência da
criança com o meio em seu processo de aprendizagem. Dessa forma, para que haja
desenvolvimento, o nível emocional e social da criança deve estar ativamente ligado
uma participação ativa com outras pessoas de seu meio.
O processo de interação da criança com deficiência intelectual com outras
crianças sem comprometimento cognitivo, intrinsicamente ligado aos vários
ambientes onde vive influenciam significativamente em seu desenvolvimento. Por
este motivo, o papel da família no processo de inclusão é de extrema importância,
pois favorece a autonomia e promove a autoestima do sujeito com deficiência.
No que se refere ao campo educacional, para que todos possam ter acesso
as oportunidades oferecidas, o processo de inclusão da pessoa com deficiência tem
passado por vários processos de reformulação e reestruturação do ambiente escolar
em sua totalidade .
De acordo com Chiavini (2016), entende-se como escola inclusiva, aquela
que não segrega, acolhendo a todos sem distinção e ensinando de forma igualitária.
De acordo com a autora, a escola inclusiva promove a interação social e a
valorização das habilidades e da diversidade, na filosofia de que são as diferenças
que fortalecem a todos os indivíduos.
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural,
social e pedagógica, em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos,
aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. De tal modo, a
educação especial passa a fazer parte e somar com a proposta pedagógica da
escola regular, em todas suas modalidades, promovendo o atendimento à pessoa
com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades.
A educação especial atua de forma conjunta com o ensino comum, no
objetivo de orientar e dar subsídios às necessidades educacionais do alunocom
deficiência, direcionando suas ações para o atendimento às suas especificidades.
Sendo assim, a educação especial tem orientado a organização de redes de apoio,
e a formação continuada, no intuito de identificar os recursos e serviços que
promovam o desenvolvimento das práticas colaborativas.
Partindo do pressuposto de que as pessoas se modificam continuamente,
este cenário vm sendo modificado de acordo com a realidade em que estão
inseridas. Sendo assim, torna-se necessário uma atuação pedagógica voltada para
alterar a situação de inclusão, reforçando a importância da participação de todos os
envolvidos na promoção da aprendizagem dos alunos.
A deficiência passou a ganhar novo enfoque e com o passar do tempo muita
coisa mudou. Atualmente, a pessoa com deficiência passa a ser vista a com mais
carinho e empatia. Neste cenário, as famílias, com filhos com necessidades
especiais, começaram a receber maior apoio; no entanto, o preconceito e a
discriminação sempre fizeram e ainda fazem parte da vida da criança com
deficiência.
È fato, que, para que uma mudança significativa aconteça, serão necessários
um importante empenho familiar e da comunidade escolar, bem como da sociedade
em geral . Também vale lembrar que para a efetiva mudança neste cenário
aconteça, o poder público precisa se mobiliar na criação de politicas publicas
voltadas a área educacional, para o desenvolvimento pleno das pessoas com
necessidades especiais. “As deficiências não são fenômenos dos nossos dias.
Sempre existiram e existirão” (CARVALHO, 1997, p. 36)
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
MACHADO, Nilson José. et. al. Pensando e fazendo educação de qualidade. São
Paulo: Moderna, 2001