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Educar sobre, para e por meio dos Direitos Humanos na escola plural:
desafios e possíveis caminhos.
Com esse desafio levanta-se a questão se as escolas básicas brasileiras estão apropriadas
para passar essa educação de maneira diversificada atingindo todos os públicos,
independente de gênero e raça. A escola tem que facilitar a ação de capacitar às pessoas
seguindo seus direitos e desenvolve-las com base em inovação, inserindo-as em uma
vivência democrática e preparando-as para um diálogo assertivo.
Muito mais de educar pessoas para que tenham condições de decidir, em situações
concretas, como melhor agir. Em outras palavras, trata‐se de educar os sujeitos não
para se adaptarem passivamente a normas preestabelecidas, mas para assumir a
responsabilidade da decisão correta, vale dizer, para a responsabilidade do pensar
(GOERGEN, 2013. p. 12).
Para esse atendimento a escola precisa transformar seu quadro de professores para que
além de serem cidadãos cientes de seus direitos por completo, consigam exercer e
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oferecer a educação de maneira democrática, com foco nos princípios e conceitos do
Direito Humano.
De acordo com GOERGEN apud GARCIA (2014), a escola plural não é algo que surgiu
nos dias atuais, pelo contrário, sua afirmação demonstra que suas características estão
enraizadas na “globalização, multiculturalismo e cosmopolitismo”, sendo assuntos
envolvidos na cultura humana:
Olhando para o passado, deve‐se admitir que já houve cenários plurais em que
sociedades distintas quanto à estrutura social, visões de mundo e expectativas éticas
se encontravam e confrontavam. No mundo grego, no Império Romano, no
Renascimento e na Modernidade ocorreram confluências e, não raro, choques entre
culturas com diferentes tradições, valores e estruturas sociais (GOERGEN, 2013. p.
1).
Uma cultura que se seguiu por anos de maneira sólida, foi desconstruída pela sociedade
plural e complexa, hoje se convive com diversos arranjos familiares, as informações
chegam por vários meios de comunicação, com os avanços tecnológicos a igreja deixou
de ser a principal fonte de informações. E com isso a escola se torna uma instituição que
abrange a todos e ganha maior responsabilidades além da introdução do aluno no
mundo letrado.
Seguindo ainda as ideias de GOERGEN (2013), a escola plural traz a mescla entre
costumes, valores, tradições, ideais, visões de mundo e convicções religiosas. E com
toda essa bagagem diversa que já se encontra com o aluno, como um educando deve se
basear para alinhar tanta diversidade de pensamentos e crenças e desenvolver cidadãos
democráticos e prontos para lutar por seu espaço?
Daí surge o maior desafio o processo formativo dos professores, prepara-los para
exercer a cidadania de maneira plena, desmistificando tradições e crenças passadas e
criando um ambiente como citado por GOERGEN (2013 p.18) “de escola como espaço
para as diferenças, um espaço para a vivência democrática, para o diálogo”.
Outro desafio que se faz presente e este para os professores é saber alinhar todas as
informações tendo a ciência do multiculturalismo e junto a isso a diversificação
ideológica política que os alunos já trazem por seus exemplos externos.
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Toda essa transformação viria para capacitar cidadãos para assumirem sua
responsabilidade de decisão e de pensar de maneira correta e não mais de aceitarem de
maneira passiva as normas estabelecidas.
É possível comprovar essa visão com a afirmativa apresentada por BIESTA (2013.
p.16),
O investimento nessa educação tão integrativa se faz presente de maneira mundial, mas
hoje em dia tem o seu destaque maior no Brasil, principalmente após o Lançamento do
Plano Nacional da Educação em Direitos Humanos, o qual foi elaborado pelo Comitê
Nacional de Educação em Direitos Humanos, que tem seu vinculo direto a Presidência
da República.
E esse programa só reforça a importância de investir nos profissionais que tem como
responsabilidade essa formação, se livrar de todas as crenças limitantes e opiniões
próprias e formar cidadãos que consigam seguir suas próprias decisões e que se tornem
formadores de ideais.
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O Plano Nacional da Educação dos Direitos Humanos vem para inserir nos espaços
educativos diversas discussões com objetivo de destacar conforme citado por BRASIL
(2007 p. 26-27) apud SILVA (2016 p.11):
O documento ainda trás várias ações programadas sendo efetuadas em todos os níveis
de ensino, trazendo a proximidade entre as instituições educativas e a comunidade em
geral. Sendo caminhos que despende de atenção e investimento para os grandes desafios
que advém da educação plural.
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Como já apresentado neste trabalho à responsabilidade dos profissionais da educação é
grandiosa, pois precisam integrar práticas pedagógicas que incorporem no cotidiano
todas as dimensões dos direitos humanos, sendo uma delas o “educar para o nunca
mais”.
Sendo assim possível trabalhar com o grande foco de desigualdade e minimizar crenças
limitantes dando a sociedade estratégias para desenvolver seu projeto de vida e lutarem
por sua cidadania com liberdade. O que só será capaz, com o entendimento que os
Direitos Humanos são direitos universais.
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REFERÊNCIAS
KOZEN, Maria Beatriz. Educar para os Direitos Humanos - Fundação Escola Técnica
Liberato Salzano Vieira da Cunha - EdUECE- Livro 1