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Código de Ética
Mirene F. M. A. Marques
A Documentação e o
Código de Ética
Introdução
Uma categoria profissional que possui a sua área de atuação institucionalizada e
reconhecida pela sociedade tem a obrigação de manter um código de conduta para
a proteção e defesa dos direitos dos profissionais usuários dos serviços, sejam
eles clientes ou instituições. No caso do psicólogo, cabe ao Conselho Federal de
Psicologia (CEP) elaborar um código de ética que atenda às necessidades dessa
categoria e divulgá-lo, para que os profissionais possam utilizá-lo como referência a
ser cumprida após o entendimento do código para a tomada de decisões frente aos
desafios profissionais. Além disso, é preciso elaborar a documentação que deverá ser
adotada para que isso se realize, ou seja, dotar os profissionais de condições que lhes
permitam vincular as regras à sua prática de forma coerente e criativa, pois o código
de ética é dirigido contra ele e as denúncias de infrações também são dirigidas a ele.
O Código de Ética do Psicólogo (CEP) é um código legal cujo nome técnico é resolução.
Portanto, possui as características normativas e regulatórias do setor. De acordo com
esse documento legal, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) estipula por escrito as
obrigações e a existência de comportamento ético dos profissionais da psicologia.
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Objetivos da Aprendizagem
• Analisar o código de ética profissional, com base na documentação psicoló-
gica;
• Conhecer as normas para elaboração de documentos;
• Entender como escrever os documentos de avaliação.
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Histórico do Código de Ética do
Psicólogo
Para atender às necessidades que envolvem questões de ética profissional, de acordo
com Amendola (2014), bem como referências para orientação e supervisão no Brasil,
e controlar o exercício das profissões, interesses ideologicamente claros devem ser
instrumentalizados por normas.
Pautado nessa ideia, entre os anos de 1966 e 1967, iniciou-se a organização do Código
de Ética do Psicólogo Brasileiro e a psicologia passou a ter a sua deontologia, ou seja,
uma ciência regrada e disciplinadora capaz de controlar os profissionais por meio
de regras e sanções, com intenções claras no benefício da comunidade. Amendola
(2014) aponta que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi posteriormente
instituído pela Lei nº 5.776, de 1971, com as atribuições de regulamentar a profissão
de psicólogo, tendo por obrigação exercer funções normativas e promulgar projetos de
implementação da profissão jurídica de psicologia normativa, visando à formulação e
posterior aprovação do Código de Ética Profissional do Psicólogo Brasileiro.
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Figura 1 - Código serviria como um conjunto de normas a serem seguidas pelos psicólogos.
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: Psicóloga atende um paciente sentado em um sofá. O homem
está com a cabeça encostada em uma almofada.
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Saiba mais
Veja na íntegra a resolução 08/1975 em: https://atosoficiais.com.
br/BR/CONSELHO.FEDERAL.DE.PSICOLOGIA/RESOLUCAO-CFP-
8-1975-CFP-BR.pdf. Fonte: Brasil, 1975.
Saiba mais
Veja na íntegra a resolução 29/1979 em: https://atosoficiais.com.
br/BR/CONSELHO.FEDERAL.DE.PSICOLOGIA/RESOLUCAO-CFP-
29-1979-CFP-BR.pdf. Fonte: Brasil, 1979.
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Saiba mais
Veja na íntegra a resolução 002/1987 em: https://site.cfp.org.
br/wp-content/uploads/2012/07/resolucao1987_2.pdf. Fonte:
Conselho Federal de Psicologia, 1987.
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Alguns anos depois, o código sofreu duas alterações: uma vez em 1990, o artigo 5º
e seus parágrafos foram revogados pela Resolução CFP nº 006A/90, e o outra em
1995, com a aprovação da Resolução CFP nº 002/95, que estipula que o atendimento
psicológico deve ser prestado por telefone, incluindo o inciso “o” do art. 2º, vetando
tais atividades.
Como resultado do fórum regional, em 2003, diz Amendola (2014), representantes dos
comitês regionais aceitaram e encaminharam a proposta para discussão no segundo
Fórum Nacional de Ética. Esse fórum absorveu algumas das resoluções da Comissão
Federal de Psicologia e as incluiu na discussão da revisão do CEPP, que revisou as
resoluções que excluíam práticas, tais como questões relacionadas ao tratamento
da homossexualidade (Resolução CFP nº 01/99) e a complacência com cultura
discriminatória (Resolução CFP nº 18/2002).
Essa resolução é ainda a que rege o código de ética profissional do psicólogo ainda
hoje, com alterações feitas por meio da Resolução CFP 11/2012, que regulamenta os
serviços psicológicos realizados por meios tecnológicos de comunicação a distância,
o atendimento psicoterapêutico em caráter experimental e revoga a Resolução CFP Nº
12/2005, e essa resolução acaba por ser revogada pela Resolução CFP nº 11/2018, de
11 de maio de 2018, que regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados
por meios de tecnologias da informação e da comunicação.
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A figura 1 apresenta um resumo da linha do tempo do Código de Ética dos Psicólogos
desde o seu início.
Quarta versão
institucionalizada
Anteprojeto,
1 Segunda versão
institucionalizada
3 na Resolução CFP
nº 11/2012.
baseado na minuta na Resolução CFP CFP 04/2020 -
criada em 1954. 029/79. Covid-19.
1975 1987
Primeira versão Terceira versão,
institucionalizada institucionalizada
pela Resolução CFP na Resolução CFP
nº 08/75.
2 nº 002/87.
Alterações: CFP nº
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01/99 e CFP nº
18/2002.
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conjunto de normas que os psicólogos devem seguir. Portanto, em seu processo de
construção, foi buscado:
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V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da popula-
ção às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e
aos padrões éticos da profissão.
VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com digni-
dade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada.
VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e
os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicio-
nando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste
Código (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2005).
Saiba mais
Veja na íntegra a Resolução nº CFP nº 010/2005 em: https://
site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-
psicologia-1.pdf. Fonte: Conselho Federal de Psicologia, 2005.
Quanto aos resultados dos serviços prestados, há falta de feedback e até mesmo os
profissionais questionam a necessidade de prestação desses serviços. O novo código
de ética entrou em vigor em 27 de agosto de 2005 e indica que é direito do cliente
e responsabilidade do psicólogo entender os resultados. Esse entendimento tem a
vantagem de garantir que os usuários tenham acesso às informações relacionadas
ao trabalho realizado (resultados e necessidade de encaminhamento).O enfoque está
na importância de encerrar o processo, mostrando/compartilhando a conclusão do
trabalho realizado.
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Figura 4 - Usuário poderá ter acesso às informações coletadas.
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: Um homem faz anotações em uma pasta de acesso exclusivo ao
psicólogo e a respeito de uma pessoa que está a sua frente, em atendimento.
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Resolução CFP Nº 06/2019
A Resolução CFP nº 06/2019, que institui regras para a elaboração de documentos
escritos produzidos pelo psicólogo no exercício profissional e revoga as resoluções
CFP nº15/1996 e 07/2003, que era em formato de manual, o que complicava a
avaliação nos processos éticos. A nova resolução tem padrão normativo e regula a
escrita de documentos psicológicos. Ademais, a redação da nova resolução distingue
cada um dos documentos redigidos por esses profissionais, sobretudo a diferença
entre laudo e relatório.
Documento psicológico
Princípios técnicos
• Art. 5º- afirma que os documentos psicológicos precisam e devem ser ela-
borados de acordo com os princípios de qualidade técnica e científica que
contém o regulamento.
Princípios éticos
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A Documentação
Declaração - é o documento psicológico mais objetivo e conciso. Atende a solicitações
específicas e visa informar o paciente/cliente e ou seu acompanhante sobre a
quantidade de dias, horários e tempo de atendimento. Diferente de certificado de
psicologia.
Parecer psicológico - é uma manifestação por escrito e tem como fim apresentar uma
análise técnica por meio da resposta de uma questão-problema envolvendo questões
psicológicas.
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Figura 5 - O profissional deve saber emitir o documento correto para cada paciente.
Fonte: Plataforma Deduca (2021).
#PraCegoVer: Um homem vestindo um jaleco branco anota em um papel algu-
mas informações. A sua frente, uma jovem paciente.
Atenção
A diferença entre relatório e laudo psicológico é o objetivo do
documento. O primeiro descreve o trabalho, sua evolução e propõe
rumos; o segundo discute o processo de avaliação psicológica e
faz recomendações a partir de seus resultados.
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Saiba mais
Veja na íntegra a Resolução CFP nº 06/2019 em: https://
transparencia.cfp.org.br/wp-content/uploads/sites/15/2016/12/
resolucao2003-07.pdf. Fonte: Brasil, 2019.
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Conclusão
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Referências
AMENDOLA, M. História da construção do Código de Ética Profissional. Estudos e
Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 660-685, fev. 2014. ISSN: 1808-
4281.
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CÓDIGO de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia,
ago. 2005. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/
codigo-de-etica-psicologia-1.pdf. Acesso em: 7 set. 2021.
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