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CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA

CAROLINA FONTOURA DA MOTTA

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL


Comparação Brasil/Canadá

Novo Hamburgo
2023
CAROLINA FONTOURA DA MOTTA

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL


Comparação Brasil/Canadá

Trabalho apresentado para o Curso de Psicolo


gia, da Ftec Faculdade Novo Hamburgo, como
parte dos requisitos para avaliação da unidade
curricular de Ética e Ligislação Profissional.

Professora Lídia Käfer Schünke

Novo Hamburgo
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................3
2 METODOLOGIA..................................................................................................................3
3 O FAZER PSICOLÓGICO………………………………………………………………..4
3.2.1 Psicologia no Brasil……………………………………………………………………..4
3.2.1 Psicologia no Canadá…………………………………………………………………...4
4 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS CÓDIGOS DE BRASIL E CANADÁ……..5
5 PRINCIPAIS SEMELHANÇAS ENTRE OS CÓDIGOS DE BRASIL E CANADÁ….6
6 DIFERENÇAS CULTURAIS……………………………………………………………...6
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………………………6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS………………………………………………………8
INTRODUÇÃO

Segundo Amendola (2014) um código de conduta visa determinar os princípios que um


grupo específico de pessoas deve utilizar como referência para suas ações; sejam elas pessoais
ou profissionais. Também, tais princípios servem como embasamento para avaliar e julgar as
condutas desse grupo em relação à sociedade (se tais ações estão ou não em conformidade
com o Código).
Isto posto, um documento que define as normas de conduta ética é, também, personagem
na construção da identidade profissional de uma categoria, dando legitimidade aos
profissionais, frente a sociedade como um todo.
A ideia de uma comunidade de integração é uma noção herdada da hoje ancestral era
do pan-óptico: ela se refere ao esforço organizado de fortalecer a fronteira que
separa o “interior” do “exterior”, de manter os internos dentro, enquanto se impede
os outsiders de entrarem e os próprios internos de praticarem desvios, quebrando
normas e planejando escapar do pulso da rotina. Tudo isso diz respeito à execução
de um código de conduta uniforme, monotônico, imputado em termos de espaço e
tempo (Bauman, 2011, p.27-28).

Entendemos, então, que um código, quando não é Lei no sentido estrito, torna-se
suscetível ao contexto social, cultural, econômico e político. A medida que a sociedade sofre
mudanças, a profissão também muda e, por conseguinte, o fazer do profissional também
muda, exigindo constante adequação dos documentos que balizam esse fazer.
Os códigos de ética desempenham, então, um papel fundamental na orientação da conduta
dos profissionais de Psicologia, pois estabelecem princípios e diretrizes que visam garantir o
bem-estar dos clientes/pacientes e a integridade da profissão. Neste estudo, apresentaremos o
código de ética da profissão de psicólogo no Brasil e no Canadá, destacando as semelhanças e
diferenças entre eles.

2 METODOLOGIA

Nos valemos de pesquisa bibliográfica, que tem como base material já elaborado por
outros autores, visto que, qualquer que seja a pesquisa, é imperativa a necessidade de
consultar algum tipo de material publicado a fim de fundamentara teoria apresentada (Gil,
2008).
Além disso, ara realizar a comparação entre os Códigos, foram coletadas e analisadas as
versões mais recentes dos códigos de ética da profissão de Psicólogo no Brasil e no Canadá.
Tendo sido identificadas áreas-chave de interesse, como princípios éticos, regras,
responsabilidades do psicólogo e procedimentos para lidar com dilemas éticos.

3 O FAZER PSICOLÓGICO
3.2.1 Psicologia no Brasil

Atualmente, existem mais de 280 mil profissionais cadastrados no conselho profissional


da categoria de Psicólogos. Esses profissionais estão concentrados na região sudeste e sul
(CFP, 2016). No que se refere a cursos de graduação, são mais de 600 cursos espalhados pelo
país (MEC, 2016). Os profissionais atuantes na área da Psicologia tem o exercício profissional
regulado pelos Conselhos Regionais, organizados pela estrutura do Conselho Federal de
Psicologia.
No Brasil, a Psicologia é considerada uma profissão recente, tendo sido regulamentada
pela Lei Federal nº 4.119/62, dando início ao movimento de institucionalização com o qual a
elite nacional da época estava comprometida. Hoje, a profissão encontra-se em outro
momento: um momento de comprometimento e compromisso com as necessidades da maioria
da população, com foco voltado para questões sociais contemporâneas.
A segunda parte do vídeo traz a profissional de Psicologia em sua sessão de supervisão
profissional, onde ela discute com o supervisor a veracidade do relato, o sigilo da sessão,
como tratar a informação recebida do analisando, como aprofundar o relato com o analisando
e, principalmente, as questões éticas envolvidas entre a denúncia de um relato falso ou a
manutenção do sigilo de um ato criminoso.

3.2.1 Psicologia no Canadá

Diferente do que acontece no Brasil, para a prática da psicologia no Canadá, o


profissional deve estar inscrito em uma instituição semelhante ao conselho regional de
Psicologia, no Brasil. Outra diferença está na qualificação educacional mínima requerida:
mestrado em psicologia. Tida como profissão regulamentada, exige a qualificação teórica e
prática, através de estágio supervisionado; o último requisito demonstra semelhança à
situação brasileira, mas são necessários mais anos de formação acadêmica antes de chegar à
prática.
Diferente da realidade brasileira, no Canadá, as províncias e territórios – semelhante aos
Estados e DF – tem autonomia para regulamentar leis específicas conforme suas próprias
necessidades. Assim, cada província ou território pode regulamentar a profissão de uma
maneira diferente. Ainda, por ser considerada uma profissão da área da saúde, é regida com
normas mais rígidas do que outras profissões da área das ciências humanas, tendo que cumprir
leis federais, provinciais, além de exame de jurisprudência para verificar conhecimentos sobre
os deveres, as obrigações e as responsabilidades profissionais.

4 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS CÓDIGOS DE BRASIL E CANADÁ

Logo no início do texto canadense (CPA, 2017), encontramos uma diferença significativa
com o texto brasileiro. No texto estrangeiro há um tópico intitulado “tomada de decisão ética”
que versa sobre quais princípios o profissional deve buscar o embasamento para a tomada de
decisão frente a um dilema ético. Interessante notar que o texto do país norte-americano refere
que é ‘fácil’ resolver questões éticas quando há princípios, diretrizes e padrões de
comportamento a serem seguidos.
Outro ponto divergente, colocando o texto canadense à frente do nacional é a fala,
explícita, sobre a aplicação do Código de Ética a áreas novas ou emergentes na prática
profissional. Diferente do que acontece no Brasil, é possível inferir, a partir do exposto, que o
profissional canadense pode atuar, em situações como a da pandemia de COVID-19 – onde se
fortaleceram os atendimentos online ao redor do mundo – por exemplo, sem infringir as
regras profissionais.
Também, chama a atenção o ponto específico das instruções estrangeiras que fala sobre a
relação do Código Profissional com o Comportamento Pessoal. Note-se que há preocupação
com o comportamento do profissional, na instância pessoal, na medida em que tal
comportamento possa minar a confiança do público na profissão como um todo e no
profissional, em si. Entendemos que o mais próximo dessa preocupação com a relação entre a
vida pessoal e profissional, no texto nacional, está expressa na vedação à indução dos
pacientes à determinadas convicções (políticas, sexuais, filosóficas, ideológicas, etc).
Ainda, foi possível verificar que o Código canadense faz menção a Declaração Universal
de Princípios Éticos para Psicólogos. A Declaração foi aprovada pela Assembleia da União
Internacional de Ciências Psicológicas, ocorrida na cidade de Berlim, em 2008 e pelo
Conselho Diretor da Associação Internacional de Psicologia Aplicada, também em Berlim,
em 2008. Versando sobre quatro princípios (respeito pela dignidade de pessoas e povos;
cuidados competentes para o bem estar das pessoas e dos povos; integridade; e
responsabilidades profissionais e científicas para a sociedade), tal Declaração sequer é citada
no Código brasileiro.
5 PRINCIPAIS SEMELHANÇAS ENTRE OS CÓDIGOS DE BRASIL E CANADÁ

Ambos os documentos trazem, em sua base, questões relacionadas à Declaração Universal


dos Direitos Humanos, bem como à padrões de conduta ética, expondo vedações aos
profissionais de Psicologia, voltadas para garantir que não sejam praticadas, toleradas ou
negligenciadas ações violentas, preconceituosas ou que possam colocar em risco a saúde das
pessoas.
Também, ambos os códigos falam sobre o aperfeiçoamento profissional e a busca
constante por qualificação, garantindo, assim, que o profissional preste um serviço adequado e
responsável teorica e tecnicamente.

6 DIFERENÇAS CULTURAIS

Observamos que há uma diferneça gritante entre os códigos de condutas profissionais que
é reflexo, principalmente, das diferenças sociais, econômicas, políticas e culturais entre os
dois países. No Código brasileiro, há informações sobre a prática de greves, por parte do
profisisonal de Psicologia; e, no Código canadense, seque há menção sobre tal assunto.
Entendemos que, para os profissionais brasileiros, ainda se faz necessária uma luta por
reconhecimento profissional e direitos trabalhistas para a categoria. Cenário completamento
distoante do encontrado no Canadá, onde tais questões já estão resolvidas e pacificadas,
pondendo o profissional voltar-se para sua formação teórica e técnica e para o debate de
questões éticas e de ajuda humanitária, por exemplo.
Também, outra questão que parece estar relacionada diretamente com as diferenças entre a
cultura e a organização social de Brasil e Canadá é o fato de constar no Código nacional um
dispositivo que versa sobre a prestação de serviços em situações de emergência ou calamidade
‘sem visar benefício pessoal’. Ora, tratando-se de situações de calamidade, suporíamos que
não se faz necessário um ‘aviso’ para ‘não tirar proveito’ da situação. Porém, esta suposição
se mostra falsa, na medida em que se faz, sim, necessário tal aviso. Mais uma vez, no Canadá,
país onde a distribuição de renda é mais igualitária do que no Brasil, tal ‘aviso’ não se faz
necessário.

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da leitura de ambos os documentos, fica clara a influência das condições
econômica, políticas, sociais e culturais na prática profissional. Entendemos que não só na
prática da Psicologia, mas toda profissão sofrerá influências das mudanças sociais locais,
regionais, nacionais e globais. O Código brasileiro parece estar, ainda, voltado às ‘proibições’,
preocupado em garantir que o profissional não agirá de maneira inadequada, minando a
crença da sociedade na profissão.
Por fim, entendemos que o Código pátrio poderia abrenger mais pontos voltados para
formação profissional de alta qualidade e contrária a práticas terapêuticas oriundas das pseud
o-ciências e sem comprovação de eficácia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMENDOLA, Marcia Ferreia. História da construção do código de ética profissional do


Psicólogo. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/epp/v14n2/v14n2a16.pdf. Acesso
em: 16 out 2023.

BAUMAN, Zygmunt. Ética é possível num mundo de consumidores? 2 ed. Rio de Janeiro:
J. Zahar Ed, 2011.

CANADIAN CODE OF ETHICS FOR PSYCHOLOGISTS. Disponível em: https://cpa.ca/docs/


File/Ethics/CPA_Code_2017_4thEd.pdf. Acesso em: 16 out. 2023.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO. Disponível em:


https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf. Acesso em:
16 out. 2023.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008.

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