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A PSICOLOGIA NO BRASIL

VALBER SAMPAIO

BELÉM/PA
2021
Até esse momento considera-se como momento
pré-profissional (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003):

 Em 1890, a Reforma Benjamin Constant introduziu noções de


Psicologia para a disciplina de Pedagogia, no currículo das Escolas
Normais.
 Até 1910, a Psicologia era ensinada, juntamente com Lógica, nos
seminários, nos colégios e nos chamados cursos "anexos" das
Faculdades de Direito que previam essa matéria, em seus
vestibulares. Posteriormente, ela adentrou os cursos de medicina.
 as publicações: “Contribuição ao Estudo Experimental do Hábito” e
“Introdução ao Estudo da Escola Nova” promoveram uma série de traduções
das obras de grandes pedagogos, cuja fama chegava ao Brasil. Mediante
suas idéias, Kilpatrick, Durkheim, Ferriére e Binet-Simon têm, assim, seus livros à
disposição do público brasileiro.
 Em São Paulo, reorganiza-se o ensino e cria-se cursos de aperfeiçoamento
para professores, exigindo se ministrem, neles, as disciplinas: Psicologia e
Sociologia.
 Lourenço Filho convida Noemi Rudolpher da Silveira e J. B. Damasceno Penna.
Com Noemi, cria o Laboratório de Psicologia Educacional.
 Em 1924, em São Paulo, trabalhando em Psicologia Industrial, no Liceu
de Artes e Ofícios, inicia farta produção científica no setor. É o
engenheiro Roberto Mange, cujo trabalho, de 1930 a 1942, se
desenvolveu no IDORT, na Estrada de Ferro Sorocabana e no Centro
Ferroviário do Estado de São Paulo.
 Mira Y Lopez cria, em 1947, no Rio de Janeiro, o Instituto de
Seleção e Orientação Profissional (ISOP), na Fundação Getúlio
Vargas.
 Pesquisas na década de 50.
 Em 1934, surge a Universidade de São Paulo e, no ano seguinte, a
Universidade do Brasil.
 Já o Decreto-lei no 9.092, de 26 de março de 1946 "amplia o regime
didático das Faculdades de Filosofia e dá outras providências“:
Art. 4º: "Para obter o diploma de licenciado, os alunos do
quarto ano receberão formação didática, teórica e prática,
no Ginásio de Aplicação, e serão obrigados a um curso de
Psicologia Aplicada à Educação".
 O ano de 1954 é marcado por dois grandes eventos: cria-se a
Associação Brasileira de Psicologia. O Arquivo Brasileiro de Psicologia
publica o anteprojeto da lei sobre a formação de Psicólogo.
 A 13 de abril de 1946, a Portaria no 272 que "aprova as instruções reguladoras
da execução do disposto nos art. 5º e 6º do Decreto-lei no 9.092, de 26 de
março de 1946”:
Psicólogo: Aprovado nos três primeiros anos do curso de Filosofia, bem
como em cursos de Biologia, Fisiologia, Antropologia, Estatística, e em
cursos especializados de Psicologia. Finalmente, estágio em serviços
psicológicos, a juízo dos professores da seção".
 Em 27 de agosto de 1962, a Lei n° 4.119: Primeiro diploma legal específico sobre
Cursos de Formação de Psicólogos. O texto da Lei traz significativas inovações,
entre as quais, destacamos:
1 — permite aos portadores de diplomas ou certificados de especialista
em Psicologia, Psicologia Educacional, Psicologia Clínica e Psicologia
Aplicada ao Trabalho, [...];
 O Conselho Federal de Educação, depois de ouvir o parecer do Conselheiro Valnir Chagas, relator
da matéria, Parecer no 403/62, fixa, mediante Resolução, o currículo mínimo e a duração do curso
de Psicologia, com vigência a partir do ano de 1963 (art. 4º).
 Era composto por disciplinas obrigatórias, duração do curso, obrigatoriedade do estágio
supervisionado e sua carga horária. A função, as disciplinas colocadas no Currículo Mínimo e a
explicação de seu papel na formação, claramente apontam para a criação de um espaço dentro
da sociedade e de um profissional apto a tratar os problemas de ajustamento, tendo como objeto as
individualidades. Marca assim seu caráter de profissão liberal e ligada às questões da subjetividade
individual, seja em consultórios ou outros setores de atuação
 Os profissionais que já viessem na organização de suas disciplinas necessárias teriam ate 180 dias
para regularizarem-se.
 Dez anos depois, a Liga propõe ao Ministério da Educação e Saúde a criação obrigatória de
Gabinete de Psicologia, junto às Clínicas Psiquiátricas, através da abordagem do homem e seu
ajustamento.
Conselho Federal de Psicologia - CFP

 Promulgada a Lei no 5.766, de 20 de dezembro de 1971, que cria os


Conselhos Federal e Regionais de Psicologia.
 O Conselho Federal de Psicologia – CFP é uma autarquia de direito público,
com autonomia administrativa e financeira, cujos objetivos, além de
regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional, como previsto na
Lei 5766/1971, regulamentada pelo Decreto 79.822, de 17 de junho de
1977, deve promover espaços de discussão sobre os grandes temas da
Psicologia que levem à qualificação dos serviços profissionais prestados
pela categoria à sociedade. O mandato de uma gestão é de 3 anos.
 Possui cadeiras representativas em diversos espaços e está composto por
diversas comissões (Direitos Humanos; Avaliação de Especialistas;
Credenciamento de sites; Consultiva de Avaliação Psicológica)
Mais do que atuar em Psicologia no Brasil,
criávamos a nossa identidade (BOCK, 1999)

 Produção de nossas pesquisas;


 Nova visão sobre o processo educacional, tendo a criança em seu
desenvolvimento como foco.
 Compromisso Social da Psicologia.
 Estudos em Saúde Mental, com destaque para o A Clínica Psiquiátrica do
Engenho de Dentro.
RESOLUÇÕES – 01/99.

 "Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação


Sexual“
 Art. 1° - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão notadamente
aqueles que disciplinam a não discriminação e a promoção e bem-estar das pessoas e da
humanidade.
 Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o
preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que
apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas.
 Art. 3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de
comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a
orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
 Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham
tratamento e cura das homossexualidades.
CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA –
CRP
 tem por finalidade orientar, fiscalizar e disciplinar o exercício profissional nos
Estados do Pará e Amapá; zelar pela fiel observância do Código de Ética
Profissional e demais preceitos éticos; e contribuir para o desenvolvimento
da psicologia enquanto ciência e profissão.
 Órgão responsável pelo registro de profissional de psicólogas/os e de
pessoas jurídicas que prestam serviços de psicologia; além de adotar as
medidas e procedimentos necessários a permanente orientação, disciplina
e fiscalização do exercício da profissão de Psicóloga/o.
 Além dessas competências básicas, o CRP-10 desenvolve um programa de
educação continuada, que já beneficiou diversos profissionais e
estudantes de psicologia do estado do Pará e Amapá com a realização
de seminários, palestras, minicursos entre outras atividades.
Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos
(SATEPSI)

 O SATEPSI foi desenvolvido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP)


com o objetivo de avaliar a qualidade técnico-científica de
instrumentos psicológicos para uso profissional, a partir da verificação
objetiva de um conjunto de requisitos técnicos e divulgar informações
sobre os testes psicológicos à comunidade e às(aos) psicólogas(os).
 A Resolução CFP Nº 009/2018 estabelece diretrizes para a realização
de Avaliação Psicológica no exercício profissional do psicólogo e
regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI,
bem como estabelece quais requisitos mínimos os instrumentos devem
apresentar para serem reconhecidos como testes psicológicos.
CENTRO DE REFERÊNCIA DE PSICOLOGIA
EM POLÍTICAS PÚBLICAS - CREPOP
 Banco social de dados.
 O Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas
(CREPOP) é uma iniciativa do Sistema Conselhos de Psicologia (CFP e CRPs),
criado em 2006 para promover a qualificação da atuação profissional de
psicólogas/os que atuam nas diversas políticas públicas.
 Além de um papel técnico, o CREPOP tem um importante papel ético e
político. Ético no que tange a qualificação profissional, orientando um fazer
alinhado com a garantia de direitos e a transformação de vidas. Político por
se tratar de um espaço que demarca as contribuições da Psicologia para o
campo das políticas públicas, voltadas para transformação social.
 Atualmente são mais de 23 pesquisas organizadas pelo CREPOP.
CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOLOGIA

 “Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender


demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas
éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a
sociedade como um todo.
 Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às práticas
referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar
a auto-reflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua práxis, de modo a
responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas consequências no
exercício profissional. A missão primordial de um código de ética profissional não é de
normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores
relevantes para a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta
que fortaleça o reconhecimento social daquela categoria”.
 Foi relançado com revisão em 2005.
(CDP, 2005, p.5)
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

 I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da


dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que
embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
 II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas
e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
 III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente
a realidade política, econômica, social e cultural.
 IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento
profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico
de conhecimento e de prática.
 V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da
população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos
serviços e aos padrões éticos da profissão.
 VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado
com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo
aviltada.
 VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que
atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais,
posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais
princípios deste Código.

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