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Conceito:
Quanto à Duração
Quanto à Formação:
Direitos Reais – só podem ser criados pela lei, sendo seu número limitado e
regulado por esta (ROL TAXATIVO).
Nelson Rosenvald: a obrigação deve ser vista como uma relação complexa,
formada por um conjunto de direitos, obrigações e situações jurídicas,
compreendendo uma série de deveres de prestação, direitos formativos e
outras situações jurídicas.
AS 2 PARADIGMÁTICAS SITUAÇÕES:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Obrigações com eficácia real são as que, sem perder seu caráter de direito a
uma prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito
sobre determinado bem.
Esse estado de sujeição, por tudo que se disse, não traduz uma relação jurídica
obrigacional, por ser inexistente o dever de prestar.
Outros exemplos: título de exemplo, podem ser citados os casos da existência
de impedimentos matrimoniais (art. 1.521 do CC) e a exigência legal para
certos atos, de outorga do outro consorte (art. 1.647 do CC), sob pena, na
última hipótese, de anulabilidade do ato ou negócio praticado (art. 1.649 do
CC).
O ônus jurídico, por sua vez, caracteriza-se pelo comportamento que a pessoa
deve observar, com o propósito de obter um benefício maior. O onerado, pois,
suporta um prejuízo em troca de uma vantagem.
c) Objetivo: É a prestação.
Obs: O elemento subjetivo deve ser dúplice. Sem a presença simultânea dos
sujeitos ativos e passivos, não há obrigação.
Por outro lado, percebe-se que o objeto mediato da obrigação pode ser uma coisa ou
uma tarefa a ser desempenhada, positiva ou negativamente. Como exemplo de
objeto mediato da obrigação, pode ser citado um automóvel ou uma casa em relação
a um contrato de compra e venda.
OBS:
A melhor expressão desse vínculo está estabelecida no art. 391 do CC 2002, com a
previsão segundo a qual todos os bens do devedor respondem no caso de
inadimplemento da obrigação. Esse artigo traz o princípio da responsabilidade
patrimonial do devedor.
A relação contém dois vínculos. O primeiro vínculo está ligado ao dever do sujeito
passivo de satisfazer a prestação em face do credor. O segundo vínculo está
relacionado com a autorização dada pela lei (o credor tem o direito de constranger o
patrimônio do devedor).
O Brasil adota a teoria dualista. Importante distinção feita no Direito Alemão dos dois
elementos:
Licitude:
Possibilidade:
A prestação, para que seja considerada viável, deverá ser física e juridicamente
possível.
Determinabilidade:
Toda prestação, para valer e ser realizável, deverá conter elementos mínimos
de identificação e individualização. Afinal, ninguém poderá obrigar-se a
“prestar alguma coisa...”. Por isso, diz-se que a prestação, além de lícita e
possível, deverá ser determinada, ou, ao menos, determinável.
OBS:Karl Larenz, a prestação deve ser apenas algo vantajoso, ainda que não
patrimonial. Ex.: A retratação pública.
Em caso de perda ou perecimento (prejuízo total), duas situações diversas, todavia, podem
ocorrer:
a) se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição (da entrega da coisa), ou
pendente condição suspensiva (o negócio encontra-se subordinado a um acontecimento
futuro e incerto), fica resolvida a obrigação para ambas as partes, suportando o prejuízo o
proprietário da coisa que ainda não a havia alienado (art. 234, parte inicial, do CC/2002);
OBS: A expressão resolver significa que as partes voltam à situação primitiva, anterior à
celebração da obrigação.
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA - PROMESSA DE COMPRA E VENDA DE
IMÓVEL - RESCISÃO CONTRATUAL - POSSIBILIDADE - INEXECUÇÃO CONTRATUAL
INVOLUNTÁRIA - CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR - OCORRÊNCIA - RESTITUIÇÃO DE
VALORES PAGOS - SITUAÇÃO ANTERIOR - RESTABELECIMENTO - CORREÇÃO MONETÁRIA -
TERMO INICIAL - DATA DO DESEMBOLSO - JUROS DE MORA - TERMO INICIAL - DATA DA
CITAÇÃO. - O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força
maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. O caso fortuito ou de
força maior é aquele verificado no fato necessário, cujos efeitos são impossíveis de evitar
ou impedir (CC, art. 393, parágrafo único) - Os riscos em relação à coisa correm por conta
do vendedor, que tem o dever de entregá-la ao comprador, pois, enquanto não o fizer, a
coisa ainda lhe pertence, incidindo a regra res perit domino (a coisa perece para o dono)
(CC, art. 234, primeira parte) - Havendo rescisão contratual, a situação anterior deve ser
restabelecida tal qual era antes da existência do contrato - O termo inicial da correção
monetária das parcelas pagas, a serem restituídas em virtude da rescisão do contrato de
compra e venda, é a data de cada desembolso, nos termos da jurisprudência do STJ (STJ,
AgInt no AREsp 342.293/SP)
Nesse caso, suportará a perda o causador do dano, já que terá de indenizar a outra
parte.
Imagine a hipótese de o devedor, por culpa ou dolo, haver destruído o bem que
devia restituir.
Em regra, quem causa dano a outrem com culpa tem o dever de indenizar, pois
ninguém pode lesar outrem. Essa lógica permeia toda a legislação e está
genericamente prevista nos arts. 186 e 927 do CC, que consideram ilícita a conduta
culposa que cause um dano e que cominam o dever de indenizar.
Para exemplificar: se vendo um veículo para ser entregue no próximo mês e recebo
R$ 40.000,00 como preço, terei de restituir essa quantia caso, antes da tradição, o
veículo seja furtado (perecimento sem culpa minha). Nessa hipótese, eu ficarei sem
carro e sem dinheiro, porque res perit domino. Se, porém, esse veículo só tiver sido
amassado por uma batida causada por um terceiro (batida essa que desvalorizou o
bem em R$ 5.000,00), o que sucederia? Nessa situação, como o veículo se
deteriorou sem culpa minha, o comprador poderá escolher entre, de um lado, pegar
de volta os seus R$ 40.000,00 ou, de outro lado, receber o carro abalroado exigindo
de mim a devolução de R$ 5.000,00 correspondentes à desvalorização do bem.
Como se vê, eu ficarei no prejuízo nesses exemplos, porque res perit domino.
Exemplo: Pedro vende o carro a Maria e no dia da entrega, por culpa sua, bate o
carro e a lataria fica amassada desvalorizando o carro em R$ 3.000,00.
Como Pedro teve culpa, Maria pode optar por desfazer o contrato (resolução)
recebendo os valores que pagou a Pedro com correção monetária, mais perdas e
danos.
Esse desfazimento decorre do art. 475 do CC/2002. Maria pode, ainda, aceitar o
carro como se encontra abatendo do preço o valor do dano que a coisa sofreu, além
de cobrar perdas e danos.
CC- Art. 238, que, “se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do
devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se
resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda”.
Em suma, aquele que tem a posse direta e deve restituir, devolver o bem, é o devedor.
Aquele a quem o bem deve ser restituído é o credor. Assim, o locatário, o comodatário, o
depositário são devedores. Já locador, comodante, depositante são credores.
Se a obrigação é de restituir coisa certa, a lógica básica é a mesma: a do res perit domino. A
única diferença é a de que o credor é o dono da coisa, que está nas mãos do devedor com
dever de restituir.
Se a coisa se perde (deixa de existir ou não cumpre mais sua função) sem
culpa do devedor, a obrigação se extingue (hipótese de caso fortuito ou de
força maior). Não há perdas e danos.
João não poderá restituir o carro, mas a perda se deu por força maior.
EX 2:
Assim, “havendo indícios de que a locatária não cumpriu com seu dever de
guardar e zelar pelo bem de outrem, não merece guarida a alegação de caso
fortuito para excluir sua responsabilidade. Nos termos dos arts. 239 e 240 do
Código Civil, se a coisa restituível se deteriorar por culpa do devedor,
responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. À falta de evidências
do valor pago a título de aluguel, o montante deve ser apurado em liquidação
de sentença” (TJMG, APCV 1.0045.14.002899-9/001, Rel. Des. Mônica Libânio,
j. 24.10.2018, DJEMG 30.10.2018).
Ao lado das obrigações de dar coisa certa, figuram as obrigações de dar coisa
incerta, cuja prestação consiste na entrega de coisa especificada apenas pela
espécie (gênero) e quantidade; mas não na qualidade.
Ele precisa concentrar a sua obrigação em um único objeto entre os vários que se
enquadram no gênero (concentração da obrigação). Trata-se da fase da
concentração, que se completa com a cientificação do credor acerca da escolha.
OBS: Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Aqui há o traço que claramente distingue a obrigação de dar coisa certa daquela de
dar coisa incerta.
A perda da coisa. Isso porque, enquanto a coisa certa perece, a incerta não, pois
gênero não perece (genus non perit).
Para que o juiz possa realizar a revisão contratual, deve haver i) manifesta
desproporção entre o valor da prestação no momento da formação e o da execução
e ii) a desproporção decorrer de motivos imprevisíveis.
Obrigações de fazer
OBS:
É por isso que o credor conta com tutelas específicas para a obtenção da
própria prestação de fazer, independentemente da perdas e danos (tutela
genérica).
OBS: Astreinte
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização
cabível. ,
É fungível (= substituível) quando puder ser cumprida por pessoa diversa do devedor (ex.:
conserto de uma pia que pode ser feito por qualquer profissional).
Assim, a priori, não se devem reputar válidas obrigações negativas que atinjam, em
última análise, direitos da personalidade, não sendo juridicamente admitidas.
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe
torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Quedar-se inerte.
Ex: É exemplo de obrigação de não fazer aquela que nasce do contrato de exclusividade de
certo ator com a emissora de televisão.
Ex: O comerciante que vende o ponto comercial e não pode desenvolver atividade no
mesmo ramo comercial em certa distância.
Ex.: Dever de não negativar o nome de alguém no cadastro de inadimplentes; dever de não
usar a piscina do condomínio.
A) Obrigação divisível: é aquela que pode ser cumprida de forma fracionada, ou seja, em
partes. Ocorre quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato suscetível de
divisão.
A obrigação será divisível quando o objeto da prestação puder ser fracionado sem sua
destruição ou perda de sua utilidade.
Ex: Assim, se Maria e Carlos devem 100 camisas à Márcia, a prestação é divisível e a
obrigação também o é. Se Maria e João devem pagar R$ 10.000,00 a Pedro, a prestação é
divisível, logo, a obrigação também o é. A obrigação presume-se dividida em partes iguais
entre os tantos credores e/ou os tantos devedores (concursu partes fiunt).
Se Maria e Carlos devem 100 camisas à Márcia, a credora só poderá exigir 50 camisas de
cada devedor. Se Maria e João devem pagar R$ 10.000,00 a Pedro, Pedro só pode cobrar
R$ 5.000,00 de cada devedor. Há uma presunção simples (iuris tantum) de divisão em
partes iguais. Contudo, a vontade ou a lei podem estabelecer divisão em partes desiguais.
Por esse dispositivo, a obrigação indivisível é aquela que não pode ser
fracionada, tendo por objeto uma coisa ou um fato insuscetível de divisão, em
decorrência da sua natureza, por razões econômicas ou por algum motivo
determinante do negócio jurídico e do contrato.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível,
cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo único. O devedor, que
paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros
coobrigados.
Obrigações Solidárias
Ex.: 1. A solidariedade pode decorrer de um ato ilícito (arts. 932 e 942 do CC).
Ressalte-se que, da mesma forma que a solidariedade pode ser extraída das
circunstâncias concretas reveladoras da intenção das partes, também as
obrigações que normalmente se afiguram como solidárias podem perder este
caráter ao mesmo fundamento.