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14/09/2021
O direito das obrigações apoia-se em duas bases, o direito constitucional e o direito civil. Este
direito é um dos quatro ramos do direito civil, e é o primeiro a ser lecionado apos a parte geral do
Código Civil.
O Direito das Obrigações é então sinonimo do Direito de Créditos um vez que o direito das
obrigações é o conjunto das normas jurídicas que regulam as relações de crédito, sendo que estas
relações têm, de um lado, um sujeito designado de credor que é titular de um direito subjetivo, e
por outro lado, um sujeito passivo que é designado por devedor e a este é atribuído um dever de
prestar. Assim, temos um sujeito ativo (o credor) que é titular de um direito subjetivo, e temos
depois um sujeito passivo (o dever) que possui o dever de prestar.
É este dever de prestar que torna especifico o direito das obrigações em relação ao esquema geral,
distinguindo a relação jurídica obrigacional de outras relações jurídicas (como as reais, entre
outras). O direito das obrigações vai se dedicar o estudo de todas as relações de crédito
encontrando soluções para as mesmas.
As fontes das obrigações são o facto constitutivo (jurídico) da relação jurídica obrigacional. São
elas então:
1. Contratos;
2. Negócios jurídicos unilaterais;
3. Gestão de negócios;
4. Enriquecimento sem causa;
5. Responsabilidade civil.
A matéria de direito das obrigações está consagrada no Livro II do Código Civil, entre os artigos
397º e 1250º do mesmo. As obrigações constituem uma matéria que é também regulada por outras
disciplinas jurídicas, como por exemplo o direito comercial.
As obrigações constituem uma rede importante de vínculos jurídicos que protegem não só a vida
em sociedade, como também a vida económica, disciplinando a alienação, a oneração e a
circulação de serviços e bens, assim como a regulação do funcionamento e organização das
sociedades, a prevenção de riscos individuais capazes de afetarem a economia pessoal, familiar
ou de empresa (por exemplo, contrato de seguro ou arrendamento), a reparação patrimonial dos
danos sofridos em consequência da violação de um contrato, caso haja violação de direitos
absolutos, entre outros aspetos.
Analisando qualquer relação jurídica obrigacional de forma isolada (por exemplo, a relação do
comprador de um bem e o vendedor quanto à entrega do o preço) verifica-se que a obrigação se
vai traduzir no sacrifício que é imposto a uma das partes (comprador) a fim de proporcionar uma
vantagem patrimonial à outra (credor) sob pena de uma culminação de sanções próprias da
respetiva matéria. Coloquemos agora duas situações:
Imaginemos que A atropela B, com ou sem culpa, e causa danos B.
Imaginemos ainda que C, trabalhador, fere-se gravemente enquanto trabalhava na fabrica
de D.
Se A e D forem considerados responsáveis, e por conseguinte tiverem de indemnizar B e C,
respetivamente, isso significa que a lei, através do instituto da responsabilidade civil, esta a impor
a A e D um sacrifício patrimonial que diz respeito à entrega da soma correspondente ao dano,
com o fim de proporcionar a estes uma vantagem patrimonial.
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Direito das Obrigações
O direito das obrigações não pode ignorar a autonomia da vontade (autonomia privada),
destacando-se ainda o facto deste direito se caracterizar pela estabilidade no tempo e uniformidade
no espaço, uma vez que o direito das obrigações, de modo geral e comparativamente aos outros
ramos, é o ramo jurídica que tem vindo a sofrer menos alterações ao longo do tempo. É também
o ramo jurídico com menos influencias, como as religiosas ou politicas.
No direito das obrigações temos três princípios fundamentais – o principio da autonomia da
vontade, o principio da boa fé, e o principio da proteção da parte mais fraca. O principio da boa
fé ganhou mais amplitude a partir de 1966, sobretudo no que se refere à formação e preparação
dos contratos (artigo 227º) e na questão do cumprimento da obrigação e respetivo exercício desse
direito (artigo 762º). Com a reforma de 1966, passou também a existir condenação explicita do
abuso do direito e deu-se a importância ao dever de restituir em todas as situações do
enriquecimento sem causa (artigo 334º), dando-se também reconhecimento às obrigações naturais
como figura de caracter geral, assim como a introdução da questão da resolução ou modificação
do contrato por alteração anormal das circunstancias (artigo 437º e seguintes), houve também o
alargamento do âmbito de aplicação dos negócios usuários.
O direito subjetivo é a faculdade de exigir de outrem um determinado comportamento, positivo
ou negativo. Este direito, na sua concessão ampla, divide-se em direito subjetivo propriamente
dito e direito potestativo, neste ultimo, o sujeito passivo está apenas num estado de sujeição.
O dever jurídico é a necessidade imposta pelo direito a uma pessoa, de observar determinado
comportamento, sendo assim uma ordem ou comando. Normalmente, no dever jurídico, a
exigência da sua realização é acompanhada de uma culminação, e este é tutelado por essa sanção
por motivos de interesse da coletividade, interesses do estado, interesses de uma generalidade de
pessoas ou de um conjunto determinado. Este dever jurídico corresponde sempre a um direito
subjetivo.
Na relação jurídica obrigacional, o sujeito ativo possui um direito subjetivo que se traduz num
direito à prestação e, do lado do sujeito passivo, há uma restrição, pois o sujeito passivo da relação
obrigacional tem o dever especifico de prestar, de modo a satisfazer a vantagem patrimonial do
credor.
O direito potestativo é a faculdade que o sujeito ativo tem de produzir certos efeitos jurídicos
mediante a declaração de vontade, normalmente o exercício desta faculdade é feito por via
judicial, sendo deste modo diferente do dever jurídico.
O ónus jurídico consiste na necessidade de observância de determinado comportamento com o
fim de obtenção ou manutenção de uma vantagem para o próprio onerado.
Conceito de obrigação – artigo 397º do Código Civil - «é o vinculo jurídico por virtude do qual
uma pessoa fica adstritiva à realização de uma prestação»
Diz-se obrigação a relação jurídica por virtude da qual uma ou mais pessoas pode exigir à outra
a realização de uma prestação. (Manuel Andrade)
21/09/2021
Distinção entre relação jurídica obrigacional una/ simples e relação jurídica obrigacional
complexa/ múltipla:
Uma relação jurídica em geral é una ou simples quando corresponde ao direito subjetivo do sujeito
ativo e ao respetivo dever jurídico ou estado de sujeição do sujeito passivo. É constituída apenas
por um direito de credito e um direito de débito (atribuídos ao credor e ao devedor,
respetivamente).
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Direito das Obrigações
Por exemplo – o Carlos, estudante de direito, empresta um livro ao seu colega Paulo, para que
este possa estudar durante 15 dias por esse mesmo livro. Aqui nasce um relação jurídica
obrigacional (contrato de comodato) que se vai traduzir no direito que Carlos tem de exigir, ao
final dos 15 dias, a entrega do livro, e Paulo tem o dever jurídico de restituir a coisa emprestada.
Deste modo, há apenas um credito e um debito.
Por exemplo – O António estava a conduzir o seu automóvel e atropela culposamente a Beatriz,
que estava a atravessar a rua na passadeira. Entre o António e a Beatriz vai gerar-se uma obrigação
de natureza extra contratual que leva o António a ter o dever jurídico de indemnizar a Beatriz, e
a Beatriz tem o direito subjetivo de exigir o pagamento dessa mesma indeminização.
A relação jurídica em geral será complexa ou múltipla quando abrange um conjunto de direitos e
deveres, ou estado de sujeição, quando são oriundos do mesmo facto jurídico. Aqui, existem
vários direitos e vários deveres. Nesta relação, podemos ter do lado do sujeito ativo (credor) um
direito subjetivo (poder de exigir) e em algumas situações um direito potestativo (matéria de
contratos).
Por exemplo – O António e o Bernardo celebram um contrato de compra e venda que tem por
objeto um automóvel. O António é o vendedor e o Bernardo o comprador. Quis são os efeitos
principais de um contrato de contra e venda? Um efeito real [transmissão de propriedade], e dois
efeitos obrigacionais [a obrigação de entregar a coisa e a obrigação de pagar o preço] – artigo
879º do Código Civil.
Modalidades de prestação:
Os deveres jurídicos dividem-se em duas categorias – deveres gerais ou deveres especiais. Os
deveres de prestação são deveres especiais, assim como os deveres acessórios de conduta ou
deveres laterais.
Os deveres de prestação, em geral, correspondem ao conteúdo da relação jurídica obrigacional.
A distinção entre os deveres jurídicos primários e os deveres acessórios é feita através de dois
critérios: o critério do grau hierárquico, que divide os deveres de prestação em deveres principais
e acessórios; é o critério da originalidade que os divide em deveres primários e secundários.
Deveres principais ou primários de prestação: São aqueles, que juntamente com os respetivos
direitos subjetivos, vão constituir o núcleo essencial da relação jurídica obrigacional [por
exemplo, no caso do contrato de locação, o dever principal pode ser o pagamento da renda]. Esta
classificação esta associada ao comportamento conformado pela partes da relação jurídica, ou
seja, ao principio da autonomia da vontade.
Deveres acessórios ou secundários de prestação: São aqueles que vão complementar o
conteúdo obrigacional, por exemplo, cumprindo a função instrumental relativamente aos deveres
principais, contribuindo para preparar e realizar o cumprimento dos deveres principais. Estes
deveres podem ser subdivididos em:
❖ Deveres secundários meramente acessórios da prestação principal – são aqueles que
efetivamente se destinam a preparar o cumprimento ou a assegurar a perfeita realização
da prestação, como por exemplo do dever de conservar a coisa até a entrega.
❖ Deveres secundários de prestação autónoma – são aqueles que se revelam sucedâneos ap
dever principal de prestação ou então coexistem com o dever principal de prestação, por
exemplo, é considerado um dever secundário de prestação autónoma a situação da
indeminização resultante da impossibilidade culposa da prestação originaria.
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Direito das Obrigações
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Direito das Obrigações
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Direito das Obrigações
A sequela é outra característica, e esta confere ao titular do direito real a possibilidade de perseguir
a coisa onde quer que ela se encontre, mesmo que já esteja na posse de outro sujeito.
As prestações quanto ao objeto podem ser prestação de facto – só têm um objeto imediato, que é
a prestação em si mesmo – e as prestações de coisa – tem um objetivo imediato, que é a prestação,
e um objeto mediato, que é a própria coisa que deve ser prestada ao credor.
No direito das obrigações, o principio fundamental é o da autonomia da vontade, que se traduz na
liberdade das partes celebrarem ou não u determinado negocio jurídico, e na liberdade da
delimitação do conteúdo jurídico da relação obrigacional [artigo 398º n.1 do Código Civil].
Nos direitos reais vigora o principio da tipicidade e taxatividade do conteúdo, o que significa que
só existem os direitos reis previstos na lei, e embora as partes tenham a liberdade de constituir
esses direitos, elas não podem alterar o conteúdo.
Em relação à publicidade social típica, não existe nos direitos de credito as chamadas garantias
naturais ou organizadas de forma ou substancia ligadas à constituição dos direitos reais.
Direitos Pessoais de Gozo:
Os direitos pessoais de gozo possibilitam ao seu titular o gozo (uso e a fruição) direto e autónomo
de determinada coisa. Por exemplo, são entendidos como direitos pessoais de gozo a situação do
contrato de locação (arrendamento) pois atribui ao arrendatário a possibilidade de usar e fruir da
coisa, no caso, do imóvel.
A posição maioritária é a de que os direitos pessoais de gozo são direitos relativos, pois só tem
eficácia entre o senhoria e o arrendatário, ou seja, interpartes, e se forem violados apenas originam
responsabilidade contratual.
De acordo com Andrade Mesquita, que confira os direitos pessoais de gozo, ele defende que estes
são constituídos por um núcleo central que é constituído pelo direito de retirar certas utilidades
da coisa, e uma a zona periférica é constituída pelas obrigações positivas ou negativas que são
indispensáveis à constrição e ao exercício do núcleo central. Por exemplo, o núcleo será a fruição
de coisa arrendada, e a zona periférica engloba o poder do arrendatário exigir do senhoria
determinados comportamentos positivos (realização de obras) e determinados comportamentos
negativos (exigir que pratique determinados atos que impeçam o gozo da coisa).
Artigo 407º do Código Civil – Numa primeira teoria vai prevalecer o contrato que foi celebrado
em primeiro lugar, portanto o contrato de arrendamento celebrado em janeiro, mesmo que a
pessoa só tenha que ir para lá habitar depois, vai prevalecer um contrato de arrendamento
celebrado primeiro lugar.
Numa segunda teoria, em primeiro lugar só a partir do cumprimento é que nasce o direito pessoal
de gozo em sentido estrito e não à data em que ele é constituído.
Nota: O direito das obrigações, o direito da família e direito das sucessões: no âmbito do direito
da família vão nascer obrigações. No direito da família, as suas normas, ao contrário do que
acontece com o direito de todas as obrigações, que é um direito essencialmente patrimonial,
algumas das normas do direito da família são formadas conforme a sociedade. Nas sucessões
também vão nascer relações jurídicas obrigacionais, por exemplo a obrigação que vai recair sobre
o cabeça de casal ou as obrigações que estão relacionadas com os encargos da herança.
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Direito das Obrigações
28/09/2021
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Direito das Obrigações
A parcialidade ativa é quando um dos credor só pode exigir ou manter a parte que lhe compete
no credito.
A parcialidade passiva é quando cada um dos devedores só responde pela parte que lhe compete
como devedor.
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Direito das Obrigações
Exigência da Prestação
Artigo 528º n.2 do Código Civil – Há situações em que o devedor demandado pode prestar a cada
um dos credores a parte que lhes cabe no credito comum ou satisfazer a algum dos outros credores
a prestação com dedução da parte do demandante.
Imaginemos que há uma impossibilidade de realizar a prestação por facto imputável ao devedor:
de acordo com o artigo 529º do Código Civil vai se manter a solidariedade relativamente à
obrigação de indemnizar.
Artigo 332º do Código Civil – Formas de satisfazer o direito de credito a um dos credores.
Artigo 530º do Código
Civil – A prestação de um
dos créditos pode ser
invocada pelo devedor
comum em fase dos
demais credores.
Artigo 512º n.1, 1ª parte do Código Civil – é a definição dos efeitos da solidariedade passiva.
Artigo 813º do Código Civil – A situação em que o um devedor quer realizar a liquidação total da
divida, em que todos os outros devedores iriam sair favorecidos, leva o devedor a entrar em mora.
Artigo 516º do Código Civil – a cada devedor ou credor solidário correspondem partes iguais na
divida ou no crédito.
Artigo 649º do Código Civil – exemplo de solidariedade passiva legal, o caso dos fiadores.
Quanto ao caso julgado que existe entre o credor e um dos devedores, de acordo com o artigo
522º do Código Civil, não é oponível aos restantes. O objetivo deste artigo consiste em evitar que
os codevedores não acionados sofram os efeitos da negligencia do demandado ou ate situações
de simulações ou fraude com o credor.
Quanto à prescrição, no caso dos débitos do devedor, em regra, e conforme o artigo 521º do
Código Civil, não aproveita aos restantes, portanto temos uma situação em que a prescrição corre
autonomamente em relação a cada um dos codevedores.
Meios de defesa – artigo 514º do Código Civil:
Meios de defesa comuns – Os meios de defesa comum consistem
nas exceções materiais eu dizem respeito a todos os credores
solidários ou a todos os devedores solidários, afetando todo o
negocio. Por exemplo, causas de nulidade, como a falta de forma,
a incapacidade do credor, questões de impossibilidade de prestação.
Meios de defesa pessoais – são exceções materiais que se
caracterizam pela ligação individual a um dos sujeitos da relação
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Direito das Obrigações
jurídica, ou seja, só dizem respeito a um dos credores ou a um dos devedores. Por exemplo, a
incapacidade do devedor para celebrar um negocio jurídico devido à menoridade, situações de
alguém que celebra um negocio jurídico com vicio da vontade, entre outros. Embora estes só
possam ser invocados por quem for afetado por eles, há situações em que vão aproveitar aos
demais sujeitos, como é o caso da compensação.
Caso Prático:
O António é credor do Belmiro, do Carlos, do Daniel e do Eduardo, por uma dividida comercial
de 200 mil €. O António exigiu judicialmente o pagamento ao Belmiro, sendo que este foi
condenado mas o credor não viu judicialmente satisfeito o seu crédito uma vez que o Belmiro
entretanto ficou insolvente. Na celebração deste contrato de empréstimo ficou estipulado que os
devedores respondiam solidariamente pela divida.
1. O António pretende agora obter o pagamento do Carlos, será que o pode fazer?
2. E se Carlos vier a pagar aquela quantia, que direitos terá em relação aos outros devedores?
Sabendo que o Daniel era menor à data da celebração do contrato que resultou a divida.
Resolução:
Classificar a obrigação:
❖ obrigação plural uma vez que tem mais do que dois sujeitos da relação jurídica
obrigacional;
❖ é uma obrigação passiva pois só há um credor e vários devedores, uma consequência
imediata é que o credor tem o poder de exigir a prestação integral a qualquer um dos
devedores [artigo 512º e 519º Código Civil].
❖ é uma obrigação conjunta porque a pluralidade de sujeitos é cumulativa;
❖ é um regime de solidariedade, que tem de resultar da lei ou de acordo entre as partes.
1. O credor tem duas vias para exigir o pagamento – extrajudicialmente ou judicialmente – neste
caso, o A recorreu pela via judicial em relação a B, será que este pode também acionar C pela
mesma via? Em regra, quando aciona a via judicial, a consequência é que este fica inibido do
mesmo procedimento aos demais devedores, salvo se houver insolvência, tal como aconteceu
neste caso. Portanto, A tem a legitimidade de avançar com uma ação judicial contra C para
exigir o cumprimento da totalidade da prestação.
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Direito das Obrigações
2. Efeitos internos [relações internas] da solidariedade passiva – Carlos pode exigir aos outros
devedores a parte que cada um deveria pagar, pois foi Carlos que pagou a totalidade da
prestação [200 mil €] com base no direito de regresso – artigo 516º do Código Civil – assim,
dos 200 mil €, a cada devedor ia competir 50 mil €.
O artigo 526º diz-nos que como o B está insolvente no pode cumprir obrigação de restituir e este
prejuízo será suportado pelos outros codevedores, ou seja, os 50 mil € pertencentes a B, tem de
ser divididos entre C, D e E.
Daniel, sendo menor, há uma incapacidade negocial de exercício, assim, possui um meio de
defesa pessoal. A menoridade é então um meio de defesa pessoal porque só diz respeito ao Daniel
e não pode ser invocado por qualquer outro dos codevedores. Como o negocio será sujeito a
anulação por força da menoridade, Daniel não terá de cumprir a obrigação de restituir.
Assim, isto significa a quota arte do D tem de ser dividida por E e C, que terão de suportar o valor
a pagar da divida. Desta fora, conclui-se que C e E teriam de pagar 100 mil € por esta prestação.
Para concluir, C, enquanto devedor, nas relações externas, podia ser chamado por A para efetuar
o pagamento de forma integral uma vez que estamos perante uma obrigação solidaria. Assim, C
passa a ter o direito de regresso em relação aos demais.
No entanto, existiam particularidade, o facto de D ser menor e B estar insolvente. Assim, a divida
só seria suportada por dois devedores, C e E.
Prestação
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Direito das Obrigações
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Direito das Obrigações
Consequências: Se estamos perante uma prestação que ad inicio [impossibilidade originária] não
pode ser constituída, vamos ter uma nulidade do negocio jurídico, pelo contrário, a
impossibilidade superveniente terá como consequência extinguir a obrigação quando não seja
imputável ao devedor transformar o vinculo obrigacional numa relação de responsabilidade civil
contratual.
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Direito das Obrigações
Embora a lei não admita a constituição onde uma prestação que ad inicio não é possível, se
olharmos para o artigo 401º n.2 do CC, excecionalmente o legislador admite a validade do negocio
se a obrigação for assumida para o caso da prestação se tornar possível, ou se ficar sujeita a uma
condição suspensiva ou a termo inicial.
A impossibilidade da prestação pode ser ainda uma impossibilidade em relação a todos os sujeitos
– a impossibilidade objetiva – que se contrapõe à – impossibilidade subjetiva que é só em relação
ao devedor.
Artigo 401º n.3 – Só se considera impossível a prestação que o seja relativamente ao objeto e não
em relação à pessoa do devedor, desta fora, apenas e unicamente a impossibilidade objetiva
poderá invalidar a obrigação, uma vez que na impossibilidade objetiva nem o devedor, nem
qualquer outra pessoa, poderá cumprir a prestação, a mera impossibilidade subjetiva não impede
que a obrigação se constitua, pois o devedor pode se fazer substituir no cumprimento da prestação,
a menos que esteja perante uma prestação infungível
Impossibilidade Absoluta – consiste numa impossibilidade propriamente dita que impede de todo
a realização da prestação.
Impossibilidade Relativa – consiste numa simples dificuldade ou onerosidade excessiva da
prestação. Em regra, esta não terá efeitos anulatórios.
A prestação tem que ser física e legalmente possível, portanto, haverá uma impossibilidade física
quando a impossibilidade resultar da própria natureza das coisas, por exemplo, uma prestação que
verse sobre um facto irrealizável, ou uma prestação que consiste em algo que não existe no
momento da sua constituição nem poderá vir a existir.
Pelo contrario, estaremos perante uma situação de impossibilidade legal ou jurídica quando esta
resulta da própria lei, ou seja, situações em que a prestação consiste em algo que a lei impede de
se produzir, por exemplo, a celebração de um negocio que é proibido de acordo com o Código
Civil e que se for celebrado terá como consequência a nulidade.
Licitude:
A prestação não pode ser contraria à lei [não pode ser ilícita], assim como não pode ser contraria
aos bons costumes [artigo 280º n.2] e à ordem publica. Desta forma, desde logo, existirá ilicitude
quando a prestação consiste num comportamento que viola uma proibição legal .
Ilicitude por imoralidade – considera-se de u modo geral aquelas normas de ordem publica que
visam tutelar direta u indiretamente os interesses superiores da coletividade.
Determinação ou Determinabilidade:
Artigo 400º conjugado com o 280º n.1 do Código Civil – o conteúdo da prestação, em regra, deve
ficar inicialmente determinado ou, quanto muito, deverá ser determinável em momento posterior
através de um critério fixado pelas partes ou pela a própria lei.
Devem ser tidos em consta juízos de equidade se não tiverem sido considerados critérios pelas
partes.
Conteúdo digno de tutela jurídica:
O conteúdo terá de corresponder sempre a um interesse digno de tutela jurídica e a prestação não
tem de corresponder necessariamente a um valor pecuniário [não necessita de ser avaliada em
dinheiro].
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Direito das Obrigações
12/10/2021
Caso Prático:
O António, caçador amador, e proprietário de um pequeno terreno, combinou com o seu vizinho,
o Bruno, que possui um terreno muito maior, a possibilidade de na época de caça entrar na
propriedade de Bruno para caçar. Em troca, o António deverá dar a Bruno metade do que apanhar
na caça.
1. Classifique estas prestações quanto à distinção entre obrigações de prestação de facto e
obrigações de prestação de coisa.
Em primeiro lugar, podemos começar por dizer que para o Direito das Obrigações, a prestação é
o objeto imediato da relação jurídica obrigacional que se traduz na atividade ou comportamento
que o devedor deve desempenhar [ação] ou abster-se de desempenhar, caso se trate de uma
omissão.
Neste caso concreto, encontramos duas prestações – de um lado temos o Bruno, que é o
proprietário do terreno maior, compromete-se com o António a deixa-lo entrar no seu terreno, ou
seja, Bruno tolera que António possa ir para o seu terreno caçar – esta situação diz respeito a uma
obrigação de prestação de facto uma vez que só temos objeto mediato nesta relação jurídica
obrigacional.
Por outro lado, a outra prestação diz respeito à entrega de metade do resultado obtido com a caça,
estamos perante uma obrigação de prestação de coisa, uma vez que existe objeto mediato [conduta
do devedor, propriamente dita] e imediato [a coisa, propriamente dita].
Trata-se aqui de uma coisa de natureza futura, conforme o artigo 211º em conjunto com o artigo
399º do Código Civil – coisa futura é aquela que não existe ou não está na disposição do alienante
no momento do negocio jurídico e pode ser objeto da relação jurídica obrigacional.
Facto jurídico da relação obrigacional:
Podemos ter três tipos de factos:
1. Constitutivos;
2. Modificativos;
3. Extintivos.
Factos jurídicos constitutivos da relação jurídica obrigacional:
São sinonimo das fontes das obrigações, que podem ser:
1. Contratos;
2. Negócios jurídicos unilaterais;
3. Gestão de negócios;
4. Enriquecimento sem causa;
5. Responsabilidade civil.
Os contratos e os negócios jurídicos unilaterais devem a sua criação à vontade das partes, portanto,
num critério que se utiliza para distinguir a criação da obrigação – critério da autonomia.
Pelo contrario, na gestão de negócios, enriquecimento sem causa e responsabilidade civil, a
relação jurídica obrigacional não nasce por vontade das partes mas sim por força da lei – critério
da heteronomia.
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Direito das Obrigações
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Direito das Obrigações
Assim, sabemos que a cessão de créditos pode ser realizada a titulo oneroso ou a titulo gratuito,
e a obediência a estes preceitos do negocio jurídico base uma vez que o cedente [credor originário]
terá que garantir ao cessionário a existência do credito transmitido e, portanto, se o negocio
jurídico base determinar a observância de determinada forma, o contrato da cessão de forma
também terá que seguir essa forma. Alem disso, os direitos do cessionário vão derivar do negocio
que lhe serve de base.
Requisito específicos da cessão de créditos:
Credibilidade ou Transmissibilidade do Crédito
Esta relacionado com a possibilidade de se poder transmitir o credito – a regra é que todos os
créditos são transmissíveis, uma vez que esta subjacente o poder de disposição que é atribuído à
generalidade dos direitos de ordem patrimonial.
Há exceções em que a lei proíbe a transmissão de créditos, como os créditos referentes ao direito
de alimentos [artigo 2008º do Código Civil], o direito de preferência [artigo 220º do Código
Civil], nestes casos a lei proíbe a transmissão de créditos.
O credor e o devedor podem estipular a não possibilidade de cessão de créditos, por vontade dos
mesmos, e esta estipulação pode ser expressa ou tácita, tento algumas limitações.
Além do credito ser possível de transmissão, não pode estar em causa um credito com caracter
litigioso – artigo 579º do Código Civil – não pode estar em causa um credito que tenha sido
contestado judicialmente.
Exceções à proibição – artigo 581º do Código Civil:
A proibição da cessão dos créditos ou direitos litigiosos não tem lugar nos casos seguintes:
a) Quando a cessão for feita ao titular de um direito de preferência ou de remição relativo ao
direito;
b) Quando a cessão se realizar para defesa de bens possuídos pelo cessionário;
c) Quando a cessão se fizer ao credor em cumprimento do que lhe é devido. Um outro requisito é
a possibilidade da cessão de créditos futuros, mas para tal é necessário que este credito futuro seja
determinável nos termos do artigo 399º do Código Civil.
Efeitos na relação entre o credor originário [cedente] e o novo credor [cessionário]:
O efeito principal nesta relação jurídica obrigacional é a transmissão do credito, no entanto, além
deste efeito principal, temos um outro, que nos diz que com o credito, são também transferidas
para o cessionário todas as garantias que não sejam separáveis do cedente – artigo 582º n.1 do
Código Civil.
Por ultimo, temos como efeito o facto de que cedente fica obrigado a entregar ao cessionário os
documentos e demais meios de prova do credito que se encontrem na sua pose.
Efeitos na relação entre o credor em relação ao devedor:
Para que a cessão de créditos seja eficaz em relação ao devedor, tem de lhe ser notificado, judicial
ou extrajudicialmente, ou então tem de ser aceite pelo mesmo. A notificação sem a aceitação não
produz efeitos em relação ao devedor – artigo 583º do Código Civil.
Cessão de varias pessoas:
Se tivermos varias cessões sobre um mesmo credito, vai permanecer a cessão que foi notificada
e aceite em primeiro lugar – artigo 584º do Código Civil.
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Direito das Obrigações
Em conclusão:
A cessão de créditos é realizada uma vez que o cedente [credor originário] pode ter como objetivo
fazer uma doação ao cessionário [novo credor] – a designada cessão a nível gratuito – pois esta
pode ter interesse em adquirir uma contrapartida ou então tem interesse em extinguir a obrigação.
Se o contrato que estava na base do credito era anulável ao credor originário, também será
anulável em relação ao novo credor. Este regime também se aplica à cessão que ocorra por
transferência legal ou judicial de créditos, ou no caso de transferências que são determinadas pelo
tribunal ou ocorridas em processos de execução – artigo 585º do Código Civil.
Caso Prático:
António, credor de Carlos de uma divida comercial de 60 mil €, cede o seu credito ao Belmiro.
Carlos, interpelado por Belmiro para pagamento integral da divida, recusa-se a efetua-lo, alegando
que não o conhece como seu credor.
Estamos perante uma modificação subjetiva da relação jurídica obrigacional, nomeadamente a
cessão de créditos que está prevista nos artigos 577º e seguintes do Código Civil. [dizer a noção
de cessão de créditos e concretizar no caso concreto] A celebrou um contrato com Belmiro no
qual lhe transmitiu a totalidade do seu credito sem necessidade do consentimento do devedor.
Para que este contrato seja valido, são necessários cumprir os requisitos gerais e específicos.
Em relação ao requisito geral, o contrato da cessão de créditos terá que obedecer às mesmas regras
que o contrato que está na sua base – artigo 939º do Código Civil – este artigo manda aplicar aos
contratos onerosos as regras gerais do contrato de compra e venda.
O contrato de cessão de créditos tem de seguir o contrato que está na sua base, e neste caso
concreto presume-se que os requisitos estejam cumpridos pois não temos dados suficientes.
Em relação aos requisitos específicos, sabemos que o credito tem de ter a possibilidade de
transmissão, não temos qualquer informação sobre o seu caracter litigioso nem se trata de um
credito futuro.
Para que a cessão de créditos produza efeitos ao devedor, tem de existir a notificação ou a
aceitação. Neste caso concreto, quando Belmiro foi interpelar Carlos para p pagamento da divida,
o mesmo não o conheceu, e este comportamento pode traduzir-se em duas situações:
1. Ou porque este não teve conhecimento da cessão de créditos;
2. Ou este não aceitou a mesma cessão de créditos.
Na hipótese de Carlos não conhecer a cessão de créditos, sabemos que este contrato, em relação
ao cedente e ao cessionário, produz os efeitos desde o momento da sua celebração, no entanto,
em relação ao devedor, esse contrato só lhe é oponível a partir da notificação ou aceitação, o que
significa que Carlos só terá de pagar a Belmiro a partir do momento em que lhe for notificada a
cessão de créditos.
Na hipótese de Carlos ter sido notificado, mas não aceitar a cessão de créditos, esta recusa não
produz efeitos uma vez que é irrelevante a aceitação do devedor. Carlos terá então de pagar ao
novo credor e o primeiro efeito em relação ao cessionário é então a transmissão de créditos,
podendo este exigir a prestação do devedor, perdendo o cedente esse direito.
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Direito das Obrigações
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Direito das Obrigações
A assunção de dividas consiste então no ato pelo qual um terceiro se vincula perante o credor a
efetuar uma prestação devida por outrem. A ideia subjacente a esta figura a de transferência de
divida do devedor antigo para um novo devedor, mantendo-se a mesma relação jurídica
obrigacional.
A transmissão da posição do devedor pode ser feita de duas formas:
1. Por acordo – artigo 595º do Código Civil - entre o antigo e o novo devedor ou entre o
novo devedor e o credor;
2. Transmissão da posição contratual – artigo 424º do Código Civil.
A assunção de divida pode ser cumulativa ou privativa:
❖ Cumulativa – o antigo devedor não é exonerado, ou seja , o antigo e o novo devedor
respondem solidariamente perante o credor;
❖ Privativa – o antigo devedor é exonerado e só o novo devedor responde perante o credor.
A regra, conforme o artigo 595º n.2, é a da assunção cumulativa.
A transmissão de dividas depende da vontade e do consentimento do credor, e este consentimento
tem de ser dado através de uma declaração expressa.
Transmissão/ Cessão da Posição Contratual:
Neste caso, é tudo transferido em bloco, ou seja, direitos e obrigações, do credor e do devedor.
Trata-se então da faculdade que é admitida a qualquer um dos contraentes em contratos com
prestações reciprocas de transmitir a sua inteira posição contratual, isto é, de transmitir o
complexo unitário constituído por créditos e dividas que resultam daquele contrato, e são
transferidos ao cessionário desde que o outro contraente consinta na transmissão – artigo 424º do
Código Civil.
Por exemplo, um contrato de compra e venda possui prestações reciprocas, pois temos
simultaneamente um conjunto de deveres e obrigações para ambas as partes. Imaginemos que:
A é o vendedor e B o comprador. B tem a obrigação de entregar o preço, mas A, por sua vez, tem
a obrigação da entrega da coisa, logo há aqui prestações reciprocas. Aqui, A pode transmitir a sua
posição contratual a C, portanto este assume as posições de credito, assim como os seus direitos
e as suas obrigações.
Desta forma, para que a transmissão da posição contratual seja valida, tem de obedecer a dois
requisitos:
1. Tem de estar em causa um contrato com obrigações reciprocas;
2. Exige-se o consentimento do outro contraente, consentimento este que pode ser prestado
antes ou depois da transmissão, de acordo com o artigo 424º n.2 do Código Civil – se for
antes, só irá produzir efeitos a partir da notificação ou reconhecimento.
Concluindo, as figuras mais utilizadas são a cessão de créditos e a sub-rogação.
Modificação Objetiva:
Neste caso, opera-se uma alteração do conteúdo ou objeto da relação jurídica obrigacional, e esta
modificação pode operar por vontade das partes ou por força da lei. Por exemplo, os contratos em
que alguma das partes pede para alterar ou o tempo de cumprimento da obrigação.
Modificação Legal: uma decisão judicial que reduz o valor da clausula penal – artigo 812º do
Código Civil.
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Existe uma modificação objetiva no caso do negocio jurídico que é atingido por uma atração
normal das circunstancias – artigo 437º do Código Civil.
NOTA: Para Manuel Andrade e Mota Pinto, estes apresentam como exemplo típico de
modificação objetiva da relação obrigacional a conversão do dever de prestar em dever de
indemnizar quando não é possível realizar a prestação por facto imputável ao devedor. Para estes,
um exemplo típico é quando há uma impossibilidade de cumprir a prestação e o dever de prestar
se transforma num dever de indemnizar.
Esta posição não é defendida por Gomes da Silva, pois este defende a autonomia do dever de
indemnizar, ou seja, para ele, quando não é possível cumprir o dever de prestar, este dever
extingue-se e nasce uma nova obrigação, que é a obrigação de indemnizar. Esta posição é
defendida com base em três argumentos principais:
1. Diferença na fonte;
2. Diferença do objeto;
3. Diferença do fim.
Gomes da Silva diz que o dever de prestar e o dever de indemnizar têm fontes distintas, o primeiro
tem como fonte um facto licito, enquanto que o dever de indemnizar tem como fonte um facto
ilícito.
Em relação à diferença do objeto, refere que ambos são diferentes e pode nem sequer corresponder
inteiramente à prestação, portanto, o objeto do dever de indemnizar não coincide com o dever de
prestar.
No que refere à diferença do fim, este autor diz-nos que o fim do dever de prestar consiste em
criar uma situação de facto ou de direito favorável para que seja realizada a prestação em favor
do credor, pelo contrario, o fim do dever de indemnizar consiste em reparar ou eliminar ou danos
ou prejuízos causados pelo não cumprimento.
Mota Pinto critica esta posição, pois em relação à fonte afirma que a fonte do dever de prestar e
de indemnizar é a mesma pois estamos sempre a falar, segundo ele, em responsabilidade
contratual; quanto ao objeto, Mota Pinto diz-nos que os deveres podem alterar-se, o facto de a
prestação não corresponder exatamente ao dever de indemnizar, não significa que haja uma
incompatibilidade pois os deveres podem alterar-se mas o seu núcleo essencial vai se manter; no
que refere ao fim, diz-nos que quando há reparação de danos, pretende-se colocar o credor na
situação que estaria se tivesse ocorrido o cumprimento da obrigação.
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