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DIREITO

CIVIL II
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Professora: Brenda Araújo.
Introdução ao
Direito das
Obrigações
Disposições legais

Código Civil :
1. Modalidade das obrigações (espécies) Parte Geral:
arts. 233 – 285;
2. Transmissão das obrigações: arts. 286 – 303;
3. Adimplemento (cumprimento) e extinção das
obrigações : arts. 304 – 388;
4. Inadimplemento (não cumprimento) das obrigações e
suas consequências: arts. 389 – 420.
Introdução
● As obrigações podem ser entendidas como as
relações jurídicas travadas entre credor e devedor.

● O Código Civil estipula DEVERES, alguns que não


possuem cunho patrimonial. (Ex: o dever de
fidelidade no casamento); e outros com valor
patrimonial (verificação econômica).
ATENÇÃO: A Obrigação estudada pelo Direito
Obrigacional são as estabelecidas com vínculo
patrimonial.
IMPORTÂNCIA DOS DIREITOS OBRIGACIONAIS

• Com a evolução da sociedade, intensificação das


atividades econômicas, urbanização e progresso
tecnológico, a sociedade passou a necessitar de
regulações normativas para controlar e dirimir as
repercussões das atividades econômicas nas
relações humanas.
IMPORTÂNCIA DOS DIREITOS OBRIGACIONAIS

• Nascendo então a necessidade de conceituar e


regulamentar a relação jurídica obrigacional.
CONCEITO DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES :
“Conjunto de normas (regras e princípios jurídicos)
reguladores das relações patrimoniais entre um
credor (sujeito ativo) e um devedor (sujeito passivo)
a quem incube o dever de cumprir, espontânea ou
coativamente, uma prestação de dar, fazer ou não
fazer.” (GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de
Direito Civil, vol. 2: Obrigações. 2 ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020).
Obrigação:

“É o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito ativo) o


direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de
determinada prestação. Corresponde a uma relação de natureza
pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório, cujo objeto
consiste em uma prestação economicamente aferível.” (Carlos
Roberto Gonçalves).
OBRIGAÇÃO:
Álvaro Villaça Azevedo – “a obrigação é a relação jurídica
transitória, de natureza econômica, pela qual o devedor fica
vinculado ao credor, devendo cumprir determinada prestação positiva
ou negativa, cujo inadimplemento enseja a este executar o
patrimônio daquele para a satisfação de seu interesse”.
(AZEVEDO, Álvaro Villaça. apud TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil - volume
único. 10. ed. São Paulo: Método, 2020. pág. 511).
ATENÇÃO:
Havendo o
descumprimento/ poderá o credor satisfazer-se no
inadimplemento patrimônio do devedor.
obrigacional.

O descumprimento ou inadimplemento pode ser atrelado ao próprio


conceito de obrigação, pois para o Direito, interessa mais o
descumprimento do que o cumprimento da obrigação.
O Direito é uma ciência voltada a regulação de conflitos, certo?

“Pode-se dizer que o direito das obrigações
consiste num complexo de normas que regem
relações jurídicas de ordem patrimonial, que
têm por objeto prestações de um sujeito em
proveito de outro. Disciplina as relações jurídicas
de natureza pessoal, visto que seu conteúdo é a
prestação patrimonial .”

DINIZ, Maria Helena, apud GONÇALVES, Carlos R.


OBS:

São sinônimos do DIREITO OBRIGACIONAL:

• Direito pessoal;

• Direito de crédito.
Direito Não Patrimonial

• Direito não patrimonial: é um direito


extrapatrimonial; pessoa humana.

Ex.: direitos de personalidade e a pessoa humana


(honra, integridade, à vida, à liberdade); no direito de
família, temos o dever da afetividade.

Nesse caso não há valoração econômica em si.


Direito Patrimonial

• Direito patrimonial: é aquele verificável


economicamente.

• Existem duas espécies de direitos


patrimoniais: os direitos reais e os direitos
obrigacionais.
Direitos reais:

Os direitos reais são tratados no código civil, no


artigo 1.225, que dispõe sobre direitos como
propriedade, hipoteca, servidão, usufruto, penhor, etc.

São direitos que estabelecem uma relação jurídica


com uma coisa/bem.
Âmbito do Direito das Obrigações

A relação jurídica obrigacional é entre sujeitos e


recai apenas sobre aqueles direitos com
conteúdo econômico (direitos de crédito) ou de
valor econômico aferível.
Observação:

Importante ressaltar que, sobre os direitos de personalidade,


(mesmo com a marcante característica de
extrapatrimonialidade), podemos nos deparar com
manifestações pecuniárias de algumas espécies desses
direitos que podem ser objeto de uma relação obrigacional.
Ex: direitos autorais; direito de imagem.
Observação:

O direito autoral pode ser dividido em direito propriamente


direito personalíssimo e o seu reflexo patrimonial (direito de
usar, fruir e dispor dos rendimentos da obra literária, artística ou
científica) que é perfeitamente avaliável em dinheiro.
Obrigação x Responsabilidade
Para Pablo Stolze:

Obrigação Responsabilidade
“Em sentido estrito, é “Autorização conferida
o dever do sujeito pela lei ao credor que não
passivo de satisfazer foi satisfeito, de acionar o
a prestação positiva devedor, alcançando o
ou negativa em seu patrimônio que
benefício do credor”. responderá pela
prestação”.
Fontes do Direito Obrigacional

• Para o Direito, a fonte de um direito, são os meios


pelos quais se formam ou se estabelecem as normas
jurídicas.

• FONTE de um instituto jurídico é de onde surge esse


direito ou instituto.
Fontes do Direito Obrigacional

O direito obrigacional é formado pelo vínculo existente entre


o credor e o devedor.

Então ao discutirmos sobre fontes, a ideia é entender de


onde surge esse vínculo; do elo de ligação entre os
sujeitos.

A ligação > é um fato jurídico.


Fontes do Direito Obrigacional

A doutrina elege a LEI como a fonte primária das obrigações


de forma geral, mas é importante observar que entre a LEI e
os direitos obrigacionais em si, sempre existirá um FATO
JURÍDICO (um contrato, um ato ilícito) que vai gerar a
obrigação.
Fontes do Direito Obrigacional

A lei (fonte imediata) cria o direito, mas é necessário que o


direito seja complementado por um fato jurídico (fonte
mediata) para que seja de fato uma obrigação exigível.
Fontes do Direito Obrigacional

Quando se indaga a fonte de uma obrigação, procura-se


conhecer o fato jurídico ao qual a lei atribui o efeito de suscitá-
la. É que, entre a lei, esquema geral e abstrato, e a obrigação,
relação singular entre pessoas, medeia sempre um fato (...). A
esse fato, ou essa situação, denomina-se fonte ou causa
geradora da obrigação. ORLANDO GOMES.
Fonte primária: A lei é a fonte primária!

A Obrigação decorre:

A LEI (fonte primária/imediata): quando a obrigação dela


emanar diretamente, como no caso da obrigação alimentar,
que o art. 1.696 do Código Civil estabelece aos parentes.

Essa é uma obrigação legal.


Fontes Mediatas:
Não podemos estabelecer uma obrigação sem que a lei ou o
próprio ordenamento a ampare ou não atribua vedação.

Mas a lei não esgota de forma exaustiva, taxativa todas os fatos


capazes de gerar uma obrigação.

Sendo assim, as demais figuras que podem fazer surgir obrigações


são FONTES MEDIATAS: FATOS, ATOS E NEGÓCIOS
JURÍDICOS.
Fontes Mediatas:
Classificação das fontes mediatas das obrigações:

a) Os atos jurídicos negociais/negócio jurídico (contrato,


testamento, as declarações unilaterais de vontade);

b) Os atos jurídicos não negociais (situação fática de vizinhança,


pois o simples comportamento humano pode gerar obrigação
perante terceiros).

c) Os atos ilícitos (abuso de direito, enriquecimento ilícito) –


comportamento voluntário contrário ao direito e que causa
prejuízo.
Ato ilícito:

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.
Ato ilícito:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Abuso de direito:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os
limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
O Professor Flávio Tartuce classifica as FONTES
dividindo em:
A Lei;
Contrato;
O Ato unilateral;
Os títulos de crédito (ex: cheque);
Os atos ilícitos;

Mas é possível agrupar o contrato, o ato unilateral e os


títulos de credito todos como atos de MANIFESTAÇÃO
DE VONTADE.
Fontes das obrigações no Código Civil:

O código civil de 2002 não possui um capítulo ou


artigo destinado apenas a definir as fontes das
obrigações, mesmo porque as fontes não são
taxativas, uma vez que é vasta a possibilidade de
fatos jurídicos capazes de gerar uma relação entre
credor e devedor.

Esse estudo cabe à Doutrina e a Jurisprudência.


Fontes das obrigações no Código Civil:

Entretanto, a partir dos dispositivos e institutos


previstos ao longo do código civil poderíamos concluir
que o Código Civil prevê expressamente 3 fontes
das obrigações:

a) Contrato;
b) A declaração unilateral de vontade;
c) O ato ilícito.
São Fontes das obrigações:

A Obrigação decorre:

1) DA LEI (fonte primária/imediata): quando a obrigação


dela emanar diretamente, como no caso da obrigação
alimentar, que o art. 1.696 do Código Civil estabelece aos
parentes.

Essa é uma obrigação legal.


Fontes das obrigações:

A Obrigação decorre:

2) MANIFESTAÇÃO VONTADE: Obrigação


voluntaria, ou seja, criada a partir da vontade dos
sujeitos.

Ex: Contrato, ato unilateral, título de crédito.


Fontes das obrigações:

A Obrigação decorre:

3) ATO ILÍCITO: que gera a responsabilidade civil.

Aqui considera-se tanto o ato ilícito (em sentido


estrito – art.186, CC), quanto o ato ilícito de abuso
de direito (art. 187, CC).
Fontes das obrigações:

A Obrigação decorre:

3) ATOS/FATOS JURÍDICOS NÃO NEGOCIAIS.


Referências
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil.

GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Mário Veiga P. Novo Curso de Direito
Civil 2 - Obrigações. São Paulo: Editora Saraiva, 2021.

TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil - volume único. 12. ed. São Paulo: Método,
2022.

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