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OBRIGAÇÕES
* O elemento básico da organização social é a divisão do trabalho, de modo que o ser humano
é induzido, essencialmente, a estabelecer diversos “negócios” no dia a dia a fim de,
primeiramente, suprir suas necessidades e, posteriormente, adquirir meios de tornar sua vida
mais agradável, mais confortável, melhor.
* O retorno financeiro obtido com a atividade que o indivíduo sabe realizar, é o que o possibilita
alcançar recursos e objetos que não sabe (ou não quer) produzir/fabricar. Este câmbio de
produtos e serviços se dá por meio de CONTRATOS, que é a principal fonte de obrigações.
2. CONCEITO DE OBRIGAÇÕES
* Conceito Clássico de Obrigações:
* “Obligatio est juris vinculum, quo necessitate adstringimur alicujus solvendae rei.” (Imperador
Justiniano)
* “Obrigação é um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa fica adstrita a satisfazer uma
prestação em proveito de outra.”
2. CONCEITO DE OBRIGAÇÕES
- Conceito de Paulo Nader:
“Sob o aspecto subjetivo, é a relação de natureza econômica existente entre credor e devedor.”
a) Relação jurídica: é o vínculo entre duas ou mais pessoas, ao qual as normas jurídicas
atribuem efeitos obrigatórios;
c) Bilateralidade: trata-se de uma relação jurídica, um vínculo que se estabelece sempre entre
duas ou mais pessoas: credor e devedor;
3. CARACTERÍSTICAS
d) Prestação (pessoal/econômica): a obrigação envolve uma prestação pessoal e econômica
que deverá ser prestada/cumprida pelo devedor em proveito do credor. Essa prestação pode ser
de dar, fazer ou não fazer alguma coisa certa ou incerta.
A) Elemento Subjetivo:
- Sujeitos (Credor X Devedor).
B) Elemento Objetivo:
- Imediato e Mediato.
C) Elemento Espiritual:
- Vínculo Jurídico.
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
A) Elemento Subjetivo:
* O sujeito ativo (credor) é aquele cujo devedor prometeu determinada prestação e, como
titular da obrigação, o credor tem o direito de exigir o seu cumprimento.
* Os sujeitos da obrigação podem ser tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas, porém
devem ser determinados ou, pelo menos, determináveis. Quando o sujeito não é logo
determinado, a fonte da obrigação deve fornecer os elementos necessários para que seja
determinado.
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
B) Elemento Objetivo:
- O elemento objetivo consiste no objeto da obrigação, que é sempre uma conduta ou ato
humano. Tais condutas são divididas em dar, fazer ou não fazer.
- Tal objeto denomina-se prestação, que pode ser positiva (dar e fazer) ou negativa (não fazer). A
obrigação de dar divide-se em: a) dar coisa certa, que está prevista nos arts. 233 e ss. Do Código
Civil; e b) dar coisa incerta, prevista no art. 243 do Código Civil.
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
C) Elemento Espiritual:
- O elemento espiritual consiste no vínculo jurídico da relação obrigacional que, segundo Carlos
Roberto Gonçalves, “é o liame existente entre o sujeito ativo e o sujeito passivo e que confere
ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento da prestação.”
- O Elemento Espiritual não é visível. É o vínculo jurídico que cria a liga entre as partes e o
objeto.
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
C) Elemento Espiritual:
Imediato Prestação
Objetivo
Mediato Bem da Vida
Débito
Espiritual
Responsabilidade
5. FONTES DA OBRIGAÇÃO
a) Fonte Imediata:
No Direito Civil Contemporâneo, a autonomia privada pode ser conceituada como o direito que
a pessoa tem de regulamentar os próprios interesses, o que decorre dos princípios
constitucionais da liberdade e da dignidade humana.
5. FONTES DA OBRIGAÇÃO
b) Fontes Mediatas:
* Contratos – são tidos como fonte principal do direito obrigacional, afirmação com a qual é de
se concordar integralmente. Como exemplo, podem ser citadas as figuras tipificadas no Código
Civil de 2002, tais como a compra e venda, a doação, a locação, o comodato, o mútuo, a
prestação de serviços, a empreitada, o depósito, o mandato, entre outros tipos.
* Os atos ilícitos e o abuso de direito – Condutas lesivas. São fontes importantíssimas do direito
obrigacional, com enorme aplicação prática. Gerando o dever de indenizar (Art. 927 do CC).
CC, Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
5. FONTES DA OBRIGAÇÃO
b) Fontes Mediatas:
- É interessante diferenciar os atos unilaterais dos contratos, quanto à sua formação. Nos
contratos, a obrigação nasce a partir do momento em que for verificado o choque ou encontro de
vontades entre as partes negociantes, em regra. Nas declarações unilaterais de vontade ou atos
unilaterais a obrigação nasce da simples declaração de uma única parte, formando-se no instante
em que o agente se manifesta com a intenção de assumir um dever obrigacional. Sendo emitida a
declaração de vontade, esta se torna plenamente exigível ao chegar ao conhecimento a quem foi
direcionada.
6. FIGURAS HÍBRIDAS
- Muito embora o Direito das Obrigações e o Direito Real sejam disciplinas autônomas e com
muitas distinções, existem algumas figuras híbridas que formam uma verdadeira zona de
confluência entre as matérias.
Espécie obrigacional que não nasce de nenhuma das fontes mediatas (contrato, ato unilateral
de vontade e ato ilícito). A obrigação propter rem se origina da simples titularidade de um
direito real. Tais obrigações aderem à coisa, transmitindo-se automaticamente ao seu novo
titular. É uma obrigação que surge pela simples aquisição de um direito real de propriedade. Ou
seja, ao adquirir uma propriedade, se adquire também as obrigações financeiras referentes a
esse imóvel.
* Exemplo: IPTU; IPVA; Taxa condominial; não alterar a fachada do prédio; indenização das
benfeitorias; etc.
6. FIGURAS HÍBRIDAS
B) Obrigações de ônus real:
Espécie obrigacional que limita o exercício da propriedade em algum dos seus poderes
(normalmente uso ou gozo). Configura-se em razão de um gravame que estabelece um direito
sobre coisa alheia, oponível e erga omnes.
Espécie obrigacional que tendo caráter exclusivamente pessoal, por ser levada a registro, passa a ter
eficácia erga omnes.
Lei de locações, Art. 8º Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o
contrato, com o prazo de noventa dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo
determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto
à matrícula do imóvel.
CC, Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o
contrato, se nele não for consignada a cláusula da sua vigência no caso de alienação, e não constar de
registro.