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Direito das obrigações:

histórico,conceito, princípios e
elementos
Comece a entender de forma descomplicada uma das
partes mais importantes do direito. O direito obrigacional.
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Publicado por Daniela Coelho

há 2 anos

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1- CONCEITO DE OBRIGAÇÃO
Conceituar obrigação é uma tarefa que tem sido feita ao longo
de milênios de civilização. Chegou-se ao ponto de acreditar que
a obrigação era um direito que se tinha sobre o outro. A
preocupação com as obrigações remonta a lei das XII tabuas
(que deram origem ao direito romano). Ao decorrer do tempo ,
o conceito de obrigação sofreu inúmeras transformações
principalmente quanto à consequência do seu inadimplemento
(antes quem devia poderia ser feito escravo, ter pedaço da pele
cortado e até mesmo morto). Essa ideia está superada desde a
Lex Poetelia Papiria– 326 a.c).

Apesar de evoluções, alguns doutrinadores concordam que o


direito obrigacional é um dos ramos menos suscetível às
transformações da sociedades (mais estável – o que não o
torna imutável). Bebe da fonte do direito romano e por isso é
impregnado de brocardos.

Durante muito tempo, acreditou-se que a obrigação era o


vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do
devedor o cumprimento de determinada prestação.( conceito
estático de obrigação)- Hoje entende-se que tal visão é
reducionista pois contrato não é só papel. Com o advento
da CF/88 e CC/2002 passou a se levar em conta o ponto de
vista sociológico e princípios como da solidariedade, boa fé
objetiva e função social dos contratos).
HOJE, encara-se a obrigação muito mais como
um PROCESSO DINÂMICO e COMPLEXO(ambos tem
direitos e deveres). UM CONJUNTO DE ATOS E FATOS
QUE SE DIRIGEM A UMA FINALIDADE: O
ADIMPLEMENTO. Tao importante quanto o que está
escrito, é o comportamento dos envolvidos na satisfação das
prestações devidas ao devedor. A boa-fé objetiva deve ser
praticada por ambas as partes: credor e devedor. Gravitam em
torno da obrigação principal (adimplemento) uma serie de
deveres anexos como o agir com lealdade, ética, dever de
informação,... Os deveres anexos não precisam estar expressos
no contrato.
Deve-se destacar que a obrigação enquanto RELAÇÃO
JURÍDICA COMPLEXA E DINÂMICA desenvolve-se para
atingir o adimplemento ou seja o interesse do credor.

A obrigação pode ser conceituada como uma relação jurídica


complexa, transitória, por meio do qual o credor pode exigir
determinada conduta do devedor, que responde com seu
patrimônio pelo adimplemento da obrigação.

Desse conceito retira-se as principais características da


obrigação:

a) Relação complexa

b) transitória

c) caráter patrimonial

d) eficácia relativa
2- PRINCÍPIOS NORTEADORES DAS OBRIGAÇÕES
2.1- Principio da autonomia privada
É a Liberdade das pessoas de criarem regras aplicáveis ao seu
negócio/ a suas obrigações. Poder de livre-acordo entre as
partes. Poder de auto-regulamentação dos próprios
interesses. É obvio que há limitação através de normas
cogentes. Não se pode contrariar o ordenamento jurídico. Mas
se pode fazer tudo que não está proibido em lei ou que não vá
contra os princípios gerais do direito.
2.2 Principio da Boa fé objetiva e boa fé subjetiva
Ate o inicio do sex XX a boa fé era analisada apenas no seu
aspecto subjetivo, ou seja, no psicológico dos agentes, na
intenção de não causar dano ao outro. A boa-fé subjetiva,
enquanto estado psicológico, emerge da teoria da aparência,
quer dizer, agia de boa-fé aquele que acreditava que estava
agindo conforme o Direito.

Na Alemanha, anos mais tarde, a teoria da aparência cedeu


espaço à teoria da confiança, o “estar” de boa-fé é separado do
“agir” de boa-fé. Passou valer a boa fé objetiva diretamente
ligada a solidariedade social (princípio da solidariedade está
inserido no art. 3º, III, CF/88, que determina que um dos
objetivos da República Federativa do Brasil é constituir uma
sociedade livre, justa e solidária.) Pela cláusula geral da boa-fé
objetiva, foi criado o padrão social do bom negociante,
indivíduo no qual pode ser depositada confiança por
apresentar conduta correta, leal e proba, cooperando sempre
com a satisfação da obrigação.
A boa-fé objetiva ganhou espaço na legislação pátria quando da
elaboração do Código de Defesa do Consumidor , em 1990, que
trouxe às relações obrigacionais consumeiristas o apelo da
solidariedade e colaboração entre fornecedor e consumidor. A
partir de então, a jurisprudência passou a movimentar-se,
ainda que timidamente, no sentido da aplicabilidade do
princípio também nas relações obrigacionais não
consumeristas. Em 2002, finalmente, o princípio da boa-fé
objetiva foi positivado no art. 422, do Código Civil.
2.3 Principio da função social do contrato
A função social é como uma forma limitadora da autonomia
privada, impedindo que tal autonomia esteja em confronto
com o interesse social. É uma forma de intervenção estatal na
confecção e interpretação dos instrumentos contratuais, para
que esses tenham além da função de promover os interesses
dos contratantes, importância para toda a sociedade.
Historicamente, o direito contratual permitia uma expansão
muito grande da vontade das partes, fazendo com que estes
possam enquadrar o contrato dentro de suas próprias
concepções. Sendo assim, cada um impunha sua vontade de
forma exasperada e não se limitavam a outras normas.A
liberdade contratual tem origem iluminista e liberal,
pensamentos fielmente reproduzidos no Código Civil de 1912.
Com a entrada em vigor do Código Civil de 2002 esta tão
ampla liberdade contratual foi devidamente regulamentada e
freada pelos princípios constitucionais.
A função social do Contrato encontra fundamento na CF/88,
no princípio da solidariedade e na afirmação do valor social da
livre iniciativa, cabendo ao Código Civil, enquanto legislação
infraconstitucional consolidar a funcionalização do contrato de
forma a não causar efeitos negativos no contexto social e
garantir a sua aplicabilidade a todo e qualquer tipo de contrato.
A boa fé objetiva é fonte de deveres. Nesse sentido, a relação
jurídica obrigacional, além dos deveres de prestação e
contraprestação, apresenta deveres anexos (também
chamados de laterais ou deveres de conduta) que surgem não
da vontade das partes, mas do padrão de conduta estabelecido
pela boa-fé.
2.4 Princípio da Responsabilidade patrimonial
A obrigação é uma relação jurídica complexa cuja finalidade é a
satisfação do credor. Caso o devedor não cumpra o seu dever
de prestação, sofrerá as consequências impostas pela
legislação. No âmbito obrigacional, essas consequências têm
caráter patrimonial: o patrimônio do devedor responderá pelos
prejuízos sofridos pelo credor (art. 391, CC9), tanto de ordem
patrimonial quanto extrapatrimonial. Subentende-se que o
devedor só responde com seu Patrimônio. A única prisão civil
permitida no Brasil é a prisão por alimentos.

2.5 Principio da Relatividade das obrigações


Diz-se que a obrigação é relativa porque ela vincula somente os
sujeitos envolvidos na relação. O credor de uma obrigação
apenas pode exigir o dever de prestação de seu devedor Como
qualquer princípio, a relatividade das obrigações também
apresenta exceções.

3- ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO

O Próprio conceito de obrigação facilita a identificação: os


sujeitos são o credor e o devedor, o objeto é a prestação e
vínculo de atributividade é o vínculo jurídico, o elo que une
credor e devedor. Vejamos cada um deles.

1º elemento-O elemento subjetivo- da obrigação são as


pessoas, naturais e/ou jurídicas, envolvidas na relação: credor
(accipiens) e devedor (solvens). O credor titulariza o direito
subjetivo de crédito e o devedor, o dever jurídico que, na
obrigação, é chamado de débito ou dívida. O sujeito pode ainda
ser substituído por outro ao longo do desenvolvimento da
relação obrigacional .A ideia de sujeitos da relação remete à
noção de partes (CENTROS DE INTERESSE). Em toda relação
obrigacional existe uma parte credora e uma parte devedora;
não raro há pluralidade tanto de credores quanto de devedores.
2º elemento -Elemento objetivo-O objeto da obrigação é a
prestação, ou seja, a conduta humana exigível do devedor. os
direitos obrigacionais são direitos pessoais e, por isso, incidem
sobre condutas humanas, não sobre os bens.A doutrina
costuma classificar o objeto da obrigação em objeto imediato e
mediato:
– Objeto imediato ou direto: é a prestação, a conduta à qual
está vinculado o devedor (dar, fazer ou não fazer).

– Quando se pergunta: dar, fazer ou não fazer o que? A


resposta a essa pergunta indicará o objeto mediato ou indireto:
é o bem da vida objeto da prestação

O elemento da prestação deve ser lícito, possível , determinável


e suscetível de avaliação patrimonial.

3º elemento - Elemento abstrato- elemento imaterial,


também chamado de virtual ou espiritual, é o vínculo
jurídico, que consiste no liame que liga credor e devedor,
sujeitando o devedor a realizar determinada conduta em
benefício do credor, sob pena de responsabilidade daquele.
Sobre o vínculo obrigacional, a doutrina aponta a existência de
duas teorias:

a) a teoria unitária ou monista

b) a teoria dualista ou binária.


ADOTOU-SE NO BRASIL A TEORIA DUALISTA DAS
OBRIGAÇÕES- (origem alemã) – a relação obrigacional
baseia-se em dois conceitos:
-Débito – débito consiste no dever de prestar propriamente
dito. Debitum (latim), Schuld (alemão);

-Responsabilidade – obligatio (latim), Haftung (alemão);


responsabilidade corresponde à consequência patrimonial do
descumprimento da prestação.

OBRIGAÇÃO = DEBITO + RESPONSABILIDADE

4- OBRIGAÇÕES NATURAIS
As obrigações naturais são aquelas em que há débito, porém
sem responsabilidade. Na obrigação natural, o direito de
crédito, ainda que existente, não é exigível do devedor, pois é
incapaz de gerar pretensão . As dívidas prescritas são exemplos
de obrigações naturais. As obrigações naturais são um meio-
termo (entre obrigação moral e obrigação civil) que não são
inteiramente protegidas já que falta-lhe a exigibilidade o que
enfraquece o vinculo jurídico.

Referencia: Direito civil II - Obrigações - Ana Carolina Lobo -


Estácio de Sá

Daniela Coelho
"Só sei que nada sei". Guiada pelo desconhecido, curiosidade e pelas incertezas
Sou uma eterna estudante da vida! Atualmente curso o 7° período de direito do IBMEC/RJ Bacharel
em relações internacionais, pós- graduada pela COPPEAD, ...resolvi me aventurar nos mares do
direito aos 31 anos como uma segunda formação. Ja estudei mandarim, inglês, italiano, espanhol e
francês...Amo conhecer coisas novas.... colocar os neurônios para funcionar....Amo viajar para
lugares exóticos e com culturas diferentes . Nos meus 15 anos de carreira já fiz de tudo um pouco,
morei fora, passei em cargos executivos em algumas empresas mas na maioria das vezes fui
empreendedora( nas mais variadas áreas). Acho que o futuro da minha geração (e das próximas)
estará na autonomia,flexibilidade e felicidade nas relações de trabalho. Meu objetivo na vida é ser
feliz! Sou movida a conquistas!
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2 Comentários

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Marcel Santos PRO
1 ano atrás

Muito bom o artigo.


O Direito das Obrigações está no cerne do sistema econômico
Capitalista.
Difere-se a obrigação do ônus pela coatividade.

1
Responder

Daniela Coelho
1 ano atrás

Concordo. A obrigação muitas das vezes advém de negócios,


contratos, ..Principalmente após as revoluções liberais, as obrigações
foram vistas como uma lógica opressora do credor contra o devedor.
Porém , no Brasil, com o advento da CF/88 e com o CC/2002, passou-
se a dar um enfoque social, respeitando a função social dos contratos
e a boa-fé.

1
DIREITO

Direito das Obrigações


1- CONCEITO DE OBRIGAÇÃO:
É a relação jurídica estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste em
prestação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Os direitos obrigacionais são
diferentes dos direitos reais; os titulares deste exercem um poder imediato sobre
determinada coisa. Os titulares daqueles não, porque a responsabilidade é pessoal.

2- FONTES DE OBRIGAÇÕES:
As obrigações provém dos contratos, das declarações unilaterais de vontade e dos atos
ilícitos.

* CONTRATOS: É a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, em virtude do


qual uma delas obriga a outra a dar, fazer, ou abster-se de algo.

São também denominados convenção, ajuste, pacto, etc;

Em princípio, os particulares têm a faculdade de contratar da maneira que bem


entendem, mas o limite dessa liberdade é a ordem pública, a moral e o direito.

* DECLARAÇÃO UNILATERAIS DE VONTADE: São obrigações emanadas de


manifestações de vontade de uma parte e não discriminam desde logo a pessoa do
credor, que só surgirá após a constituição da obrigação.

* ATOS ILÍCITOS: Quando alguém produz lesões corporais em outrem está obrigado a
pagar uma indenização civil. Art. 159 CCB.
3- FIGURAS DO DIREITO OBRIGACIONAL:
3.a- Arras ou Sinal – É a quantia em dinheiro, ou outra coisa fungível, entregue por um
a outro contratante, a fim de assegurar o pontual cumprimento da obrigação. Firma a
presunção de acordo final e torna obrigatório o contrato.

3.b- Mora – É o retardamento na execução da obrigação. Incorre em mora o devedor


que não efetua ou que não cumpre a prestação pelo modo a que se obrigara. E o credor
que se recusa a recebê-la, nas mesmas condições, também incorre em mora. A
consequência da mora é a responsabilidade pelas perdas e danos.

3.c- Vícios Redibitórios – São defeitos da coisa que a tornam imprópria ao fim a que se
destina ou lhe diminuem o valor, de tal forma que o contrato não se teria realizado se
esses defeitos fossem conhecidos. Redibição é a devolução da coisa.

3.d- Evicção – é a garantia jurídica resultante da perda, por força de decisão judicial, da
coisa alienada.

3.e- Compra e Venda – É o contrato pelo qual um dos contraentes se obriga a transferir
o domínio de coisa certa e outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro. Seus elementos
são a coisa, o preço e o consentimento. Figuras:

Pacto comissório;

Reserva de domínio;

3.f- Locação – É o contrato pelo qual uma das partes, mediante remuneração que a outra
se obriga a pagar, se compromete a fornecer-lhe o uso e gozo de uma coisa, a prestação
de um serviço ou a execução de um trabalho determinado.

3.g- Mútuo – É o empréstimo de coisa fungível.

3.h- Comodato – É o empréstimo de coisa infungível.

3.i- Depósito – É o contrato pelo qual uma das partes recebe de outra uma coisa móvel,
obriga-se a guardá-la temporariamente para futura restituição.

3.j- Mandato – Verifica-se quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu
nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.

3.k- Fiança – Dá-se quando uma pessoa se obriga por outra, para com seu credor, a
satisfazer a obrigação, caso o devedor não a cumpra. Existe solidariedade entre os
fiadores.

4- EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES:


As obrigações extinguem-se pelo pagamento espontâneo, quando efetuado por iniciativa
do devedor, ou compulsório, quando por intermédio de execução forçada, judicial. Sem
pagamento, ocorre a extinção das obrigações pela prescrição, pela impossibilidade de
execução, por lei ou pela modificação da natureza da obrigação.

Autoria: Vanderlei Costa

Veja também:

 Direito das Coisas


 Direito Romano
 Direito Comercial
 Direito das Sucessões
 Direito Objetivo e Subjetivo
 Direito do Trabalho
 Direito Contratual
 Direito Constitucional
 Direito Penal
 Direito Tributário
 Direitos da Personalidade
 Introdução à fase de instrução
 1- Quantas fases tem um processo penal?
R- O processo penal é composto por quatro fases, inquérito, instrução,
julgamento e recurso. O inquérito e julgamento são fases obrigatórias e
as restantes duas são facultativas.
 2- Em que circunstâncias é que há lugar à instrução?
R- Encerrado o inquérito, o Ministério Público vai deduzir acusação
desde que as provas recolhidas indiquem suficientemente a existência
da prática de um crime, ou determinar, ao invés, o arquivamento do
processo. Só há lugar a instrução, quando o arguido ou assistente não
concordarem com a decisão do Ministério Público. Simplesmente, a
instrução visa a comprovação judicial da decisão de deduzir acusação
ou de arquivar o inquérito, em ordem a submeter ou não a causa a
julgamento.
 3- Será a instrução realizada no tribunal?
R- Como já foi dito, o inquérito é dirigido pelo Ministério Público, ao
passo que o julgamento é presidido pelo juiz. A instrução é uma fase
que tem lugar depois do inquérito e antes do julgamento e corre seus
termos no Juízo de Instrução Criminal, sendo dirigida pelo juiz deste
Juízo. Segundo a lei, a instrução só pode ser requerida no processo
comum.
 4- Será que o público em geral pode participar na instrução?
R- Contrariamente à generalidade do procedimento na fase de
julgamento, o da fase de instrução decorre com exclusão da
publicidade. A lei estipula que só o juiz de instrução, o magistrado do
Ministério Público, arguido, defensor, assistente e seu advogado
podem intervir. A instrução é procedida sob a forma de debate oral,
depois o juiz analisa as provas para proferir despacho de pronúncia ou
de não-pronúncia.
 5- Em que circunstancias é que é admissível requerer a abertura
de instrução?
R- Embora a instrução seja presidida pelo juiz de instrução e assistida
pelos órgãos de polícia criminal, o juiz de instrução não pode realizá-la
por sua iniciativa. Só acontece quando o arguido ou assistente a
requerer, por não concordar com a decisão do Ministério Público e logo
que a instrução seja aceite, o juiz procede à sua abertura.
 6- A existência desta fase eventual vai demorar todo o processo?
R- É obrigatório encerrar a instrução dentro do prazo legal nos termos
da lei. Se houver arguidos presos, o prazo máximo da instrução é de 2
meses, se não os houver, o prazo máximo é de 4 meses. Se o arguido
cometer crime com violência, e for punível com pena de prisão de limite
máximo de 8 anos, o prazo máximo de instrução é de 3 meses.
 7- Como se realiza a instrução?
R- A instrução tem duas fases: a primeira consiste nos actos de
instrução que servem para inquirir e recolher provas, presidida pelo juiz
de instrução e que pode ser delegada nos órgãos de polícia criminal,
provas estas a serem utilizadas na segunda fase, ou seja, o debate
instrutório. Se o juiz considerar que não há lugar à prática de actos de
instrução, designa imediatamente a data para o debate instrutório.
 8- O que faz o juiz de instrução depois de encerrada a instrução?
R- A instrução é procedida sob a forma de debate oral. O juiz procede,
sucessivamente, à tomada de declarações do arguido, magistrado do
Ministério Público, advogado do assistente e perito, e, quando
considerar que existem indícios suficientes de se terem verificado os
pressupostos de que depende a aplicação ao arguido de uma pena ou
de uma medida de segurança, vai proferir o despacho de pronúncia e
remete ao tribunal para marcar a data de julgamento.

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