Resumo para a prova de Teoria Geográfica do Espaço
1. A disciplina se inicia com um longo debate conceitual sobre a categoria
espaço na geografia, e consequentemente, os conceitos desenvolvidos por autores de dentro e fora da disciplina, a partir dessa categoria. 2. O espaço na geografia será importante a partir do desenvolvimento dos conceitos, sendo, os conceitos, maneiras de olhar os fatos e de formular perguntas. Teoria é guia do método. 3. A disciplina discute as origens de abordagem da categoria espaço, muito anteriores à constituição da geografia, como nos exemplos das noções de espaço cartesiano e euclidiano. 4. O conceito de espaço passa por 3 momentos fundamentais na história da ciência geográfica: - O da geografia tradicional (regional) - O da geografia teorético-quantitativa - O das geografias: crítica, humanista e cultural. 5. Na geografia tradicional, temos como exemplo a noção de Ratzel, colocando o espaço como o equilíbrio entre sociedade e recursos. O espaço como território, através da política. Ou então a noção de Hartshorne, igualando o espaço à área. 6. Na geografia quantitativa, por volta dos anos 1950, especialmente, temos o espaço em uma lógica do positivismo lógico, a partir de modelos matemáticos, servindo ao planejamento público e privado. O espaço como expressão topológica e a geografia como ciência espacial em BUNGE. 7. Na geografia crítica, por volta dos anos 1970, especialmente, temos o espaço sendo discutido em diálogo com o marxismo e suas categorias e abordagens. Harvey rompe com a geografia quantitativa e adere ao uso do marxismo na geografia. Henri Lefebvre e Milton Santos discutem o espaço a partir de uma visão crítica e com bases marxistas. 8. Lefebvre, enquanto filósofo importante em seu contexto, introduz a proposta da discussão de espaço no interior do marxismo, falando sobre o direito à cidade e a produção do espaço. 9. Santos, pensador da geografia brasileira, desenvolve o conceito de Formação Sócio-Espacial, partindo do conceito de Formação Econômico- Social de Marx. 10. Na geografia humanista e cultura, o espaço não é a categoria mais privilegiada, perdendo espaço para a paisagem e o lugar. Essas últimas, são tratadas nesse contexto, a partir de uma geografia que valoriza as subjetividades pessoais como a vivência e a memória. Nesse caso, há relação próxima com a fenomenologia. 11. Tradições da Geografia: - física - corológica - ecológica - paisajística - espacial - social 12. Como visto no contexto da geografia humanista e cultural, nem sempre o espaço é categoria privilegiada ou mais explorada. 13. Contribuições gregas aos conceitos geográficos: - Heródoto - Estrabão - Aristóteles - Eratóstenes - Ptolomeu 14. Os romanos contribuíram não tanto a nível intelectual, mas a nível de exploração do mundo, a partir do expansionismo. Nesse momento, os árabes ganharam mais espaço intelectual em relação ao espaço. 15. Vidal de La Blache e a geografia tradicional: a valorização da paisagem e da região e a noção do homem imprimindo presença no meio a partir da técnica. Nesse momento, a região é central e o trabalho do geógrafo era resumido à produção de “monografias regionais”, estudando as regiões a partir de suas partes (relevo, solo, clima, vegetação, sociedade, cultura, etc). 16. Geografia Nomotética - Geral, grandes temas, leis Vs Geografia Idiográfica - individualidade. 17. Com o avanço da urbanização e da descolonização do Terceiro Mundo, desenvolve-se uma geografia mais atenta às desigualdades, uma geografia que reage e é ativa (Pierre George). Essa reação se dá contra a geografia tradicional e também contra a geografia teorético-quantitativa. 18. Em “ A Geografia” de 1973, Yves Lacoste critica a fragilidade epistemológica da disciplina e seu isolamento acadêmico, ou seja, a sua má formação filosófica e a fundamentação positivista. 19. Recupera-se uma perspectiva histórica e do materialismo dialético. A princípio, trata de novos temas, mas ainda mantém certas tradições das geografias regionais. 20. Aqui, trata-se o espaço como produto social e com desenvolvimento desigual. 21. Discute-se, a partir do conceito de DT ( Divisão do Trabalho), as novas ideias de DST (Divisão Social do Trabalho), DTI (Divisão Territorial do Trabalho) e DIT (Divisão Internacional do Trabalho). 22. David Harvey publica “Os Limites do Capital” e estabelece diálogo da obra marxista com a geografia. 23. Henri Lefebvre publicou “Direito à Cidade", de 1968, “A produção do espaço”, de 1974, e “Espaço e política” de 1976. 24. Milton Santos propõe a criação de uma teoria do espaço. Em “Por uma Geografia Nova”, o autor critica os geógrafos por não debater o espaço. 25. A história sendo reconhecida como espacial. 26. Em “Espaço e Método”, Milton Santos discute as categorias de análise do Espaço: - Forma - Função - Estrutura - Processo. 27. Nos anos 70 e 80, ganha força a geografia humanista e cultural, que também criticam os métodos tradicionais. 28. Valorização das subjetividades e vivências: lugar e a experiência familiar. 29. A abordagem internalista: da história e ideias da disciplina e a abordagem externalista: do contexto da disciplina. 30. Espaço Geográfico como dimensão social, tendo como recortes: o território, a região, o lugar e a paisagem. 31. A técnica: forma de transformar e superar os obstáculos do meio. 32. Espaço natural: do tempo geológico e ausência da intencionalidade VS Espaço geográfico: do tempo histórico e com intencionalidade.