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ESTUDO DIRIGIDO

GEOGRAFIA CRÍTICA

PROF BENHUR PINÓS DA COSTA

NOME DO ALUNO(A): Laone Roberto dos Santos

1) Por que o contexto do anos de 1960, 1970 e 1980 foram importantes para emergência
dos estudos e teorias críticas marxistas na Geografia?
R.: Esse período apresentou muitas problemáticas e um ambiente conturbado com a
guerra do Vietnã, luta por direitos civis, discussões sobre poluição, urbanização, entre
outras. Também com as transformações ocorridas em outras ciências, muitas críticas
radicais, somadas ao contexto histórico, foram feitas a Geografia e resultou em um
novo modelo, que engloba a teoria marxista e toma, portanto, novos paradigmas
pertinentes à época.

2) Quais as críticas principais que os estudos e discussões da Geografia critica aos que
estava sendo feito na Geografia pragmática até então?
R.: Acusavam a Geografia de ser acrítica, ideológica e conservadora, além de existirem
insatisfações com os pressupostos teóricos e metodológicos, visto que havia uma falta
de caminhos, de meios para se entender e explicar as transformações ocorridas no
mundo. Com isso, a ruptura entre a nova Geografia ocorreu para dar lugar a discussões
que tratavam de problemas sociais, aprofundando os estudos das relações sociedade
vs. natureza e suas desigualdades.

3) Procure explicar o materialismo histórico e o materialismo dialético inserido nas


análises geográficas.
R.: O materialismo histórico busca compreender a caracterização da vida da sociedade,
a prática social humana. Com esse método, surge uma mudança na interpretação da
realidade e se destacam conceitos especiais como: ser social, meio de produção e
formação socioeconômica.
Para o materialismo dialético a realidade, a matéria, pode ser entendida através de
uma unidade dialética. Por isso, trata-se a sociedade e natureza como fenômenos
interligados, com constantes reorganizações pelos movimentos no espaço geográfico.

4) Como podemos explicar o pressuposto metodológico fundamental da dialética (tese,


antítese e síntese)?
R.: Esse pressuposto se estrutura como: Tese - ponto de partida; Antítese - negação da
proposição positiva, a tese; Síntese - negação da tese e antítese por meio de uma
proposição superior. Com a proposição superior, ou a dupla negação, surgem novas
propriedades que, por sua vez, englobam todas as formas expostas.

5) Como seria a mudança de entendimento do espaço relativo da Geografia pragmática


para o espaço relacional e contraditório da Geografia crítica?
R.: Na Geografia crítica, entende-se o espaço como uma totalidade, sendo relacional,
que considera a sociedade, as coisas, os objetos geográficos, naturais e artificiais, e as
relações existentes entre os objetos.

6) Sobre as categorias espaciais explique: forma; função; estrutura; processo. Como


poderia dar um exemplo na realidade?
R.: Forma: trata do aspecto visível de algum objeto, podendo apresentar diferentes
escalas, como uma cidade, uma casa, por exemplo.
Função: trata uma atividade, função ou papel desempenhado pelo objeto. Alguns
exemplos são habitar, viver, lazer, consumir etc, que podem se relacionar com os
objetos cidade, casa, bairro.
Estrutura: se refere ao modo relativo como os objetos estão organizados, a maneira
como são inter-relacionados. Possui caráter invisível, subjacente a forma. Como
exemplo, temos a natureza social e econômica de uma sociedade em um dado
momento.
Processo: trata-se de uma ação realizada continuamente com um fim objetivo, que
ocorre em uma dada estrutura. Infraestruturas são exemplos de ações, trabalhos
humanos materializados, objetivados e geografizados, como casas, plantações,
estradas etc.

7) Como poderíamos caracterizar a Geografia crítica como militante e com forte


engajamento político?
R.: Para os estudos geográficos, deu-se foco a condições concretas e físicas do
capitalismo, com parâmetros econômicos, acumulação de capital, entre outros. Além
disso, se procurou compreender a regionalização da reprodução da força de trabalho,
com relação a região de mercados de trabalho, organização espacial da população,
regionalização dos processos políticos e ideológicos de dominação.

8) Quais foram as revistas e os geógrafos que marcaram o início da Geografia crítica? Em


quais anos?
R.: A partir da década de 70, com geógrafos como David Harvey, William Bunge, Pierre
George, Yves Lacoste, com revistas como a Antipode e Herodote.

9) Quais foram os marcos de fundação da Geografia crítica na América Latina e no Brasil?


R.: Um dos marcos foi o regime militar imposto no Brasil, com suas políticas
desenvolvimentistas. Também ocorreu um engajamento do IBGE com a política
econômica do governo, desprezando as temáticas sociais e ambientais e ocasionou a
destruição do Conselho Nacional de Geografia. Na américa latina em geral, uma nova
corrente de reflexão, com questões sociais latino-americanas, surge na academia e
tomam maior espaço de difusão em encontros como Primer Encuentro
Latinoamericano de la Nueva Geografía.

10) Explique as críticas de Ives Lacoste em relação à Geografia dos Estados Maiores e a
Geografia dos Professores.
R.: Fala da Geografa dos Estados Maiores como ligada a prática do poder, desde
impérios a empresas monopolistas, e a Geografia dos Professores como mascaração
para a existência dos Estados Maiores, que tem como intuito encobrir o valor dos
estudos geográficos, tornando ele desinteressante para a população.

11) Em que se baseavam os estudos de David Harvey e de Milton Santos e que se


configuram como entendimento do espaço a partir da crítica dos processos do modo
de produção capitalista?

R.: O uso do solo urbano, para Harvey, a teoria da renda fundiária e análise da
valorização dos espaço urbano, vendo as formas espaciais como processos sociais.
Enquanto Milton Santos tratava o espaço social, obra do trabalho, espaço como um
campo de forças cuja energia é a dinâmica social, contendo acumulação de trabalho.
As formas espaciais são resultados de processos passados, mas também condicionam
os processos futuros, e são determinadas pelas tecnologias, culturas e organização
espacial da sociedade.

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