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A geografia quantitativa não se apoia muito na conclusão por indução porque usa
qualificação como factor mais relevante, valorizando as ciências matemáticas como novo
paradigma metodológico. As outras ciências buscariam, no modelo da matemática, sua
coerência, rigor e objectividade, como também, a unificação dos procedimentos e métodos,
que se referem aos princípios lógicos. (Gomes, 1996).
As etapas do método hipotético – dedutivo, segundo Popper (1959), podem ser assim
esquematizadas: (1) conhecimento prévio (teorias existentes) – a partir dos quais podemos
detectar uma (2) lacuna, contradições ou problemas (normalmente expresso através de uma
pergunta). Uma vez que o problema foi detectado, passo a etapa seguinte que é a de (3)
propor uma solução para o mesmo (criação de uma hipótese fosse). Toda hipótese tem uma
(4) predição, que nada mais é do que aquilo que eu esperaria que ocorresse se a minha
hipótese fosse verdadeira. A etapa seguinte consiste em (5) encontrar uma maneira de testar
minha predição e testá-la efectivamente. Por fim (6) analiso os resultados e os comparo com a
minha hipótese inicial. Neste momento só há duas situações: ou ocorre o esperado (minha
hipótese foi corroborada) ou não ocorre o esperado (minha hipótese foi refutada), e o devo
formular uma nova hipótese que explica satisfatoriamente o problema inicial. Uma grande
vantagem do método hipotético – dedutivo é descritas, se sua hipótese inicial não é
corroborada, têm-se argumentos (teorias, paradigmas) e assim contribuir, de forma eficaz,
para a geração de novos conhecimentos e para o progresso da ciência.
7. Método de Estudo
Para os autores as relações entre a sociedade e a natureza são dialécticas, cujas imbricações,
gerem o que Karl Marx denominava, de intercâmbio orgânico.
Ao actuar sobre a natureza, o trabalho produz não apenas uma simples mudança na forma
de matéria, mas, também, um efeito simultâneo sobre o trabalho. Na concepção marxista, a
relação do homem enfrenta a natureza ao mesmo tempo em que esta o enfrenta. Com o
conceito de intercâmbio orgânico, Marx introduziu uma concepção nova da relação do
homem com a natureza. O homem socialmente activo (BERNARDES e FERREIRA, 2003, p.
19).
A mudança se faz clara diante desse novo conceito, e a geografia surge com a finalidade de
formar cidadãos críticos, em prol da cidadania ambiental.
9. A dicotomia na geografia
Para FABRICIO & VITTE (2011: 305/306), a incorporação do positivismo evolucionista traz
um carácter de unidade e cientificidade aos trabalhos da geografia sistematizada, através do
emprego do método das ciências naturais para explicar a sociedade, inserindo conceitos como
organismo, adaptação, selecção natural e função. Podemos dizer que o positivismo trouxe à
geografia um carácter científico, com a ideia de unidade entre fenómenos físicos e humanos,
buscando-se leis gerais para explicar os povos, com uma crença acentuada no progresso.
Assim, a partir de 1870 a geografia vai ganhando cientificidade como disciplina académica,
sistematizada, expoente de um ramo específico do conhecimento.