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Instituto Médio Técnico Profissional

Curso: Enfermagem Geral

Disciplina: Microbiologia

Trabalho de Microbiologia

Turma: 15

Tema: Principais Protozoários de Importaria Médica

Formandos:

Jeremias Carlos. Nº 18

José Paulo Sozinho. Nº 19

Júlia Paulo. Nº 20

Linda Humberto. Nº 21

Chimoio, Março de 2023


Instituto Médio Técnico Profissional

Curso: Enfermagem Geral

Disciplina: Microbiologia

Trabalho de Microbiologia

Turma: 15

Tema: Principais Protozoários de Importaria Médica

O presente trabalho de investigação Cientifica


serà entregue e apresentado no Instituto Médio
Técnico Profissional, no Curso de Enfermagem
Geral, na disciplina de Microbiologia.

Docente:

dr. Bonk Lópes Simão

Chimoio, Março de 2023


Índice
1. Introdução...............................................................................................................................2
2. Protozoários............................................................................................................................3
2.1. Características gerais dos Protozoários................................................................................3
2.1.1. Classificação protozoários................................................................................................4
2.1.2. Doenças causadas por protozoários..................................................................................5
2.2. Plasmodium..........................................................................................................................6
2.2.1. Tipos de plasmodium........................................................................................................6
2.2.2. Ciclo Evolutivo do Plasmodium........................................................................................6
2.2.3. Transmissão......................................................................................................................8
2.2.4. Sintomatologia..................................................................................................................8
2.2.5. Diagnóstico.......................................................................................................................8
2.2.5.1. Diagnóstico Clínico.......................................................................................................8
2.2.5.2. Diagnóstico Laboratorial...............................................................................................9
2.2.6. Prevenção..........................................................................................................................9
2.3. Toxoplasmose....................................................................................................................10
2.3.1. Ciclo evolutivo................................................................................................................10
2.3.2. Transmissão....................................................................................................................11
2.3.3. Sintomatologia................................................................................................................11
2.3.4. Tratamento......................................................................................................................12
2.3.5. Prevenção........................................................................................................................12
2.3.6. Diagnóstico.....................................................................................................................13
2.4. Entamoeba..........................................................................................................................13
2.4.1. Ciclo evolutivo................................................................................................................14
2.4.2. Tipos de Entamoeba........................................................................................................15
2.4.2.1. Diferença entre Entamoeba histolytica e Entamoeba coli...........................................15
2.4.3. Transmissão da amebíase................................................................................................15
2.4.4. Sintomatologia................................................................................................................15
2.4.5. Diagnóstico.....................................................................................................................16
2.4.5.1. Diagnóstico Laboratorial.............................................................................................16
2.4.6. Tratamento......................................................................................................................16
2.4.7. Prevenção........................................................................................................................16
3. Considerações finais.............................................................................................................18
4. Referências bibliográficas.....................................................................................................19
1. Introdução
As parasitoses intestinais são agentes causadores de infecções frequentes e constituem um
grave problema de saúde pública em muitos países, sendo endémicas em algumas regiões.

Do Trabalho referente os protozoários, irá se abordar com maior interesse de estudo são
plamodium, Toxoplasma e Entamoeba, que uma vez parasitando o homem, são causadores de
patogenias e são responsáveis por uma alta prevalência mundial, que desencadeiam alterações
no estado físico, psicossomático e social dos portadores.
O trabalho teve por objectivo compreender principais protozoários de importaria médica com
base na literatura a relação do parasito com o hospedeiro e os mecanismos fisiopatogênicos da
Entamoeba histolytica.

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2. Protozoários
Antigamente, os protozoários eram classificados como um filo do Reino Animal, descritos
como microorganismos unicelulares heterotróficos, semelhantes a animais. Era o antigo Reino
Protozoa, do grego Proto (que em português significa primeiro) e Zoa ouzoo (que em
português significa animal ou animais), traduzido então como “primeiros animais”. No
entanto, com a nova classificação com base na locomoção e pela semelhança com as algas
unicelulares, eles passaram a apresentar características mistas, semelhantes a animais e
vegetais, por isso  foram incluídos no Reino Protista. Desse tipo de protozoário é
o Plasmodium vivax, responsável por provocar a malária (MORAES, 2008).

Os protozoários são organismos unicelulares, protistas, eucariotas, constituídos por uma única
célula. Apresentam as mais variadas formas, processos de alimentação, locomoção e
reprodução.
Os protozoários apresentam reprodução assexuada com divisão binária, mas há algumas
espécies que apresentam reprodução sexuada. Nesse último caso, observa-se a fusão desses
organismos, a formação de zigoto e uma posterior divisão. Esse processo garante a
recombinação genética. Outra forma de recombinação é a conjugação, que é considerada por
alguns autores como um tipo de reprodução sexuada. Outros protozoários são capazes de
produzir esporos que se espalham pelo ambiente.
Quanto à morfologia, apresentam grandes variações, conforme sua fase evolutiva e o meio em
que estejam adaptados, podendo ser esféricos, ovais ou alongados (NEVES, 2011).

São organismos microscópicos, entretanto, algumas formas são visíveis a olho nu. Embora
exibam diferenças marcantes na forma e no tamanho, há estruturas fundamentais que são
comuns a todo o grupo, como: a membrana, o citoplasma e o núcleo. Os protozoários, em sua
grande maioria, apresentam vida livre e são encontrados em diferentes ambientes aquáticos e
húmidos. Existem, no entanto, espécies que vivem em associação com outros organismos,
como é o caso dos parasitas. (CIMERMAN, CIMERMAN, 2010).

2.1. Características gerais dos Protozoários


Por conta de suas características celulares e comportamentais, inicialmente os protozoários
foram classificados dentro do Reino dos Animais. O próprio termo “protozoário” significa
“animal primitivo”. Posteriormente, principalmente por serem unicelulares, foram
reclassificados dentro do Reino Protista (HAVES; SEIXAS FILHO e DANTAS, 2010).

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O citoplasma tem duas camadas: o ectoplasma, mais externo e gelatinoso, e o endoplasma,
interno e mais fluido. As mudanças no grau de viscosidade do citoplasma permitem as
constantes alterações na forma do animal, relacionadas com o seu deslocamento e com o
englobamento de partículas alimentares. O núcleo é o centro controlador do metabolismo
celular e responsável pela determinação de suas características hereditárias. Em algumas
espécies, como a paramécia, encontram-se dois núcleos de tamanhos diferentes: o
macronúcleo e o micronúcleo..

Como são organismos unicelulares, as trocas de gases respiratórios acontecem por simples


difusão, pela membrana plasmática. Também é dessa forma que os protozoários eliminam
resíduos do seu metabolismo para o ambiente.

Figura 1: Organização celular de uma paramécia, um protozoário ciliado.

2.1.1. Classificação protozoários


Para REY (2011), Os protozoários possuem uma classificação bastante controversa e
complexa. Eles costumam ter um tipo de vida livre e são encontrados em ambientes aquáticos,
geralmente na água doce, salobra ou  água salgada, ou em lugares húmidos, rastejando pelo
solo ou sobre matéria orgânica em decomposição. Algumas espécies acabam se associando a
outros organismos para viver, como os parasitas.  
Os protozoários são divididos em classes que seguem como critério o modo de locomoção
que utilizam, sendo: 
Ciliados
O meio que os ciliados usam para se locomover é através do batimento de cílios, que são
filamentos menores e mais numerosos do que os flagelos. Geralmente aparecem na água doce

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ou salgada com matéria vegetal em decomposição. A forma de reprodução é sexuada, em que
uma célula transmite material genético para outra célula. Depois da conjugação, as células
realizam a reprodução assexuada. Costumam habitar poças de água suja.
Rizópodos
Os rizópodos utilizam pseudópodos (“falsos pés”) para se locomover. O mais famoso
representante deste grupo é a ameba, que obtém seu alimento com o processo chamado
fagocitose, e fazendo a digestão em seus vacúolos digestivos.
Flagelados
Os flagelados utilizam o movimento de um único e longo flagelo para se locomover, são de
vida livre e muitos deles são parasitas de seres humanos. É o caso do Trypanosoma cruzi,
causador da doença de Chagas.
Esporozoários
Os esporozoários, por sua vez, não apresentam organelas locomotoras nem vacúolos
contráteis. Eles são levados pelo ambiente, que pode ser o ar, a água ou algum animal.

2.1.2. Doenças causadas por protozoários


As doenças causadas por protozoários são chamadas de protozooses. Apesar de serem
considerados microorganismos de vida livre, eles podem agir como parasitas, ou seja, se
alojar no corpo de outros animais, que recebem o nome de hospedeiros.  
Esse tipo de doença é mais comum em países e regiões mais pobres, com problemas de
saneamento básico e tratamento de água. A melhor maneira de prevenir é bebendo água
filtrada, lavar bem os alimentos antes de comer, usar repelentes e ter hábitos de higiene, como
lavar as mãos depois de usar o banheiro (HAVES; SEIXAS FILHO e DANTAS, 2010).

Figura 2: Representação simplificada da conjugação em paramécia.

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2.2. Plasmodium
A malária é uma doença infecciosa febril aguda, causada por protozoários do
gênero Plasmodium transmitidos pela picada da fêmea infectada do mosquito do
gênero Anopheles, também conhecido como mosquito-prego.
A malária também é conhecida como impaludismo, paludismo, febre palustre, febre
intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, além de nomes populares como maleita,
sezão, tremedeira, batedeira ou febre (ASKLING e PACKARD, (2007).

A malária não é uma doença contagiosa, ou seja, uma pessoa doente não é capaz de transmitir
a doença directamente a outra pessoa, é necessária a participação de um vector, que no caso é
a fêmea do mosquito Anopheles  (mosquito-prego), infectada por Plasmodium, um tipo de
protozoário. Estes mosquitos são mais abundantes nos horários crepusculares, ao entardecer e
ao amanhecer. Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno, porém em
menor quantidade.  
A malária é uma doença que tem cura e o tratamento é eficaz, simples e gratuito. Entretanto, a
doença pode evoluir para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada de forma
oportuna e adequada

2.2.1. Tipos de plasmodium


As quatro espécies de Plasmodium que infectam seres humanos são:
 P. falciparum
 P. vivax
 P. ovale
 P. malariae
 P. knowlesi

2.2.2. Ciclo Evolutivo do Plasmodium


Os elementos básicos do ciclo de vida são os mesmos para todas Plasmodium spp.
O Plasmodium é um parasita com dois hospedeiros. O homem é o seu hospedeiro
intermediário, e o mosquito, o hospedeiro definitivo. Quando o mosquito pica um doente,
ingere parasitas junto com o sangue. No estômago do insecto ocorre a fecundação e a
formação do zigoto, que penetra na parede do estômago, onde se desenvolvem os oocistos,
(YADAV, 2014).

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Quando maduros, os oocistos se rompem e liberam os parasitas maduros, que alcançam as
glândulas salivares do mosquito. Ao picar uma outra pessoa, o Anopheles introduz saliva no
local da picada, introduzindo os parasitas nessa outra pessoa.
Os parasitas invadem os glóbulos vermelhos da pessoa, onde se multiplicam até arrebentarem
a célula.
Com a ruptura do glóbulo vermelho, mais parasitas são lançados na circulação e novos
glóbulos vermelhos serão invadidos. O momento da ruptura das células vermelhas do sangue
corresponde aos picos de febre que ocorrem a cada 2 ou 3 dias e que são a característica mais
marcante da malária.

Figura 3: Ciclo evolutivo de Plasmodium

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2.2.3. Transmissão
A malária é transmitida através da picada da fêmea do mosquito do
gênero Anopheles infectada por uma ou mais espécies de protozoário do género Plasmodium.
O mosquito Anofelino também é conhecido como carapanã, muriçoca, sovela, mosquito-prego
e bicuda. Apenas as fêmeas de mosquitos do género Anopheles são capazes de transmitir a
malária. A malária não pode ser transmitida pela água.
Os locais preferenciais escolhidos pelos mosquitos transmissores da malária para colocar seus
ovos (criadouros) são coleções de água limpa, sombreada e de baixo fluxo.

2.2.4. Sintomatologia
Os sinais e sintomas, muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações mais
características, sentem náuseas, vómitos, cansaço e falta de apetite.
As mais comuns incluem febre alta (que pode ser periódica), arrepios, calafrios, sudorese,
diarreia, dor abdominal, tremores, desconforto respiratório, confusão mental, convulsões,
anemia hemolítica, esplenomegalia, dor de cabeça, que podem ocorrer de forma cíclica e
anormalidades renais.
Os ataques de febre que se repetem a cada 48 ou 72 horas indicam a ocorrência da doença.
A malária grave caracteriza-se por um ou mais desses sinais e sintomas:
 Prostração;
 Alteração da consciência;
 Dispneia ou hiperventilação;
 Convulsões;
 Hipotensão arterial ou choque;
 Hemorragias.

2.2.5. Diagnóstico
O diagnóstico da malária deve levar em consideração dados epidemiológicos clínicos e
laboratoriais.

2.2.5.1. Diagnóstico Clínico


Por orientação dos programas oficiais de controlo, em situações de epidemia e em áreas de
difícil acesso da população aos serviços de saúde, indivíduos com febre são considerados
portadores de malária. Entretanto, os sintomas da malária são extremamente inespecíficos,
não se prestando à distinção entre a malária e outras infecções agudas do ser humano. Além

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disso, indivíduos semi-imunes ao plasmódio podem ter parasitos da malária, mas sem
sintomas da doença (portador são ou assintomático). Portanto, o elemento fundamental no
diagnóstico clínico da malária, tanto nas áreas endémicas como nas não endémicas, é sempre
pensar na possibilidade da doença. O diagnóstico clínico é baseado nas manifestações clínicas
da doença associado aos achados epidemiológicos. Contudo, o diagnóstico de certeza da
malária é laboratorial, que, além da confirmação clínica, identifica a espécie de plasmódio,
fundamental para orientar o tratamento (MARQUES e GUTIERREZ, 2016).

2.2.5.2. Diagnóstico Laboratorial


Para LEÃO (2015), O diagnóstico correcto da infecção malárica só é possível pela
demonstração do parasito, ou de antígenos relacionados, no sangue periférico do paciente,
pelos métodos diagnósticos especificados a seguir:
Gota espessa: é a técnica mais utilizada para o diagnóstico laboratorial da malária e continua
sendo considerada como o “padrão ouro” para a confirmação específica da doença.
Esfregaço delgado: O diagnóstico parasitológico da malária pelo esfregaço sanguíneo tem a
vantagem de facilitar a identificação da espécie por permitir maior detalhe da morfologia dos
plasmódios, mas, por outro lado, em baixas parasitemias, há uma redução da sua sensibilidade
cerca de dez vezes, se comparado à gota espessa.
Imunotestes ou Testes de diagnóstico rápido (TDRs)

2.2.6. Prevenção
Entre as principais medidas de prevenção individual da malária estão:
 Uso de redes mosquiteiros;
 Roupas que protejam pernas e braços;
 Telas de rede em portas e janelas;
 Uso de repelentes.
 Já as medidas de prevenção colectiva contra malária são:
 Destruição de drenagem;
 Pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vector;
 Aterro;
 Limpeza das margens dos criadouros/charcos;
 Modificação do fluxo da água;
 Controle da vegetação aquática;
 Melhoramento da moradia e das condições de trabalho;

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2.3. Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma infecção causada por um protozoário chamado “Toxoplasma Gondii”,
encontrado nas fezes de gatos e outros felinos, que pode se hospedar em humanos e outros
animais. É causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados e é uma das zoonoses
(doenças transmitidas por animais) mais comuns em todo o mundo.
Os casos agudos são, geralmente, limitados e com baixas incidências. A fase aguda da
infecção tem cura, mas o parasita persiste por toda a vida da pessoa e pode se manifestar ou
não em outros momentos, com diferentes tipos de sintomas. Quanto à infecção crónica, a taxa
de incidência é baixa até os cinco anos de idade e começa a aumentar a partir dos 20 anos
(GARWEG, 2006).

2.3.1. Ciclo evolutivo


O ciclo do Toxoplasma gondii, uma espécie de protozoário, é um ciclo de vida em que há a
participação de um hospedeiro definitivo e de um hospedeiro intermediário. O hospedeiro
definitivo são os felinos, em especial o gato doméstico, enquanto o hospedeiro intermediário
inclui aves e mamíferos, como o ser humano (BLACK e BOOTHROYD, 2015).

Figura 4: Representação do ciclo evolutivo do Toxoplasma

Os únicos hospedeiros conhecidos definitivos para T. gondii são os gatos domésticos.


1. a) Os oocistos são eliminados nas fezes dos gatos. Uma grande quantidade é eliminada,
mas normalmente só durante 1–2 semanas. Os oocistos demoram 1 a 5 dias para esporular e
se tornarem infectantes.
1. b) Os gatos se reinfectam pela ingestão de oocistos esporulados.

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2. Terra, água, plantas, ou a areia do gato tornam-se infectados com oocistos. Os
hospedeiros na natureza (p. ex., pássaros, roedores, animais selvagens e animais criados
para consumo de seres humanos) infectam-se após ingerirem materiais infectados.
3. Os oocistos se desenvolvem em taquizoítas logo após a ingestão.
4. Os taquizoítas se disseminam por todo o corpo e formam cistos teciduais no tecido
neural, ocular e muscular.
5. Os gatos se infectam após consumirem hospedeiros intermediários contendo cistos
teciduais.
6. a) Os seres humanos podem se infectar pela ingestão de carne malcozida contendo cistos
teciduais.
6. b) Os seres humanos podem se infectar pela ingestão de alimentos ou água contaminada
por fezes de gatos ou outros materiais contaminados por fezes (p. ex., terra), ou pelo contato
com a areia do gato.
7. Raramente, a infecção nos seres humanos é decorrente de hemotransfusão ou transplante
de órgão.
8. Raramente, ocorre transmissão transplacentária da mãe para o feto.
9. No hospedeiro humano, os parasitas formam cistos teciduais, mais comumente no
músculo-esquelético, no miocárdio, no cérebro e nos olhos.

2.3.2. Transmissão
As principais vias de transmissão da toxoplasmose é via oral (ingestão de alimentos e água
contaminados) que ocorre por meio da ingestão de carne crua e/ou mal cozida, leite ou água
contaminada por esse parasita, que contém oocistos liberados pelos gatos. Esses oocistos
podem contaminar a água e o alimento, por exemplo, desenvolvendo a doença quando
ingeridos. Pode-se adquirir a toxoplasmose também ingerindo carne com os cistos teciduais.
Congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação), sendo raros os casos de
transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão
sanguínea e transplante de órgãos (FLORI, 2009).

2.3.3. Sintomatologia
 Os sintomas da toxoplasmose são variáveis e associados ao estágio da infecção, (agudo ou
crónico). Os sintomas normalmente são leves, similares à gripe, dengue e podem incluir dores
musculares e alterações nos gânglios linfáticos.

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A maioria das pessoas infectadas pela primeira vez não apresenta sintomas e, por isso, não
precisam de tratamentos específicos. A doença em outros estágios, no entanto, pode trazer
complicações, como sequelas pela infecção congénita (gestantes para os filhos), toxoplasmose
ocular e toxoplasmose cerebral em pessoas que têm o sistema imunológico enfraquecido,
como transplantados, pacientes infectados com o HIV ou em tratamento oncológico,
(AIELLO e MOSES, 2016).

Pessoas com baixa imunidade:  podem apresentar sintomas mais graves, incluindo febre, dor
de cabeça, Linfonodos aumentados, dor ao engolir, dor nos músculos, Erupções cutâneas,
confusão mental, falta de coordenação e convulsões.
Gestantes:  mulheres infectadas durante a gestação podem ter abortamento ou nascimento de
criança com icterícia, macrocefalia, microcefalia e crises convulsivas.
Recém-nascidos:  dos recém-nascidos infectados (Toxoplasmose Congênita), cerca de 85%
dos casos não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento. No entanto, essas crianças
podem indicar alterações como restrição do crescimento intra-uterino, prematuridade,
anormalidades visuais e neurológicas. Sequelas tardias são mais frequentes na toxoplasmose
congênita não tratada.

2.3.4. Tratamento
A toxoplasmose é uma doença que tende a não apresentar tratamento para pessoas
imunocompetentes (pessoas com sistema imunológico respondendo normalmente). Mulheres
grávidas, no entanto, necessitam de tratamento, o qual é feito geralmente
com espiramicina ou sulfadiazina,  pirimetamina e ácido fólico.

2.3.5. Prevenção
A toxoplasmose pode ser prevenida adotando-se medidas simples. Para evitar-se a infecção
por Toxoplasma gondii:
 Lavar sempre as mãos antes das refeições e após manipular o alimento;
 Cozinhar bem os alimentos;
 Evitar o consumo de carne crua ou malpassada;
 Congelar a carne, uma vez que o congelamento ajuda a eliminar cistos teciduais;
 Beber água tratada ou fervida;
 Sempre higienizar frutas, legumes e verduras;

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 Ter cuidado com os utensílios domésticos, nunca utilizando os mesmos utensílios da
preparação de carnes para a preparação de vegetais;
 Ter cuidado ao manusear as fezes dos felinos e trocar a areia da caixinha dos gatos
diariamente. Mulheres grávidas não devem efectuar a limpeza;
 Utilizar luvas para fazer jardinagem.

2.3.6. Diagnóstico
O diagnóstico da toxoplasmose é baseado, principalmente, em exames de sangue. Em alguns
casos, pode ser necessário combinar outros tipos de exames laboratoriais para uma avaliação
mais detalhada e mais precisa. O diagnóstico é realizado pela identificação de anticorpos
específicos contra o parasito. A sorologia é sensível, específica e não exige uma estrutura
complexa para sua realização. Em situações de surto, a identificação do vínculo de casos à
fonte de transmissão deve ser feita criteriosamente, considerando sempre os achados
laboratoriais que indicam o tempo provável da infecção. A confirmação de casos de
toxoplasmose deve ser realizada, necessariamente, por critério laboratorial específico
(SENSINI, 2009).

Contaminação por água e alimentos: a confirmação de casos de toxoplasmose decorrentes


de surtos de transmissão por água ou alimentos deve ser feita, necessariamente, por critério
laboratorial específico a partir dos resultados dos exames de sangue, uma vez que a doença é
comum em diversas regiões.
Adquirida ou congênita: é diagnosticada principalmente pela identificação de anticorpos
específicos contra o parasito. A sorologia é sensível, específica e possível de ser realizada em
laboratórios de menor complexidade. Em situações de surto, a identificação do vínculo de
casos à fonte de transmissão deve ser feita criteriosamente, considerando sempre os achados
laboratoriais que indicam o tempo provável da infecção.

2.4. Entamoeba
Segundo o comité de sistemática da sociedade internacional de protozoologia a espécie
Entamoeba pertence ao Reino Protozoa, Philum Sarcomastigophora, Subphilum Sarcodina,
Superclasse Rhizopoda, Classe Lobozia, Ordem Amoebida, Família Entamoebida e Género
Entamoeba (SILVA e NEVE, 2011).
Entamoeba histolytica é uma espécie de protozoário. Possui um ciclo de vida simples,
dividido em dois estágios: trofozoíto, alimentação altamente móvel e cisto, estágio com baixa
atividade metabólica, resistente e infectante. Causa disenterias (diarreias) graves com sangue
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e muco. Pode progredir para abcesso amebiano do fígado, a amebíase. Transmitida via fecal-
oral por cisto maduro.

VIEIRA (2004) afirmou que o habitat da Entamoeba histolytica é o intestino grosso, onde
encontra alimento e condições favoráveis para desencistar, dando continuidade a seu ciclo
biológico.

2.4.1. Ciclo evolutivo


Seu ciclo evolutivo é monoxênico, ou seja, a Entamoeba histolytica completa seu intervalo
em apenas um hospedeiro (CARLI, 2011).

Figura 4: Representação do ciclo evolutivo da Entamoeba

1- Há ingestão de cistos de Entamoeba


2 e 3- O cisto desce pelo esófago e dentro do intestino o cisto sofre degradação
4- Geram trofozoítos
5- Os trofozoítos se reproduzem por cissiparidade
6- Os trofozoítos resultantes da reprodução atravessam a parede do intestino grosso
7- Caem na corrente sanguínea e acabam atacando outros órgãos, como o fígado e os pulmões
8,9,10 e 11- Processo que após a cissiparidade do trofozoíto em (5) passam a se encistar para
ser eliminado nas fezes e reiniciar o ciclo na mesma pessoa ou em outras pessoas
12- Exemplo de ingestão de cistos por via oral, talvez por água contaminada.
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2.4.2. Tipos de Entamoeba
Embora existam sete espécies de amebas que são naturais do homem (Entamoeba histolytica,
Entamoeba díspar, Entamoeba coli, Entamoeba gingivalis, Endolimax nana, Iodamoeba
butschlii, Dientamoeba fragilis). Somente a Entamoeba histolytica, tem actividade patogénica
no homem.

 2.4.2.1. Diferença entre Entamoeba histolytica e Entamoeba coli


Os dois tipos de parasitas possuem os mesmos sintomas, pois são patógenos intestinais.
A principal diferença é a quantidade de núcleos e a localização do cariossoma. A Entamoeba
coli possui 6 ou 7 núcleos e o cariossoma excêntricos. Já a Entamoeba histolytica possui de 1
a 4 núcleos e cariossoma central.

2.4.3. Transmissão da amebíase


Existem algumas formas de transmitir o Entamoeba  sendo a principal delas o consumo de
alimentos mal higienizados que possam conter o cisto do parasita ou água contaminada por
matéria fecal.   Além disso, a transmissão pode ocorrer de pessoa para pessoa através do sexo
oral-anal (MORAES, 2008).

2.4.4. Sintomatologia
Segundo LEVENTHAL e CHEADLE (2014), A maioria das pessoas com amebíase são
assintomáticas. Mas, este tipo de doença pode gerar sintomas leves e graves.  Os sintomas
leves envolvem muita cansaço, dores abdominais como cólicas, gases e emagrecimento.  
Quando o quadro evolui e o paciente começa a apresentar desinteria (fezes com sangue),
significa que os sintomas já são graves e muitas vezes pode evoluir para comprometimento
dos órgãos. 
Algumas pessoas podem apresentar diarreia grave, evacuando muitas vezes ao dia. Podem
também apresentar febre e vómito.  

Para COURA, (2013) comentou que as manifestações clínicas da amebíase se dividem em


amebíase intestinal e amebíase extra-intestinal e se evidenciam por um conjunto de factores
ligados ao parasito e ao hospedeiro. Na amebíase intestinal tanto pode ocorrer formas
assintomáticas ou com poucos sintomas, como pode ocasionar formas latentes que conduzem
a surtos agudos, ou eventualmente, a complicações graves.

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Já na forma sintomática os reflexos fisiológicos costumam mostrar-se subitamente, com
evolução semelhante à disenteria, com dor abdominal e febre. As fezes apresentam-se a
princípio líquidas, passando a uma mistura de muco e sangue com frequência de 10 ou mais
evacuações, com grandes perdas hídricas, acompanhando-se de flatulência; febre moderada
nem sempre presente e as cólicas intestinais atingem todo o abdome principalmente o
quadrante inferior direito (REY, 2002; GURGEL et al,2005; COURA, 2008).

2.4.5. Diagnóstico 
2.4.5.1. Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico laboratorial baseia-se fundamentalmente nos exames parasitológicos de fezes e
em testes sorológicos, mas exames parasitológicos em fezes frescas são realizados com
objectivo de encontrar cistos ou raramente trofozoítos.
Sua execução é simples e barata e não exige equipamentos sofisticados. No entanto é
impossível diferenciar as espécies pertencentes ao complexo Entamoeba histolytica
(SANTOS e SOARES, 2008).
Técnicas capazes de identificar características antigênicas e genéticas específicas de
Entamoeba histolytica têm sido desenvolvidas como novas ferramentas de diagnóstico, na
tentativa de reduzir o tempo de duração dos testes e distinguir as duas espécies.
Por isso, o exame imunológico pode ser solicitado em algumas situações. Através da
reacção imunofluorescente directa (RIF) é possível encontrar os anticorpos específicos
produzidos pelo sistema imunológico contra o parasita. Outra opção de imunoensaio é o
ensaio imunoenzimático que detecta os coproantígenos nas fezes do paciente.  

2.4.6. Tratamento 
O tratamento da amebíase é feito através de antibióticos e antiparasitários. Os
medicamentos utilizados são: Secnidazol, Metronidazol e Tinidazol. 
Em casos leves ou assintomáticos o médico pode recomendar o uso de Teclozam.  Após o
tratamento medicamentoso é importante seguir as recomendações médicas sobre higienização
das mãos e cuidados com a alimentação.   Também é importante tratar a desnutrição caso o
paciente tenha tido diarreia e desinteria. 

 2.4.7. Prevenção
A amebíase é uma doença infeciosa intestinal. Esse tipo de doença se propaga com mais
facilidade no verão e por isso os cuidados com a higiene devem ser redobrados.

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 Primeiro é importante entender como ocorre a transmissão desta parasita e depois
conhecer as formas de profilaxia.  
 Lavar muito bem as mãos antes de consumir ou preparar alimentos 
 Consumir sempre água potável, que venha de fonte segura 
 Evitar o consumo de carnes cruas. Alimentos que irão ser consumidos crus (como frutas)
devem ser muito bem higienizados.  
 

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3. Considerações finais

Pois feito o trabalho, entendeu-se que os protozoários são organismos heterótrofos que
provoca infecções e a maioria é provida de alguma forma de locomoção, provocando muitas
doenças. Esse grupo, que faz parte do reino protista, sendo parasitas e apresenta uma enorme
diversidade de formas.

Sabendo-se que o número dessas doenças podem ser diminuídas ou até mesmo erradicadas da
população, faz-se necessário que sejam feitas a identificação do parasito assim como o
tratamento da pessoa infectada, permitindo que a mesma deixe de ser uma fonte de
disseminação, devendo também ser adoptadas medidas profiláticas e campanhas educativas,
instruindo a população a lavar bem as mãos antes das refeições, lavar bem os alimentos, tomar
água filtrada ou fervida, não andar descalço e nem defecar nos solos, entre outras.
Com isso a população passa a ter um consciência avançada de conhecimentos o que garante o
desenvolvimento nutricional, físico e social adequado, resultando em uma qualidade de vida
melhor.

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4. Referências bibliográficas
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