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Instituto Politécnica Planalto

Curso: Enfermagem de Saúde materno Infantil


Disciplina: Ciências Humanas
Turma: ESMI 32
1º Ano

Tema: Discrição do Distrito de Báruè

Formanda
Anita Francisco Luís
Diolinda José Sande
Esperança António da Conceição Diolinda

Chimoio, Fevereiro de 2023


Instituto Politécnica Planalto
Curso: Enfermagem de Saúde materno Infantil
Disciplina: Ciências Humanas
Turma: ESMI 32
1º Ano

Tema: Discrição do Distrito de Báruè

Trabalho de pesquisa de carácter avaliativo, a


ser submetido no Instituto Politécnica
Planalto, curso de Enfermagem de Saúde
materno Infantil, na disciplina de ciências
humanas como requisito parcial do curso,
ministrado por dr. Alberto Braja Chare.

Chimoio, Fevereiro de 2023


Índice

1. Introdução...............................................................................................................................2

2. Distribuição das unidades de saúde em Moçambique............................................................3

2.1. Conceitos dos termos...........................................................................................................3

2.2. Contextualização da saúde...................................................................................................3

2.3. Classificação dos centros de saúde......................................................................................4

2.4. Distribuição das unidades de saúde no Distrito de Báruè....................................................5

2.4.1. Divisão Administrativa.....................................................................................................5

2.4.2. Gestão das unidades sanitárias..........................................................................................6

3. Considerações finais...............................................................................................................9

4. Referencias Bibliográficas....................................................................................................10
1. Introdução

O acesso equitativo aos sistemas de saúde de boa qualidade continua a ser uma grande
preocupação da política de saúde para quase todos os países africanos. Em Moçambique, as
taxas de retenção precoce e sua prevalência em pacientes permaneceram altas em 2018. Para
reduzir as taxas em pacientes, estratégias como disposição de unidades sanitárias é crucial
para emergência de qualquer cuidado primário das populações especialmente em áreas rurais
e para os mais pobres.
O presente trabalho procurou-se descrever através de revisão bibliográfica, a situação das
unidades sanitárias com maior enfoque a classificação dos patrimónios de saúde no Distrito de
Báruè.

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2. Distribuição das unidades de saúde em Moçambique

2.1. Conceitos dos termos

Assistência Médica - É o conjunto de acções, métodos e processos da ciência médica


empregado na promoção, protecção, recuperação e reabilitação de um paciente.
Assistência médico-sanitária - é o conjunto de acções, métodos e processos de ciências da
saúde empregado na promoção, protecção, recuperação e reabilitação, desenvolvidos com a
participação de comunidades, visando a elevação do nível de saúde de populações.

Assistência médico-hospitalar - é aquela que tem por base a acção de um serviço médico
(ambulatório, posto de assistência médica, clínica, policlínica, serviço médico-hospitalar) e/ou
do hospital.

Assistência hospitalar geral - é aquela prestada pelos hospitais gerais e especializados, com
excepção dos que se destinam exclusivamente ao tratamento de tuberculose, hanseníase e
doenças mentais.

Unidade sanitária - é o estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência médico-


sanitária a uma população, em área geográfica definida, sem internação de pacientes,
podendo, como actividade complementar, prestar assistência médica a pessoas.

Posto de saúde - É uma unidade sanitária, simplificada, destinada a prestar assistência médico
sanitária a uma população, contando com controle e supervisão médica periódica.

Centro de saúde - É uma unidade sanitária, complexa, destinada a prestar assistência médico-
sanitária a uma população, contando com ambulatórios para assistência médica permanente.
Hospital local - É o hospital destinado a servir à população de determinada área geográfica,
prestando, no mínimo, assistência nas áreas básicas de clínica médica, pediátrica, cirúrgica,
obstétrica e de emergência.

Hospital distrital - o hospital geral que, além de prestar assistência médico-cirúrgica própria
de hospital local a uma população determinada, presta serviços mais especializados a
pacientes encaminhados de sua e de outras localidades, enviando pacientes necessitados de
assistência mais complexa a um hospital de base.

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2.2. Contextualização da saúde

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Saúde é um estado de completo


bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade (OMS
2006). No Serviço Nacional de Saúde a acção preventiva e a acção curativa devem estar
totalmente integradas ao nível da base, tendo contudo sempre em conta que a prevenção deve
ter prioridade sobre a cura. A educação sanitária e o saneamento do meio tem um papel
preponderante na acção do Ministério, (Starfield; Shi E Macinko, 2005).

A actual Constituição de Moçambique protege o direito das pessoas à saúde. No entanto,


embora a população possa ter esse direito, o seu acesso permanece restrito aos custos directos
e indirectos de acesso aos serviços, incluindo a acessibilidade física, factores socioculturais ou
benefícios e necessidades percebidos (dos Anjos & Cabral, 2016; Wagenaar et al., 2016).

A maioria das vezes, as unidades sanitárias rurais é caracterizada por um nível primário com
uma infra-estrutura muito deficiente, pessoal de saúde pouco qualificado em diversas
matérias, limitações em atendimento, infelizmente e muito mais comum do que se imagina,
requisitos básicos indisponíveis como água canalizados, fornecimento de energia confiável,
medicamentos, oxigénio, transporte seguro ou diagnóstico e equipamento terapêutico,
(Lindelow; Ward e Zorzi, 2004).

As instalações de saúde pública estão localizadas nas principais cidades ao redor do centro de
saúde distrital de referência, que pode ser um Hospital (distrital ou rural) ou uma unidade
sanitária do tipo I. Está organizado em quatro níveis de cuidados (primários, secundários,
terciários e quaternários) onde os níveis primários e secundário são orientados para a provisão
de Cuidados de Saúde Primários.

2.3. Classificação dos centros de saúde

Os centros de saúde classificam-se em Urbanos e Rurais; Os Urbanos, localizam-se nas


cidades e os Rurais na Zona rural, como o próprio nome diz. Porem, os Centros de Saúde com
internamento que servem essencialmente as populações rurais, são designados Centros de
Saúde Rurais mesmo quando localizados nos centros urbanos (Vilas)  (MISAU, 2002)

Os Centros de Saúde Rurais classificam-se em tipo (I e II) e esta classificação é de acordo


com o grau de complexidade técnica, infra-estrutura e da sua organização e equipamento

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conforme a sua dotação de pessoal e da população a ser servida na zona de Influencia directa,
eles traduzem subnível de atenção de saúde.

De acordo com a MISAU (2012), o centro de Saúde do tipo A, é mais diferenciada e com
maiores dimensões, quando comparada ao tipo C. Os centros de Saúde Urbanos classificam-
se, em tipo A, B, e C conforme a população a servir num raio de 1 a 4 Km. Qualquer um deles
pode ter ou não Maternidade.

A definição das unidades de saúde baseia-se no tamanho das áreas de captação (áreas servidas
pelas unidades sanitárias), mas regidas pelo Decreto 127/2002 desactualizado.

O nível primário é composto por 161 postos de saúde e 1.271 unidades de saúde (Tipo I e II
Rurais e Urbanos Tipo A, B e C) prestando serviços básicos da saúde preventiva e curativa. O
nível secundário inclui 47 hospitais básicos, como hospitais rurais, distritais e gerais, alguns
dos quais prestam serviços cirúrgicos. Os 7 hospitais provinciais constituem o nível terciário e
os 3 hospitais centrais constituem o nível quaternário (Ministério da Saúde, 2013a). No
entanto, sabe-se que a expansão do sistema de saúde é mais lenta do que o crescimento
populacional, o rácio actual resulta em 16.739 habitantes por instalação (Ministério da Saúde,
2016)

2.4. Distribuição das unidades de saúde no Distrito de Báruè

O distrito de Báruè é um distrito da província de Manica, em Moçambique, com sede na vila


de Catandica. Tem limite, a Norte com o Distrito de Guro e com o Distrito de Changara da
Província de Tete, a Oeste com o Zimbabwe, a Sul com os Distritos de Manica e Gondola e a
Leste com o Distrito de Macossa, (Perfil do Distrito de Bárué, 2012).

De acordo com o Censo de 2017, o distrito tem 134 183 habitantes e uma área de 5 750 km²,
daqui resultando uma densidade populacional de 23.33 h/km².

2.4.1. Divisão Administrativa

O distrito está dividido em três Postos Administrativos (Catandica, Choa e Nhampassa),


sendo estes compostos pelas seguintes localidades:

 Posto Administrativo de Catandica:


o Chivalo
o Inhazonia
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o Tsacale
 Posto Administrativo de Choa:
o Choa
o Nhauroa
 Posto Administrativo de Nhampassa:
o N'Fudzi
o Nhanssacara

2.4.2. Gestão das unidades sanitárias

As características comuns a uma unidade sanitária pública única e de abrangência nacional,


deve considerar os aspectos específicos a cada atendimento de utentes/ paciente em função da
classificação da unidade sanitária para a população local.

Vários motivos fazem com que todo hospital em qualquer território deva ser classificado.
Tendo como base a literatura Anselmi; Lagarde e Hanson (2015), essa classificação pode ser
obtida sob aspectos distintos aplicáveis às instituições de saúde.

Em relação ao sector saúde no distrito de Bárué, este apresenta a mesma organização que
qualquer outros distritos. Sendo assim, em baixo do nível central o organismo a nível local e
posteriormente com a de nível alta distrital.
O distrito de Báruè, são classificados como centros de saúde rurais do tipo (II), por ser infra-
estrutura pequena Unidade Sanitária que dispensa cuidados de saúde primários em meio
rural.Em outra vertente, O centro de Saúde urbano é do tipo C, pois se trata de pequena
Unidade Sanitária que dispensa cuidados de saúde primários no meio Urbano.

O distrito de Báruè conta com 15 Centro de Saúde Rural II, 3 posto de saúde e 1 centro de
saúde urbano C, distribuídos em seguintes postos de administrativos:

Posto Administrativo de Catandica


1. Centro de Saúde Urbano C de Catandica;
2. Centro de Saúde Rural de nível II de Inhazonia
3. Centro de Saúde Rural de nível II de Chivalo
4. Posto de saúde de Tsacale
5. Centro de Saúde Rural de nível II de Púnguè Sul
6. Centro de Saúde Rural de nível II de Chiuala
6
7. Centro de Saúde Rural de nível II de Cagore
8. Centro de Saúde Rural de nível II de Nhamagua

Posto Administrativo de Choa:


1. Centro de Saúde Rural de nível II de Choa
2. Centro de Saúde Rural de nível II de Nhauroa
3. Centro de Saúde Rural de nível II de Mutana
4. Centro de Saúde Rural de nível II de Nhacapanga
5. Centro de Saúde Rural de nível II de Panze
6. Centro de Saúde Rural de nível II de Mavonde

Posto Administrativo de Nhampassa:


1. Posto de saúde de N'Fudzi
2. Posto de saúde de Nhampassa
3. Centro de saúde Rural II de Bunga
4. Centro de saúde Rural II de Tchetcha
5. Centro de saúde Rural II de Nhassacara

Quanto à finalidade ou tipo de assistência, as instituições são de ordem:

Geral: assiste pacientes de várias especialidades, podendo ser limitados a grupos etários
(como os infantis ou geriátricos) ou ainda apresentar uma finalidade específica (hospital de
ensino)

Quanto à administração ou entidade mantenedora, é identificado como:

Público:  administrado por entidade governamental, sendo direcção distrital.

Quanto à disposição (estrutura física), são mistas:  

Monobloco: oferece serviços concentrados em uma única edificação;

Multibloco: serviços distribuídos em edificações de médio portem, interligados.

Quanto à competência (nível dos serviços médicos), variando conforme o nível de capacitação
de seus recursos humanos e a sofisticação tecnológica de seus equipamentos, sendo os dois
primeiros níveis:
Primário: profilaxia (práticas preventivas) e clínica básica;

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Secundário: clínica básica, não possui avançados recursos tecnológicos.

Quanto à capacidade e localização, são identificados como: 


Posto de saúde: unidade simplificada de até 60 m 2 de área construída, cobrindo regiões
geralmente agrícolas e população inferior a dois mil habitantes, oferece supervisão médica
periódica e presta assistência médica-sanitária, primária e preventiva;

Centro de saúde: com 100 m2 de área construída, atende população entre dois mil e dez mil
habitantes com assistência médica permanente, preventiva e ambulatorial. Pode ter leitos para
emergência até a remoção do paciente para outra unidade de saúde;

Hospital rural: unidade mista com ambulatório mais desenvolvido e área de acomodação para
50 (cinquenta) leitos para internação em casos de clínica médica, cirúrgica, ginecológica,
obstetrícia e pediátrica;

Hospital distrital: destinado a pólos de aproximadamente cem mil habitantes, assiste pacientes
médico-cirurgicamente e mais especializadamente. Apresenta capacidade física para dispor
entre 100 e 200 duzentos leitos para internação de carácter geral; remete os casos mais
complexos a um hospital de base;

De acordo Jornal Noticia datada a 20/04/2019 confirmado numa visita de campo efectuada
pela Governadora de Manica, os edifícios sanitários estão em bom estado de conservação e
são de construção recente. As unidades sanitárias instaladas têm tido capacidade de resposta à
demanda da população local que aí tem recorrido. O saneamento do meio no Centro de Saúde
da Unidade de Produção nº 4 é feito por fossas sépticas. As suas casas de banho estão em mau
estado e são pouco utilizadas por se conhecer irregularidades no fornecimento de água.

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3. Considerações finais

Feito o trabalho, compreende-se que a assistência médica universal é um dos principais


contribuintes para o bem-estar de um país, pois melhora a equidade em saúde, cobrindo as
necessidades de saúde de toda a população como o primeiro nível de contacto de indivíduos e
comunidade com os sistemas nacionais de saúde.

Envolvimento Comunitário para a Saúde significa envolvimento activo de pessoas de todos os


extractos sociais, (homens, mulheres, jovens, crianças e velhos) que vivem juntas, de forma
organizada e coesa, na planificação e implementação dos cuidados de saúde primários, usando
recursos locais.

Contudo, as unidades sanitárias são espaços fundamentais em qualquer parte, de modo a


garantir os primeiros cuidados das populações. Mas não único, para a melhoria das condições
de vida da população, devendo ser incorporado a um modelo de desenvolvimento que
contemple também as questões sociais como a sanidade básica.

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4. Referencias Bibliográficas

Anselmi, L., Lagarde, M., & Hanson, K. (2015). Health service availability and health
seeking behaviour in resource poor settings: evidence from Mozambique. Health
Economics Review, 5. https://doi.org/10.1186/s13561-015-0062-6

dos Anjos, A. L., & Cabral, P. (2016). Geographic accessibility to primary


healthcarecenters in Mozambique. International Journal for Equity in Health, 15, 173.
https://doi.org/10.1186/s12939-016-0455-0

Lindelow, M., Ward, P., & Zorzi, N. (2004). Primary health care in Mozambique : service
delivery in a complex hierarchy (No. 29097) (p. 1). The World Bank. Retrieved from
http://documents.worldbank.org/curated/en/102841468760504025/Primary-health-carein-
Mozambique-service-delivery-in-a-complex-hierarchy

Ministério da Saúde. (2013a). Informe sobre recursos humanos para saúde no serviço
nacional de saúde de Moçambique. Retrieved from
http://www.misau.gov.mz/index.php/inqueritos-de-saude

Ministério da Saúde. (2016). Plano nacional de desenvolvimento de recursos humanos para a


saúde 2016-2025

OMS (2006). ‘Indicadores de saúde: Elementos Conceituais e Práticos (Capítulo 1)’. World
Health Organization – Regional Office for the Americas.

Starfield, B., Shi, L., & Macinko, J. (2005). Contribution of Primary Care to Health
Systems and Health. The Milbank Quarterly, 83(3), 457–502.
https://doi.org/10.1111/j.1468-0009.2005.00409.x

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Wagenaar, B. H., Gimbel, S., Hoek, R., Pfeiffer, J., Michel, C., Cuembelo, F., … Sherr, K.
(2016). Wait and consult times for primary healthcare services in central Mozambique: a
time-motion study. Global Health Action, 9, 31980.

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