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UNIVERDADE VEIGA DE ALMEIDA

Erica Pereira Toledo

Luciene Cristina F. Sacramento Gama

João Marcos Andrade Lengruber

Mateus Ávilla

Geiza da Silva Bernardino

SAÚDE GLOBAL E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

RIO DE JANEIRO – RJ

2022
Erica Pereira Toledo - Mat.: 2022.1302.434

Luciene Cristina F. Sacramento Gama – Mat.:2022.1302.533

João Marcos Andrade Lengruber – Mat.:2021.4303.716

Mateus Ávilla – Mat.:2022.1305.785

Geiza da Silva Bernardino – Mat.: 2022.1314.395

SAÚDE GLOBAL E O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)

Trabalho de Conclusão da Disciplina de


Saúde Global e Contemporaneidade,
apresentado à Universidade Veiga de
Almeida, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem

Profa.: Sandra Chiabi

RIO DE JANEIRO – RJ

2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 3

2 OBJETIVO........................................................................................................................... 4

3 METODOLOGIA..................................................................................................................4

4 DESENVOLVIMENTO.........................................................................................................4

4.1. O que é o SUS e qual é a sua importância...........................................................4


4.2. Breve histórico da criação do SUS........................................................................5
4.3. A importância do SUS para Saúde Global brasileira ............................................5

4.4. A importância de se defender o SUS....................................................................6


5 CONCLUSÃO.................................................................................................................... 12

REFERÊNCIAS......................................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO
Para início desse trabalho é importante definir o que é Saúde Global. Todavia,
a sua definição é muito complexa, pois há diferentes visões sobre esse assunto. i
Assim, para enfatizar a necessidade de ações colaborativas entre as nações e
limites geográficos, Beaglehole e Bonita ii, propuseram que a Saúde Global é
“pesquisa e ação colaborativa transnacional para promoção da saúde para todos.”
Outros autoresiii a definiram como “questões de saúde que transcendem os limites e
governos nacionais e pedem ações sobre as forças globais que determinam a saúde
das pessoas. Outros aindaiv a consideraram a “melhoria mundial da saúde, redução
das disparidades e proteção contra ameaças globais que consideram os limites
nacionais”. Koplan e colegasv sugerem que “o Global em saúde global se refere ao
escopo dos problemas, não à sua localidade. Assim, saúde global pode focar nas
disparidades de saúde domésticas, assim como em questões transnacionais”.
Propõem que “saúde global é uma área para estudo, pesquisa e prática que coloca
uma prioridade na melhoria da saúde e na obtenção da equidade na saúde para
todas as pessoas no mundo.”

Alguns especialistas fazem uma distinção de que a saúde internacional foca


nas questões de saúde em países de baixa renda, enquanto a saúde pública foca na
saúde da população de um país ou comunidade específica (Exemplo: SUS).
Outrosvi, porém desafiam essas distinções e argumentam que a saúde global,
internacional e pública tenta todas abordar os mesmos fatores sociais, econômicos e
ambientais subjacentes que afetam a saúde de populações local, nacional ou
globalmente.

As demandas do mundo atual, como a pandemia do novo coronavírus,


vieram para mostrar que chegou o momento de mudanças, ou seja, quebra de
paradigmas, ver a saúde como um todo, como “Saúde Única”, ou como usado
internacionalmente “One Health”. A globalização nos impõe uma conversão de
leitura de mundo, não renunciando à Saúde Global, mas incluindo a Saúde
Única, tendo uma visão holística, ou seja, uma visão panorâmica, entre a
saúde humana, animal e ambiental.
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Não podemos priorizar a saúde humana quando estamos cercados por um


todo. Quando o equilíbrio entre essa tríade é quebrado abre-se espaço para o
surgimento de doenças emergentes e reemergentes. A saúde única é uma
perspectiva hologramática de pensar em saúde dentro de um mundo globalizado. O
convívio harmônico entre Saúde Global e Saúde Única se coadunam, sendo
fundamental para uma existência saudável e indissociável de um planeta
globalizado.vii

Por fim, pode-se concluir que a Saúde Global tem um caráter multiprofissional
e interdisciplinar e, se baseia nos saber das ciências biológicas, humanas e sociais.

2 OBJETIVO
Esse trabalho tem por objetivo demonstrar aos estudantes de enfermagem,
e/ou outros profissionais da área da saúde, a importância do Sistema Único de
Saúde (SUS) para a Saúde Global, para o bem-estar do usuário, familiares e da
comunidade.

3 METODOLOGIA
Apresentar o trabalho através de pesquisas teóricas, mas principalmente
através da coleta de dados científicos, apresentando a importância do SUS para a
Saúde Global.

4 DESENVOLVIMENTO
4.1. O que é o SUS:viii

É necessário, para a estabilidade de qualquer governo, que os cidadãos


tenham preservadas as suas condições normais de saúde para que os índices
econômicos e os indicadores sociais de um país mantenham-se altos. A maioria dos
países não possui sistemas gratuitos que atendam a qualquer pessoa,
independentemente de sua condição socioeconômica.
5

O SUS atende gratuitamente pessoas de baixa, média e até de alta


renda, caso procurem os serviços. O SUS também atende estrangeiros que
estejam residindo ou de passagem no Brasil sem qualquer cobrança de tarifas. Uma
das principais características do SUS é a união dos Poderes Executivos (Federal,
Estadual e Municipal) pela gerência do sistema, de modo que temos serviços
oferecidos pelos três níveis em todo o Brasil.

Assim, cria-se uma diretriz centralizada para a gestão do sistema, gerida


pelo Ministério da Saúde, mas descentraliza-se a gestão nas pontas do sistema,
que ficam a cargo das secretarias estaduais e municipais de saúde. Há uma
participação do Ministério da Educação na gestão do SUS a nível Federal, pois os
hospitais universitários que compõem a maioria das universidades federais que
ofertam cursos de Medicina e de outras áreas da saúde recebem recursos das duas
pastas governamentais em questão: Saúde e Educação.

Os hospitais universitários têm um importante papel no desenvolvimento


de pesquisas científicas na área da saúde, além de servirem de campo de atuação
para estudantes e oferecerem tratamento gratuito à população.

Os recursos que mantêm o funcionamento do sistema único advêm do


recolhimento de tributos (a nível nacional, estadual e municipal) que são
direcionados para o Governo Federal e voltam para os estados e municípios.
Poucos países no mundo possuem um sistema de atenção à saúde universal e
gratuito como o Brasil. Os principais são Reino Unido, Canadá, Austrália, França e
Cuba.

O modelo britânico, instituído em 1948, serviu de inspiração para o


nosso e funciona de modo parecido. Os modelos britânico, canadense, australiano
e cubano são custeados, assim como o SUS, pelos governos, com a coleta de
impostos. Na França, há o recolhimento de uma espécie de seguro-saúde
compulsório a todas as pessoas que têm condição de pagar pela taxa. Essa taxa
sustenta o sistema francês e permite que as pessoas em situação de vulnerabilidade
(que não têm condição de pagar o seguro) também tenham acesso ao sistema.
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Os Princípios para o funcionamento do SUS:

 Universalidade: todas as pessoas têm direito ao atendimento médico,


hospitalar e à atenção à saúde, independentemente de qualquer
característica distintiva, como classe social, nacionalidade, gênero, raça etc.
 Equidade: tratar com especificidade e maior atenção as pessoas mais
vulneráveis, que precisam mais do SUS. Nesse sentido, existem esforços
maiores para atender as populações de baixa renda, idosos, portadores de
necessidades especiais, portadores de doenças crônicas, portadores de
doenças sistêmicas, pacientes em tratamento do câncer, portadores de HIV,
gestantes, crianças etc.
 Integralidade: entende-se que o cuidado à saúde não se resume ao hospital
ou consultório, nem que é preciso esperar que uma doença aconteça para
que uma medida seja tomada. Com isso, o SUS também promove
campanhas educativas que visam levar a informação às pessoas sobre
cuidados pessoais, cuidados alimentares, preservação do meio ambiente e
ações sanitárias que reduzam a incidência de doenças na população.

4.2. Breve histórico da criação do SUSix:

Ao fim da ditadura, as propostas da Reforma Sanitária foram reunidas num


documento chamado “Saúde e Democracia”, enviado para aprovação do Legislativo.
A partir dele foi promovido a 8ª Conferência Nacional da Saúde em 1986. A
sociedade civil participou de forma organizada no processo de construção do que
seria o novo modelo de saúde pública brasileiro.

A conferência teve como tema: “saúde como direito de todos e dever do


Estado”. Seu resultado foi uma série de documentos que esboçaram o surgimento
do Sistema Único de Saúde (SUS). A conferência ampliou os conceitos de saúde
pública no Brasil, ela propôs:
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 mudanças baseadas no direito universal à saúde com melhores


condições de vida;
 a adoção da ideia de saúde preventiva;
 à descentralização dos serviços;
 à participação da população nas decisões.

O relatório da conferência teve suas principais resoluções incorporadas à


Constituição Federal de 1988. A Constituição Federal de 1988 foi o primeiro
documento a colocar o direito à saúde definitivamente no ordenamento
jurídico brasileiro.

A saúde passa a ser um direito do cidadão e um dever do Estado. A


Constituição ainda determina que o sistema de saúde pública deve ser gratuito, de
qualidade e universal, isto é, acessível a todos os brasileiros e/ou residentes no
Brasil.

4.3. A importância do SUS para Saúde Global brasileira:

“O SUS representa uma conquista da sociedade brasileira porque promove


a justiça social, com atendimento a todos os indivíduos. Além disso, é o maior
sistema público de saúde do mundo, atendendo a cerca de 190 milhões de
pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente desse sistema para
tratar a saúde”. Para além de tratamentos e mitigação de doenças e epidemias, a
maneira como o SUS é desenhado e operacionalizado permite que haja controle
sanitário para antever e evitar surtos epidêmicos, realizar diagnósticos antecipados
de crises e promover campanhas de informação, imunização e ações preventivas.x

4.4. A importância de se para defender o SUS:xi

1 – É o maior sistema de saúde pública do mundo

O SUS é o único sistema de saúde público do mundo que atende mais de


200 milhões de pessoas, sendo que 80% delas dependem exclusivamente dele
para qualquer atendimento de saúde. Em 2019, eram cerca de 90 milhões de
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pessoas cadastradas nos serviços da atenção primária do SUS. Atualmente o


Ministério da Saúde está realizando uma campanha para cadastrar, ou seja, vincular
às equipes de saúde, mais 50 milhões de pessoas, chegando ao total de 140
milhões de brasileiros cadastrados em 2020.

2 – Sem o SUS, a maioria dos brasileiros não teria acesso a um sistema


de saúde

Uma pesquisa de 2018, feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC


Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostrou que
69,7% dos brasileiros não possuem plano de saúde particular – seja individual ou
empresarial. Esse percentual é ainda maior entre as pessoas das classes C, D e E,
atingindo 77%.

Segundo a pesquisa, R$ 439,54 é o valor mensal médio que o brasileiro paga


pelo plano de saúde privado. De acordo com a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), do universo populacional brasileiro, composto por mais de 200
milhões de pessoas, apenas 47,4 milhões têm um plano de saúde privado. Todos os
brasileiros utilizam o SUS de alguma forma, pois o sistema também realiza parcerias
com instituições e redes privadas de saúde.

3 – Mais de 1,5 bilhão de procedimentos realizados por ano

Segundo dados do Mapa Assistencial, publicado pela Agência Nacional de


Saúde Suplementar (ANS), foram realizados pelos SUS 1,57 bilhão de
procedimentos como consultas, exames e internações somente no ano de 2018. Na
segmentação de assistência médica, a realização de exames complementares
somou o maior número de procedimentos no ano, totalizando 861,4 milhões. Na
sequência vem consultas, com 274,3 milhões, depois procedimentos odontológicos,
com 176,1 milhões, consultas e sessões com psicólogo e fisioterapeuta, com 164,2
milhões, terapias, com 93,4 milhões, e internações, com 8,1 milhões de ocorrências
ao longo de 2018.

Para isso, existem mais de 45 mil equipes de Saúde da Família, formadas por
médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários de saúde
que atendem a população nos serviços de atenção primária. A atenção primária é a
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porta de entrada do SUS. Neste nível de atenção é possível resolver até 80% dos
problemas de saúde das pessoas

4 – Você usa o SUS o tempo todo

O Sistema Único de Saúde (SUS) é usado como modelo de referência


internacional por conta do seu alcance e multiplicidade de serviços de saúde. É de
responsabilidade do SUS todas as ações da Vigilância Sanitária, como o controle de
qualidade da água potável que chega à sua casa, na fiscalização de alimentos nos
supermercados, lanchonetes e restaurantes que você utiliza diariamente, além da
fiscalização de espaços públicos como aeroportos e rodoviárias.

Outro serviço é a Vigilância Sanitária de Zoonoses, com a imunização de


animais, castração, controle de pragas, prevenção e controle de doenças de animais
urbanos e rurais, entre outras ações do tipo.

Também são de responsabilidade do SUS as campanhas como as de


vacinação, doação de sangue e de leite materno, que acontecem o ano todo. Outra
competência do SUS é a prevenção, controle e tratamento de doenças crônicas por
meio das equipes da Estratégia da Saúde da Família (ESF), além do tratamento
oncológico (de câncer) nos seus mais diversos níveis.

O SUS também determina as regras de vendas de medicamentos genéricos e


procedimentos médicos como a doação de sangue, a doação de leite humano (por
meio de Bancos de Leite Humano), a quimioterapia, os transplantes de órgãos, entre
outros. Internacionalmente, o SUS é exemplo de excelência na assistência e
tratamento de pessoas com Aids/HIV.

5 – É o SUS que leva atendimento médico para o campo

O SUS também é responsável por atender os povos do campo, dos rios e das
florestas. Alguns dos exemplos são as Equipes de Saúde Fluvial, as Unidades
Básicas de Saúde (UBS) Fluviais, o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena e as
Unidades Básicas de Saúde Indígena, que atendem populações ribeirinhas e
indígenas em regiões de difícil acesso do país. Outro exemplo são as UBS’s nas
zonas rurais, com a Estratégia de Saúde da Família Rural. Esses serviços ainda não
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cobrem a totalidade da população ao qual são destinados, por isso há a


necessidade no aumento de investimentos.

Através de muita luta e mobilização, alguns assentamentos do MST possuem


UBS’s em suas áreas, uma conquista importante. Defender esses direitos, a
expansão dos serviços e sua cobertura, garantindo a valorização do conhecimento
popular local, é extremamente necessário para possibilitar a permanência destes
povos em seus territórios.

6 – Acesso à medicamentos gratuitos

Criado em 2004, durante o governo Lula, o Programa Farmácia Popular tem o


objetivo de oferecer à população acesso aos medicamentos considerados
essenciais. São oferecidos medicamentos gratuitos para hipertensão (pressão alta),
diabetes e asma, Aids e Alzheimer, além de medicamentos com até 90% de
desconto indicados para dislipidemia (colesterol alto), rinite, Parkinson, osteoporose
e glaucoma. Além de anticoncepcionais e fraldas geriátricas. Atualmente, o número
de remédios oferecidos é de aproximadamente 885.

Porém, mais de 7 milhões de brasileiros deixaram de ser atendidos pelo


programa Farmácia Popular em razão dos cortes após o golpe na presidenta Dilma
Rousseff. Em 2017, durante o governo Temer, foram fechadas 400 farmácias
públicas administradas pelo governo federal. A previsão orçamentária para o
Farmácia Popular em 2019 foi a menor em seis anos – cerca de R$ 2,6 bilhões,
contra R$ 3,5 bilhões registrados em 2015.

7 – Vacinação é direito

O Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas em sua


rede pública. São mais de 300 milhões de doses disponibilizadas todos os anos. Ao
todo estão disponíveis 42 tipos de imunobiológicos e 25 vacinas que atendem a
população nas diferentes faixas etárias: crianças, adolescentes, adultos e idosos

8 – Graças ao SUS, estamos mais bem posicionados no combate ao


coronavírus
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Enquanto em outros países os exames de diagnóstico do coronavírus são


pagos, o Brasil oferece gratuitamente esse serviço através do SUS. De acordo com
o site americano de informações financeiras MarketWatch, os exames de
coronavírus nos EUA podem variar entre 1.000 e 4.000 dólares, conforme o caso.
Isso contribuiu para o rápido crescimento de casos no país. Há poucos dias, o
Congresso americano aprovou uma lei para fornecer gratuitamente à população o
teste de coronavírus. Graças ao SUS, no Brasil nunca se poderia cogitar a cobrança
de testes como esses, apesar do governo Bolsonaro dificultar à população o acesso
aos testes.

9 – O SUS é um direito constitucional

Como parte da Constituição Federal de 1988, o SUS tem como princípios a


universalidade, integralidade, equidade, participação social e a
descentralização. A universalidade, definida no artigo 196 da Constituição,
determina a saúde como um “direito de todos e dever do Estado”, sendo
considerada uma cláusula pétrea – ou seja, não pode ser retirada da Constituição
em nenhuma hipótese. Assim, o SUS deve atender todas e todos, sem distinções ou
restrições, oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer custo.

A integralidade, conforme o artigo 198, confere ao Estado o dever do


“atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem
prejuízo dos serviços assistenciais”. Sobre a equidade, o SUS deve
disponibilizar recursos e serviços com justiça, de acordo com as
necessidades de cada um, canalizando maior atenção aos que mais
necessitam.

A participação social determina como um direito e um dever de a sociedade


participar das gestões públicas, em geral, e da saúde pública, em especial. Neste
sentido, é dever do Poder Público garantir as condições para essa participação,
assegurando a gestão comunitária do SUS. E por fim, a descentralização, que é o
processo de distribuição das responsabilidades de gestão do SUS entre a União, os
estados, o Distrito Federal e os municípios, atendendo as determinações
constitucionais e legais.
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5 PROBLEMAS DO SUSxii

Assim, como os outros serviços públicos essenciais em nosso país (educação,


saneamento e segurança), o Sistema Único de Saúde enfrenta diversos problemas.
O sistema em si e as leis e diretrizes que o regem são excelentes. O SUS é
necessário, deve existir e deve ser considerado uma referência em gestão da
saúde. No entanto, os problemas que o circundam, principalmente de ordem
financeira e de má gestão, fazem com que o serviço prestado seja insuficiente.

Há uma falta de hospitais e de profissionais de saúde atuando no Brasil, em


especial nas regiões periféricas das grandes cidades ou nas pequenas cidades, em
geral de população mais pobre. A falta de hospitais e de profissionais de
saúde nesses locais é ocasionada pelo baixo investimento das secretarias na
construção de leitos e pela baixa remuneração dos profissionais (médicos,
enfermeiros, técnicos em enfermagem, dentistas e demais técnicos hospitalares)
nessas regiões de maior fragilidade.

Também há uma carga de trabalho excessiva aos profissionais atuantes, que


trabalham sob estresse, enfrentando longas jornadas com uma interminável lista de
pacientes para cuidar. Faltam também médicos especializados essenciais, em
especial em áreas com menor remuneração e maior carga de trabalho, como
anestesiologistas, cardiologistas, cirurgiões e médicos intensivistas (médicos
responsáveis pelas UTIs). Com todos esses problemas, muitos pacientes
enfrentam um quadro de espera muito grande, que pode resultar no agravamento
de doenças ou até na morte, nos casos de urgência.

Tudo isso pode parecer um descaso da classe médica com a população, mas no
fundo revela-se um quadro de descaso dos governantes com a atenção à saúde. É
necessário que haja mais investimento e investigação dos recorrentes casos de
desvios de verbas destinados à saúde para que o SUS possa, de fato, oferecer um
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tratamento digno aos brasileiros, que merecem usufruir do justo retorno dos
impostos pagos.

6 CONCLUSÃO
Tendo em vista os aspectos observados sobre a definição de saúde global,
consegue-se observar pontos em comum entre as diversas formas como o termo é
apresentado. É relevante ressaltar que de maneira geral há concordância no fato de
que saúde global está ligado diretamente há um cenário onde a população consiga
ter acesso aos cuidados de saúde de maneira mais igualitária

Pelos aspectos citados acima, é possível notar que o SUS (sistema único de
saúde) contribui de diversas maneiras para que a saúde global, de maneira como é
concebida no parágrafo anterior, seja alcançada pela população. Atualmente, mais
de 69% da população não possui plano de saúde, isso significa que toda essa
parcela de pessoas consegue atendimento de saúde exclusivamente através do
SUS.

Além de facilitar o acesso a clínicas e hospitais, o SUS também atua na


promoção de ações que auxiliam na manutenção da saúde fora da rede pública de
hospitais, articulando fiscalizações de vigilância sanitária, como controle de
qualidade da água potável, fiscalização de alimentos e controle de zoonoses.

Portanto, conclui-se que por proporcionar atendimento de maneira gratuita e


igualitária a toda população, tanto da cidade quanto do campo, promovendo acesso
a exames, cirurgias, medicamentos, vacinas e afins, o SUS tem um papel
fundamental para o estabelecimento da saúde global.
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REFERÊNCIAS
i
Markle, William H. Compreendendo a saúde global/William H. Markle, Melaine A. Fisher,
Raymond A. Smego Jr.; tradução: Alba Helena de Mattos Mercadante Guedes; revisão técnica:
Airton Tetelbon Staein. - 2. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2015.
ii
Beaglehole R. Bonita R. What is global health? Global Health Action 2010;3:5142.
Hrrp://www.globalhelthaction.net.php/gha/article/view/5142
iii
Kickbush I. The need for a European strategy om global health. Scandinaviam J Public
Helthm2006;34:561-565.
iv
Macfarlene SB. Jacobs M. Kaaya EE> In the name of global health: trends in academic
institutions. J. Public Health Policy 2008:29:383-401.
v
Koplan JP, Bond TC, Merson MH, et al. Global heath is publichealth archivements – Unites
States., 1900-1999. MMWR 1999;48:241-243.
vi
Fried LP, Bentley ME, Buekens P., et al. Global heath is publichealth. Lancet 2010;375:535-537.
vii
Willian Barbosa Sales é biólogo, doutor em Saúde e Meio Ambiente, coordenador dos cursos de
Pós-graduação área da Saúde do Centro Universitário Internacional Uninterin EcoDebate, ISSN
2446-9394, 20/08/2020,https://www.ecodebate.com.br/2020/08/20/relacao-entre-saude-global-e-
saude-unica-em-um-mundo-globalizado/ acesso em 31/03/2022.
viii
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/mas-que-seria-sus-quais-suas-diretrizes-principios-
gerais.htm#:~:text=O%20SUS%20%C3%A9%20um%20sistema,sem%20qualquer%20cobran
%C3%A7a%20de%20tarifas. ACESSO EM 05/04/2022.
ix
https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/saude-publica-no-brasil-sus?
gclid=CjwKCAjwopWSBhB6EiwAjxmqDQbIBXGkUCVQ8tC6uvS3TebWQbW8CH-
iN1x0Dr3KohDF5ZWkvqO6ehoCOwkQAvD_BwE
x
https://www.google.com/search?q=qual+a+import%C3%A2ncia+do+sus+para+a+sa
%C3%BAde+brasileira&oq=qual+i+mport
%C3%A2ncia+do+Sus+para+a+sa&aqs=chrome.1.69i57j0i8i13i30.13136j0j4&sourceid=chrome&i
e=UTF-8

xi
https://mst.org.br/2020/03/20/10-razoes-para-defender-o-sus/

xii

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