Você está na página 1de 16

Joana Nordino Estupe

Laura Siate Picale


Taurai Manuel Surama
Pedro Finiasse Alficha

Sistemas de Saúde em Paises em vias de Desenvolvimento


 Pobreze, Igualidade de Saúde, Gestão Sanitária e Economia Sanitária

Licenciatura em Saúde Pública

UNIVERSIDADE ALBERO CHIPANDE


Pemba, Junho de 2023
Joana Nordino Estupe
Laura Siate Picale
Taurai Manuel Surama
Pedro Finiasse Alficha

Sistemas de Saúde em Paises em vias de Desenvolvimento


 Pobreze, Igualidade de Saúde, Gestão Sanitária e Economia Sanitária

Trabalho a ser entregue na Universidade Alberto


Chipande na Faculdade de Ciências de Saúde no Curso
Curso de Licenciatura em Saúde Publica, na disciplina
de Saúde Internacional e Doenças Negligenciada 1º
Grupo no ano de 2023

Docente ‫׃‬Dr Cassimo Manuel Saide

UNIVERSIDADE ALBERO CHIPANDE


Pemba, Junho de 2023
Índice
1. Introdução...........................................................................................................................1

2. Conceitos Chave.................................................................................................................2

2.2. Sistemas de Saúde...............................................................................................................2

2.3.Igualdade em saúde..............................................................................................................2

2.4.Pobreza.................................................................................................................................2

2.5.Gestão Sanitária...................................................................................................................3

2.6.Economia Sanitária..............................................................................................................3

3.Desenvolvimento.....................................................................................................................4

3.4.Sistemas de Saúde em Moçambique....................................................................................6

3.5. Sistemas de Saúde em Angola............................................................................................6

3.6.Sistemas de Saúde em São Tomé.........................................................................................7

4.Considerações finais..............................................................................................................13

5.Referencias Bibliográficas....................................................................................................14
1. Introdução

Os Países em vias de desenvolvimentos, geralmente é atribuída a países que ainda não


atingiram um estado de desenvolvimento sólido, como os países ditos desenvolvidos. Trata-
se, portanto, de países ainda economicamente atrasados, embora muitas vezes, é um traço
característico dos países em vias de desenvolvimento a existência de elevadas dívidas
externas, importantes fugas de capitais para os países desenvolvidos, despesas militares
excessivas, sobrevalorização da moeda nacional, forte peso da agricultura no total da
economia, processos de industrialização fracos, baixo rendimento por capital, estrutura
demográfica com altas taxas de natalidade e de mortalidade e baixa esperança de vida à
nascença, elevada dependência de um pequeno número de produtos (normalmente, agrícolas)
e elevada dependência do capital estrangeiro na pequena parte da economia
que está industrializada e modernizada. Dos vários factores acima referenciados vale lembrar
que a saúde é um bem essencial a todo o ser humano.
Deste modo, todas as áreas envolventes são alvo de investimentos e de melhorias constantes
de forma a garantir o bem-estar de todos. os sistemas de saúde são construções da
humanidade, que surgiram como parte de instituições maiores chamadas de sistemas de
protecção social e que cada país desenvolve, de forma singular, seu próprio sistema de saúde
a partir de alguns modelos é importante percebermos que há uma estreita relação entre o
formato de organização de cada tipo de Sistema de Saúde e a sua forma de organização dos
serviços , o que produz variações de modelos entre os países em termos de uma série de
atributos, como a forma de acesso e a natureza de financiamento. É neste sentido, pretende-se
com a presente pesquisa descrever como os varriados sistemas de saúde com destaque a
países em via de desenvolvimento, para tal alguns países como, Moçambique, Angola e são
Tome e Príncipe, apresenta-se a factores que a descrevem nesta condição de países
terceirizados e como que o sistema de saúde é afectado pela sua condição do pais nesta
situação.

1
2. Conceitos Chave
 Saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como sendo o estado de completo
bem-estar físico, mental e social. Ou seja, o conceito de saúde transcende à ausência de
doenças e afecções. Por outras palavras, a saúde pode ser definida como o nível de eficácia
funcional e metabólica de um organismo a nível micro (celular) e macro (social).a saúde é a
condição de cada ser vivo que tem um nível absoluto tanto física quanto mental e social.

 Sistemas de Saúde

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sistemas de saúde são definidos
como o conjunto de actividades no qual o principal propósito é promover, restaurar e manter
a saúde da população. (WHO, 2000)

 Igualdade em saúde

A organização mundial da saúde define “igualdade na saúde” como a remoção de diferenças


evitáveis e injustas entre os cidadãos que afetam a capacidade desses cidadãos de acessar os
serviços de saúde.Igualdade significaria a distribuição homogênea, a cada pessoa uma mesma
quantidade de bens ou serviços. por sua vez, levaria em consideração que as pessoas são
diferentes, têm necessidades diversas.

 Pobreza

O conceito de pobreza deve ser compreendido num contexto social, histórico e cultural. Neste
sentido, não existe uma única definição de pobreza, é um termo com significado dinâmico.
Lister (2004) enfatiza a importância de identificar o que são os conceitos, definições e
medidas de pobreza.
Asselin (2009) considera a pobreza uma forma de exclusão social, resultado da distribuição
desigual dos bens essenciais para uma vida digna. Os bens essenciais correspondem à
capacidade de indivíduos, famílias e comunidades de suprir necessidades básicas nas
seguintes dimensões:

 Renda;
 Educação;
 Saúde;

2
 Alimentação / nutrição;
 Acesso à água potável / saneamento;
 Trabalho / emprego;
 Habitação e ambiente onde vive;
 Acesso a activos (crédito)
 Acesso a mercados;
 Participação na comunidade / bem-estar social.

 Gestão Sanitária

Gestão em Saúde é proporcionar o desenvolvimento das capacidades para desenhar e


organizar redes de acções e serviços de saúde que possam responder às necessidades
sanitárias que se apresentam em diferentes escalas geográficas, assim como a de identificar as
ferramentas de planejamento e programação regional e local correspondentes.

 Economia Sanitária

Economia da saúde é a aplicação do conhecimento económico ao campo das ciências da


saúde, em particular como elemento contributivo à administração dos serviços. Também
pode-se referir que a economia sanitária é o ramo do conhecimento que tem por objectivo a
optimização das acções de saúde, ou seja, o estudo das condições óptimas de distribuição dos
recursos disponíveis para assegurar à população a melhor assistência à saúde e o melhor
estado de saúde possível, tendo em conta meios e recursos limitados.

3
3.Sistema de Saúde em Países em vias de Desenvolvimento
Cada país ou sociedade determina como garantir ou não que seus cidadãos tenham acesso a
cuidados e serviços de saúde. Em alguns casos, são públicos e gratuitos para toda a
população; em outros casos, depende de um seguro social, organizado por categorias de
trabalhadores ou em fundo único para toda a população trabalhadora, podendo existir grupos
cobertos atendidos de forma diferente. Ou ainda, o acesso pode depender da disposição ou
disponibilidade do cidadão em pagar directamente médicos, hospitais ou um plano de saúde.
Com relação à organização da oferta de serviços, existem também diferentes combinações:
desde serviços exclusivamente públicos a combinações público-privadas, em diferentes
medidas e com diferentes graus de articulação institucional e ou funcional.
Segundo (Rosana et all 2014) Para a classificação dos diferentes sistemas de saúde em
sistemas-tipo, várias dimensões são seleccionadas e consideradas em seu conjunto. A
tipologia clássica identifica três tipos de sistemas de saúde:

 Sistema público de acesso universal;


 Sistema público de seguro social; e
 Sistema privado.

E é fundamentalmente necessário considerarmos nessa classificação o reflexo e a


representação de valores de acordo com a forma com que uma determinada sociedade, neste
caso o governo de um certo País considera a vida e os direitos de Saúde dos seus Cidadão
para se implementar no seu território.
3.1. Sistema Público de Acesso Universal
Este modelo de financiamento é público, realizado por meio de tributos pagos pela população
e colectados pelo Estado, que podem ser directos ou indirectos, nacionais ou locais, com
destinação previamente definida ou não.
A organização ou administração do sistema é pública é efectuada directamente pelo Estado,
ao nível central ou provincial onde o acesso é a cidadania ou moradia, no que possibilita a
cobertura universal. A provisão de serviços é exclusivamente pública ou por meio de um mix
público-privado gerenciado pelo Estado e quando a provisão é exclusivamente pública, a
forma mais comum de pagamento aos serviços é a alocação de orçamentos globais. Em
países que adoptaram a separação das funções de financiamento e de provisão introduzindo

4
esquemas de contratualização, a alocação de recursos passou a ser relacionada a metas de
produção.
Muitos países em vias de desenvolvimento que alguns o grupo ira destacar adoptaram o
sistema de provisão exclusivamente ou quase exclusivamente público como: Moçambique,
Angola e São Tomé e Príncipe. Exemplos de países que adoptaram o sistema de provisão por
meio de um mix público-privado: Espanha, Itália, Portugal.
3.2. Sistemas de Seguro Social
Neste sistema o financiamento é compulsório, realizado por meio de contribuição sobre as
folhas de pagamento das empresas e vinculado ao salário dos empregados. A organização do
sistema é pública ou semipúblico, realizada por meio de fundo único ou múltiplo e fundo de
escolha livre ou não.
O acesso é o benefício como contrapartida ao pagamento da contribuição. Nos países de
renda alta de seguro social, a cobertura é ampliada até aproximar-se da cobertura universal. E
a provisão de serviços pode ser pública ou um mix público-privado, a componente público
pode ser pago por orçamentos globais ou por produção e o componente privado é contratado
e, em geral, pago por produção.
3.3 Sistemas Privados
Para os sistemas de financiamento privados, geralmente o pagamento é realizado por meio de
pagamento directo ao provedor e/ou ainda por meio de seguro privado voluntário. Em geral,
nesses sistemas há programas de financiamento público dirigidos a grupos de pessoas
específicos (pobres ou idosos).
O acesso é definido pela capacidade de pagamento e por programas públicos específicos, de
acordo com critérios específicos. A organização do sistema possui cobertura realizada por
diferentes tipos ou arranjos de seguros privados, com sector público fragmentado e recortado
por programas.
Nestes sistemas, a prestação de serviços é realizada principalmente pelo sector privado; nos
programas com componente médico-assistencial, o Estado contrata principalmente o sector
privado. Embora seja possível identificarmos os três tipos sistemas, na prática a maior parte
dos países apresenta um tipo dominante e algum componente dos outros tipos, de forma
minoritária ou local.
Pais como Moçambique, e outros em via de desenvolvimento, procura-se conseguir o acesso
universal e gratuito aos serviços básicos de saúde centralmente planeados segundo normas
estritas, com o objectivo de prestar serviços de qualidade uniforme em todas as partes do Pais

5
3.4.Sistemas de Saúde em Moçambique

O sistema de saúde em Moçambique é composto pelo sector público e pelo sector privado,
não lucrativo e com fins lucrativos. Destes até agora, o sector público que é o Serviço
Nacional de Saúde (SNS) constitui o principal prestador de serviços de saúde à escala
nacional.
De acordo com essa lógica “A Política Nacional de Saúde de Moçambique está baseada nos
princípios dos cuidados primários, na igualdade e na melhoria da qualidade dos serviços. O
sistema de saúde composto pelo sector público em parceria com o sector privado atende a
apenas cerca de 60% da população. Devido a esse quadro, e levando em conta as condições
de vida precária a que parte considerável da população está sujeita, os índices de mortalidade
infantil são elevados” (Ferreira et al. 2014).

3.5. Sistemas de Saúde em Angola

A saúde em Angola está assegurada como direito, através do Sistema Nacional de Saúde
aprovado em 1992, com princípios de universalidade de acesso,integralidade da atenção e
equidade, visando a gestão descentralizada e participativa. Assim, a saúde universal e integral
é um direito da população e compete ao Estado assegurar este direito.
A política nacional de saúde integra 3 setores, ou seja, o setor público, o setor privado e o
setor da medicina tradicional:
O setor público inclui o Sistema Nacional de Saúde (SNS),os serviços das Forças Armadas
Angolanas (FAA) e Ministério do Interior (MINT), e empresas públicas como a Sociedade
Nacional de Combustíveis de Angola (SONANGOL) e a Empresa Nacional de Diamantes de
Angola (ENDIAMA). Esse setor permanece como o principal prestador no âmbito nacional e
partilha de muitas dificuldades comuns, resultando na prestação do atendimento sem a
capacidade e qualidade desejada na maioria das situações.
O setor privado é um dos mais competitivos e cresce cada vez mais e o investimento com a
abertura da economia do Mercado está voltado para esse setor, mesmo as unidades
hospitalares com parceria público-privado que detêm uma cota do orçamento do Estado, os
preços são exorbitantes.
O setor da medicina tradicional é a medicina conhecida como alternativa e está muito
presente no país. Trata-se de um tipo de medicina com assistência à base de medicamentos de
origem vegetal como ervas, árvores, folhas de árvores, e de origem animal, onde todos os
elementos com fins terapêuticos são proporcionados pela natureza. Atualmente, este setor

6
ganhou visibilidade em razão das evidências que revelam que grande parte das pessoas que
recorrem a ela tem melhorias significativas.

3.6.Sistemas de Saúde em São Tomé

O Sistema de Saúde em Tomé e Príncipes está organizado em três sub-sistemas, digamos


assim: o sub-sistema formal, o sub-sistema semi-formal e o sub-sistema informal.
O sub-sistema formal corresponde aos serviços de saúde no sentido convencional, que
assenta no paradigma da Medicina Cientifica ou Biomedicina. É o sistema oficial do Serviço
Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe. Este sub-sistema inclui não só os médicos de
vários tipos de especialidades, mas também as profissões paramédicas reconhecidas, tais
como os enfermeiros, parteiras e fisioterapeuta, etc.
A saúde em São Tomé e Príncipe (STP) enfrenta sérios problemas de natureza estrutural,
agravados por um contexto de pobreza generalizada, carência de estruturas básicas de
saneamento e água potável. O mesmo sistema replica ao seu nível e nas diversas instâncias a
carência de recursos humanos com competências de gestão, as deficiências de
governabilidade politica, que determina a mudança frequente dos governos e ministros, e
acaba por agravar a situação, impossibilitando a constituição de um património de memória
do sistema que impeça a repetição de erros (Freitas, at.al.2010).
O sistema semi-formal de saúde desempenha um papel fundamental nos cuidados de saúde
em São Tomé e Príncipe. designado localmente como Medicina Tradicional, serve
efetivamente uma boa parte da população que a ele recorre frequentemente em primeiro lugar
quando necessita de assistência na doença.

7
sub-sistema informal , neste processo de profissionalização dos médicos tradicionais
sãotomenses é o facto de se constituírem como um grupo autónomoque coexiste com um
grupo dos medicos convencionais e que cada um destes grupos reconhece-se informalmente e
chega mesmo a cooperar, respeitando e aceitando o campo profissional, digamos assim, de
cada um.
3.7.Estrutura Administrativa e Nivel de Atenção em Saúde
Moçambique Angola São Tomé
Nível de Tipo de Unidade Sanitária
atenção
 Posto de saúde,  Postos de
 Centro de saúde rural (tipo Saúde,
I,II,III),  Posto Saúde I,II  Centros de
Primária  Centro de saúde rural com  Centro de Saúde Saúde
maternidade/Hospital  Centro de saúde de  Postos
distrital Referencia/Hospital Comunitários
 Centro de saúde urbano de Saúde
Secundária Hospital (rurais, gerais) Hospitais Gerais Hospitais Centrais
Terciária Hospitais Provinciais Hospitais Centrais
Quaternári Hospitais Centrais
a Hospitais Psiquiátricos

3.1.1Pobreza
Ao defender a saúde como produção social, a Saúde Colectiva tem destacado a determinação
social como base para a compreensão dos processos saúde doença, as condições de saúde da
população estão imbricadas à questão social, reflectindo as condições de vida e revelando em
que medida o Estado apresenta-se (ou não) implicado no enfrentamento dessas questões
(Oliveira 2013 pag 24).
As relações entre pobreza e saúde podem ser percebidas no dia a dia da vida da sociedade e
evidenciadas nos serviços de saúde. Por estarem historicamente e estruturalmente forjadas na
sociedade, a pobreza e as desigualdades constituem faces de um contexto social perverso,
estando implicadas no campo da saúde.
Segundo (Barreto 2017), mesmo com o avanço das tecnologias de saúde, não se tem
observado a mesma correspondência na melhoria das condições de saúde das populações,
principalmente quando estas são estratificadas por áreas geográficas, grupos sociais ou
étnicos; afirmando ainda que, “não por acaso, os países pobres apresentam condições de
saúde sempre piores quando comparadas aos que são ricos”.

8
Assim, consideramos que a pobreza se impõe como realidade e como desafio ao processo de
cuidado de saúde, seja para os usuários de saúde que vivem diariamente nessa situação e que
trazem em seus corpos e subjectividades as marcas de uma vida atravessada pelo sofrimento
social; seja pelos profissionais que são afectados por ela, pelas difíceis condições de trabalho,
seja mesmo porque se sentem impotentes diante da grandeza que a dimensão social impõe.

3.1.2.Gestão Sanitária

Gestão Sanitária integra os conceitos vinculados à gestão de organizações de saúde para


promover a tomada de decisões acertadas com uma visão estratégica, promovendo, desta
forma, uma melhoria na entrega de serviços de qualidade aos usuários. O objetivo para o qual
a gestão sanitária foca as suas ações é que todos tenham acesso pleno ao sistema público de
saúde. Mas não só isso, mas procura-se que o paciente usufrua de uma ótima qualidade de
serviço, com um tempo de resposta curto e o custo mínimo para isso, deve-se seguir um
caminho planeado e estudado pelo gestor de saúde.
O Financiamento do sector de saúde é através do Orçamento do Estado, com o apoio dos
doadores e os seus fundos comuns como complementares aos esforços do próprio governo. O
Estado e os seus vários departamentos do Sistema de saúde são ao mesmo tempo
fornecedores (vendedores) de bens e serviços e consumidores (compradores) e, portanto, nas
Contas Nacionais de Saúde, uma unidade, por exemplo um hospital, pode figurar ao mesmo
tempo como entidade financiadora (vendedora) e entidade prestadora de serviços
(compradora) (Anon,2011).
Com a introdução de novos sistemas de Gestão das Finanças Publicas em Moçambique
(GFP), ou seja, o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE) e a
descentralização, na esteira da reforma do sector publico, foram introduzidas formas mais
eficientes e harmonizadas de gestão do fluxo de recursos para o sector da saúde e para as suas
diversas unidades e serviços territoriais e funcionais.
Os principais desafios relacionam-se em princípio, com a gestão eficaz, eficiente,
transparente e responsável dos seus recursos mais que com qualquer outro factor. Um estudo
recente feito corrobora esta conclusão do ponto de vista das aquisições e contratações no
sector público (Weimer & Macuane, 2011).
O crescimento económico é indispensável às realizações nos campos da saúde e da educação
os governos influenciam a saúde através de políticas como as de educação e de saneamento,
regulando ainda o próprio sistema de saúde e os recursos que o alimentam, tanto a prestação

9
de serviços de saúde como o próprio nível desta, sendo, assim, possível considerar factores
que agem na procura e na oferta de saúde (ZUCCHI, del NERO, MALIK).
O grupo considera enorme dependência do financiamento externo do sector de saude tem
fragmentado o sector e tido efeitos negativos na sua sustentabilidade. Portanto, e urgente
abordar a questao do financiamento do sector da saude, procurando nao so formas e
modalidades suaves de reduzir a dependencia dos doadores, por exemplo, atraves de estudos
sobre financiamento e gastos no sector de saúde. Outro tipo de trabalho é a análise econômica
de bens e serviços específicos, como, a análise do custo-efetividade de medicamento, ou da
viabilidade econômico-financeira de uma nova tecnologia médica. Todos esses trabalhos
demonstram o potencial do conhecimento econômico aplicado à saúde.
3.1.4.Igualdade e saúde
Todos os aspectos da governação e da economia têm a capacidade de afectar a saúde e a
igualdade na saúde finanças, educação, habitação, emprego, transportes, apenas para
mencionar alguns deles. a acção concertada em todo o governo, a todos os níveis, é essencial
para a melhoria da igualdade na saúde. (Kickbusch, 2007).
A igualdade na saúde é um problema para todos os países e é significativamente afectada pela
economia global e os sistemas políticos. A saúde deficiente dos pobres, a degradação social
na saúde dentro dos países e a desigualdades profundas entre países são provocadas pela
distribuição desigual de poder, rendimentos, bens e serviços, nas escalas nacionais e global, a
consequente injustiça nas circunstâncias visíveis e imediatas da população o seu acesso a
cuidados de saúde, escolas e educação, as suas condições laborais e recreativas, os seus lares,
comunidades, vilas e cidades e as suas hipóteses de usufruir de uma vida próspera.
A saúde é o denominador comum de diferentes sectores e agentes quer se trate de uma
comunidade local que concebe um plano de saúde para os seus membros (Dar es Salaam
Programa Cidade Saudável da República Unida da Tanzânia) ou o envolvimento da
totalidade de uma comunidade no planeamento de espaços que promovam o trânsito pedonal
e cicloviário (Healthy by Design, Victoria, Austrália) (Mercado et al., 2007).
O sector de saúde é em si, é um espaço adequado para o início do estabelecimento dos apoios
e estruturas que encorajam a acção sobre os determinantes sociais da saúde e a igualdade na
saúde. Tal requer uma liderança sólida por parte dos países em vias de desenvolvimentos,
com o apoio da OMS.
Consideramos como grupo que tornar a saúde e a igualdade na saúde constitui uma estratégia
politicamente desafiante, mas que é necessária à escala Nacional nos países em via de
desenvolvimento e transcender a acção governamental para envolver a sociedade civil e os

10
sectores privado e ate os agentes comunitários de Saúde é um passo vital na acção para a
igualdade na saúde.
3.1.5.Economia Sanitária
Campos (1985) afirma que a economia da saúde "não é um mero saco de ferramentas; antes é
um modo de pensar que tem haver com a consciência da escassez, a imperiosidade das
escolhas e a necessidade de elas serem precedidas da avaliação dos custos e das
consequências das alternativas possíveis, com vista a melhorar a repartição final dos
recursos".
A abrangência da economia da saúde atinge todos os aspectos formais do que constitui a vida
económica do sector saúde de uma determinada região. A partir de questões amplas de
política governamental, chega a detalhes técnicos específicos a uma dada situação suas
análises contribuem para que as pessoas possam viver vidas mais longas e saudáveis ao
possibilitar maior acesso aos serviços de saúde, a contribuição deste ramo da saúde
transforma os investimentos em melhores condições de saúde, estabelecendo assim a base
para o crescimento económico futuro.
Uma das mais importantes áreas de interesse da economia da saúde é o estudo da função
distributiva dos sistemas de saúde. Daí os trabalhos sobre as desigualdades existentes nos
serviços de saúde, tendo em vista a equidade possível. A equidade em saúde é um tema muito
discutido; em geral conota equidade de acesso aos serviços, mas atinge desde equidade
geográfica a equidade por classe social, por faixa etária ou grupo sociocultural, até a equidade de
utilização e a equidade de resultados terapêuticos. Os trabalhos nessa área têm orientado a
definição de políticas e prioridades de saúde de muitas regiões e países.
Como consequência, os custos dos serviços estão fora de controle, sendo difícil medir
benefícios, mesmo a partir de programas específicos. os incentivos direccionam-se à
especialização; o governo premia procedimentos de alto custo com programas especiais e
remuneração diferenciada.
O grupo salienta que é importante sublinhar o papel da economia para o estudo da dinâmica
do mercado de serviços de saúde. A economia da saúde lança mão da colaboração
multidisciplinar para entender o significado das necessidades de serviços de saúde e as
relações entre oferta e demanda e a responsabilidade do governo quando se trata do uso
racional dos recursos públicos investidos em saúde. Isto quer dizer destinar recursos de forma
a se obterem resultados positivos nos indicadores de saúde seleccionados para medir o
impacto das políticas e programas públicos.

11
4.Considerações finais

Neste trabalho vimos os sistemas de saúde e nos Países em vias desenvolvimento


especificamente em Moçambique,Angola e São Tome e Principe que, por um lado, apresenta
um crescimento econômico importante, mas, por outro, onde as condições de vida e de saúde
das populações são cada vez mais precárias e a melhoria de sua saúde continua a ser uma
meta difícil de ser atingida, neste paises o governo tem implementado as politcas de sáude em
que o estado passo oferecer este servicços de forma abragente e acesso universal.As relações
entre pobreza e saúde são percebidas no cotidiano da sociedade , constituindo faces das
desigualdades de um contexto social perverso nas zonas rurais e as cidades e entre os ricos e
os pobres. Considerando, portanto, que os modernos sistemas de saúde são o resultado da
complexaninteração de processos econômicos.Portanto, a Atenção Primária à Saúde como
modelo de cuidado diferenciado, reitera-se sua relação com a dimensão social, uma vez que
já se fazem sentir os impactos do desmonte das políticas sociais na saúde da população
atravez da boa gestão nas unidades de Saúde

12
5.Referencias Bibliográficas

Barreto ML. Desigualdades em Saúde: uma perspectiva global. Cien Saude Colet 2017;
22(7):2097-2108.
CAMPOS, A.F.C. Disciplina autônoma de economia da saúde. Lisboa: Escola Nacional de
Saúde Pública, 1985. mimeo
WHO – WORLD HEALTH ORGANIZATION. The World Health Report:Health Systems –
Improving Performance. Genebra: World Health Organization, 2000.
Oliveira MJI, Santo EE. A relação entre os determinantes sociais da saúde e a questão social.
Cad Saúde Desenvolv 2013; 2(2):7-24.
ZUCCHI, Paola, del NERO, Carlos, MALIK, Ana Maria (2000) - Gastos em saúde: os
factores que agem na demanda e na oferta dos serviços de saúde. Saúde e Sociedade . Vol.9,
nº1.

13

Você também pode gostar