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Índice
Introdução............................................................................................................................. 3
Objectivos............................................................................................................................. 3
Metodologia.......................................................................................................................... 3
Conclusão ............................................................................................................................. 8
Referencias Bibliográficas..................................................................................................... 9
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Introdução
Há vários anos que é recorrente o governo de Moçambique, através da sua força policial,
limitar ilegalmente o exercício do direito à manifestação pacífica pelos cidadãos ou diferentes
grupos sociais, por violação dos seus direitos e interesses legalmente reconhecidos ou contra
a má gestão da coisa pública. A manifestação do tipo marcha na via pública é praticamente a
mais temida pela Administração Pública. A intervenção da Polícia da República de
Moçambique (PRM) para impedir o exercício do direito a manifestação pacífica e livre tem
sido caracterizado por detecções arbitrárias, agressão física, baleamentos, tortura e outros
maus tractos que consubstanciam violação dos direitos humanos, para além de argumentos
falaciosos de que a manifestação não foi autorizada.
Perante esta situação, é curioso e notório a injustificada inércia das instituições de justiça
relevantes nesta matéria, o que é problemático, preocupante, na medida em que perpetua a
impunidade das autoridades policiais e civis que violam o direito à liberdade de reunião e
manifestação e outros direitos humanos neste contexto.
Objectivos
Geral:
Descrever os critérios utilizados pelo direito a liberdade de reunião e manifestação: o caso
de Moçambique.
Específicos:
Compreender as limitações à Liberdade de Reunião e de Manifestação;
Identificar as principais limitações à Liberdade de Reunião e de Manifestação.
Metodologia
A metodologia usada para a elaboração do presente trabalho foi com base na pesquisa
documental e consulta de forma censurada e sucinta de algumas obras que abordam sobre o
assunto. Quanto a estrutura o trabalho é regido de regras da ISCED, medidas vigentes tais
como: introdução, desenvolvimento, conclusão e referencias bibliográficas que esta presente
no final do trabalho.
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O exercício do direito à manifestação está regulado na Lei n.º 9/91, de 18 de Julho (Lei das
Manifestações) e na Lei n.º 2/2001, de 7 de Julho que altera alguns artigos da Lei das
Manifestações.
“A manifestação tem por finalidade a expressão pública de uma vontade sobre assuntos
políticos e sociais, de interesse público ou outros.” É o que dispõe o n.º 3 do artigo 2 da Lei
das Manifestações. Trata-se, pois, de exercício de um direito que serve como um meio de
supervisão da Administração Pública ou da actividade do Estado pelo cidadão e é exercida
nos processos de planeamento, acompanhamento, monitoramento e avaliação das acções de
gestão pública e na execução das políticas e programas públicos, visando o aperfeiçoamento
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Nos termos do n.º 1 do artigo 3 da Lei das Manifestações; “Todos os cidadãos podem,
pacífica e livremente, exercer o seu direito de reunião e de manifestação sem dependência de
qualquer autorização nos termos da lei.” Desta disposição resulta clara e expressamente que a
manifestação não carece de qualquer autorização. O que significa que não há necessidade de
formular pedido para realização da manifestação à nenhuma autoridade pública ou privada.
Todavia, aqueles que pretendem realizar manifestação do tipo marcha, desfile ou cortejo em
lugares públicos ou abertos ao público devem informar nesse sentido, avisando ou
comunicando, por escrito, essa pretensão com antecedência mínima de quatro dias úteis, as
autoridades civis e policiais da área em questão. É o que determina o n.º 1 do artigo 10 da Lei
das Manifestações. Cumpridas essas formalidades, que também são questionáveis à luz das
garantias constitucionais dos direitos e liberdades fundamentais, as autoridades civis e
policiais devem garantir o livre exercício da manifestação pacífica e não procurar artimanhas
sem cobertura legal para impedir, a todo o custo, a realização da manifestação. (Vide artigo 8
da Lei das Manifestações).
obrigação de “avisar” as autoridades competentes ou, em certos casos, de obter junto delas
uma licença prévia ao exercício do direito de reunião (Correia, 2006).
Também deve ser aplicado o princípio da precedência das “medidas menos ablativas”, que
não está previsto na lei das reuniões, mas que faz parte das regras de actuação policial em
geral. Assim, as forças policiais devem, na sua actuação ligada a reuniões (e manifestações)
públicas, dar preferência a uma ingerência menos ablativa quando esta se revele igualmente
adequada a atingir o fim legal em vista (Guys, 2002).
Conclusão
Os direitos de reunião e de manifestação suscitam muitas questões jurídicas importantes e de
difícil resposta. Por se tratar de uma figura central do Estado de direito democrático, o direito
de reunião e de manifestação deve merecer a maior atenção por parte dos estudiosos e
práticos do direito para que os direitos e liberdades subjacentes sejam devidamente
conciliados com outros direitos e liberdades de cada um, de grupos sociais e da sociedade em
geral. Por se estar no domínio dos direitos e liberdades fundamentais, a actuação das forças
policiais encarregadas de salvaguardar a ordem e a segurança públicas deve também ser clara
e transparente, para que as restrições sejam legais e reduzidas ao mínimo indispensável.
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Referencias Bibliográficas
Baumler, Helmut. (1986), Para uma “Lei das Reuniões e Manifestações em Lugares
Públicos ou Abertos ao Público. Juristen Zeitung.
Sousa, António Francisco de. (2009), Direito de Reunião e de Manifestação. Quid Juris:
Lisboa.