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Versão consolidada, com alterações até o dia 30/11/2021

LEI ORGÂNICA

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE ORLÂNDIA.

TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 1º O Município de Orlândia, integrante da República Federativa do Brasil, com autonomia politico-
administrativa-financeira, rege-se por esta Lei Orgânica, atendidos os princípios estabelecidos na
Constituição da República e na Constituição do Estado de São Paulo.

Art. 2º A Lei Orgânica do Município, no âmbito das competências locais, é de hierarquia superior,
devendo todos os atos e normas municipais atenderem aos seus termos.

Art. 3º É mantido o atual território do Município e seus limites só podem ser alterados, na forma
estabelecida na Constituição Federal.

Parágrafo único. A criação, organização e supressão de distritos compete ao Município, observada a


legislação estadual.

Art. 4º São símbolos do Município de Orlândia, o Brasão de Armas, a Bandeira do Município, o Hino de
Orlândia e outros estabelecidos em lei municipal.

CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO

Art. 5ºAo Município compete dispor sobre assuntos de interesse local, cabendo-lhe, entre outras, as
seguintes atribuições:

I - organizar-se administrativamente, observadas as legislações federal e estadual pertinentes;

II - decretar suas leis e expedir decretos e atos relativos aos assuntos de seu peculiar interesse;

III - adquirir, alienar e doar os seus bens, bem como aceitar doações, legados e heranças, sem
encargos, e dispor sobre sua administração e utilização;

IV - desapropriar por necessidade ou utilidade pública e por interesse social, áreas e imóveis, visando
sempre ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus
habitantes;
V - elaborar o orçamento, prevendo a receita e fixando a despesa, com base em planejamento
adequado;

VI - instituir e arrecadar tributos de sua competência e fixar as tarifas dos serviços municipais,
inclusive os de transporte coletivo e de táxis;

VII - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos;

VIII - elaborar o seu Plano Diretor e o seu desenvolvimento integrado;

IX - promover o adequado ordenamento territorial, estabelecendo normas de edificação, de


loteamento, de zoneamento urbano e de arruamento, bem como as diretrizes urbanísticas convenientes
de seu território;

X - estabelecer as servidões administrativas necessárias à realização de seus serviços;

XI - regulamentar a utilização dos logradouros públicos e especialmente no perímetro urbano;

a) prover sobre o transporte urbano, que poderá ser operado pelo próprio Município ou através de
concessão ou permissão, fixando o itinerário, os pontos de parada, horários e as respectivas tarifas;
b) prover sobre o transporte individual de passageiros fixando os locais de estacionamento e as tarifas
respectivas;
c) fixar e sinalizar os locais de estacionamento de veículos, os limites das "zonas de silêncio" e de
trânsito e tráfego em condições especiais;
d) disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar tonelagem máxima permitida a veículos que
circulem em vias públicas municipais;
e) disciplinar a execução dos serviços e atividades neles desenvolvidas;

XII - sinalizar as vias públicas e as estradas municipais bem como regulamentar e fiscalizar a sua
utilização;

XIII - dispor sobre a limpeza dos logradouros públicos, das vias públicas, remoção, destino e
fiscalização do lixo domiciliar, hospitalar e de outros resíduos de qualquer natureza;

XIV - conceder licença ou autorização para abertura e funcionamento dos estabelecimentos


comerciais, industriais e outros, manter serviços de permanente fiscalização dos mesmos e cassar os
respectivos alvarás dos que se tornarem nocivos ou inconvenientes a saúde, a higiene e ao bem estar
públicos ou aos bons costumes, observadas as normas federais e estaduais pertinentes;

XV - estabelecer, respeitada a legislação do trabalho, as condições e horários de funcionamento dos


estabelecimentos comerciais, industriais e similares;

XVI - dispor sobre o serviço funerário e cemitério, encarregando-se da administração daqueles que
forem públicos e fiscalizando os pertencentes a entidades privadas;

XVII - regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixação de cartazes, anúncios, emblemas e quaisquer


outros meios de publicidade e propaganda, em locais públicos e particulares do Município;

XVIII - regulamentar, autorizar e fiscalizar os jogos esportivos, os espetáculos e divertimentos públicos


sujeitos ao poder de polícia do Município;

XIX - dispor sobre registro, vacinação, captura e destino de animais, com o fim de prevenir e erradicar
a hidrofobia e outras moléstias de que possam ser portadores ou transmissores;

XX - dispor sobre o depósito e destino de animais e mercadorias apreendidas em decorrência de


transgressão de legislação municipal;

XXI - constituir guarda municipal destinada à proteção das instalações, bens e serviços municipais,
conforme dispuser a lei;

XXII - prover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação


fiscalizadora Federal e Estadual;

XXIII - prover e incentivar o turismo local como fator de desenvolvimento social e econômico;

XXIV - instituir regime jurídico único para os servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações, bem como planos de carreira;

XXV - dispor sobre os serviços públicos em geral, regulamentando-os, inclusive os de caráter ou de


uso coletivo, como os de água e esgoto, gás, luz e energia elétrica, estabelecendo os respectivos
processos de instalação e consumo do Município;

XXVI - estabelecer penalidades, dispondo sobre a competência das autoridades com poder de aplicá-
las, por infrações às leis e regulamentos municipais.

Art. 6º Compete, ainda, ao Município, concorrente ou supletivamente com a União e o Estado:

I - zelar pela guarda e aplicação da Constituição Federal, Estadual, da Lei Orgânica do Município, das
Leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;

II - prestar serviços de atendimento a saúde da população, a assistência pública, a proteção e garantia


das pessoas portadoras de deficiência de qualquer natureza;

III - manter programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental, bem como cuidar da
educação de pessoas portadoras de deficiência de qualquer natureza;

IV - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os


monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

V - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor


histórico, artístico e cultural;

VI - proporcionar os meios de acesso à cultura, a educação, a ciência e ao desporto;

VII - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VIII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

IX - fomentar a produção agropecuária e a industrial e organizar o abastecimento alimentar;

X - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de


saneamento básico;

XI - prover sobre a prevenção e os serviços de incêndio, busca, salvamento e auxílio à comunidade;


XII - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração dos
setores desfavorecidos;

XIII - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos


hídricos e minerais em seu território.

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES

CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO

Seção I
Da Câmara de Vereadores

Art. 7º O Poder Legislativo é exercido pela Câmara de Vereadores de Orlândia, composta por
representantes do povo, eleitos no Município em pleito direto, pelo sistema de voto, para um mandato de
quatro anos.

Art. 8º O número de vereadores será, quando for o caso, fixado no último ano de cada legislatura para
vigorar na seguinte, baseado na população do ano anterior, observados os seguintes limites:

I - até 10.000 habitantes: 9 vereadores;

II - de 10.001 a 40.000 habitantes: 11 vereadores;

III - de 40.001 a 100.000 habitantes: 13 vereadores;

IV - de 10.001 a 200.000 habitantes: 15 vereadores;

V - de 200.001 a 400.000 habitantes: 17 vereadores;

VI - de 400.001 a 1.000.000 habitantes: 21 vereadores;

§ 1º A população, para fim do cálculo do número de vereadores, será a certificada pelo IBGE, como a
efetiva ou a projetada na época considerada.

§ 2º O número de vereadores será fixado nos termos deste artigo por ato da Mesa da Câmara e
comunicado às autoridades competentes.

Seção II
Das Atribuições da Câmara de Vereadores

Art. 9º Cabe à Câmara de Vereadores, com a sanção do Prefeito, dispor sobre todas as matérias de
interesse local, especialmente:

I - legislar sobre tributos municipais, isenções, anistias fiscais, remissão de dívidas e suspensão de
cobrança da dívida ativa;

II - votar o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e os Orçamentos Anuais, bem como autorizar
a abertura de créditos suplementares e especiais;

III - votar, entre outras, as Leis, Diretrizes de Desenvolvimento Urbano, Plano Diretor, Parcelamento
do Solo Urbano ou Expansão Urbana e Ocupação do Solo Urbano e de Expansão Urbana, Código de Obras
e Código de Posturas.

IV - deliberar sobre a obtenção e a concessão de empréstimos e operações de créditos, bem como


sobre a forma e os meios de pagamento;

V - autorizar subvenções;

VI - deliberar sobre a concessão e a permissão de serviços públicos, bem como sobre a concessão de
obras públicas;

VII - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doação sem encargos;

VIII - deliberar sobre a permissão e a concessão de uso e sobre a concessão de direito real de uso de
bens imóveis municipais;

IX - regular o depósito das disponibilidades do município, observando o que estabelece a Constituição


Federal;

X - autorizar a alienação de bens imóveis, vedada a doação sem encargo;

XI - autorizar consórcios com outros municípios e convênios com terceiros;

XII - criar, alterar e extinguir cargos, funções e empregos públicos e fixar a respectiva remuneração, da
Administração Direta e Indireta;

XIII - legislar sobre a atribuição e alteração da denominação de próprios, vias e logradouros públicos;

XIV - estabelecer os critérios para a delimitação do perímetro urbano;

XV - instituir e delimitar as zonas urbanas e de expansão urbana, observando, quando for o caso, a
legislação federal;

Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as deliberações da Câmara de Vereadores são


tomadas por maioria de votos, presente a maioria de seus membros.

Art. 10. Compete exclusivamente à Câmara de Vereadores, entre outras, as seguintes atribuições:

I - eleger sua Mesa Diretora, bem como destituí-la na forma regimental;

II - elaborar o regimento interno;

III - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua renúncia e afastá-los definitivamente do
exercício do cargo;

IV - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Vereadores;

V - organizar e executar os seus serviços administrativos e exercer a polícia administrativa interna;

VI - criar, transformar e extinguir cargos, funções e empregos públicos de seus serviços, fixar os
respectivos vencimentos e nomear, exonerar e demitir servidores;

VII - fixar, para a legislatura subseqüente, a remuneração dos vereadores, do Prefeito e do Vice-
Prefeito, segundo padrões inalteráveis, vedada a instituição de parte variável, tal como as verbas
indenizatórias, admitida, sempre, a atualização monetária;

VIII - criar comissões especiais de inquérito sobre fato determinado que se inclua na competência
municipal, sempre que o requerer pelo menos um terço de seus membros;

IX - solicitar informações ao Prefeito sobre assuntos referentes à administração;

X - convocar aos auxiliares diretos do Prefeito para prestar, pessoalmente, informações sobre matéria
previamente determinada e de sua competência, observando-se o seguinte:

a) é fixado em trinta dias, prorrogável por igual período, desde que solicitado e devidamente
justificado, o prazo para que os responsáveis pelos órgãos da administração direta ou indireta, prestem as
informações e encaminhem os documentos requisitados pelo Poder Legislativo na forma do disposto na
presente lei;
b) o não atendimento ao prazo estipulado na alínea "a" faculta ao Presidente da Comissão solicitar, na
conformidade da legislação federal, a intervenção do Poder Judiciário para fazer cumprir a legislação;

XI - outorgar, pelo voto de, no mínimo, dois terços de seus membros, títulos e honrarias previstos em
lei a pessoas que, reconhecidamente, tenham prestado relevantes serviços ao município;

XII - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito e pela Mesa Diretora em noventa dias após
a apresentação do parecer prévio pela Côrte de Contas competente, observado o seguinte:

a) o parecer prévio só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal;
b) as contas do Município ficarão, durante sessenta dias, anualmente, na Câmara Municipal, na
Prefeitura e nas associações de moradores que as requererem, para exame e apreciação, a disposição de
qualquer pessoa física ou jurídica, que poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei;
c) durante o período referido na alínea anterior, o Presidente da Câmara Municipal e o Prefeito,
respectivamente, designarão servidores habilitados para, em audiências públicas, prestarem
esclarecimentos;
d) publicação, no órgão oficial, do parecer e da resolução que concluírem pela rejeição das contas e
obrigatório encaminhamento ao Ministério Público.

XIII - proceder à tomada de contas do Prefeito, quando não apresentadas no prazo legal;

XIV - estabelecer normas sobre despesas estritamente necessárias com transporte, hospedagem e
alimentação individual e respectiva prestação de contas, quanto a verbas destinadas a vereadores em
missão de representação da Casa;

XV - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder regulamentar.

Seção III
Da Estrutura

São órgãos da Câmara de Vereadores: o Presidente da Câmara, a Mesa Diretora, o Plenário e as


Art. 11.
Comissões.
Subseção I
Do Presidente

Art. 12. Ao Presidente da Câmara de Vereadores, seu representante máximo, cabem, entre outras as
seguintes atribuições:

I - representar a Câmara Municipal em Juízo ou fora dele;

II - dirigir trabalhos legislativos e supervisionar, na forma do Regimento Interno, os trabalhos


administrativos da Câmara Municipal;

III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;

IV - promulgar as decisões da Câmara Municipal, bem como as leis, quando couber;

V - providenciar a publicação das decisões da Câmara Municipal e das leis por ele promulgadas, bem
como dos atos da Mesa Diretora;

VI - declarar extinto o mandato dos vereadores, do Prefeito e do Vice-Prefeito, nos casos que couber,
observado o que estabelece esta Lei Orgânica;

VII - manter a ordem no recinto da Câmara Municipal, podendo solicitar o auxílio da Polícia Militar do
Estado, se necessário para esse fim;

VIII - requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara Municipal quando, por deliberação do
Plenário, não forem processadas e pagas pela Prefeitura, e apresentar ao plenário, até dez dias antes do
término de cada período legislativo, o balancete relativo aos recursos recebidos e as despesas realizadas.

Art. 13. Nos seus impedimentos, o Presidente da Câmara de Vereadores, será substituído,
sucessivamente, pelo Vice-Presidente, pelo Primeiro Secretário e pelo Segundo Secretário.

Parágrafo único. Na falta dos membros da Mesa, assumirá a Presidência da Câmara o vereador mais
votado dentre os presentes.

Art. 14. O Presidente da Câmara ou seu substituto só terá voto:

I - na eleição da mesa;

II - quando a matéria exigir, para sua aprovação, o voto favorável de dois terços dos membros da
Câmara;

III - quando houver empate em qualquer votação no plenário.

Subseção II
Da Mesa Diretora

Art. 15. A Mesa Diretora, órgão diretivo da Câmara de Vereadores, é composta por Presidente, Vice-
Presidente, Primeiro Secretário e Segundo Secretário.

Art. 16. Imediatamente à posse, no primeiro ano da legislatura, sob a presidência do vereador mais
votado, dentre os presentes, os Vereadores reunir-se-ão, estando presente dois terços dos empossados, e
elegerão, por maioria simples e voto secreto, os membros da Mesa Diretora.

§ 1º No caso de empate, considerar-se-á eleito o mais votado na eleição municipal.

§ 2º Os eleitos serão considerados automaticamente empossados.

§ 3º Não havendo o mínimo de vereadores empossados presentes, o vereador que tiver assumido a
direção dos trabalhos permanecerá na presidência e convocará sessões diárias até que seja eleita a Mesa
Diretora.

§ 4º O Presidente da Mesa Diretora é o Presidente da Câmara de Vereadores.

§ 5º As decisões da Mesa Diretora serão tomadas por maioria de votos de seus membros.

O mandato da mesa será de dois anos, proibida a reeleição de qualquer de seus membros para o
Art. 17.
mesmo cargo.

Art. 18. Qualquer componente da Mesa Diretora poderá ser destituído, pelo voto de dois terços dos
membros da Câmara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas funções.

Parágrafo único. O processo de destituição será regulado no Regimento Interno.

Art. 19. Cabem à Mesa Diretora, entre outras, as seguintes atribuições:

I - elaborar e encaminhar ao Prefeito, a proposta orçamentária da Câmara Municipal a ser incluída na


proposta do Município e fazer, mediante ato, a descriminação analítica das dotações respectivas, bem
como alterá-las quando necessário.

II - se a proposta não for encaminhada, será tomado como base o orçamento vigente para a Câmara
Municipal;

III - suplementar, mediante ato, as dotações do orçamento da Câmara Municipal observado o limite
da autorização constante da lei orçamentária, desde que os recursos para sua cobertura sejam
provenientes de anulação total ou parcial de suas dotações.

IV - devolver à Fazenda Municipal, até o dia 31 de dezembro, o saldo do numerário que lhe foi
liberado durante o exercício para a execução do seu orçamento;

V - enviar ao Prefeito, até o dia 31 de março, as contas do exercício anterior;

VI - enviar ao Prefeito, até o dia 10 do mês seguinte, para fim de serem incorporados aos balancetes
do Município, os balancetes financeiros e suas despesas orçamentárias relativos ao mês anterior, quando
a movimentação do numerário para as despesas for feita pela Câmara Municipal.

VII - administrar os recursos organizacionais, humanos, materiais e financeiros da Câmara Municipal;

VIII - designar vereadores para missão de representação da Câmara Municipal, limitando em 3 o


número de representantes, em cada caso.

Subseção III
Do Plenário
Art. 20.O Plenário, órgão máximo de deliberação da Câmara de Vereadores, é composto pelos
vereadores no exercício do mandato.

Parágrafo único. A aprovação ou a rejeição de qualquer das espécies normativas, prevista nos incisos
do artigo 51, cabe exclusivamente ao plenário.

Subseção IV
Das Comissões

Art. 21. As comissões, órgãos internos destinados a estudar, investigar e apresentar conclusões ou
sugestões sobre o que for submetido à sua apreciação poderão ser permanentes ou temporárias.

§ 1º As comissões serão constituídas segundo o regulado no Regimento Interno, a quem também


caberá indicar suas atribuições e seu modo de funcionamento.

§ 2º Na constituição de cada Comissão é assegurada, na medida do possível, a participação


proporcional dos partidos com representação na Câmara Municipal.

§ 3º Serão obrigatórias, no mínimo, as Comissões Permanentes de:

I - Constituição, Justiça e Redação;

II - Orçamento, Finanças e Contabilidade;

III - Obras e Serviços Públicos;

IV - Saúde, Educação, Cultura, Lazer e Turismo;

V - Planejamento, Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo.

Art. 22.As Comissões Permanentes, nas matérias de sua respectiva competência, cabem, entre outras
atribuições:

I - oferecer parecer sobre projetos de lei;

II - realizar audiências públicas com pessoas e entidades privadas;

III - convocar os auxiliares diretos do Prefeito para prestar, pessoalmente, informações sobre matéria
previamente determinada e de sua competência;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou


omissões das autoridades da Administração direta ou indireta do Município, adotando as medidas
pertinentes;

V - colher depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos municipais, distritais e setoriais de desenvolvimento e sobre


eles emitir parecer.

Art. 23. As Comissões Parlamentares de Inquérito serão criadas por ato do Presidente da Câmara
Municipal, mediante requerimento de um terço de seus membros, para apuração, em prazo certo, de
determinado fato da Administração Municipal.

§ 1º A Comissão solicitará ao Presidente da Câmara de Vereadores a convocação de pessoas e a


requisição de documentos de qualquer natureza, inclusive os fonográficos e audiovisuais.

§ 2º A Comissão solicitará ao Presidente da Câmara de Vereadores o encaminhamento das medidas


judiciais adequadas a obtenção de provas que lhe forem sonegadas.

§ 3º A Comissão encerrará seus trabalhos com apresentação de relatório circunstanciado, que será
encaminhado, em dez dias, ao Presidente da Câmara de Vereadores, para que este:

a) de ciência imediata ao plenário;


b) remeta, em cinco dias, cópia de inteiro teor ao Prefeito, quando se tratar de fato relativo ao Poder
Executivo;
c) encaminhe, em cinco dias, ao Ministério Público, cópia de inteiro teor do Relatório, quando este
concluir pela existência de infração de qualquer natureza apurável por iniciativa desse órgão;
d) providencie, em cinco dias, a publicação das conclusões do relatório no órgão oficial, e sendo o
caso, com transcrição do despacho de encaminhamento.

Seção IV
Do Funcionamento

Art. 24.A legislatura, período de funcionamento da Câmara de Vereadores, renova-se a cada quatro
anos, em 1º de janeiro, com a posse dos eleitos.

Art. 25. As sessões legislativas, períodos anuais de reuniões da Câmara de Vereadores, são ordinárias e
extraordinárias.

§ 1º As sessões legislativas ordinárias, compreendendo os períodos legislativos de 15 de fevereiro a


30 de junho e 1º de agosto a 15 de dezembro, instalam-se independentemente de convocação.

§ 2º A sessão legislativa ordinária não será interrompida sem a deliberação dos projetos de lei de
Diretrizes Orçamentárias e da Lei de Orçamento.

Art. 26. As sessões legislativas, extraordinárias, são realizáveis nos períodos de recesso, dependem de
convocação e da natureza relevante e urgente da matéria a deliberar.

§ 1º A sessão legislativa extraordinária poderá ser convocada pelo Prefeito, pelo Presidente da
Câmara de Vereadores ou por requerimento da maioria de seus membros.

§ 2º A convocação será promovida por ofício dirigido ao Presidente da Câmara de Vereadores,


devendo a reunião ocorrer dentro de três dias.

§ 3º O Presidente da Câmara de Vereadores dará conhecimento de convocação extraordinária e da


data de reunião aos Senhores Vereadores em sessão, ou fora dela, mediante, neste último caso,
comunicação pessoal e escrita que lhes será encaminhada conforme previsto no Regimento Interno.

§ 4º Durante a sessão legislativa extraordinária, a Câmara de Vereadores somente deliberará sobre a


matéria para a qual convocada.

Art. 27. A Câmara de Vereadores durante as sessões legislativas, reunir-se-á ordinária, extraordinária e
solenemente, conforme dispuser seu Regimento Interno.

§ 1º As reuniões ordinárias, realizáveis nos dias e hora indicados no Regimento Interno, independem
de convocação.

§ 2º As reuniões extraordinárias e solenes, realizáveis fora do estabelecido no parágrafo anterior,


serão convocadas, em reunião ou fora dela, pelo Presidente da Câmara de Vereadores, com uma
antecedência mínima de quarenta e oito horas.

§ 3º A convocação de reunião extraordinária ou solene fora de outras reuniões dependerá de


comunicação pessoal e escrita aos vereadores em exercício, com uma antecedência prevista de vinte e
quatro horas.

§ 4º As reuniões da Câmara de Vereadores serão públicas, salvo deliberação em contrário, tomada


pela maioria de dois terços de seus membros, para atender motivo relevante de preservação do decoro
parlamentar ou para outorga de honrarias, e realizáveis no recinto destinado ao seu funcionamento.

§ 5º Por motivo de interesse público devidamente justificado, as reuniões da Câmara de Vereadores


poderão ser realizadas em outro recinto, designado em ato da Mesa da Câmara e publicado, no mínimo,
três dias antes da reunião.

§ 6º As reuniões solenes poderão ser realizadas em qualquer recinto.

§ 7º As reuniões da Câmara de Vereadores, salvo as solenes, somente serão abertas com a presença
mínima de um terço dos seus membros e só deliberará com a presença da maioria absoluta.

§ 8º Considera-se presente o vereador que assinar a lista de presença e participar dos trabalhos do
Plenário e das votações.

Seção V
Dos Vereadores

Art. 28. Os vereadores são membros da Câmara Municipal.

Subseção I
Da Posse

Art. 29. Os vereadores, qualquer que seja seu número, tomarão posse no dia 1º de janeiro do primeiro
ano de cada legislatura, em sessão solene presidida pelo vereador mais votado entre os presentes, e
prestarão o compromisso de bem cumprir o mandato e de respeitar a Constituição e as leis do País.

§ 1º O vereador não tomará posse se não:

I - se desincompatibilizar;

II - apresentar, à Presidência da Sessão de Posse, sua declaração de bens.

Subseção II
Do Exercício e da Interrupção do Mandato
Art. 30. O vereador entrará no exercício do mandato imediata e automaticamente após a posse.

Art. 31. O exercício do mandato será interrompido em razão da vacância ou da licença do vereador.

§ 1º Dar-se-á a vacância ou a extinção do mandato do vereador.

§ 2º Dar-se-á licença nos casos de:

I - doença devidamente comprovada;

II - desempenho de missões de caráter cultural ou de interesse do Município;

III - interesse particular, por prazo determinado, nunca inferior a trinta dias, vetado o retorno antes do
término da licença;

IV - adoção, maternidade e paternidade conforme dispuser a lei.

V - nomeação para o cargo de Auxiliar direto do Prefeito.

Subseção III
Dos Direitos e Deveres

Art. 32. São, entre outros, direitos do vereador:

I - a inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos, no exercício do mandato e na circunscrição do


Município;

II - no exercício de seu mandato, o vereador terá livre acesso às repartições públicas, podendo
diligenciar pessoalmente junto aos órgãos da administração direta e devendo ser atendido pelos
respectivos responsáveis, na forma da lei;

III - Os vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram ou delas receberam
informações;

IV - remuneração mensal condigna;

V - licença nos termos do Parágrafo 2º, artigo 31, desta lei.

Art. 33. São, entre outros, deveres do vereador:

I - respeitar, defender e cumprir as constituições Federal e Estadual e as leis;

II - agir com respeito ao Executivo e ao Legislativo, colaborando para o bom desempenho de cada um
desses Poderes;

III - representar a comunidade comparecendo às reuniões, trajado nos termos do Regimento Interno,
e participar dos trabalhos de Plenário e das votações dos trabalhos da Mesa Diretora e das comissões
quando eleito para integrar esses órgãos;
IV - usar suas prerrogativas exclusivamente para atender ao interesse público;

V - residir no município, salvo quando o Distrito em que reside for emancipado durante o exercício de
seu mandato.

Subseção IV
Das Incompatibilidades

Art. 34. O vereador não poderá:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de
economia mista, empresa concessionária ou permissionária de serviço público municipal, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:

a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função que seja demissível "ad nutum" nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Subseção V
Da Remuneração

Art. 35. Os vereadores farão jus a uma remuneração mensal condigna, fixada no fim da legislatura e até
trinta dias anteriores às eleições municipais para vigorar na que lhe é subseqüente, de, no máximo, igual
a quatro vezes o menor salário do servidor público municipal.

§ 1º A fixação será veiculada por decreto legislativo aprovado pelo Plenário da Câmara de Vereadores.

§ 2º O vereador licenciado nos termos dos incisos I, II e IV do § 2º, do artigo 31, fará jus a sua
remuneração.

§ 3º O vereador licenciado nos termos do inciso V, do § 2º, do artigo 31, poderá optar pela sua
remuneração.

§ 4º O vereador que até noventa dias antes do término de seu mandato não apresentar ao Presidente
da Câmara declaração de bens atualizada não perceberá a correspondente remuneração.

Subseção VI
Da Responsabilidade

Art. 36.O vereador, observado o que estabelece o artigo 32 desta lei, pela prática de contravenções
penais, crimes comuns e infrações político-administrativas, será processado, julgado e apenado em
processos independentes.

Art. 37. As contravenções e os crimes serão julgados pela justiça comum e as infrações político-
administrativas pela Câmara de Vereadores.

Subseção VII
Da Extinção do Mandato

Art. 38. Extingue-se o mandato do vereador e assim será declarado pelo Presidente da Câmara Municipal
quando:

I - ocorrer o falecimento;

II - ocorrer a renúncia expressa ao mandato;

III - for condenado por crime funcional ou eleitoral, em sentença definitiva e irrecorrível;

IV - incidir nos impedimentos para o exercício do mandato e não se desincompatibilizar até a posse e
nos casos supervenientes do prazo de quinze dias contados do recebimento da notificação para isso
promovida pelo Presidente da Câmara de Vereadores;

V - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, a terça parte das sessões ordinárias da casa,
salvo licença ou missão por esta autorizado;

VI - não tomar posse, salvo motivo devidamente justificado e aceito pela Câmara de Vereadores, na
data marcada;

VII - quando Presidente da Câmara, substituir ou suceder o Prefeito nos casos de impedimento ou
vaga.

§ 1º Considera-se formalizada a renúncia e por conseguinte como tendo produzido todos os seus
efeitos para fins deste artigo quando protocolada nos serviços administrativos da Câmara de Vereadores.

§ 2º Ocorrido e comprovado o ato ou o fato extintivo, o Presidente da Câmara de Vereadores, na


primeira reunião, o comunicará ao Plenário, fazendo constar da ata a declaração da extinção do mandato,
e convocará o respectivo suplente.

§ 3º Se o Presidente da Câmara de Vereadores omitir-se nas providências consignadas no parágrafo


anterior, o suplente de vereador interessado poderá requerer a declaração da extinção do mandato.

§ 4º Na hipótese do inciso VII, a declaração de extinção caberá ao Vice-Presidente da Câmara de


Vereadores.

Subseção VIII
Da Cassação do Mandato

A Câmara de Vereadores cassará o mandato do vereador quando, em processo regular em que é


Art. 38.
dado ao acusado amplo direito de defesa, concluir pela prática de infração político-administrativa.

Art. 39. São infrações político-administrativas do vereador:


I - deixar de prestar contas, ou tê-las rejeitas, na hipótese de adiantamento;

II - utilizar-se do mandato para a prática de ato de corrupção ou de improbidade administrativa;

III - fixar residência fora do município, salvo na hipótese estabelecida no inciso V, do artigo 33 desta
Lei;

IV - proceder de modo incompatível com o decorro parlamentar.

Art. 40.O processo de cassação do mandato do vereador será regulado no Regimento Interno,
observados os seguintes princípios:

I - O contraditório, a publicidade, a ampla defesa e a motivação da decisão;

II - iniciativa de denúncia por qualquer cidadão, vereador local ou associação legalmente constituída;

III - recebimento de denúncia por maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal;

IV - cassação do mandato por dois terços dos membros da Câmara Municipal;

V - votação individual;

VI - conclusão do processo, sob pena de arquivamento, em até noventa dias, a contar do recebimento
da denúncia;

VII - o vereador denunciante não poderá participar, sob pena de nulidade, da deliberação plenária
sobre o recebimento de denúncia e da de afastamento do denunciado, da comissão de cassação, dos atos
processuais e do julgamento do acusado.

§ 1º O processo de cassação por infração político-administrativa não impede a apuração de


contravenções e de crimes comuns.

§ 2º O arquivamento do processo de cassação por falta de conclusão não impede, pelos mesmos
fatos, nova denúncia, nem a apuração de contravenções e de crimes comuns.

Art. 41.A Câmara de Vereadores poderá afastar o vereador cuja denúncia, por infrações político-
administrativas, for recebida por dois terços de seus membros.

Subseção IX
Do Suplemente

Art. 42.No caso de vaga ou de licença de vereador, por prazo superior a quinze dias, o Presidente
convocará o respectivo suplente para assumir o cargo, na sessão seguinte àquela em que foi concedido o
pedido:

§ 1º O suplente convocado deverá tomar posse na sessão mencionada neste artigo, ou dentro do
prazo de quinze dias a contar da convocação, salvo motivo justo e aceito pela Câmara.

§ 2º Se não tomar posse na forma acima referida, ou os motivos apresentados não forem aceitos,
convocar-se-á o suplente imediato e assim sucessivamente.
§ 3º Em caso de vaga, não havendo suplente, o Presidente comunicará o fato, dentro de quarenta e
oito horas, diretamente ao Tribunal Regional Eleitoral.

§ 4º Enquanto a vaga referida não for preenchida, calcular-se-á o quorum em função dos vereadores
remanescentes.

Art. 43.O suplente de vereador, quando no exercício do mandato de vereador, tem os mesmos direitos,
prerrogativas, deveres e obrigações do vereador e como tal deve ser considerando.

Seção VI
Do Processo Legislativo

Subseção I
Disposições Gerais

Art. 44. O processo legislativo, sucessão ordenada de atos necessários à formação de propositura com
força de lei, compreende a elaboração de:

I - emendas à Lei Orgânica;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Parágrafo único. Na elaboração dos atos previstos nos incisos deste artigo, serão observados, no que
couber, as disposições da lei complementar mencionada no parágrafo único do artigo 59 da Constituição
Federal.

Art. 45. Nas deliberações da Câmara de Vereadores, observar-se-á o estabelecido no parágrafo único do
artigo 9º desta lei.

Art. 46. A matéria constante de qualquer dos atos previstos nos incisos do artigo 44, rejeitada ou
considerada prejudicada, não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa, salvo
decisão da maioria absoluta dos membros da Câmara de Vereadores.

Subseção II
Da Emenda à Lei Orgânica

Art. 47. A Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta:

I - da maioria absoluta dos membros da Câmara de Vereadores;


II - de 5% dos eleitores do Município;

III - do Prefeito.

§ 1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com interstício de dez dias, considerando-se
aprovada a que obtiver, no segundo turno, o voto favorável de dois terços dos membros da Câmara de
Vereadores.

§ 2º A emenda, aprovada nos termos do parágrafo anterior, será promulgada e publicada pela Mesa
da Câmara de Vereadores, com o respectivo número de ordem.

Art. 48. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda à Lei Orgânica tendente a ofender ou
abolir:

I - a separação dos Poderes Municipais;

II - os princípios da harmonia e da independência dos Poderes Municipais.

Subseção III
Das Leis Complementares

Art. 49. Observado o processo legislativo das leis ordinárias, a aprovação de lei complementar exige o
"quorum" da maioria absoluta dos membros da Câmara de Vereadores.

Parágrafo único. São leis complementares, além de outras indicadas nesta lei, as que disponham
sobre:

I - uso e ocupação do solo;

II - obras públicas e particulares;

III - matéria e tributos municipais;

IV - servidor público;

V - política de desenvolvimento urbano.

Subseção IV
Das Leis Delegadas

Art. 50. As leis delegadas serão elaboradas pelo Executivo municipal, depois de obtida a devida
delegação da Câmara de Vereadores.

§ 1º Não serão objeto de delegação as proposituras de competência exclusiva da Câmara de


Vereadores e as matérias reservadas às leis complementares.

§ 2º A delegação será vinculada por resolução da Câmara de Vereadores, que especificará seu
conteúdo e os termos do seu exercício.
Subseção V
Das Leis Ordinárias

Art. 51. A iniciativa das leis cabe a qualquer vereador, a Mesa Diretora, a qualquer Comissão Permanente
da Câmara de Vereadores, ao Prefeito e aos eleitores do Município.

§ 1º São de iniciativa exclusiva da Mesa Diretora as proposituras que:

I - autorizem abertura de créditos suplementares ou especiais mediante anulação parcial ou total de


dotação da Câmara Municipal.

II - criem, transformem ou extingam cargos, empregos ou funções dos serviços da Câmara Municipal e
fixem os vencimentos de seus servidores.

§ 2º As Comissões Permanentes da Câmara de Vereadores só tem iniciativa de propositura que


versem matéria de sua respectiva especialidade.

§ 3º São de iniciativa exclusiva do Prefeito as leis que:

I - criem cargos, funções ou empregos públicos, fixem ou aumentem vencimentos ou vantagens dos
servidores da administração direta, autárquica ou fundacional;

II - disponham sobre o regime jurídico dos servidores do município;

III - criem, alterem, estruturem as atribuições dos órgãos da administração direta, autárquica ou
fundacional.

Art. 52. A iniciativa popular de projetos de lei de interesse especifico do município, de seus distritos ou
bairros, dependerá da manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.

§ 1º Os projetos de lei de iniciativa popular serão apresentados à Câmara Municipal, firmados pelos
eleitores, interessados, com as anotações correspondentes ao número do título de cada um e da zona
eleitoral respectiva.

§ 2º Os projetos de iniciativa popular poderão ser redigidos sem observância da técnica legislativa,
bastando que definam a pretensão dos proponentes.

§ 3º O Presidente da Câmara Municipal, preenchida as condições de admissibilidade previstas nesta


lei, não poderá negar seguimento ao projeto, devendo encaminhá-lo às comissões competentes.

§ 4º As Comissões Permanentes da Câmara de Vereadores, incumbidas de examinar os projetos de lei


de iniciativa popular, apenas se manifestarão no sentido de esclarecer o Plenário.

Art. 53. O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de lei de sua iniciativa.

§ 1º Se a Câmara não se manifestar em até trinta dias, sobre a proposição, será esta incluída na
ordem do dia, sobrestando-se a deliberação sobre os demais assuntos, para que se ultime a votação.

§ 2º O prazo de parágrafo anterior não corre nos períodos de recesso da Câmara, nem se aplica aos
projetos de Códigos e Estatutos.
Aprovado o projeto de lei, o Presidente da Câmara Municipal no prazo de dez dias úteis, enviará
Art. 54.
o autógrafo ao Prefeito, que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1º Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional, ilegal ou contrário a


esta Lei ou ao interesse público, vetá-lo-á, total ou parcialmente no prazo de quinze dias úteis, contados
da data do seu recebimento, e comunicará os motivos do veto, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente da Câmara Municipal.

§ 2º O veto parcial abrangerá o texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias úteis, a falta de comunicação dos motivos do veto, no prazo
estabelecido no § 1º, importará sanção.

§ 4º O veto apreciado pela Câmara Municipal em sessão plenária, dentro de trinta dias a contar de
seu recebimento, e só será rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos vereadores, em escrutínio secreto.

§ 5º Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado ao Prefeito para promulgação.

§ 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia
das sessões subseqüentes, sobrestadas as demais proposições até sua votação final.

§ 7º Se o projeto não for promulgado dentro de quarenta e oito horas pelo Prefeito, nos casos dos §§
3º e 5º, o Presidente da Câmara Municipal o promulgará, e se este não fizer em igual prazo, caberá ao
Vice-Presidente fazê-lo.

Subseção VI
Das Medidas Provisórias

Art. 55. Nos casos de calamidade pública, em razão de fatos da natureza ou de atos humanos, o Prefeito
poderá valer-se de medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato à Câmara de
Vereadores, que, estando em recesso, será convocada extraordinariamente para se reunir no prazo de
cinco dias.

Parágrafo único. As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a sua edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo a Câmara de Vereadores,
nesse caso, disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.

Subseção VII
Dos Decretos Legislativos e Das Resoluções

Art. 56.Os Decretos Legislativos, deliberações do plenário sobre matérias de sua exclusiva competência e
apreciação político-administrativa, para produzir seus principais efeitos fora da Câmara, são promulgados
pelo Presidente da Câmara de Vereadores.

Parágrafo único. Os decretos legislativos são próprios para, entre outras, regular as seguintes
matérias:

I - fixação da remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores;

II - cassação de mandato;
III - aprovação de contas;

IV - concessão de títulos honoríficos;

V - concessão de licença ao Prefeito.

Art. 57. As resoluções, deliberações do plenário sobre matéria de sua exclusiva competência e apreciação
político-administrativa, para produzirem seus principais efeitos no interior da Câmara, serão promulgadas
pelo Presidente da Câmara.

Parágrafo único. As resoluções legislativas são próprias para, entre outras, regular as seguintes
matérias:

I - concessão de licença a Vereadores;

II - aprovação e alteração do Regimento Interno;

III - aprovação de procedimentos regimentais.

Subseção VIII
Das Emendas

As proposituras, até sua aprovação pelo Plenário, observado o que estabelece esta Lei Orgânica,
Art. 58.
podem ser emendadas por proposta de qualquer Vereador.

§ 1º As emendas podem ser, conforme definido no Regimento Interno, aditivas, supressivas,


modificativas e substitutivas.

§ 2º Não será admitida emenda que aumente a despesa prevista:

I - nos projetos de lei de iniciativa exclusiva do Prefeito;

II - nas proposituras sobre organização dos serviços administrativos da Câmara de Vereadores.

Seção VII
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Município e das


Art. 59.
entidades da Administração indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação de
subvenções e renúncia de receitas próprias ou repassadas será exercida pela Câmara de Vereadores,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo, conforme previsto
em lei.

§ 1º O controle externo será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

§ 2º O parecer prévio anual, emitido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, só será
rejeitado pelo voto de dois terços dos membros da Câmara de Vereadores.

§ 3º As contas do Município deverão ficar anualmente, durante sessenta dias, à disposição de


qualquer contribuinte, em local de fácil acesso, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a
legitimidade nos termos da lei.

§ 4º No período previsto no parágrafo anterior, o Executivo e o Legislativo manterão servidores para


esclarecer os contribuintes.

§ 5º Qualquer munícipe, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Art. 60. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela devem dar ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária.

Art. 61.Prestará contas, conforme estabelecido pela legislação pertinente, toda pessoa física ou entidade
pública ou privada que utiliza, arrecada, guarda, gerencía ou administra dinheiro, bens e valores públicos
do Município ou que por eles responda, ou que, em nome deste, assuma obrigação de natureza
pecuniária.

Seção VIII
Do Plebiscito e do Referendo

Art. 62. Mediante proposta fundamentada da maioria dos membros da Câmara de Vereadores ou de 25%
dos eleitores inscritos no Município e aprovação do plenário, por dois terços de votos favoráveis, será
submetida à plebiscito questão de relevante interesse do Município ou do Distrito.

§ 1º Aprovada a proposta, caberá ao Executivo, no prazo de cento e oitenta dias, a realização do


plebiscito, consoante dispuser a lei.

§ 2º Só poderá ser realizado um plebiscito em cada sessão legislativa.

§ 3º A proposta que já tenha sido objeto de plebiscito somente poderá ser apresentada depois de
cinco anos de carência.

§ 4º Será considerada vencedora a manifestação plebiscitária que alcançar, no mínimo, a maioria dos
votos válidos, tendo comparecido, pelo menos, a maioria absoluta dos eleitores, conforme o caso, do
Município ou do Distrito e, como tal, vinculará o Poder Público Municipal.

No prazo de seis meses será regulamentada a utilização do referendo popular, mediante lei
Art. 63.
complementar.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO

Seção I
Disposições Gerais

Art. 64. O Poder Executivo, com atribuições essencialmente administrativas, será exercido pelo Prefeito.

Art. 65.No exercício da administração municipal, o Prefeito contará com a colaboração do Vice-Prefeito,
auxiliares diretos e demais responsáveis pelos órgãos da administração direta e indireta do Município.
Seção II
Do Prefeito e do Vice-prefeito

Art. 66. O Prefeito e o Vice-Prefeito, registradas as respectivas candidaturas, serão eleitos


simultaneamente, por eleição direta, em sufrágio universal e secreto, até noventa dias antes do término
do mandato do seu antecessor, dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e nos exercício de seus
direitos políticos.

§ 1º Será considerando eleito Prefeito o candidato que obtiver a maioria simples de votos, não
computados os em branco e os nulos.

§ 2º Se permanecerem em primeiro lugar mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-


á o mais idoso.

Art. 67. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse na sessão solene de instalação da legislatura, logo
após a dos Vereadores, prestando, a seguir, o compromisso de "manter e cumprir a Constituição, observar
as leis e administrar o Município, visando ao bem geral de sua população".

§ 1º Se decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de
força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.

§ 2º Enquanto não ocorrer a posse do Prefeito, assumirá o Vice-Prefeito e, na falta ou impedimento


deste, o Presidente da Câmara.

§ 3º Para a posse, o Prefeito se desincompatibilizará de qualquer atividade que de fato ou de direito


seja inconciliável com o exercício do mandato.

§ 4º No ato de posse o Prefeito apresentará declaração de bens.

Art. 68. O exercício do mandato dar-se-á, automaticamente, com a posse, assumindo o Prefeito todos os
direitos e obrigações inerentes.

Parágrafo único. A transmissão de cargo, quando houver, dar-se-á no Gabinete do Prefeito após a
posse.

Art. 69. Observar-se-á no que couber, quanto ao Vice-Prefeito, relativamente à posse, ao exercício, aos
direitos e deveres, as incompatibilidades, a declaração de bens e a licença, o que esta lei estabelece para
o Prefeito e o que lhe for especificamente determinado.

Parágrafo único. O Vice-Prefeito quando remunerado, deverá desincompatibilizar-se, no ato da posse


e, quando não remunerado, cumprirá essa exigência ao assumir o exercício do cargo.

Subseção I
Das Atribuições

Art. 70. Compete, privativamente, ao Prefeito:

I - representar o Município, salvo em Juízo, onde a representação caberá ao Departamento Jurídico;

II - exercer, com o apoio dos auxiliares diretos, a direção superior da administração local;
III - nomear e exonerar os servidores municipais;

IV - iniciar o processo legislativo na forma e nos casos previstos nesta lei;

V - sancionar, promulgar e mandar publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para a
sua fiel execução;

VI - vetar, total ou parcialmente, projetos de lei;

VII - dispor sobre a organização e o funcionamento da administração municipal, na forma da lei;

VIII - celebrar convênios e consórcios nos termos desta Lei, depois de devidamente autorizado pela
Câmara de Vereadores;

IX - declarar a utilidade ou necessidade pública, ou o interesse social, de bens para fins de


desapropriação ou de servidão administrativa;

X - declarar o estado de calamidade pública;

XI - expedir atos próprios da atividade administrativa;

XII - contratar terceiros para a prestação de serviços públicos;

XIII - prover e extinguir cargos públicos, e expedir atos referentes à situação funcional dos servidores
públicos nos termos da lei;

XIV - enviar à Câmara Municipal os projetos de lei do Plano Plurianual, de Diretrizes Orçamentárias e
do Orçamento Anual, conforme disciplinado nesta Lei;

XV - prestar, anualmente, à Câmara Municipal, dentro de sessenta dias após a abertura do ano
legislativo, as contas referentes ao exercício anterior, e remetê-las em igual prazo, ao Tribunal de Contas
do Estado de São Paulo;

XVI - prestar à Câmara Municipal, em quinze dias, as informações que esta solicitar;

XVII - aplicar multas previstas em leis e contratos;

XVIII -

RESOLVE:r sobre os requerimentos, reclamações ou representações que forem dirigidas, e em matéria da


competência do Executivo Municipal;

XIX - aprovar, após o competente parecer do órgão técnico da Prefeitura, projetos de edificação e
planos de loteamento, arruamento e zoneamento urbano ou para fins urbanos;

XX - solicitar o auxilio da polícia militar do Estado de São Paulo para garantir cumprimento de seus
atos;

XXI - transferir, temporária ou definitivamente, a sede da Prefeitura;

XXII - dar e alterar de denominação de próprios, vias e logradouros públicos, nos termos da lei;
XXIII - superintender a arrecadação dos tributos e preços, bem como a guarda e aplicação da receita,
autorizando as despesas e pagamentos dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos
votados pela Câmara;

XXIV - colocar à disposição da Câmara, dentro de dez dias de sua requisição as quantias que devem
ser dispendidas de uma só vez, e até o dia vinte de cada mês, a parcela correspondente ao duodécimo de
sua dotação orçamentária;

XXV - exercer outras atribuições previstas nesta lei.

Parágrafo único. O Prefeito poderá delegar por decreto, as atribuições mencionadas nos incisos XI, XII,
XVII, XVIII e XIX aos auxiliares diretos que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

Art. 71. Cabe ao Vice-Prefeito:

I - substituir o Prefeito nos casos de licença e suceder-lhe nos de vaga, observado o disposto nesta Lei;

II - auxiliar na direção da administração pública municipal, conforme lhe for determinado pelo
Prefeito nos termos da lei;

§ 1º Por nomeação do Prefeito, o Vice-Prefeito poderá ocupar cargo de provimento em comissão na


administração direta ou cargo, emprego ou função na administração descentralizada.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o Vice-Prefeito poderá optar pela remuneração do cargo de


Vice-Prefeito.

Subseção II
Das Licenças

O Prefeito não poderá ausentar-se do Município ou afastar-se do cargo, por mais de quinze dias
Art. 72.
consecutivos, sob pena de cassação do mandato.

Art. 73. O Prefeito somente poderá licenciar-se:

I - por motivo de doença, devidamente comprovada;

II - por motivo de gestação;

III - em razão de serviço ou missão de representação do Município;

IV - em razão de férias.

§ 1º O Regimento Interno da Câmara de Vereadores disciplinará o pedido e o julgamento, pelo


Plenário, das licenças previstas neste artigo.

§ 2º O Prefeito regularmente licenciado nos termos dos incisos deste artigo terá direito a perceber
sua remuneração integralmente.

§ 3º As férias, sempre anuais e de trinta dias não poderão ser gozadas nos recessos da sessão
legislativa, nem indenizadas quando, a qualquer título, não forem gozadas pelo Prefeito.
Subseção III
Das Incompatibilidades

Art. 74. O Prefeito não poderá:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com o Município, com suas entidades descentralizadas, com pessoas
que realizem serviços ou obras municipais, salvo quando o contrato obedecer cláusulas uniformes;
b) patrocinar causas de qualquer natureza contra o Município ou suas entidades descentralizadas;
c) ser diretor, proprietário ou sócio de empresa contratada pelo Município ou que receba dele
privilégios ou favores.

II - desde a posse:

a) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego público da União, do Estado ou do Município,


qualquer das entidades da administração indireta dessas pessoas, ou por elas controladas ou de
concessionários e permissionários de serviços públicos ressalvada a posse em virtude de concurso
público;
b) participar de qualquer espécie de conselho das entidades mencionadas no inciso anterior;

§ 1º Não se considera contrato de cláusula uniforme aquele decorrente de procedimento licitatório.

§ 2º Estender-se-á, no que couber, aos substitutos do Prefeito as incompatibilidades previstas neste


artigo.

Subseção IV
Da Substituição e da Sucessão

Art. 75.Será de quatro anos o mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, a iniciar-se no dia primeiro de
janeiro do ano subseqüente ao da eleição.

São inelegíveis para os mesmos cargos, no período subseqüente, o Prefeito, o Vice-Prefeito e


Art. 76.
quem os houver sucedido ou substituído nos seis meses anteriores à eleição.

Art. 77. Para concorrerem a outros cargos eletivos, o Prefeito e o Vice-Prefeito devem renunciar aos
mandatos, até seis meses antes do pleito.

Art. 78. O Vice-Prefeito substitui o Prefeito nos casos de licença e sucede-lhe nos casos de vaga.

Parágrafo único. Considera-se vago o cargo de Prefeito, e assim será declarado pelo Presidente da
Câmara, quando ocorrer morte, renúncia ou perda do mandato.

Art. 79.Nos casos de licença do Prefeito e do Vice-Prefeito ou de vacância dos respectivos cargos,
assumirá o Presidente da Câmara, que completará o período se as vagas tiverem ocorrido na segunda
metade do mandato.

Parágrafo único. Se as vagas tiverem ocorrido na primeira metade do mandato, far-se-á eleição direta,
na forma da legislação eleitoral e no prazo máximo de noventa dias, cabendo aos eleitos completar o
período.
Art. 80. Os substitutos legais do Prefeito não poderão recusar a substituição ou a sucessão sob pena de
extinção dos respectivos mandatos de Vice-Prefeito ou de Vereadores.

Parágrafo único. Enquanto o substituto legal não assumir, responderão pelo expediente da Prefeitura,
sucessivamente, os Vereadores mais votados.

Subseção V
Dos Direitos e Deveres

Art. 81. São, entre outros, direitos do Prefeito:

I - julgamento pelo Tribunal de Justiça, nas contravenções e nos crimes comuns e de


responsabilidade;

II - inviolabilidade por opiniões e conceitos emitidos no exercício do cargo;

III - prisão especial;

IV - remuneração mensal condigna;

V - licença nos termos do artigo 73 desta lei.

Art. 82. São, entre outros, deveres do Prefeito:

I - respeitar, defender e cumprir as Constituições Federal e Estadual e as leis do País e tratar com
respeito e dignidade os Poderes constituídos e seus representantes;

II - planejar as ações administrativas, visando a sua transparência, eficiência, economia e a


participação comunitária;

III - tratar com dignidade o Legislativo Municipal, colaborando para o seu bom funcionamento e
respeitando seus membros;

IV - atender as convocações, prestar esclarecimentos e informações, no tempo e forma


regulamentares, solicitados pela Câmara Municipal;

V - apresentar, no prazo legal, relatório das atividades e dos serviços municipais, sugerindo as
providências que julgar necessárias;

VI - encaminhar ao Tribunal de Contas, no prazo estabelecido, as contas municipais do exercício


anterior;

VII - deixar, conforme regulado no artigo 59, desta lei, anualmente, a disposição de qualquer
contribuinte, durante sessenta dias as contas municipais, de forma a garantir-lhes a compreensão, o
exame e a apreciação.

Art. 83. Os direitos e deveres previstos nos artigos anteriores são extensivos, no que couber, ao
substituto ou sucessor do Prefeito.

Subseção VI
Da Responsabilidade

Art. 84. O Prefeito, observado o que estabelece o artigo 29, inciso VIII, da Constituição Federal, em razão
de seus atos, contravenções penais, crimes comuns e infrações político-administrativas, será processado,
julgado e apenado em processos independentes.

Art. 85. O Prefeito ou quem lhe faça às vezes, nas infrações político-administrativas será processado,
julgado e, quando, for o caso apenado com a cassação do mandato pela Câmara de Vereadores.

Subseção VII
Da Extinção do Mandato

Art. 86. Extingue-se o mandato do Prefeito e assim será declarado pelo Presidente da Câmara de
Vereadores quando:

I - ocorrer o falecimento;

II - ocorrer a renúncia expressa ao mandato;

III - ocorrer condenação por crime funcional ou eleitoral;

IV - incidir nas incompatibilidades para o exercício do mandato e não se desincompatibilizar até a


posse e, nos casos supervenientes, no prazo de quinze dias, contados do recebimento de notificação para
isso, promovida pelo Presidente da Câmara de Vereadores;

V - deixar de tomar posse sem motivo justo aceito pela Câmara de Vereadores, na data prevista.

§ 1º Considera-se formalizada a renúncia e, por conseguinte, como tendo produzido todos os seus
efeitos para os fins deste artigo, quando protocolada nos serviços administrativos da Câmara de
Vereadores.

§ 2º Ocorrido e comprovado o ato ou o fato extintivo, o Presidente da Câmara de Vereadores, na


primeira reunião, o comunicará ao Plenário e fará constar da ata a declaração da extinção do mandato e
convocará o substituto legal para a posse.

§ 3º Se a Câmara de Vereadores estiver em recesso, será imediatamente convocada pelo seu


Presidente para os fins do parágrafo anterior.

Subseção VIII
Da Cassação do Mandato

Art. 87.A Câmara de Vereadores poderá cassar o mandato do Prefeito quando, em processo regular em
que lhe é dado amplo direito de defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, concluir-se pela prática
de infração político-administrativa.

Art. 89. São infrações político-administrativas:

I - deixar de apresentar declaração de bens, nos termos do artigo 67, § 4º, desta Lei Orgânica;
II - impedir o livre e regular funcionamento da Câmara Municipal;

III - impedir o exame de livros e outros documentos que devam constar dos arquivos da Prefeitura
Municipal, bem como a verificação de obras e serviços por comissões de investigação da Câmara
Municipal ou auditoria regularmente constituída;

IV - desatender, sem motivo justo, aos pedidos de informações da Câmara Municipal, quando
formulados de modo regular;

V - retardar a regulamentação, a publicação ou deixar de publicar leis e atos sujeitos a essas


formalidades;

VI - deixar de enviar à Câmara Municipal no tempo devido, os projetos de lei relativos ao Plano
Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e aos Orçamentos Anuais e outros cujos prazos estão fixados nesta
lei;

VII - denunciar o orçamento aprovado para o exercício financeiro;

VIII - praticar atos contra expressa disposição de lei, ou omitir-se na prática daqueles de sua
competência;

IX - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município sujeitos a


administração da Prefeitura;

X - ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido nesta Lei, salvo licença da Câmara
Municipal;

XI - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo;

XII - não entregar os duodécimos à Câmara Municipal conforme previsto em lei.

Parágrafo único. Sobre o substituto do Prefeito incidem as infrações político-administrativas de que


trata este artigo, sendo-lhe aplicável o processo pertinente, ainda que cessada a substituição.

Art. 89.O processo de cassação do mandato do Prefeito será regulado no Regimento Interno,
observando o que estabelecem os incisos e parágrafos do artigo 40, desta lei, no que couber.

Art. 90. A Câmara de Vereadores poderá afastar o Prefeito denunciado cuja denúncia por infração
político-administrativa for recebida por dois terços de seus membros.

Subseção IX
Da Remuneração

Art. 91. O Prefeito fará jus a uma remuneração mensal condigna, fixada pela Câmara de Vereadores no
fim da legislatura, até 30 dias antes das eleições municipais para vigorar na subseqüente, equivalente a no
máximo vinte vezes o menor salário do servidor público municipal.

§ 1º A verba de representação do Prefeito será fixada pela Câmara Municipal e não poderá exceder a
2/3 (dois terços) do valor do subsídio.

§ 2º A verba de representação do Vice-Prefeito não poderá exceder da metade da fixada para o


Prefeito.
§ 3º Não fará jus a essa remuneração o Prefeito que até noventa dias antes do término do mandato
não apresentar ao Presidente da Câmara a competente declaração dos bens atualizada.

Art. 92.A fixação será veiculada por decreto legislativo, aprovado pelo plenário da Câmara de
Vereadores.

Seção III
Dos Auxiliares Diretos do Prefeito

Art. 93. São auxiliares diretos do Prefeito:

I - os ocupantes de cargo, emprego ou função de confiança do Prefeito, pertencentes ao primeiro


escalão de servidores do município;

II - os subprefeitos;

Art. 94.Os ocupantes de cargo, emprego ou função de confiança do Prefeito e os subprefeitos serão
escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.

Parágrafo único. Compete aos ocupantes de cargo, emprego ou função de confiança do Prefeito:

I - exercer a orientação, a coordenação e a supervisão dos órgãos e entidades da administração


municipal na área de sua competência;

II - referendar atos e decretos assinados pelo Prefeito;

III - expedir instruções para a execução de lei, decretos e regulamentos;

IV - apresentar, por ocasião do encerramento do exercício, relatório circunstanciado de sua


administração;

V - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhes foram outorgadas ou delegadas pelo Prefeito.

Art. 95.Os subprefeitos, no que couber, observarão o disposto nesta seção e o que for estabelecido na lei
instituidora da subprefeitura.

Art. 96. Os auxiliares diretos do Prefeito, ocupantes de cargos, empregos ou funções públicas de livre
nomeação e exoneração, serão sempre nomeados em comissão, farão declaração de bens no ato da
posse e no término do exercício do cargo e terão as mesmas incompatibilidades dos Vereadores enquanto
permanecerem no cargo.

Seção IV
Departamento Jurídico do Município

Art. 97. O Departamento Jurídico do Município é instituição de natureza permanente, vinculada


diretamente ao Prefeito, que representa o Município, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, ainda,
nos termos de lei especial, as atividades de consultoria e assessoramento ao Poder Executivo e,
privativamente, a execução da dívida de natureza tributária.
Art. 98.O Departamento Jurídico do Município reger-se-á por lei especial própria, atendo-se, com
relação aos seus integrantes, no que couber, o disposto nos artigos 131 e 135 da Constituição da
República e artigos 98 e 102 da Constituição Estadual.

Parágrafo único. O ingresso na classe inicial da carreira de Procurador Municipal, far-se-á mediante
concurso público de provas e títulos.

Art. 99. O Departamento Jurídico do Município tem por chefe o Procurador do Município, de livre
designação do Prefeito, dentre integrantes da carreira de Procurador Municipal, de reconhecido saber
jurídico, reputação ilibada e, preferentemente, com experiência em áreas diversas da administração
municipal, na forma da legislação especifica.

TÍTULO III
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

A administração pública municipal é o conjunto de órgãos institucionais, materiais, financeiros e


Art. 100.
humanos destinados à execução das decisões do governo local.

§ 1º A administração pública municipal é direta quando realizada por órgãos da Prefeitura ou da


Câmara.

§ 2º A administração pública municipal é indireta, quando realizada por:

I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas
próprias, para executar atividades da administração pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizadas.

II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
e capital do Município criada por lei, para exploração de atividades econômicas que o Município seja
levado a exercer, por força de contingência ou conveniência administrativa, podendo revestir-se de
qualquer das formas admitidas em direito.

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade de personalidade jurídica de direito privado, criada por
lei para exploração de atividades econômicas, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito
a voto pertençam, em sua maioria, ao Município ou a entidade de administração indireta.

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada em


virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por
órgão, ou entidade de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos
respectivos órgãos de direção e funcionamento custeados por recursos do Município e de outras fontes.

Art. 101. Somente por lei específica poderão ser criadas empresas públicas, sociedades de economia
mista, autarquias ou fundações públicas, bem como a criação de subsidiárias dessas entidades ou a sua
participação em empresa privada.

Art. 102. A atividade administrativa do município, direta ou indireta, obedecerá aos princípios da
legalidade, finalidade, razoabilidade, motivação, impessoalidade, moralidade, publicidade, da licitação e
da responsabilidade.
Art. 103.São organismos de cooperação do Poder Municipal os conselhos municipais e as fundações e
associações privadas que realizem, sem fins lucrativos, função de utilidade pública.

§ 1º Os conselhos municipais terão por finalidade auxiliar a administração na análise, no


planejamento e na decisão de matéria de sua competência.

§ 2º Lei autorizará o Executivo a criar conselhos municipais, cujos meios de funcionamento este
proverá, e lhes definirá, em cada caso, atribuições, organização, composição, forma de nomeação dos
titulares e suplentes e prazo do respectivo mandato, observando o seguinte:

I - composição por número impar de membros, assegurados, quando for o caso, a responsabilidade
da administração, de entidades públicas e de entidades associativas ou classistas, facultada, ainda, a
participação de pessoas de notório saber da matéria de competência do conselho.

II - dever, para os órgãos e entidades da administração municipal, de prestar as informações técnicas


e de fornecer documentos administrativos que lhes forem solicitados.

III - os conselhos deliberarão por maioria de votos, presentes a maioria de seus membros,
incumbindo-lhes mandar publicar os respectivos atos no órgão oficial.

IV - salvo disposição legal, as deliberações dos conselhos municipais não obrigarão a administração
municipal e jamais serão obrigatórias para a Câmara de Vereadores;

V - A participação nos conselhos municipais será gratuita e constituirá serviço público relevante,
inadmitida recondução.

Art. 104. Qualquer munícipe poderá levar ao conhecimento da autoridade municipal irregularidades,
ilegalidades ou abuso de poder imputável a qualquer agente público, cumprindo ao servidor o dever de
fazê-lo perante seu superior hierárquico, para as providências e correções pertinentes.

Art. 105. Os agentes públicos municipais, nas esferas de suas respectivas atribuições, prestarão
informações e fornecerão certidões a todo aquele que as requerer, para a defesa de direitos e
esclarecimentos de situações de seu interesse, de representação contra ilegalidade ou abuso de poder,
independente do pagamento de taxas.

§ 1º As informações poderão ser prestadas verbalmente, por escrito ou certificadas, conforme as


solicitar o requerente.

§ 2º Será promovida a responsabilização administrativa, civil e penal cabível, nos casos de


inobservância das disposições do artigo anterior.

§ 3º Os agentes públicos observarão o prazo de:

a) vinte dias, para informações verbais e vista de documentos ou autos de processo, quando
impossível sua prestação imediata;
b) trinta dias para informações escritas;
c) sessenta dias, para a expedição de certidões.

Art. 106. Os órgãos da administração direta e indireta ficam obrigados a constituir Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), visando a proteção da vida e das condições de trabalho dos servidores, na
forma da lei.

Art. 107. A publicação das leis e atos municipais far-se-á na imprensa local, designada por via de licitação
pública e, na falta, em jornal regional editado no município mais próximo.

§ 1º As leis e atos de efeito externos só produzirão efeitos apos sua publicação.

§ 2º A escolha de órgão de imprensa para divulgação das leis e atos municipais deverá ser feita por
licitação, que levará em conta não só as condições de preço, como as circunstâncias de freqüência,
tiragem e distribuição.

§ 3º A publicação dos atos não normativos pela imprensa, poderá ser resumida.

§ 4º A Prefeitura e a Câmara organizarão registros de seus atos e documentos de forma a preservar-


lhes a inteireza e possibilitar-lhes a consulta e extração de cópias e certidões sempre que necessárias.

A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanha dos órgãos públicos municipais,
Art. 108.
qualquer que seja o veículo de comunicação, somente poderá ter caráter informativo, educativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a promoção
pessoal de autoridades ou servidor público.

Parágrafo único. Os custos da publicidade referida neste artigo serão comunicados à Câmara
Municipal no prazo de cinco dias após sua veiculação.

CAPÍTULO II
DO PATRIMÔNIO MUNICIPAL

O patrimônio municipal é constituído por todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que,
Art. 109.
a qualquer título pertençam ao município.

Art. 110. Os bens municipais são imprescritíveis.

Art. 111. O meio ambiente, ecológicamente equilibrado, constitui bem público de uso comum do povo
impondo-se ao governo municipal o dever de defendê-lo e preservá-lo.

Qualquer cidadão, observada a legislação específica, é parte legítima para propor ação popular,
Art. 112.
para anular ato lesivo ao patrimônio municipal ou de entidade da qual o município participe.

Art. 113.A responsabilidade pela administração dos bens municipais é do Prefeito, exceto dos que
estiverem sob a administração da Câmara de Vereadores.

Art. 114. É obrigatório o cadastramento e a identificação dos bens municipais.

Art. 115. A aquisição de bens pelo município, observado o que estabelecem esta Lei e leis especificas,
poderá ser feita por qualquer dos modos admitidos pelo ordenamento jurídico, inclusive pelo usucapião.

Art. 116. A aquisição de bens imóveis por compra, permuta ou doação com encargo dependerá de
interesse público, devidamente justificado, autorização legislativa e licitação.

Parágrafo único. A licitação poderá ser dispensado na doação e poderá, ou não, ser dispensada na
compra e na permuta, conforme as necessidades de instalação ou de localização condicionarem a escolha
do bem.

O projeto de autorização legislativa para a aquisição de bem imóvel deverá estar acompanhado
Art. 117.
de arrazoado em que o interesse público resulte devidamente justificado e do laudo de avaliação, sob
pena de arquivamento.
Art. 118. A aquisição de bens móveis obedecerá à disciplina exigida para a aquisição de bens imóveis,
salvo quanto a autorização legislativa e a prévia avaliação.

Art. 119.Os bens municipais podem ser utilizados por terceiros, desde que não haja afronta ao interesse
público e sejam atendidas as disposições legais.

Art. 120. O uso dos bens municipais poderá ser transferido a terceiros por permissão ou concessão,
precedidos de licitação.

Parágrafo único. São vedadas a locação, o comodato e o aforamento, quando o município for
proprietário do bem.

Art. 121. A permissão de uso será outorgada a titulo precário, sem prazo e por decreto.

Parágrafo único. No decreto serão estabelecidas todas as condições da outorga e as obrigações de


direitos dos partícipes, consoante previsto no edital e na proposta vencedora.

Art. 122. A concessão de uso será outorgada por contrato, precedido de autorização legislativa.

Parágrafo único. No contrato serão estabelecidas todas as condições da outorga e os direitos e


obrigações das partes, conforme previsto na lei autorizadora, no edital e na proposta vencedora.

A licitação poderá ser dispensada quando o uso se destinar à concessionária de serviço público,
Art. 123.
a entidades públicas, governamentais ou assistenciais.

Art. 124. A utilização dos bens municipais por terceiro será sempre remunerada, salvo interesse público
devidamente justificado, consoante o valor de mercado.

§ 1º A remuneração será reajustada a cada três meses segundo os índices oficiais.

§ 2º O pagamento não libera o usuário de outras responsabilidades, a exemplo das tributárias.

Art. 125. Máquinas, equipamentos e veículos, com ou sem seus respectivos operadores, poderão ser
emprestados pelo município a terceiros, desde que não haja prejuízo para os trabalhos e serviços
municipais e o pretendente recolha, previamente, a remuneração correspondente e assine termo de
responsabilidade pela guarda, conservação, dano e devolução do bem recebido e por qualquer diferença
remuneratória que vier a ser apurada conforme regulado em decreto.

Parágrafo único. A remuneração será calculada levando-se em conta, entre outros, os seguintes
fatores: horas trabalhadas, gasto de combustível, percentual de depreciação do bem, valor da hora
trabalhada, custos indiretos e refeição.

Art. 126. A alienação de bens municipais, sempre subordinada à existência de interesse público
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá as seguintes normas:

I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e licitação, sendo esta inexigível na dação em
pagamento. Na doação, na permuta e na investidura, conforme o caso, a licitação será ou não exigível;

II - quando móveis, dependerá de licitação, sendo esta inexigível para a venda de ações em bolsa e
para a venda de títulos, na forma da legislação pertinente.

§ 1º Na doação, só permitida para fins de interesse social, e na permuta, a licitação, conforme o caso,
poderá ou não ser exigida.

§ 2º A inobservância dessas regras tornará nulo o ato de transferência do domínio, sem prejuízo da
responsabilização da autoridade que determinar a transferência.

§ 3º Quando se tratar de alienação de bem de uso comum do povo, ou de uso especial, a lei
autorizadora há de promover a desafetação do bem e seu ingresso na categoria dos bens municipais.

O pedido de autorização legislativa para a alienação de bem imóvel deverá ser específico e estar
Art. 127.
acompanhado do competente arrazoado onde o interesse público resulte devidamente justificado e do
necessário laudo de avaliação, sob pena de arquivamento.

Art. 128.O município deve preferir a concessão de uso à alienação de seus bens, observado para essa
outorga o que estabelece esta Lei e a legislação pertinente.

Art. 129. Considera-se investidura a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros, por preço nunca
inferior ao da avaliação, de área autonomamente inaproveitável, remanescente de obra pública ou
resultante de retificações de alinhamento de via pública.

Art. 130 Os bens municipais podem ser utilizados, tomadas as cautelas devidas, para publicidade
particular desde que remunerada.

Art. 130. O Município poderá permitir o uso de bens imóveis a entidades públicas ou particulares sem
fins lucrativos, que tenham como atividade principal a divulgação e promoção da educação e cultura, o
ensino profissionalizante, a prestação de assistência social, a prática da filantropia ou de atividades
desportivas e de lazer, casos em que será dispensado o chamamento público previsto no artigo 126 desta
lei. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica 1/2013)

Parágrafo único. A remuneração pode ser dispensada quando a publicidade veicular informações de
interesse público.

Art. 131. O parcelamento de áreas municipais só é permitido para fins industriais ou para habitações de
interesse social, vedada, em qualquer hipótese a doação de lote.

O Município, mediante programa instituído por lei, pode fomentar a aquisição de casa própria
Art. 132.
por pessoas carentes.

CAPÍTULO III
DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS

Art. 133. São, entre outros, serviços municipais os funerários, os de cemitério, os de captação,
tratamento e distribuição de água domiciliar e industrial, os de iluminação pública, os de transporte
coletivo urbano, os de táxi, os de feira e mercado e os de matadouro.

Art. 134. Os serviços municipais podem ser prestados pelo Município por administração direta ou
indireta, podendo esta ser por permissão ou concessão.

Art. 135. A outorga de permissão ou concessão de serviço municipal dependerá de autorização legislativa
e licitação, podendo esta ser dispensada quando o prestador do serviço for entidade criada, com esse
objetivo, pelo Município.

§ 1º A permissão será outorgada a titulo precário, sem prazo, e por decreto, onde todas as condições
de outorga e os direitos e obrigações dos partícipes estarão estabelecidos, consoante prevista em lei, no
edital e na proposta vencedora.

§ 2º A concessão será outorgada por contrato máximo de 10 anos, onde todas as condições da
outorga e os direitos e obrigações das partes estarão estabelecidas, conforme estiver previsto na lei
autorizadora, no edital e na proposta vencedora.

§ 3º A inobservância desses princípios acarretará a nulidade da outorga e a responsabilidade do


agente causador da nulidade.

Art. 136. Os serviços públicos, cuja execução for transferida a terceiros, ficarão sob a total
regulamentação e fiscalização do município, que deverá retomá-los sempre que se tornarem insuficientes
ou forem prestados em desacordo com os termos e condições da outorga.

Art. 137 Lei Municipal deverá estabelecer os critérios de fixação e o reajustamento das tarifas dos
serviços públicos, tendo em vista a justa remuneração do investimento e a ampliação dos serviços.
Parágrafo único. A fixação será feita por decreto, publicado em cinco dias da entrada em vigor das
novas tarifas.

Art. 137. São serviços públicos municipais os que a lei assim declarar, destacando-se dentre outros o
funerário; os de captação, tratamento e distribuição de água domiciliar e industrial; os de iluminação
pública; os de transporte coletivo urbano; os de mercados e feiras; os de limpeza pública; os de educação
prestados por estabelecimentos públicos; os de saúde a cargo do Município; os de assistência social; os
de higiene sanitária; e os de matadouro. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 1/2021)

Art. 138. O Município poderá executar serviços de interesse comum, mediante convênio com o Estado, a
União ou entidades privadas e, através de consórcios, com outros Municípios.

Parágrafo único. Os consórcios deverão ter sempre um conselho consultivo, com a participação dos
Municípios consorciados, uma autoridade executiva e um conselho fiscal, composto por representante de
entidades comunitárias.

Art. 139. O Município, para a execução de atividade econômica e para a prestação de serviços de sua
responsabilidade poderá criar autarquia, sociedade de econômica mista, empresa pública ou fundação,
cujo gasto com pessoal não poderá ultrapassar a 65% do montante de suas respectivas receitas.

Art. 140. As sociedades de economia mista, empresa pública e fundação, adotarão, até que tenha
regulamento próprio, a legislação observada pelo Município para fins de licitação.

O Executivo deverá, em relação aos serviços industriais, implantar e manter autorizada a


Art. 141.
competente contabilidade industrial.

Art. 142. Lei Municipal regulamentará a apresentação de reclamação relativa a prestação dos serviços
públicos municipais a cargo da administração direta ou indireta do Município.

Art. 143. A lei garantirá, em igualdade de condições, tratamento preferencial a empresa brasileira de
capital nacional, na aquisição de bens e serviços pela administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público.

CAPÍTULO IV
DAS OBRAS MUNICIPAIS

Art. 144. Nenhuma obra municipal deverá ser iniciada sem o respectivo projeto técnico, aprovado pelos
órgãos municipais, estaduais e federais, capaz de fornecer os elementos que definam a obra, sejam
suficientes à sua execução, permitam a estimativa de seu custo e o prazo de sua conclusão.

Art. 145. As obras municipais poderão ser executadas por administração direita ou indireta.

§ 1º A administração indireta poderá caber a uma autarquia, sociedade de economia mista, empresa
pública ou a particulares, conforme o caso e o interesse público exigir.

§ 2º A execução por administração indireta dependerá, conforme o caso, de licitação.

Art. 146. O Município poderá executar obras de interesse comum, mediante convênio com o Estado, a
União ou entidades privadas e através de consórcios com outros Municípios.

Art. 147. Todas as obras das pessoas públicas e das entidades governamentais deverão observar a
legislação municipal e só poderão ser iniciadas se previamente aprovadas pelos órgãos competentes do
Município.

CAPÍTULO V
DA GUARDA MUNICIPAL

Art. 148. A Guarda Municipal, destinada à proteção dos bens, serviços e instalações do Município e de
suas entidades da administração indireta, será instituída por lei de iniciativa do Executivo.

Art. 149.Mediante convênio, celebrado com o Estado, através da Secretaria da Segurança Pública, a
polícia poderá dar instruções e orientação à Guarda Municipal, visando um melhor desempenho na
proteção dos bens, serviços e instalações municipais.

CAPÍTULO VI
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Seção I
Disposições Gerais

Art. 150. Lei complementar, de iniciativa exclusiva do Executivo:

I - instituirá regime jurídico único e plano de carreira para os servidores da administração direta,
autárquica e fundacional;

II - assegurará aos servidores da administração direta municipal, isonomia de vencimentos para


cargos de atribuições iguais ou assemelhados, do mesmo Poder ou entre servidores do Executivo e do
Legislativo, ressalvados as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou local de trabalho.

Art. 151. São normas gerais para os servidores municipais:

I - os cargos, funções e empregos públicos municipais são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei;

II - a investidura em cargos, função ou emprego público municipal depende de prévia aprovação em


concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo, emprego ou
fundação, em comissão, declarados em lei de livre nomeação e exoneração;

III - o prazo de validade do concurso público será de dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;

IV - durante o prazo de validade do concurso, o aprovado em concurso público de provas ou de provas


e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursos para assumir cargo ou emprego, na
carreira.

V - os cargos em comissão, os empregos e as funções de confiança serão exercidos,


preferencialmente, por servidores ocupantes de cargos, empregos ou funções de carreira técnica
profissional, nos casos e condições previstos em lei;

VI - é garantido ao servidor municipal de ambos os poderes a livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar federal;

VIII - lei municipal reservará percentual dos cargos, empregos e funções públicas para pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios da admissão por concurso;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;

X - a lei municipal fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração
dos servidores municipais, observado, como limite máximo, os valores percebidos, como remuneração,
em especial, pelo Prefeito;

XI - os vencimentos dos cargos, empregos e funções do Poder Legislativo não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo;

XII - é vedada a vinculação ou equiparação de vencimentos, para o efeito de remuneração de pessoal


do serviço público, ressalvado o disposto no inciso anterior e no artigo 39, § 1º, da Constituição Federal;

XIII - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor municipal não serão computados nem
acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
fundamento;

XIV - os vencimentos dos servidores municipais são irredutíveis e a remuneração observará o que
dispõem os incisos X e XI, deste artigo, e o previsto nos artigos 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, da
Constituição Federal.

XV - é vedada a acumulação remunerada de cargo, função ou emprego público, exceto quando


houver compatibilidade de horários;

a) a de dois cargos, empregos ou função de professor;


b) a de dois cargos, emprego ou função de professor com outro técnico ou científico;
c) dois cargos privativos de médicos.

XVI - a proibição de acumular abrange as autarquias, empresas públicas e sociedades de economia


mista e fundações mantidas pelo Município.

Seção II
Dos Direitos Dos Servidores

Art. 152. São direitos dos servidores municipais:


I - salário mínimo, conforme fixado em lei nacional;

II - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que perceberem remuneração variável;

III - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IV - remuneração do trabalho noturno superior a do diurno;

V - salário família para os seus dependentes;

VI - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho, e o horário corrido;

VII - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

VIII - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% a do normal;

IX - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

X - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de centro e vinte dias;

XI - licença paternidade, nos termos fixados em lei federal;

XII - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei
federal;

XIII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XIV - adicional de remuneração, para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei
federal;

XV - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critérios de admissão por motivo


de sexo, idade, cor ou estado civil;

XVI - gratificação correspondente a um salário base, no dia do seu aniversário;

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, aos servidores aposentados ou
inativos.

XVII - aposentadoria:

a) por invalidez permanente, com proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcional nos
demais casos.
b) compulsória, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;
c) voluntária:

1) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos integrais;
2) aos trinta anos de efetivo exercício em função de magistério, se professor, e vinte e cinco, se
professora, com proventos integrais;
3) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais
a esse tempo;
4) aos sessenta e cinco anos de idade se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de serviço.

XVIII - contagem integral do tempo de serviço público federal, estadual ou municipal para efeitos de
aposentadoria e de disponibilidade;

XIX - contagem do tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana;

XX - revisão dos proventos da aposentadoria, na mesma proporção e na mesma data, da revisão


concedida aos servidores em atividade, estendendo-se aos inativos quaisquer benefícios e vantagens
concedidas aos em atividade;

XXI - pensão por morte, assegurando-se e determinando-se que seja correspondente a totalidade dos
vencimentos ou proventos do servidor público falecido, até o limite estabelecido em lei;

XXII - estabilidade do servidor nomeado em virtude de concurso público, após dois anos de efetivo
exercício.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo, emprego ou função em virtude de sentença


judicial transitada em julgado ou mediante processo administrativo em que se lhe assegure ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo, emprego ou função de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade remunerada.

§ 3º A extinção do cargo ou a declaração de sua desnecessidade deverá ser sempre motivada, ficando
o servidor estável em disponibilidade remunerada até o seu adequado aproveitamento em outro cargo.

§ 4º No prazo de doze meses o Executivo promoverá a edição de lei dispondo sobre o regime
previdenciário dos servidores municipais ou o estabelecimento de convênio para esse fim.

§ 5º No prazo de doze meses o Executivo promoverá a edição, por lei, do estatuto dos servidores
municipais e a instituição do regime jurídico único dos servidores da administração direta, autárquica e
fundacional.

Art. 153.A cessão de servidores públicos entre os órgãos da administração direta, das entidades da
administração indireta e da Câmara Municipal somente será deferida sem ônus para o cedente, que,
imediatamente, suspenderá o pagamento da remuneração ao crédito, mas lhe assegurará as demais
vantagens do cargo, emprego ou função.

Parágrafo único. O Presidente da Câmara Municipal ou o Prefeito poderá autorizar a cessão sem ônus
para o cessionário em caráter excepcional, diante de solicitação fundamentada dos órgãos e entidades
interessadas.

Art. 154.Os nomeados para cargo, emprego ou função em confiança farão, antes da investidura,
declaração de bens, e as renovarão, anualmente, em data coincidente com a da apresentação de
declaração para fins de imposto de renda.

Seção III
Da Investidura
Em qualquer dos Poderes, e nas entidades da administração indireta, a nomeação para cargos,
Art. 155.
empregos ou funções de confiança observará o seguinte:

I - formação técnica, quando as atribuições a serem exercidas pressuponham conhecimento


específico que a lei cometa, privativamente, a determinada categoria profissional;

II - exercício preferencial por servidores públicos do quadro;

III - vedação do exercício por cônjuge de direito ou de fato, descendentes ou ascendentes, de


colaterais consangüíneos ou afins, até segundo grau, em relação ao Presidente da Câmara Municipal, ao
Prefeito e aos Vereadores.

Observado o que estabelecem os incisos I a IV, do artigo 151, desta Lei, os regulamentos de
Art. 156.
concursos públicos observarão o seguinte:

I - participação, na organização e nas bancas examinadoras, de representantes do Conselho Seccional


fiscalizador do exercício profissional, quando for exigido conhecimento técnico dessa profissão;

II - fixação de limites mínimos de idade, segundo a natureza dos serviços e as atribuições do cargo ou
emprego;

III - previsão de exames de saúde e de testes de capacidade física necessária ao atendimento das
exigências para o desempenho das atribuições do cargo ou emprego;

IV - estabelecimento de critérios objetivos de aferição de provas e títulos, quando possível, bem como
para desempate;

V - correção de provas sem identificação dos candidatos;

VI - divulgação, concomitantemente com o resultado, dos gabaritos das provas objetivas;

VII - direito de revisão de provas quanto a erro material, por meio de recurso em prazo não inferior a
três dias, a contar da publicação dos resultados;

VIII - estabelecimento de critérios objetivos para apuração de idoneidade e da conduta pública do


candidato, assegurada ampla defesa;

IX - vinculação da nomeação dos aprovados a ordem classificatória;

X - vedação de:

a) fixação de limite máximo de idade;


b) verificação concernente à intimidade e à liberdade de consciência e de crença, inclusive política e
ideológica;
c) sigilo na prestação de informações sobre a idoneidade e conduta pública do candidato, tanto no
que respeita a identidade do informante como aos fatos e pessoas que referir;
d) prova oral eliminatória;
e) presença, na banca examinadora, de parentes, até o terceiro grau, consangüíneos ou afins, de
candidatos inscritos.

Parágrafo único. A participação de que trata o inciso I será dispensada se, em dez dias, o Conselho
Seccional não se fizer representar, por titular ou suplente, prosseguindo-se no concurso.
Seção IV
Do Afastamento

Art. 157. Lei disporá sobre as hipóteses de afastamento dos servidores públicos.

Art. 158. Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplica-se o seguinte:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo emprego ou
função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela remuneração que lhe convier;

III - investido do mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, desempenhará ambas


as atribuições e perceberá as vantagens do seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração
do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior.

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados


como se no exercício estivesse.

Seção V
Da Responsabilidade do Servidor

Art. 159. O servidor municipal responde civil, administrativa e penalmente por seus atos.

O Executivo é obrigado a propor a competente ação regressiva contra o servidor municipal de


Art. 160.
qualquer categoria, declarado culpado por haver causado a terceiro lesão de direito que a Fazenda
Municipal foi obrigada a repor judicialmente ou em decorrência de sentença homologatória de transação
ou de acordo administrativo.

Art. 161. O prazo para ajuizamento da ação regressiva será de sessenta dias a partir da data em que o
Município efetuou o pagamento do valor resultante da decisão judicial, da transação em juízo ou do
acordo administrativo.

Art. 162. O descumprimento, por ação ou omissão, ao disposto nos artigos anteriores, desta Subseção,
apurado em processo regular, implicará solidariedade do servidor na obrigação de ressarcimento ao
erário.

Art. 163. A cessação, por qualquer forma, do exercício da função pública, não exclui o servidor da
responsabilidade perante a Fazenda Municipal.

Parágrafo único. Cessada a função pública com a morte do servidor, a ação ou o seu prosseguimento
será intentada contra seus herdeiros.

A Fazenda Municipal, na liquidação do que for devido pelo servidor, poderá optar pelo desconto
Art. 164.
em folha de pagamento, o qual não excederá de uma sexta parte do valor da remuneração do servidor.
§ 1º O agente público fazendário que autorizar o pagamento da indenização dará ciência do ato, em
cinco dias, a autoridade competente, sob pena de responsabilidade solidária.

§ 2º Aplica-se o disposto nesta seção, no que couber, à autarquias, sociedades de economia mista,
fundações públicas e empresas públicas do Município.

CAPÍTULO VII
DAS LICITAÇÕES E CONTRATOS

Art. 165. Lei Municipal instituirá, no prazo de um ano, contado da promulgação desta Lei, o Estatuto da
Licitação e do Contrato Administrativo, observadas as normas gerais editadas pela União e os seguintes
preceitos:

I - que é dever das pessoas públicas municipais, das sociedades de economia mista, das empresas
públicas e fundações do Município buscar a melhor proposta mediante licitação quando o desejado puder
ser obtido, interessar a mais de um órgão administrativo, salvo as hipóteses legais de dispensa e
inexigibilidade;

II - os princípios de isonomia, de publicidade, de probidade, julgamento objetivo e da vinculação ao


instrumento convocatório.

Art. 166. Os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público
aplicando-se-lhe, supletivamente, as disposições pertinentes de direito privado.

Art. 167.Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução,
expressa em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em
conformidade com os termos da lei, do edital e da proposta a que se veiculam.

Parágrafo único. Os valores dos contratos poderão ser reajustados e a própria contratação pode ser
revista, sempre que não mantiverem a equação econômica-financeira inicialmente estabelecida.

TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DOS ORÇAMENTOS

CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL

Seção I
Da Competência Tributária

Art. 168. O Sistema Tributário Municipal se submete, no que couber, às Constituições Federal e Estadual,
às Leis Complementares e ao disposto nesta Lei Orgânica.

Art. 169. O Município poderá instituir os seguintes tributos:

I - os impostos de sua competência, discriminados na Constituição Federal;

II - taxas:

a) decorrentes de regular exercício do poder de política administrativa;


b) decorrentes da utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos, específicos e divisíveis,
prestados ao contribuinte, ou postos à sua disposição.

III - contribuição de melhoria, decorrentes de obras públicas;

IV - contribuição de previdência e assistência social, cobrada dos servidores municipais, para custeio,
em benefício destes, dos sistemas previdenciário e assistencial.

Art. 170. A competência tributária é indelegável, salvo atribuições das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida a
outra pessoa jurídica de direito público.

§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem ao Município e,


por ato unilateral seu, pode ser revogada a qualquer tempo.

§ 2º Não constitui delegação de competência o cometimento às pessoas de direito privado, do


encargo ou da fundação de arrecadar tributos.

Art. 171. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado a administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Art. 172. As contribuições previstas no inciso IV, do artigo 169, só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.

Seção II
Das Limitações da Competência Tributária

Art. 173. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Município:

I - exigir ou aumentar tributos sem lei que o estabeleça;

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente,


proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercidas,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

IV - utilizar tributos com efeitos de confisco;

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos intermunicipais,


ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público;

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, rendas ou serviços da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, rendas ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais, dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 1º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às funções instituídas e mantidas pelo
Poder Judiciário, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.

§ 2º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis à
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar impostos relativamente ao bem
imóvel.

§ 3º As vedações expressas no inciso VI, "a" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os
serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.

§ 4º É vedado ao Município estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer


natureza, em razão de sua procedência ou destino.

Art. 174. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Seção III
Dos Impostos do Município

Art. 175. Compete ao Município instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;

III - vendas a varejo de combustível líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;

IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos na competência do Estado, definidos em lei


complementar.

§ 1º O imposto previsto no inciso I deverá ser progressivo nos termos da lei municipal, de forma a
assegurar o cumprimento da função social da propriedade.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social, quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressa no plano diretor.

§ 3º O Executivo fica obrigado a, todos os anos, apurar o valor venal dos imóveis, de acordo com os
valores imobiliários vigentes a primeiro de janeiro de cada exercício, para fins do lançamento do imposto
a que se refere o inciso I deste artigo.

§ 4º O Executivo fica obrigado a apurar o valor venal dos imóveis, de acordo com os valores
imobiliários vigentes mensalmente para fins de cobrança do imposto a que se refere o inciso II deste
artigo.
§ 5º O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos, incorporados no patrimônio de pessoa jurídica
em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoas jurídicas, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil;

II - compete ao município da situação do bem.

Seção IV
Dos Recursos Transferidos

Art. 176. São recursos transferidos ao Município:

I - o produto de arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza,


incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por ele, suas autarquias e pelas fundações
que instituírem e mantiverem;

II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade


territorial rural, relativamente aos imóveis nele situados;

III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seu território;

IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do Estado sobre operações relativas a
circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação;

V - a parte correspondente ao fundo de Participação dos Municípios - FPM, como estabelecido no


inciso I do artigo 158 da Constituição Federal;

VI - a parte correspondente ao fundo criado pelo § 3º do artigo 159 da Constituição Federal;

VII - a parte da arrecadação do imposto sobre operações financeiras, incidente na operação de


origem sobre o ouro, quando considerado ativo financeiro ou instrumento cambial, na forma do § 5º do
artigo 153 da Constituição Federal.

§ 1º As parcelas da receita aos Municípios mencionados no inciso IV, serão creditadas conforme os
seguintes critérios:

I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de
mercadorias e nas prestações de serviços, realizados em seus territórios;

II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual.

§ 2º As parcelas da receita pertencentes aos Municípios, mencionados no inciso VI, serão creditadas
conforme o critério estabelecido nos incisos I e II do parágrafo anterior.

Seção V
Das Disposições Gerais
O Município divulgará, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes
Art. 177.
de cada um dos tributos arrecadados e os recursos transferidos recebidos.

Art. 178. A lei determinara medidas para que os consumidores sejam esclarecidos a cerca dos impostos
que incidam sobre serviços.

Art. 179.A isenção, anistia e remissão relativas a tributos e penalidades só poderão ser concedidas em
caráter genérico e fundadas em interesse público justificado, sob pena de nulidade do ato.

§ 1º Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributaria só poderá ser concedida através de
lei especifica.

§ 2º A isenção somente poderá ser concedida por lei que trate do tributo respectivo, ou por lei
específica.

§ 3º O "quorum" para aprovação da lei que conceda isenção, anistia ou remissão, será por votação de
maioria absoluta da Câmara.

Art. 180. O Executivo e o Legislativo ficam obrigados a, no primeiro ano do mandato reavaliar as isenções,
anistias e remissões em vigor e a propor e aprovar as medidas cabíveis, até o final do referido exercício.

Parágrafo único. A ausência das medidas previstas no "caput" importa na manutenção das isenções,
as anistias e das remissões.

Art. 181. Lei Municipal deverá estabelecer a forma de impugnação do lançamento e do recurso a decisão
desta.

Parágrafo único. Caberá a um órgão colegiado, constituído por agentes públicos e representantes de
entidades privadas, a decisão do recurso previsto no "caput", ouvido o encarregado das finanças.

Art. 182.O Município é obrigado a prestar a todo contribuinte os esclarecimentos necessários sobre a
tributação, devendo para tal, manter serviço específico.

Art. 183. O contribuinte só será obrigado ao pagamento de qualquer tributo ou multa desde que
regularmente notificado.

§ 1º Qualquer notificação ao contribuinte deverá ser feita pessoalmente ou por via postal sob
registro, e na ausência do contribuinte poderá ser feita ao seu representante ou preposto e, se em lugar
incerto e não sabido, por edital.

§ 2º A notificação exigida no "caput" desde artigo será excluída quando a antecipação do pagamento
do tributo se der na forma estabelecida pela lei.

Art. 184.O Código Tributário Municipal e suas alterações deverão ser aprovados pelo "quorum" de
maioria absoluta.

Art. 185. A não tomada das medidas cabíveis na defesa das rendas municipais é considerada infração
político-administrativa, imputada ao Chefe do Executivo.

Parágrafo único. Se o agente público competente não tomar as medidas constantes no "caput",
comete infração administrativa e, na forma da lei, poderá ser obrigado a ressarcir os prejuízos causados
ao erário.

Art. 186.O Executivo é obrigado a encaminhar, junto com o projeto de Lei Orçamentária, demonstrativos
dos efeitos das isenções, anistias e remissões vigentes.

Art. 187. A receita pública será constituída dos tributos municipais, dos recursos transferidos, dos preços
públicos e de outros ingressos.

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I
Normas Gerais

Art. 188. As leis do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual obedecerá às
regras estabelecidas na Constituição Federal, na Constituição do Estado, nas normas de Direito Financeiro
e nos preceitos desta Lei Orgânica.

Art. 189. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder aos limites
estabelecidos em lei complementar federal.

Parágrafo único. A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de


cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, só poderão ser feitas:

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesas de


pessoal e aos acréscimos dela decorrentes;

II - se houver autorização legislativa especifica na lei de Diretrizes Orçamentárias, ressalvadas as


empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Art. 190. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados à Câmara Municipal, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada
mês, na forma da lei complementar a que se refere o artigo 165, § 9º, da Constituição Federal.

Art. 191. O movimento de caixa do dia anterior será publicado diariamente, por edital afixado no edifício
da Prefeitura e da Câmara, e os da administração indireta em suas respectivas sedes, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Art. 192. As disponibilidades de caixa da administração direta e indireta serão depositadas em


instituições financeiras oficiais, ressalvadas os casos previstos em lei.

Art. 193.O balancete relativo à receita e despesa do mês anterior será encaminhado à Câmara pelo
Executivo e publicado mensalmente até o dia vinte, mediante edital fixado no edifício da Prefeitura e da
Câmara.

Parágrafo único. O Legislativo apresentará ao Executivo, até o dia dez do mês seguinte, para fins de
incorporar-se aos balancetes e contabilidade geral do Município, os balancetes financeiros orçamentários
relativos ao mês anterior quando essa gestão de recursos for feita por ele.
O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
Art. 194.
resumido da execução orçamentária.

Art. 195. Lei disciplinará o regime de adiantamento, consistente na entrega de numerário aos agentes e
servidores municipais.

Seção II
Dos Orçamentos

Art. 196. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o Plano Plurianual;

II - as Diretrizes Orçamentárias;

III - os Orçamentos Anuais.

§ 1º A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá as diretrizes, objetivos e metas da


administração pública municipal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.

§ 2º A lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública


municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício subseqüente, orientará a elaboração da lei
orçamentária anual, dispondo sobre as alterações na legislação tributária.

§ 3º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal do Município, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e


indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimentos das empresas em que o Município direta ou indiretamente,


detenha a maioria do capital social com direto a voto;

III - o orçamento da seguridade social.

§ 4º Os orçamentos, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir
desigualdades entre os distritos do Município segundo critério populacional.

§ 5º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e a fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para a abertura de créditos suplementares e a
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receitas nos termos da lei.

Art. 197.Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às Diretrizes Orçamentárias, ao Orçamento
Anual e aos Créditos Adicionais serão apreciados pela Comissão Permanente de finanças e orçamento, a
qual caberá:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e as contas apresentadas
anualmente pelo Prefeito Municipal;

II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas do Município e exercer o


acompanhamento e a fiscalização orçamentária e financeira, sem prejuízo da atuação das demais
comissões da Câmara.
§ 1º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem serão
apresentadas na Comissão Permanente de Orçamento e Finanças que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental pelo Plenário.

§ 2º As emendas ao projeto de lei do Orçamento Anual ou aos projetos que o modifiquem somente
poderão ser aprovados caso:

I - sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a lei de Diretrizes Orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesas


excluídas as que incidam sobre:

a) dotação para pessoal e seus encargos;


b) serviços da dívida;
c) compromissos com convênios; ou

III - sejam relacionadas:

a) com correção de erros ou omissões; ou


b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 3º As emendas ao projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o Plano Plurianual.

§ 4º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor modificações aos projetos a
que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Permanente de Finanças e
Orçamento da parte cuja alteração é proposta.

§ 5º Aplica-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção,
as demais normas relativas ao processo legislativo.

Art. 198.Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição, do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Art. 199. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na Lei Orçamentária Anual;

II - a realização de despesa ou a assunção de obrigações diretas que excedam aos créditos


orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam ao montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais, com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do


produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 158 e 159 da Constituição Federal, a
destinação de recursos para a manutenção e desenvolvimento do ensino, como determinado pelo artigo
212 da Constituição Federal, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de
receita, previstas no artigo 165, § 8º, da Constituição Federal;
V - a abertura de crédito suplementar especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscais e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações, inclusive dos
mencionados no artigo 163, §3º da Constituição do Estado;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no Plano Plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício
caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício
financeiro subseqüente.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevistas
e urgentes, com as decorrentes de comoção interna ou calamidade pública, com edição de medida
provisória, com força de lei, devendo submete-la de imediato, à Câmara Municipal que, estando em
recesso, será convocada extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias. A medida provisória
perderá eficácia, desde a edição, se não for convertida em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua
publicação, devendo a Câmara Municipal disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes.

TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 200. Concorrentemente com o Estado, o Município estimulará a descentralização geográfica das
atividades de produção de bens e serviços, visando ao desenvolvimento equilibrado das regiões.

Art. 201. O Município dispensará às microempresas, às empresas de pequeno porte, aos micro e
pequenos produtores rurais, assim definidos em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-
los pela simplificação de suas obrigações administrativas e tributárias, ou pela eliminação ou redução
destas, por meio de lei.

Parágrafo único. As microempresas e empresas de pequeno porte constituem categorias econômicas


diferenciadas apenas quanto às atividades industriais, comerciais, de prestação de serviço e de produção
rural a que se destinam.

CAPÍTULO II
DO DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO

Seção I
Da Política Urbana

Art. 202. A política de desenvolvimento urbano do Município de Orlândia, observadas as diretrizes


fixadas em lei federal, tem por finalidade ordenar o pleno desenvolvimento das funções urbanas e
garantir o bem-estar da comunidade local, mediante a implementação dos seguintes objetivos gerais:

I - ordenação da expansão urbana;

II - integração urbano-rural;

III - prevenção e a correção das distorções do crescimento urbano;

IV - proteção, preservação e recuperação do patrimônio histórico, artístico, turístico, cultural e


paisagístico;

V - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente;

VI - controle do uso do solo, de modo a evitar:

a) o parcelamento do solo e a edificação vertical excessivos com relação aos equipamentos urbanos e
comunitários existentes;
b) a ociosidade, sub utilização ou não utilização do solo urbano edificável;
c) usos incompatíveis ou inconvenientes.

Art. 203.A política de desenvolvimento urbano do Município terá como prioridade, no âmbito de sua
competência, assegurar o direito de acesso a moradia adequada com condições mínimas de privacidade e
segurança, atendidos os serviços, saneamento básico, saúde, lazer e demais dispositivos da habitação
condigna.

Art. 204.A política de desenvolvimento do Município será promovida pela adoção dos seguintes
instrumentos:

I - lei de diretrizes urbanísticas do Município;

II - elaboração e execução de Plano Diretor;

III - leis e planos de controle de uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IV - código de obras e edificações.

Art. 205. A lei de diretrizes urbanísticas do Município compreenderá os princípios gerais, os objetivos, a
definição de áreas de ordenamento prioritário e as de ordenamento deferido e normas gerais de
orientação do plano diretor e de controle de uso, parcelamento e ocupação do solo.

Art. 206.O Plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é um instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.

Art. 207. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação, expressas no Plano Diretor.

Art. 208. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
O Município poderá, mediante lei especifica, para área incluída no Plano Diretor, exigir, nos
Art. 209.
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado ou sub-utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre propriedade predial e territorial urbana progressiva no tempo;

III - desapropriação, com pagamento em títulos de dívida pública, com prazo de resgate de até dez
anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real das indenizações e os juros legais.

Art. 210. O Código de Obras e Edificações conterá normas relativas às construções no território
municipal, consignando princípios sobre segurança, funcionalidade, higiene, salubridade e estética das
construções e definirá regras sobre a proporcionalidade entre ocupação e equipamento urbano.

Seção II
Da Habitação

Art. 211. Ao desenvolver programas habitacionais em cooperação com o Estado e com a União, o
Município dará preferência à moradia popular destinada à população de baixa renda.

Art. 212. O Município poderá vender à população de baixa renda lotes urbanizados com toda infra-
estrutura.

Seção III
Do Saneamento Básico

Art. 213.A lei estabelecerá a política das ações e obras de saneamento básico municipal, respeitando os
seguintes princípios:

I - criação e desenvolvimento de mecanismos institucionais e financeiros, destinados a assegurar os


benefícios de saneamento a totalidade da população.

II - orientação técnica para os programas visando o tratamento de despejos urbanos e industrias e de


resíduos sólidos e fomento a implantação de soluções comuns, mediante planos regionais de ação
integrada.

Art. 214. O Município instituirá, por lei, Plano Plurianual de Saneamento estabelecendo as diretrizes e os
programas para ações nesse campo.

§ 1º O plano, objeto deste artigo, deverá respeitar as peculiaridades regionais e as locais e as


características das bacias hidrográficas e dos respectivos recursos hídricos.

§ 2º As ações de saneamento deverão prever a utilização racional da água, do solo e do ar, de modo
compatível com a preservação e melhoria da qualidade da saúde pública, do meio ambiente e com
eficiência dos serviços públicos de saneamento.

Art. 215. O Município estabelecerá coleta diferenciada de resíduos industriais, hospitalares, de clínicas
médicas odontológicas, farmácias, laboratórios de patologia, núcleos de saúde e outros estabelecimentos
cujos resíduos possam ser portadores de agentes patogênicos.
§ 1º Para efetivação desses serviços, o Executivo poderá cobras taxas diferenciadas de acordo com
seus custos.

§ 2º A destinação dos resíduos tratados neste artigo será o aterro sanitário ou a incineração,
podendo, para sua implantação, o Executivo recorrer ao rateio de despesas e a formação de consórcio
inclusive com outros municípios.

Seção IV
Do Sistema Viário e do Transporte

Art. 216. Compete ao Município:

I - organizar e gerir o tráfego local;

II - administrar terminais rodoviários e organizar e gerir o transporte coletivo de passageiros por


ônibus;

III - planejar o sistema viário e localização dos pólos geradores de tráfego e transporte;

IV - fiscalizar o cumprimento de horário dos coletivos urbanos e rurais das concessionárias ou


permissionárias;

V - organizar e gerir os fundos de vendas de passes e de vale-transporte;

VI - organizar e gerir os serviços de táxis e de lotações;

VII - cobrar taxa para embarque de passageiros, instituída por lei;

VIII - regulamentar e fiscalizar os serviços de transporte escolar, fretamento e transportes especiais de


passageiros;

IX - implantar sinalização, obstáculos, paradas de ônibus e áreas de estacionamento;

X - manter as vias públicas em perfeito estado de conservação e uso.

Art. 217. A lei disporá sobre a composição, a atribuição e funcionamento do Conselho Municipal de
Trânsito.

Art. 218. Aos maiores de sessenta anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos e
rurais.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA, AGRÁRIA E FUNDIÁRIA

Art. 219. Caberá ao Município cooperar com o Estado para:

I - orientar o desenvolvimento rural, mediante zoneamento agrícola inclusive;

II - propiciar o aumento da produção e da produtividade, bem como a ocupação estável do campo;


III - manter estrutura de assistência técnica e extensão rural;

IV - orientar a utilização racional de recursos naturais de forma sustentada, compatível com a


preservação do meio ambiente, especialmente quanto à proteção e conservação do solo e da água;

V - manter um sistema de defesa sanitária animal e vegetal;

VI - criar sistema de inspeção e fiscalização de insumos agropecuários;

VII - criar sistema de inspeção, fiscalização, normalização, padronização e classificação de produtos de


origem animal e vegetal;

VIII - manter e incentivar a pesquisa agropecuária;

IX - criar programas especiais para fornecimento de energia, de forma favorecida com o objetivo de
amparar e estimular a irrigação;

X - proibir destruição de matas, inclusive as ciliares.

O transporte de trabalhadores urbanos e rurais deverá ser feito obrigatoriamente, por ônibus,
Art. 220.
atendidas as normas de segurança estabelecidas em lei.

Art. 221. O Município apoiará e estimulará o cooperativismo e o associativismo como instrumento de


desenvolvimento sócio-econômico, bem como estimulará formas de produção e consumo, serviços e
educação co-associadas.

CAPÍTULO IV
DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS

Seção I
Do Meio Ambiente

Art. 222. O Município providenciará, com a participação da coletividade e colaboração do Estado, a


preservação, conservação, defesa, recuperação e melhoria do meio ambiente natural, artificial e do
trabalho, atendidas as peculiaridades regionais e locais e em harmonia com o desenvolvimento social e
econômico.

Art. 223.A execução de obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos e a exploração de


recursos naturais de qualquer espécie, quer pelo setor público, quer pelo privado, serão admitidas se
houver resguardo do meio ecologicamente equilibrado.

§ 1º A outorga de licença ambiental, por órgão ou entidade governamental competente, integrante


do sistema unificado para esse efeito, será feita com observância dos critérios gerais fixados em lei, além
de normas e padrões estabelecidos pelo Poder Público e em conformidade com o planejamento e
zoneamento ambientais.

§ 2º A licença ambiental, renovável na forma da lei, para a execução e a exploração mencionadas no


"caput" deste artigo, quando potencialmente causadoras de degradação do meio ambiente, será sempre
precedida, conforme critérios que a legislação especificar, da aprovação de estudo prévio de impacto
ambiental e respectivo relatório a que se dará prévia publicidade, garantida a realização de audiências
públicas.
Art. 224. O Município, mediante lei, criará um sistema de administração da qualidade ambiental,
proteção, controle e desenvolvimento do meio ambiente e uso adequado dos recursos naturais, para
organizar, coordenar e integrar as ações de órgãos e entidades da administração pública direta e indireta,
assegurada a participação da coletividade, com o fim de:

I - propor política municipal de proteção ao meio ambiente;

II - adotar medidas, nas diferentes áreas de ação pública e junto ao setor privado, para manter e
promover o equilíbrio ecológico e a melhoria da qualidade ambiental, prevenindo a degradação, em todas
as suas formas e impedindo ou mitigando impactos ambientais negativos e recuperando o meio ambiente
degradado;

III - definir, implantar e administrar espaços territoriais e seus componentes representativos de todos
os ecossistemas originais a serem protegidos, sendo a alteração e supressão, incluindo os já existentes,
permitidas somente por lei;

IV - realizar periodicamente auditorias nos sistemas de controle de poluição e de atividades


potencialmente poluidoras;

V - informar a população sobre os níveis de poluição, a qualidade do meio ambiente, as situações de


risco de acidentes, a presença de substâncias potencialmente nocivas à saúde, na água potável e nos
alimentos, bem como os resultados das monitoragens e auditorias a que se refere o inciso anterior;

VI - incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a capacidade tecnológica para a realização dos


problemas ambientais e promover a informação sobre essas questões;

VII - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais das espécies e dos ecossistemas;

VIII - proteger a flora e fauna, nesta compreendidos todos os animais silvestres, exóticos e domésticos
vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e que provoque a extinção de espécie ou
submetam os animais a crueldade, fiscalizando a extração, produção, criação, métodos de abate,
transporte, comercialização e consumo de seus espécimes e subprodutos;

IX - controlar e fiscalizar a produção, armazenamento, transporte, comercialização, utilização e


destino final de substâncias, bem como o uso de técnicas, métodos e instalações que comportem risco
efetivo ou potencial para a qualidade de vida e meio ambiente, incluindo o de trabalho;

X - promover a captação e orientar a aplicação de recursos financeiros destinados ao


desenvolvimento de todas as atividades relacionadas com a proteção e conservação do meio ambiente;

XI - disciplinar a restrição à participação em licitações públicas e ao acesso a benefícios fiscais, às


pessoas físicas ou jurídicas condenadas por atos de degradação ao meio ambiente;

XII - promover medidas judiciais e administrativas de responsabilização dos causadores de poluição


ou de degradação ambiental;

XIII - promover a educação ambiental e a conscientização pública para a preservação, conservação e


recuperação do meio ambiente;

XIV - promover e manter inventário e mapeamento da cobertura vegetal nativa, visando à adoção de
medidas especiais de proteção, bem como promover o reflorestamento, em especial, as margens de
córregos, rios, lagos, visando a sua perenidade, mantendo uma faixa mínima de trinta metros de largura
para as matas ciliares;

XV - estimular e contribuir para a recuperação da vegetação em áreas urbanas, com plantio de


árvores, principalmente frutíferas, objetivando a consecução de índices mínimos de cobertura vegetal;

XVI - incentivar e auxiliar tecnicamente as associações de proteção ao meio ambiente constituídas na


forma da lei, respeitando a sua autonomia e independência de atuação;

XVII - instituir programas especiais mediante a integração de todos os seus órgãos, objetivando
incentivar os proprietários rurais a executarem as práticas de conservação de solo e da água, de
preservação e reposição das matas ciliares e replantio de espécies nativas;

XVIII - controlar e fiscalizar obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos que, direta ou
indiretamente, possam causar degradação do meio ambiente, adotando medidas preventivas ou
corretivas e aplicando as sanções administrativas pertinentes;

XIX - realizar o planejamento e o zoneamento ambientais, considerando as características regionais e


locais e articular os respectivos planos, programas e ações.

Parágrafo único. O sistema mencionado no "caput" deste artigo será coordenado por órgão da
administração direta que será integrado por:

a) Conselho Municipal do Meio Ambiente, órgão normativo e recursal, cujas atribuições e composição
será definida em lei;
b) órgãos executivos incumbidos da realização das atividades de desenvolvimento ambiental.

Art. 225. Aquele que explorar recursos naturais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

Parágrafo único. É obrigatória, na forma da lei, a recuperação, pelo responsável, da vegetação


adequada nas áreas protegidas, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.

Art. 226. As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, às sanções penais e administrativas com aplicação de multas diárias e progressivas, incluídas a
redução do nível de atividade e a interdição, independentemente da obrigação dos infratores de
reparação dos danos causados.

Parágrafo único. O sistema de proteção e desenvolvimento do meio ambiente será integrado pela
Polícia Militar, mediante suas unidades de policiamento florestais e de mananciais, incumbidas da
prevenção e repressão das infrações cometidas contra o meio ambiente, sem prejuízo dos corpos de
fiscalização dos demais órgãos especializados do Município e do Estado.

Art. 227. São áreas de proteção permanente:

I - as nascentes;

II - os mananciais;

III - as matas ciliares;

IV - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna e da flora, bem como aquelas que sirvam como
local de pouso ou reprodução de migratórios;
V - as áreas estuárias;

VI - as paisagens notáveis;

VII - parques e jardins.

Parágrafo único. A utilização destas áreas, far-se-á na forma da lei, dependendo de prévia autorização,
pelo poder competente, e dentro das condições que assegurem a preservação do meio ambiente.

Art. 228. O Município estabelecerá, mediante lei, os espaços definidos no inciso V do artigo anterior, a
serem implantados como especialmente protegidos, bem como as restrições de uso e ocupação desses
espaços, considerandos os seguintes princípios:

I - preservação e proteção da integridade de amostras de toda a diversidade de ecossistemas;

II - proteção do processo evolutivo das espécies;

III - preservação e proteção dos recursos naturais.

Art. 229. O Poder Público estimulará a criação e manutenção de unidades privadas de conservação.

Art. 230. O Município poderá formar consórcios com outros municípios, objetivando a solução de
problemas comuns relativos à proteção ambiental, em particular a preservação dos recursos hídricos e ao
uso equilibrado dos recursos naturais.

Art. 231. As áreas declaradas de utilidade pública, para fins de desapropriação, objetivando a
implantação de unidades de conservação ambiental, serão consideradas espaços territoriais
especialmente protegidos, não sendo nelas permitidas atividades que degradem o meio ambiente ou
que, por qualquer forma, possam comprometer a integridade das condições ambientais que motivarem a
expropriação.

Art. 232. Fica expressamente proibida a caça, sob qualquer pretexto, em todo o território do Município.

Art. 233. Fica criado o Conselho Municipal de Defesa do Parque Recreativo Municipal (Comdepar), como
órgão fiscalizador e consultivo.

§ 1º Nenhum empreendimento, edificação, demolição, reforma, alteração serão realizadas, na área


do Parque sem que seja ouvido o Conselho Municipal de Defesa do Parque.

§ 2º Lei complementar tratará de organização e atribuições de referido Conselho.

Seção II
Dos Recursos Hídricos

Art. 234. O Município instituirá, por lei, sistema integrado de gerenciamento dos recursos hídricos,
congregando órgãos municipais e estaduais e a sociedade civil e assegurará meios financeiros e
institucionais para:

I - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas e sua prioridade para abastecimento à
população;

II - o aproveitamento múltiplo dos recursos hídricos;


III - a proteção das águas contra ações que possam comprometer o seu uso atual e futuro;

IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam riscos à saúde e segurança públicas e prejuízos
econômicos ou sociais;

V - a gestão descentralizada, participativa e integrada em relação aos demais recursos naturais e as


peculiaridades da bacia hidrográfica.

Art. 235. As águas subterrâneas, reservas estratégicas para o desenvolvimento econômico-social e


valiosas para o suprimento de água à população, deverão ter programa permanente de conservação e
proteção contra poluição e super exploração, com diretrizes em lei.

Art. 236.Fica expressamente vedado o lançamento de afluentes e esgotos urbanos e industriais, sem o
devido tratamento em qualquer curso de água.

Art. 237. O Município adotará medidas para o controle da erosão, estabelecendo normas de conservação
do solo em áreas agrícolas e urbanas.

Para proteger e conservar as águas e prevenir seus efeitos adversos, o Município adotará
Art. 238.
medidas no sentido:

I - da instituição de áreas de preservação das águas utilizáveis para abastecimento a população e da


implantação, conservação e recuperação das matas ciliares;

II - do zoneamento de áreas inundáveis, com restrições a usos incompatíveis, nas sujeitas a


inundações freqüentes e da manutenção da capacidade de infiltração do solo;

III - do condicionamento a aprovação prévia por organismos estaduais de controle ambiental e de


gestão de recurso hídricos, dos atos de outorga de direitos que possam influir na qualidade ou quantidade
das águas superficiais ou subterrâneas;

IV - da instituição de programas permanentes da racionalização do uso das águas destinadas ao


abastecimento público e industriais e a irrigação, assim como de combate às inundações e a erosão.

CAPÍTULO V
DA ORDEM SOCIAL

Seção I
Da Saúde

Art. 239. A saúde é direito de todos e dever do Município e do Estado.

§ 1º O Município, integrando o Sistema Único definido na Constituição Federal, prestará, com a


cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população.

§ 2º Os poder público municipal e estadual garantirão o direito à saúde mediante:

I - políticas sociais, econômicas e ambientais que visem ao bem-estar físico, mental e social do
individuo e da coletividade e a redução do risco de doenças e outros agravos;
II - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde, em todos os níveis;

III - direito à obtenção de informações e esclarecimentos de interesse da saúde individual e coletiva,


assim como as atividades desenvolvidas pelo sistema;

IV - atendimento integral ao indivíduo, abrangendo a promoção, preservação e recuperação de sua


saúde.

Art. 240. As ações e serviços de preservação da saúde são de relevância pública, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle.

Parágrafo único. O volume dos recursos destinados pelo Município às ações de saúde será fixado em
sua Lei Orçamentária e mais o que for destinado pelo Sistema Único de Saúde, constituindo-se em Fundo
Municipal de Saúde.

I - As ações e os serviços de preservação da saúde, abrangem o ambiente natural, os locais públicos e


de trabalho.

II - As ações e serviços de saúde serão realizados, preferencialmente, de forma direta, pelo Poder
Público ou através de terceiros e pela iniciativa privada.

III - A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

IV - A participação do setor privado no Sistema Único de Saúde efetivar-ser-á segundo suas diretrizes,
mediante convênio ou contrato público, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins
lucrativos.

V - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito privado, quando participarem do Sistema Único
de Saúde, ficam sujeitas às suas diretrizes e as normas administrativas incidentes sobre o objetivo de
convênio ou de contrato.

VI - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenções às instituições privadas


com fins lucrativos.

VII - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito privado, quando participarem do Sistema
Único de Saúde, ficam sujeitas às suas diretrizes e às normas administrativas incidentes sobre o objetivo
do convênio ou de contrato.

VIII - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenções às instituições privadas
com fins lucrativos.

Art. 241. O Conselho Municipal de Saúde que terá sua composição, organização e competência fixadas
em lei, garante a participação de representantes da comunidade, em especial, dos trabalhadores,
entidades de prestadores de serviços da área de saúde, além do Poder Público, na elaboração e controle
das políticas de saúde, bem como formulação, fiscalização e acompanhamento do Sistema Único de
Saúde.

Art. 242.As ações e os serviços de saúde executadas e desenvolvidas pelos órgãos e instituições públicas
municipais, constituem o Sistema Único de Saúde, nos termos da Constituição Federal, que se organizará
em nível de Estado, de acordo com as seguintes diretrizes.

I - descentralização com direção única, no ambiente municipal, sob a direção de um profissional de


saúde;
II - municipalização dos recursos, serviços e ações de saúde, com estabelecimento em lei dos critérios
de repasse das verbas oriundas das esferas federal e estadual;

III - integração das ações e serviços com base na regionalização e hierarquização do atendimento
individual e coletivo, adequação às diversas realidades epidemiológicas;

IV - universalização da assistência de igual qualidade, com instalação e acesso a todos os níveis, dos
serviços de saúde à população urbana e rural;

V - gratuidade dos serviços prestados, vedada a cobrança de despesas e taxas, sob qualquer título.

Parágrafo único. Para fins do "caput" deste artigo, poderá o Município celebrar convênios com Escolas
de Medicina, Farmácia, Enfermagem, Odontologia e outras, visando ao treinamento e estágios dos
estudantes e atendimento aos setores carentes do Município.

Art. 243. Compete ao Sistema Único de Saúde, nos termos da lei, além de outras atribuições:

I - a assistência integral a saúde, respeitadas as necessidades específicas de todos os segmentos da


população;

II - a identificação e o controle dos fatores determinantes e condicionantes da saúde individual e


coletiva, mediante, especialmente, ações referentes a:

a) vigilância sanitária;
b) vigilância epidemiológica;
c) saúde do trabalhador;
d) saúde do idoso;
e) saúde da mulher;
f) saúde da criança e do adolescente;
g) saúde dos portadores de deficiências;

III - a implementação de planos de saúde e de alimentação e nutrição, em termos de prioridades e


estratégias, em consonância com os planos Estadual e Nacional;

IV - a participação na formulação da política e na execução das ações de saneamento básico;

V - a participação na organização, fiscalização e controle na distribuição dos componentes


farmacêuticos básicos, medicamentos, produtos químicos, biotecnológicos, imunobiológicos,
hemodeverivados e outros de interesse para a saúde, facilitando a população o acesso a eles;

VI - a colaboração na proteção do meio ambiente, incluindo meio ambiente do trabalho, atuando em


relação ao processo produtivo para garantir:

a) o acesso dos trabalhadores às informações referentes às atividades que comportem riscos à saúde
e a métodos de controle, bem como aos resultados das avaliações realizadas;
b) a adoção de medidas preventivas de acidentes e de doenças do trabalho;

VII - a participação no controle e fiscalização do armazenamento, transporte, guarda e utilização de


substâncias de produtos psicoativos, tóxicos e teratogênicos;

VIII - a implantação de atendimento integral aos portadores de deficiências, abrangendo desde a


atenção primária, secundária e terciária de saúde, até o fornecimento de todos os equipamentos
necessários à sua integração social;

IX - a colaboração na fiscalização e controle do equipamento e aparelhagem utilizados no sistema de


saúde, na forma da lei;

X - a adoção de política de recursos humanos em saúde e na capacitação e valorização de


profissionais da área, no sentido de proporcionar melhor adequação às necessidades especificas do
Município e ainda aqueles segmentos da população cujas particularidades requerem atenção especial, de
forma a aprimorar a prestação de assistência integral;

XI - a garantia do direito a auto-regulação da fertilidade como livre decisão do homem, da mulher ou


do casal, tanto para exercer procriação como para evitá-la, provento por meios educacionais, científicos e
assistenciais para assegurá-la, vedada qualquer forma coercitiva ou de indução por parte de instituições
públicas ou privadas.

O Município incentivará e auxiliará os órgãos públicos e entidades filantrópicas de estudos,


Art. 244.
pesquisa e combate ao câncer, constituídos na forma da lei, respeitando a sua autonomia e
independência de atuação cientifica.

Art. 245. O Município garantirá assistência médica e odontológica aos seus funcionários podendo, para
tanto, assinar convênios com instituições governamentais ou privadas.

Parágrafo único. Os convênios serão assinados ou rescindidos pelo Executivo através de autorização
do Legislativo.

Art. 246. Assegurar-se-á ao paciente, internado em hospital da rede pública ou privada, a faculdade de
ser assistido religiosa e espiritualmente, por ministro de culto religioso.

Art. 247. Compete à autoridade municipal, de ofício, ou mediante denúncia de risco à saúde, proceder à
avaliação das fontes de riscos no ambiente de trabalho, determinar a adoção das devidas providências
para que cessem os motivos que lhes deram causa.

§ 1º Caberá ao sindicato de trabalhadores, ou a representante que designar, denunciar na forma do


"caput" deste artigo, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou a saúde dos empregados,
em setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho.

§ 2º O Município atuará para garantir a saúde e a segurança dos empregados nos ambientes de
trabalho.

Seção II
Da Promoção Social

As ações do Município, por meio de programas e projetos na área da promoção social, serão
Art. 248.
organizadas, elaboradas, executadas e acompanhadas com base nos seguintes princípios:

I - participação da comunidade;

II - servir, com a comunidade, como instância básica para o atendimento e realização dos programas;

III - integração das ações dos órgãos e entidades da administração em geral, compatibilizando
programas e recursos e evitando a duplicidade de atendimento entre as esferas estadual e municipal.
Art. 249. O Município subvencionará os programas desenvolvidos pelas entidades assistenciais
filantrópicas e sem fins lucrativos, como especial atenção àquelas que se dediquem à assistência aos
portadores de deficiências.

O Município criará o Conselho Municipal da Promoção Social, cuja composição, funções e


Art. 250.
regulamentos serão definidos em lei.

Seção III
Da Educação, da Cultura, Dos Esportes e Lazer

Subseção I
Da Educação

Art. 251. A educação, ministrada com base nos princípios estabelecidos no artigo 205 e seguintes da
Constituição Federal e inspirada nos princípios de liberdade, solidariedade humana, tem por fim:

I - a compreensão dos direitos e deveres da pessoa, do cidadão, do Estado, da família e dos demais
grupos que compõem a comunidade;

II - o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais da pessoa;

III - o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;

IV - o desenvolvimento integral da personalidade e a sua participação na obra do bem comum;

V - o preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos conhecimentos científicos e


tecnológicos que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio, preservando-
o;

VI - a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou


religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe, raça ou sexo;

VII - o desenvolvimento da capacidade de elaboração e reflexão crítica da realidade.

O Poder Executivo organizará o sistema municipal de ensino podendo abranger todos os níveis e
Art. 252.
modalidades, incluindo a especial, estabelecendo normas gerais de funcionamento da educação no
Município, na forma da Lei Maior.

Art. 253.O Município responsabilizar-se-á prioritariamente, pelo ensino fundamental, inclusive para os
que a ele não tiverem acesso na idade própria e pré-escolar, só podendo atuar nos níveis mais elevados,
quando a demanda naqueles níveis fundamental e pré-escolar, estiver plena e satisfatoriamente atendida,
do ponto de vista qualitativo e quantitativo.

Parágrafo único. Será oferecido atendimento especializado aos portadores de deficiências,


preferencialmente na rede regular de ensino.

Será organizado o Plano Municipal de Educação onde serão considerados os diagnósticos e as


Art. 254.
necessidades a serem apontadas ao Poder Público do Estado.

Art. 255. Os critérios para criação do Conselho Municipal de Educação, sua composição e atribuições,
bem como as normas para seu funcionamento, serão estabelecidos e regulamentados por lei.

Nas escolas públicas será estimulada a prática de esportes individuais ou coletivos, como
Art. 256.
complemento à formação do indivíduo.

Parágrafo único. A prática referida neste artigo, sempre que possível, atenderá as necessidades dos
portadores de deficiência, e acompanhamento por especialistas.

Art. 257. É vedada a cessão de uso de próprios públicos municipais para o funcionamento de
estabelecimento de ensino privado de qualquer natureza.

Art. 258. A educação de crianças de zero a seis anos tem por objetivo proporcionar condições favoráveis
ao seu desenvolvimento, a aplicação de suas experiências e conhecimentos, e será oferecida em creches,
na faixa de zero a três anos e pré-escolar de quatro a seis anos.

O Conselho Municipal de Educação será responsável pela definição de normas, autorizações de


Art. 259.
funcionamento, supervisão e fiscalização das creches, e pré-escolas públicas e particulares do Município.

Art. 260. O ensino fundamental, com oito anos de duração é obrigatório para todas as crianças, a partir
de sete anos de idade, visando a propiciar formação básica e comum indispensável a todos.

§ 1º É dever do Poder Público o provimento, em todo território do Município, de vagas em número


suficiente, para atender a demanda do ensino fundamental obrigatório e gratuito atendida a setorização
da matrícula.

§ 2º A atuação da administração pública municipal, no ensino público fundamental, dar-se-á por meio
de rede própria ou em cooperação técnica e financeira com o Estado, nos termos do inciso VI do artigo 30
da Constituição Federal, assegurando a existência de escolas com o corpo técnico qualificado e elevado
padrão de qualidade, sempre por concurso público.

§ 3º É permitida a matrícula no ensino fundamental a partir dos seis anos de idade, a quem tenha
freqüentado a pré-escola, desde que plenamente atendida a demanda das crianças de sete anos.

§ 4º O Poder Público assegurará atendimento ao educando de ensino pré-escolar e fundamental,


também através de programas suplementares, de material didático, transporte, alimentação, assistência
social, assistência à saúde (médica, odontológica e psicológica).

Art. 261. O Município aplicará, anual e obrigatoriamente, na manutenção e desenvolvimento do ensino


público, no mínimo, vinte e cinco por cento (25%) da receita resultante de impostos, compreendida e
proveniente de transferências.

Parágrafo único. O Município publicará, até trinta dias após o encerramento de cada trimestre,
informações completas sobre receitas arrecadadas e transferências de recursos destinados à educação
nesse período, discriminados por níveis de ensino e suas respectivas utilizações, sendo a divulgação feita
na forma prevista pelo artigo 108 desta lei.

Art. 262. A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do
ensino fundamental.

Parágrafo único. Parcela dos recursos públicos destinados à educação deverá ser utilizada em
programas integrados de aperfeiçoamento e atualização para os educadores em exercício no ensino
público.
Art. 263. A eventual assistência financeira do Município às instituições de ensino filantrópicas,
comunitárias ou confessionais, conforme definidas em lei, não poderá incidir sobre a ampliação mínima
prevista no artigo 261.

Art. 264. A lei assegurará a valorização dos profissionais de ensino, mediante a fixação de planos de
carreira para o Magistério Público, com piso salarial profissional, carga horária compatível com o exercício
das funções e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos.

Subseção II
Da Cultura

Art. 265. O Município garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes de
cultura e apoiará e incentivará a valorização e a difusão de suas manifestações.

Art. 266.Constituem patrimônio cultural municipal os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referências a identidade, a ação e a memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - as criações cientificas, artísticas e tecnológicas;

III - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações


artístico-culturais;

IV - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,


paleontológico, ecológico e científico.

Art. 267. O Poder Público pesquisará, identificará, protegerá e valorizará o patrimônio cultural do
Município, através da respectiva Secretaria ou departamento, na forma da lei.

Art. 268. O Poder Público incentivará a livre manifestação cultural mediante;

I - criação, manutenção e abertura de espaços públicos devidamente equipados e capazes de garantir


a produção, divulgação e apresentação das manifestações culturais e artísticas;

II - desenvolvimento de intercâmbio cultural e artístico com os Municípios e o Estado, integração de


programas culturais e apoio à instalação de casas de cultura e de bibliotecas públicas;

III - acesso aos acervos das bibliotecas, museus, arquivos e congêneres;

IV - promoção do aperfeiçoamento e valorização dos profissionais da cultura;

V - planejamento e gestão do conjunto das ações, garantia e participação de representantes da


comunidade;

VI - compromisso do Município de resguardar e defender a integridade, pluralidade, independência e


autenticidade das culturas brasileiras, em seu território.

VII - cumprimento, por parte do Município, de uma política cultural não intervencionista, visando a
participação de todos na vida cultural;
VIII - preservação dos documentos, obras e demais registros de valor histórico ou cientifico.

Art. 269. O Poder Público Municipal amparará as entidades e associações culturais de caráter privado,
legalmente constituídas, que não tenham fins lucrativos, podendo destinar-lhes, no orçamento municipal,
auxílios financeiros que efetivamente colaborem para o desenvolvimento de suas atividades.

Art. 270. Fica criado o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico (Comdepha), como órgão
fiscalizador e consultivo.

Parágrafo único. Lei complementar tratará da organização e atribuições de referido Conselho.

Subseção III
Dos Esportes e Lazer

Art. 271. O Município apoiará e incentivará as práticas esportivas formais e não formais, como direito de
todos.

Art. 272. O Poder Público apoiará e incentivará o lazer como forma de integração social.

Art. 273. As ações do Poder Público e a destinação de recursos orçamentários para o setor darão
prioridade:

I - ao esporte educacional, ao esporte comunitário e, na forma da lei, ao esporte de alto rendimento;

II - ao lazer popular;

III - a construção e manutenção de espaços devidamente equipados para as práticas esportivas e de


lazer;

IV - a promoção, estímulo e orientação à pratica e difusão da educação física;

V - a adequação dos locais já existentes e previsão de medidas necessárias, quando da construção de


novos espaços, tendo em vista a prática de esportes e atividades de lazer por parte dos portadores de
deficiências, idosos e gestantes, de maneira integrada aos demais cidadãos.

Parágrafo único. O Poder Público estimulará e apoiará as entidades e associações da comunidade


dedicadas a práticas esportivas.

Art. 274. O Poder Público incrementará a prática esportiva às crianças, aos idosos e aos portadores de
deficiências.

SUBVENÇÃO IV

DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA

Art. 275. O Município incentivará o desenvolvimento cientifico, a pesquisa e a capacitação tecnológica.

Parágrafo único. A pesquisa científica receberá tratamento prioritário do Município, por meio de seus
agentes financiadores de fomento, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência.

Subseção V
Da Defesa do Consumidor

Art. 276. O Município promoverá a defesa do consumidor mediante adoção de política própria e de
medidas de orientação e fiscalização definidas em lei.

Parágrafo único. A lei definirá também os direitos básicos dos consumidores e os mecanismos de
estímulo à auto-organização da defesa do consumidor, de assistência judiciária e policial especializada e
de controle de qualidade dos serviços públicos.

Art. 277. O sistema municipal de defesa do consumidor, integrado por órgãos públicos das áreas de
saúde, alimentação, abastecimento, assistência judiciária, crédito, habitação, segurança e educação, com
atribuições de tutela e promoção dos consumidores de bens e serviços, terá, como órgão consultivo e
deliberativo, o Conselho Municipal de Defesa do Consumidor, com atribuições e composição, definidos
em lei.

SUBVENÇÃO VI

DA FAMÍLIA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO E DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIAS

Art. 278. Cabe ao Poder Público, bem como à família, assegurar a criança, ao adolescente, ao idoso e aos
portadores de deficiências, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e agressão.

Parágrafo único. O direito à proteção especial, conforme a lei, abrangerá a obrigação de empresas e
instituições que recebam do Município recursos financeiros para a realização de programas, projetos e
atividades culturais, educacionais, de lazer e outros afins, de preverem o acesso e a participação de
portadores de deficiências.

Art. 279. O Poder Público promoverá programas especiais, admitindo a participação de entidades não
municipais e tendo como propósito:

I - assistência social e material às famílias de baixa renda, dos egressos de hospitais psiquiátricos, até
sua reintegração na sociedade;

II - concessão de incentivo às empresas para, adequação de seus equipamentos, instalações e rotinas


de trabalho aos portadores de deficiências;

III - garantia às pessoas idosas de condições de vida apropriadas, freqüências e participação em todos
os equipamentos, serviços e programas culturais, educacionais, esportivos, recreativos e de lazer,
defendendo suas dignidades e visando a sua integração à sociedade;

IV - integração social dos portadores de deficiências, mediante treinamento para o trabalho,


convivência e facilitação de acesso aos bens e serviços coletivos;

V - criação e manutenção de serviços de prevenção, orientação, recebimento e encaminhamento de


denúncias referentes à violência;

VI - instalação e manutenção de núcleos de atendimento especial e casas destinadas ao acolhimento


provisório de crianças, adolescentes, idosos, portadores de deficiências e vítimas de violência, incluindo a
criação de serviços jurídicos de apoio às vítimas, integrados a atendimentos psicológico e social;
VII - prestação de orientação e informação sobre a sexualidade humana e conceitos básicos da
instituição da família, sempre que possível, de forma integrada aos conteúdos curriculares do ensino
fundamental;

VIII - criação e manutenção de serviços e programas de prevenção e orientação contra entorpecentes,


álcool e drogas afins, bem como de encaminhamento de denúncias e atendimento especializado,
referentes à criança, ao adolescente, ao adulto e ao idoso dependentes.

Art. 280. Os Poderes Públicos Estadual e Municipal assegurarão condições de prevenção de deficiências,
com prioridade para a assistência pré-natal e à infância, bem como integração social de portadores de
deficiências, via de treinamento para o trabalho e para a convivência, mediante:

I - criação de centros profissionalizantes para treinamento, habilitação, e reabilitação profissional de


portadores de deficiências, oferecendo os meios adequados, para esse fim, aos que tenham condições de
freqüentar a rede regular de ensino;

II - implantação de sistema "Braile", em estabelecimentos da rede oficial de ensino, de forma a


atender às necessidades educacionais e sociais dos portadores de deficiências.

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 281. O Município comemorará, anualmente, no dia trinta de março, o aniversário de sua
emancipação política.

Art. 282.O Município comemorará, anualmente, no período de 3 (três) a 9 (nove) de julho, a Revolução
Constitucionalista de 1932, enfatizando a participação de Orlândia, nesse movimento.

Art. 283. É vedado ao Município de Orlândia a criação ou manutenção com recursos públicos de carteiras
especiais de previdência social para ocupantes de cargos eletivos, bem como a participação, ainda que
por convênios.

Art. 284.É assegurada a participação dos servidores públicos nos colegiados e diretorias dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais, de assistência médica e previdência sejam objetos de
discussão e deliberação, na forma da lei.

Art. 285.Toda e qualquer pensão paga pelo Município, a qualquer título, não poderá ser de valor inferior
ao salário mínimo vigente no País.

Art. 286. O Município não poderá dar nomes de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer
natureza.

TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 1ºFica assegurada a aplicação da legislação municipal anterior a promulgação desta lei, se
compatível com os seus termos.

Art. 2º Os servidores da administração direta, autarquia e das funções instituídas ou mantidas pelo
Poder Público em exercício, na data da promulgação desta Lei Orgânica, que não tenham sido admitidos
na forma regulada pelo artigo 37 da Constituição Federal, são considerados estáveis no serviço público,
desde que contassem, em cinco de outubro de 1988, com cinco anos contínuos em serviço.

Art. 3ºOs conselhos, fundos, entidades e órgãos previstos nesta Lei Orgânica, não existentes na data da
sua promulgação, serão criados mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, que terá o prazo de cento e
oitenta dias para remeter à Câmara Municipal, o projeto. No mesmo prazo, remeterá os projetos de
adaptação das já existentes e que dependem da lei para esse fim.

Art. 4º Dentro do prazo de cento e oitenta dias, a contar da promulgação desta Lei, o Poder Executivo,
deverá remeter para apreciação da Câmara Municipal, os projetos de leis complementares mencionados
no artigo 49.

Art. 5º O Executivo, anualmente, deverá reavaliar as isenções, as anistias e as remissões vigentes,


propondo ao Poder Legislativo as medidas cabíveis.

§ 1º Considerar-se-ão revogadas, após dois anos, a partir da data da promulgação desta Lei Orgânica,
as isenções, as anistias e as remissões que não forem confirmadas por lei.

§ 2º A revogação não prejudicará os direitos adquiridos.

Art. 6ºFica assegurada a aplicação da legislação tributária anterior a vigência desta Lei Orgânica, que cria
o sistema tributário municipal, no que não seja com ele compatível.

Art. 7º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o artigo 165, § 9º, incisos I e II, da
Constituição Federal serão obedecidas as seguintes normas:

a) O projeto de lei do Plano Plurianual para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato do Prefeito subseqüente, será encaminhado até trinta de maio e devolvido para sanção até o dia
30 de julho.
b) O projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias será encaminhado até trinta de maio e devolvido para
sanção até o dia 30 de julho.
c) O projeto de Lei Orçamentária anual do Município será encaminhado até o dia quinze de outubro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
d) O Prefeito deve encaminhar à Câmara Municipal e ao Tribunal de Contas do Estado, a sua
prestação de contas e a da Mesa da Câmara relativas a gestão financeira, orçamentária e patrimonial do
Município referentes ao exercício imediatamente anterior, até o dia trinta e um de março de cada ano.

Art. 8º Até a promulgação da Lei Complementar referida no artigo 169, da Constituição Federal, o
Município não poderá despender com pessoal mais do que sessenta e cinco por cento do valor das
respectivas receitas correntes.

Parágrafo único. Quando a respectiva despesa de pessoal exceder ou excedeu o limite previsto neste
artigo, com efeito retroativo a cinco de outubro de 1988, o Município, deverá retornar àquele limite
reduzindo o percentual excedente à razão de um quinto por ano.

Art. 9º Nos dez primeiros anos da promulgação da Constituição Federal, o Poder Público Municipal
desenvolverá esforços, com a mobilização de todos os setores organizados da sociedade e com aplicação
de, pelo menos, cinqüenta por cento dos recursos a que se refere o artigo 212, da Constituição Federal
para eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental.

Art. 10.O Poder Legislativo promoverá a edição do texto integral desta Lei Orgânica que, gratuitamente,
será colocada à disposição de todos os interessados.

Art. 11. Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos integrantes da Câmara Municipal, será promulgada
pela Mesa e entrará em vigor, na data de sua promulgação, revogadas as disposições em contrário.

Dr. João Henrique Orsi


Presidente da Câmara

Aníbal Varalonga
Antonio Dannas
Antonio Carlos Gracioli
Francisco Orlando Diniz Junqueira
Lauro Pernambuco Nogueira
Marcelino Aparecido Braz de Souza
Rubens de Freitas Silveira
Jose Alberto Costa
Ademir Caetano
Fernando de Andrade Piai
Gonçalo Batuire de Castro
Paulo Sircili
Pedro Parizi
Sebastião Tarciso Manso

Nota: Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial.

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 06/12/2021

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