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Versão consolidada, com alterações até o dia 30/11/2021
LEI ORGÂNICA
TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Art. 1º O Município de Orlândia, integrante da República Federativa do Brasil, com autonomia politico-
administrativa-financeira, rege-se por esta Lei Orgânica, atendidos os princípios estabelecidos na
Constituição da República e na Constituição do Estado de São Paulo.
Art. 2º A Lei Orgânica do Município, no âmbito das competências locais, é de hierarquia superior,
devendo todos os atos e normas municipais atenderem aos seus termos.
Art. 3º É mantido o atual território do Município e seus limites só podem ser alterados, na forma
estabelecida na Constituição Federal.
Art. 4º São símbolos do Município de Orlândia, o Brasão de Armas, a Bandeira do Município, o Hino de
Orlândia e outros estabelecidos em lei municipal.
CAPÍTULO II
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
Art. 5ºAo Município compete dispor sobre assuntos de interesse local, cabendo-lhe, entre outras, as
seguintes atribuições:
II - decretar suas leis e expedir decretos e atos relativos aos assuntos de seu peculiar interesse;
III - adquirir, alienar e doar os seus bens, bem como aceitar doações, legados e heranças, sem
encargos, e dispor sobre sua administração e utilização;
IV - desapropriar por necessidade ou utilidade pública e por interesse social, áreas e imóveis, visando
sempre ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem estar de seus
habitantes;
V - elaborar o orçamento, prevendo a receita e fixando a despesa, com base em planejamento
adequado;
VI - instituir e arrecadar tributos de sua competência e fixar as tarifas dos serviços municipais,
inclusive os de transporte coletivo e de táxis;
VII - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos;
a) prover sobre o transporte urbano, que poderá ser operado pelo próprio Município ou através de
concessão ou permissão, fixando o itinerário, os pontos de parada, horários e as respectivas tarifas;
b) prover sobre o transporte individual de passageiros fixando os locais de estacionamento e as tarifas
respectivas;
c) fixar e sinalizar os locais de estacionamento de veículos, os limites das "zonas de silêncio" e de
trânsito e tráfego em condições especiais;
d) disciplinar os serviços de carga e descarga e fixar tonelagem máxima permitida a veículos que
circulem em vias públicas municipais;
e) disciplinar a execução dos serviços e atividades neles desenvolvidas;
XII - sinalizar as vias públicas e as estradas municipais bem como regulamentar e fiscalizar a sua
utilização;
XIII - dispor sobre a limpeza dos logradouros públicos, das vias públicas, remoção, destino e
fiscalização do lixo domiciliar, hospitalar e de outros resíduos de qualquer natureza;
XVI - dispor sobre o serviço funerário e cemitério, encarregando-se da administração daqueles que
forem públicos e fiscalizando os pertencentes a entidades privadas;
XIX - dispor sobre registro, vacinação, captura e destino de animais, com o fim de prevenir e erradicar
a hidrofobia e outras moléstias de que possam ser portadores ou transmissores;
XXI - constituir guarda municipal destinada à proteção das instalações, bens e serviços municipais,
conforme dispuser a lei;
XXIII - prover e incentivar o turismo local como fator de desenvolvimento social e econômico;
XXIV - instituir regime jurídico único para os servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações, bem como planos de carreira;
XXVI - estabelecer penalidades, dispondo sobre a competência das autoridades com poder de aplicá-
las, por infrações às leis e regulamentos municipais.
I - zelar pela guarda e aplicação da Constituição Federal, Estadual, da Lei Orgânica do Município, das
Leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
III - manter programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental, bem como cuidar da
educação de pessoas portadoras de deficiência de qualquer natureza;
TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
Da Câmara de Vereadores
Art. 7º O Poder Legislativo é exercido pela Câmara de Vereadores de Orlândia, composta por
representantes do povo, eleitos no Município em pleito direto, pelo sistema de voto, para um mandato de
quatro anos.
Art. 8º O número de vereadores será, quando for o caso, fixado no último ano de cada legislatura para
vigorar na seguinte, baseado na população do ano anterior, observados os seguintes limites:
§ 1º A população, para fim do cálculo do número de vereadores, será a certificada pelo IBGE, como a
efetiva ou a projetada na época considerada.
§ 2º O número de vereadores será fixado nos termos deste artigo por ato da Mesa da Câmara e
comunicado às autoridades competentes.
Seção II
Das Atribuições da Câmara de Vereadores
Art. 9º Cabe à Câmara de Vereadores, com a sanção do Prefeito, dispor sobre todas as matérias de
interesse local, especialmente:
I - legislar sobre tributos municipais, isenções, anistias fiscais, remissão de dívidas e suspensão de
cobrança da dívida ativa;
II - votar o Plano Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e os Orçamentos Anuais, bem como autorizar
a abertura de créditos suplementares e especiais;
III - votar, entre outras, as Leis, Diretrizes de Desenvolvimento Urbano, Plano Diretor, Parcelamento
do Solo Urbano ou Expansão Urbana e Ocupação do Solo Urbano e de Expansão Urbana, Código de Obras
e Código de Posturas.
V - autorizar subvenções;
VI - deliberar sobre a concessão e a permissão de serviços públicos, bem como sobre a concessão de
obras públicas;
VII - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doação sem encargos;
VIII - deliberar sobre a permissão e a concessão de uso e sobre a concessão de direito real de uso de
bens imóveis municipais;
XII - criar, alterar e extinguir cargos, funções e empregos públicos e fixar a respectiva remuneração, da
Administração Direta e Indireta;
XIII - legislar sobre a atribuição e alteração da denominação de próprios, vias e logradouros públicos;
XV - instituir e delimitar as zonas urbanas e de expansão urbana, observando, quando for o caso, a
legislação federal;
Art. 10. Compete exclusivamente à Câmara de Vereadores, entre outras, as seguintes atribuições:
III - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito, conhecer de sua renúncia e afastá-los definitivamente do
exercício do cargo;
VI - criar, transformar e extinguir cargos, funções e empregos públicos de seus serviços, fixar os
respectivos vencimentos e nomear, exonerar e demitir servidores;
VII - fixar, para a legislatura subseqüente, a remuneração dos vereadores, do Prefeito e do Vice-
Prefeito, segundo padrões inalteráveis, vedada a instituição de parte variável, tal como as verbas
indenizatórias, admitida, sempre, a atualização monetária;
VIII - criar comissões especiais de inquérito sobre fato determinado que se inclua na competência
municipal, sempre que o requerer pelo menos um terço de seus membros;
X - convocar aos auxiliares diretos do Prefeito para prestar, pessoalmente, informações sobre matéria
previamente determinada e de sua competência, observando-se o seguinte:
a) é fixado em trinta dias, prorrogável por igual período, desde que solicitado e devidamente
justificado, o prazo para que os responsáveis pelos órgãos da administração direta ou indireta, prestem as
informações e encaminhem os documentos requisitados pelo Poder Legislativo na forma do disposto na
presente lei;
b) o não atendimento ao prazo estipulado na alínea "a" faculta ao Presidente da Comissão solicitar, na
conformidade da legislação federal, a intervenção do Poder Judiciário para fazer cumprir a legislação;
XI - outorgar, pelo voto de, no mínimo, dois terços de seus membros, títulos e honrarias previstos em
lei a pessoas que, reconhecidamente, tenham prestado relevantes serviços ao município;
XII - julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito e pela Mesa Diretora em noventa dias após
a apresentação do parecer prévio pela Côrte de Contas competente, observado o seguinte:
a) o parecer prévio só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara
Municipal;
b) as contas do Município ficarão, durante sessenta dias, anualmente, na Câmara Municipal, na
Prefeitura e nas associações de moradores que as requererem, para exame e apreciação, a disposição de
qualquer pessoa física ou jurídica, que poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei;
c) durante o período referido na alínea anterior, o Presidente da Câmara Municipal e o Prefeito,
respectivamente, designarão servidores habilitados para, em audiências públicas, prestarem
esclarecimentos;
d) publicação, no órgão oficial, do parecer e da resolução que concluírem pela rejeição das contas e
obrigatório encaminhamento ao Ministério Público.
XIII - proceder à tomada de contas do Prefeito, quando não apresentadas no prazo legal;
XIV - estabelecer normas sobre despesas estritamente necessárias com transporte, hospedagem e
alimentação individual e respectiva prestação de contas, quanto a verbas destinadas a vereadores em
missão de representação da Casa;
Seção III
Da Estrutura
Art. 12. Ao Presidente da Câmara de Vereadores, seu representante máximo, cabem, entre outras as
seguintes atribuições:
V - providenciar a publicação das decisões da Câmara Municipal e das leis por ele promulgadas, bem
como dos atos da Mesa Diretora;
VI - declarar extinto o mandato dos vereadores, do Prefeito e do Vice-Prefeito, nos casos que couber,
observado o que estabelece esta Lei Orgânica;
VII - manter a ordem no recinto da Câmara Municipal, podendo solicitar o auxílio da Polícia Militar do
Estado, se necessário para esse fim;
VIII - requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara Municipal quando, por deliberação do
Plenário, não forem processadas e pagas pela Prefeitura, e apresentar ao plenário, até dez dias antes do
término de cada período legislativo, o balancete relativo aos recursos recebidos e as despesas realizadas.
Art. 13. Nos seus impedimentos, o Presidente da Câmara de Vereadores, será substituído,
sucessivamente, pelo Vice-Presidente, pelo Primeiro Secretário e pelo Segundo Secretário.
Parágrafo único. Na falta dos membros da Mesa, assumirá a Presidência da Câmara o vereador mais
votado dentre os presentes.
I - na eleição da mesa;
II - quando a matéria exigir, para sua aprovação, o voto favorável de dois terços dos membros da
Câmara;
Subseção II
Da Mesa Diretora
Art. 15. A Mesa Diretora, órgão diretivo da Câmara de Vereadores, é composta por Presidente, Vice-
Presidente, Primeiro Secretário e Segundo Secretário.
Art. 16. Imediatamente à posse, no primeiro ano da legislatura, sob a presidência do vereador mais
votado, dentre os presentes, os Vereadores reunir-se-ão, estando presente dois terços dos empossados, e
elegerão, por maioria simples e voto secreto, os membros da Mesa Diretora.
§ 3º Não havendo o mínimo de vereadores empossados presentes, o vereador que tiver assumido a
direção dos trabalhos permanecerá na presidência e convocará sessões diárias até que seja eleita a Mesa
Diretora.
§ 5º As decisões da Mesa Diretora serão tomadas por maioria de votos de seus membros.
O mandato da mesa será de dois anos, proibida a reeleição de qualquer de seus membros para o
Art. 17.
mesmo cargo.
Art. 18. Qualquer componente da Mesa Diretora poderá ser destituído, pelo voto de dois terços dos
membros da Câmara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas funções.
II - se a proposta não for encaminhada, será tomado como base o orçamento vigente para a Câmara
Municipal;
III - suplementar, mediante ato, as dotações do orçamento da Câmara Municipal observado o limite
da autorização constante da lei orçamentária, desde que os recursos para sua cobertura sejam
provenientes de anulação total ou parcial de suas dotações.
IV - devolver à Fazenda Municipal, até o dia 31 de dezembro, o saldo do numerário que lhe foi
liberado durante o exercício para a execução do seu orçamento;
VI - enviar ao Prefeito, até o dia 10 do mês seguinte, para fim de serem incorporados aos balancetes
do Município, os balancetes financeiros e suas despesas orçamentárias relativos ao mês anterior, quando
a movimentação do numerário para as despesas for feita pela Câmara Municipal.
Subseção III
Do Plenário
Art. 20.O Plenário, órgão máximo de deliberação da Câmara de Vereadores, é composto pelos
vereadores no exercício do mandato.
Parágrafo único. A aprovação ou a rejeição de qualquer das espécies normativas, prevista nos incisos
do artigo 51, cabe exclusivamente ao plenário.
Subseção IV
Das Comissões
Art. 21. As comissões, órgãos internos destinados a estudar, investigar e apresentar conclusões ou
sugestões sobre o que for submetido à sua apreciação poderão ser permanentes ou temporárias.
Art. 22.As Comissões Permanentes, nas matérias de sua respectiva competência, cabem, entre outras
atribuições:
III - convocar os auxiliares diretos do Prefeito para prestar, pessoalmente, informações sobre matéria
previamente determinada e de sua competência;
Art. 23. As Comissões Parlamentares de Inquérito serão criadas por ato do Presidente da Câmara
Municipal, mediante requerimento de um terço de seus membros, para apuração, em prazo certo, de
determinado fato da Administração Municipal.
§ 3º A Comissão encerrará seus trabalhos com apresentação de relatório circunstanciado, que será
encaminhado, em dez dias, ao Presidente da Câmara de Vereadores, para que este:
Seção IV
Do Funcionamento
Art. 24.A legislatura, período de funcionamento da Câmara de Vereadores, renova-se a cada quatro
anos, em 1º de janeiro, com a posse dos eleitos.
Art. 25. As sessões legislativas, períodos anuais de reuniões da Câmara de Vereadores, são ordinárias e
extraordinárias.
§ 2º A sessão legislativa ordinária não será interrompida sem a deliberação dos projetos de lei de
Diretrizes Orçamentárias e da Lei de Orçamento.
Art. 26. As sessões legislativas, extraordinárias, são realizáveis nos períodos de recesso, dependem de
convocação e da natureza relevante e urgente da matéria a deliberar.
§ 1º A sessão legislativa extraordinária poderá ser convocada pelo Prefeito, pelo Presidente da
Câmara de Vereadores ou por requerimento da maioria de seus membros.
Art. 27. A Câmara de Vereadores durante as sessões legislativas, reunir-se-á ordinária, extraordinária e
solenemente, conforme dispuser seu Regimento Interno.
§ 1º As reuniões ordinárias, realizáveis nos dias e hora indicados no Regimento Interno, independem
de convocação.
§ 7º As reuniões da Câmara de Vereadores, salvo as solenes, somente serão abertas com a presença
mínima de um terço dos seus membros e só deliberará com a presença da maioria absoluta.
§ 8º Considera-se presente o vereador que assinar a lista de presença e participar dos trabalhos do
Plenário e das votações.
Seção V
Dos Vereadores
Subseção I
Da Posse
Art. 29. Os vereadores, qualquer que seja seu número, tomarão posse no dia 1º de janeiro do primeiro
ano de cada legislatura, em sessão solene presidida pelo vereador mais votado entre os presentes, e
prestarão o compromisso de bem cumprir o mandato e de respeitar a Constituição e as leis do País.
I - se desincompatibilizar;
Subseção II
Do Exercício e da Interrupção do Mandato
Art. 30. O vereador entrará no exercício do mandato imediata e automaticamente após a posse.
Art. 31. O exercício do mandato será interrompido em razão da vacância ou da licença do vereador.
III - interesse particular, por prazo determinado, nunca inferior a trinta dias, vetado o retorno antes do
término da licença;
Subseção III
Dos Direitos e Deveres
II - no exercício de seu mandato, o vereador terá livre acesso às repartições públicas, podendo
diligenciar pessoalmente junto aos órgãos da administração direta e devendo ser atendido pelos
respectivos responsáveis, na forma da lei;
III - Os vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em
razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhe confiaram ou delas receberam
informações;
II - agir com respeito ao Executivo e ao Legislativo, colaborando para o bom desempenho de cada um
desses Poderes;
III - representar a comunidade comparecendo às reuniões, trajado nos termos do Regimento Interno,
e participar dos trabalhos de Plenário e das votações dos trabalhos da Mesa Diretora e das comissões
quando eleito para integrar esses órgãos;
IV - usar suas prerrogativas exclusivamente para atender ao interesse público;
V - residir no município, salvo quando o Distrito em que reside for emancipado durante o exercício de
seu mandato.
Subseção IV
Das Incompatibilidades
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de
economia mista, empresa concessionária ou permissionária de serviço público municipal, salvo quando o
contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função que seja demissível "ad nutum" nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso I, "a";
d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
Subseção V
Da Remuneração
Art. 35. Os vereadores farão jus a uma remuneração mensal condigna, fixada no fim da legislatura e até
trinta dias anteriores às eleições municipais para vigorar na que lhe é subseqüente, de, no máximo, igual
a quatro vezes o menor salário do servidor público municipal.
§ 1º A fixação será veiculada por decreto legislativo aprovado pelo Plenário da Câmara de Vereadores.
§ 2º O vereador licenciado nos termos dos incisos I, II e IV do § 2º, do artigo 31, fará jus a sua
remuneração.
§ 3º O vereador licenciado nos termos do inciso V, do § 2º, do artigo 31, poderá optar pela sua
remuneração.
§ 4º O vereador que até noventa dias antes do término de seu mandato não apresentar ao Presidente
da Câmara declaração de bens atualizada não perceberá a correspondente remuneração.
Subseção VI
Da Responsabilidade
Art. 36.O vereador, observado o que estabelece o artigo 32 desta lei, pela prática de contravenções
penais, crimes comuns e infrações político-administrativas, será processado, julgado e apenado em
processos independentes.
Art. 37. As contravenções e os crimes serão julgados pela justiça comum e as infrações político-
administrativas pela Câmara de Vereadores.
Subseção VII
Da Extinção do Mandato
Art. 38. Extingue-se o mandato do vereador e assim será declarado pelo Presidente da Câmara Municipal
quando:
I - ocorrer o falecimento;
III - for condenado por crime funcional ou eleitoral, em sentença definitiva e irrecorrível;
IV - incidir nos impedimentos para o exercício do mandato e não se desincompatibilizar até a posse e
nos casos supervenientes do prazo de quinze dias contados do recebimento da notificação para isso
promovida pelo Presidente da Câmara de Vereadores;
V - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, a terça parte das sessões ordinárias da casa,
salvo licença ou missão por esta autorizado;
VI - não tomar posse, salvo motivo devidamente justificado e aceito pela Câmara de Vereadores, na
data marcada;
VII - quando Presidente da Câmara, substituir ou suceder o Prefeito nos casos de impedimento ou
vaga.
§ 1º Considera-se formalizada a renúncia e por conseguinte como tendo produzido todos os seus
efeitos para fins deste artigo quando protocolada nos serviços administrativos da Câmara de Vereadores.
Subseção VIII
Da Cassação do Mandato
III - fixar residência fora do município, salvo na hipótese estabelecida no inciso V, do artigo 33 desta
Lei;
Art. 40.O processo de cassação do mandato do vereador será regulado no Regimento Interno,
observados os seguintes princípios:
II - iniciativa de denúncia por qualquer cidadão, vereador local ou associação legalmente constituída;
III - recebimento de denúncia por maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal;
V - votação individual;
VI - conclusão do processo, sob pena de arquivamento, em até noventa dias, a contar do recebimento
da denúncia;
VII - o vereador denunciante não poderá participar, sob pena de nulidade, da deliberação plenária
sobre o recebimento de denúncia e da de afastamento do denunciado, da comissão de cassação, dos atos
processuais e do julgamento do acusado.
§ 2º O arquivamento do processo de cassação por falta de conclusão não impede, pelos mesmos
fatos, nova denúncia, nem a apuração de contravenções e de crimes comuns.
Art. 41.A Câmara de Vereadores poderá afastar o vereador cuja denúncia, por infrações político-
administrativas, for recebida por dois terços de seus membros.
Subseção IX
Do Suplemente
Art. 42.No caso de vaga ou de licença de vereador, por prazo superior a quinze dias, o Presidente
convocará o respectivo suplente para assumir o cargo, na sessão seguinte àquela em que foi concedido o
pedido:
§ 1º O suplente convocado deverá tomar posse na sessão mencionada neste artigo, ou dentro do
prazo de quinze dias a contar da convocação, salvo motivo justo e aceito pela Câmara.
§ 2º Se não tomar posse na forma acima referida, ou os motivos apresentados não forem aceitos,
convocar-se-á o suplente imediato e assim sucessivamente.
§ 3º Em caso de vaga, não havendo suplente, o Presidente comunicará o fato, dentro de quarenta e
oito horas, diretamente ao Tribunal Regional Eleitoral.
§ 4º Enquanto a vaga referida não for preenchida, calcular-se-á o quorum em função dos vereadores
remanescentes.
Art. 43.O suplente de vereador, quando no exercício do mandato de vereador, tem os mesmos direitos,
prerrogativas, deveres e obrigações do vereador e como tal deve ser considerando.
Seção VI
Do Processo Legislativo
Subseção I
Disposições Gerais
Art. 44. O processo legislativo, sucessão ordenada de atos necessários à formação de propositura com
força de lei, compreende a elaboração de:
II - leis complementares;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Na elaboração dos atos previstos nos incisos deste artigo, serão observados, no que
couber, as disposições da lei complementar mencionada no parágrafo único do artigo 59 da Constituição
Federal.
Art. 45. Nas deliberações da Câmara de Vereadores, observar-se-á o estabelecido no parágrafo único do
artigo 9º desta lei.
Art. 46. A matéria constante de qualquer dos atos previstos nos incisos do artigo 44, rejeitada ou
considerada prejudicada, não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa, salvo
decisão da maioria absoluta dos membros da Câmara de Vereadores.
Subseção II
Da Emenda à Lei Orgânica
III - do Prefeito.
§ 1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com interstício de dez dias, considerando-se
aprovada a que obtiver, no segundo turno, o voto favorável de dois terços dos membros da Câmara de
Vereadores.
§ 2º A emenda, aprovada nos termos do parágrafo anterior, será promulgada e publicada pela Mesa
da Câmara de Vereadores, com o respectivo número de ordem.
Art. 48. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda à Lei Orgânica tendente a ofender ou
abolir:
Subseção III
Das Leis Complementares
Art. 49. Observado o processo legislativo das leis ordinárias, a aprovação de lei complementar exige o
"quorum" da maioria absoluta dos membros da Câmara de Vereadores.
Parágrafo único. São leis complementares, além de outras indicadas nesta lei, as que disponham
sobre:
IV - servidor público;
Subseção IV
Das Leis Delegadas
Art. 50. As leis delegadas serão elaboradas pelo Executivo municipal, depois de obtida a devida
delegação da Câmara de Vereadores.
§ 2º A delegação será vinculada por resolução da Câmara de Vereadores, que especificará seu
conteúdo e os termos do seu exercício.
Subseção V
Das Leis Ordinárias
Art. 51. A iniciativa das leis cabe a qualquer vereador, a Mesa Diretora, a qualquer Comissão Permanente
da Câmara de Vereadores, ao Prefeito e aos eleitores do Município.
II - criem, transformem ou extingam cargos, empregos ou funções dos serviços da Câmara Municipal e
fixem os vencimentos de seus servidores.
I - criem cargos, funções ou empregos públicos, fixem ou aumentem vencimentos ou vantagens dos
servidores da administração direta, autárquica ou fundacional;
III - criem, alterem, estruturem as atribuições dos órgãos da administração direta, autárquica ou
fundacional.
Art. 52. A iniciativa popular de projetos de lei de interesse especifico do município, de seus distritos ou
bairros, dependerá da manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado.
§ 1º Os projetos de lei de iniciativa popular serão apresentados à Câmara Municipal, firmados pelos
eleitores, interessados, com as anotações correspondentes ao número do título de cada um e da zona
eleitoral respectiva.
§ 2º Os projetos de iniciativa popular poderão ser redigidos sem observância da técnica legislativa,
bastando que definam a pretensão dos proponentes.
Art. 53. O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de lei de sua iniciativa.
§ 1º Se a Câmara não se manifestar em até trinta dias, sobre a proposição, será esta incluída na
ordem do dia, sobrestando-se a deliberação sobre os demais assuntos, para que se ultime a votação.
§ 2º O prazo de parágrafo anterior não corre nos períodos de recesso da Câmara, nem se aplica aos
projetos de Códigos e Estatutos.
Aprovado o projeto de lei, o Presidente da Câmara Municipal no prazo de dez dias úteis, enviará
Art. 54.
o autógrafo ao Prefeito, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias úteis, a falta de comunicação dos motivos do veto, no prazo
estabelecido no § 1º, importará sanção.
§ 4º O veto apreciado pela Câmara Municipal em sessão plenária, dentro de trinta dias a contar de
seu recebimento, e só será rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos vereadores, em escrutínio secreto.
§ 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia
das sessões subseqüentes, sobrestadas as demais proposições até sua votação final.
§ 7º Se o projeto não for promulgado dentro de quarenta e oito horas pelo Prefeito, nos casos dos §§
3º e 5º, o Presidente da Câmara Municipal o promulgará, e se este não fizer em igual prazo, caberá ao
Vice-Presidente fazê-lo.
Subseção VI
Das Medidas Provisórias
Art. 55. Nos casos de calamidade pública, em razão de fatos da natureza ou de atos humanos, o Prefeito
poderá valer-se de medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato à Câmara de
Vereadores, que, estando em recesso, será convocada extraordinariamente para se reunir no prazo de
cinco dias.
Parágrafo único. As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a sua edição, se não forem
convertidas em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo a Câmara de Vereadores,
nesse caso, disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.
Subseção VII
Dos Decretos Legislativos e Das Resoluções
Art. 56.Os Decretos Legislativos, deliberações do plenário sobre matérias de sua exclusiva competência e
apreciação político-administrativa, para produzir seus principais efeitos fora da Câmara, são promulgados
pelo Presidente da Câmara de Vereadores.
Parágrafo único. Os decretos legislativos são próprios para, entre outras, regular as seguintes
matérias:
II - cassação de mandato;
III - aprovação de contas;
Art. 57. As resoluções, deliberações do plenário sobre matéria de sua exclusiva competência e apreciação
político-administrativa, para produzirem seus principais efeitos no interior da Câmara, serão promulgadas
pelo Presidente da Câmara.
Parágrafo único. As resoluções legislativas são próprias para, entre outras, regular as seguintes
matérias:
Subseção VIII
Das Emendas
As proposituras, até sua aprovação pelo Plenário, observado o que estabelece esta Lei Orgânica,
Art. 58.
podem ser emendadas por proposta de qualquer Vereador.
Seção VII
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial
§ 1º O controle externo será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
§ 2º O parecer prévio anual, emitido pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, só será
rejeitado pelo voto de dois terços dos membros da Câmara de Vereadores.
§ 5º Qualquer munícipe, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Art. 60. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou
ilegalidade, dela devem dar ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade solidária.
Art. 61.Prestará contas, conforme estabelecido pela legislação pertinente, toda pessoa física ou entidade
pública ou privada que utiliza, arrecada, guarda, gerencía ou administra dinheiro, bens e valores públicos
do Município ou que por eles responda, ou que, em nome deste, assuma obrigação de natureza
pecuniária.
Seção VIII
Do Plebiscito e do Referendo
Art. 62. Mediante proposta fundamentada da maioria dos membros da Câmara de Vereadores ou de 25%
dos eleitores inscritos no Município e aprovação do plenário, por dois terços de votos favoráveis, será
submetida à plebiscito questão de relevante interesse do Município ou do Distrito.
§ 3º A proposta que já tenha sido objeto de plebiscito somente poderá ser apresentada depois de
cinco anos de carência.
§ 4º Será considerada vencedora a manifestação plebiscitária que alcançar, no mínimo, a maioria dos
votos válidos, tendo comparecido, pelo menos, a maioria absoluta dos eleitores, conforme o caso, do
Município ou do Distrito e, como tal, vinculará o Poder Público Municipal.
No prazo de seis meses será regulamentada a utilização do referendo popular, mediante lei
Art. 63.
complementar.
CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 64. O Poder Executivo, com atribuições essencialmente administrativas, será exercido pelo Prefeito.
Art. 65.No exercício da administração municipal, o Prefeito contará com a colaboração do Vice-Prefeito,
auxiliares diretos e demais responsáveis pelos órgãos da administração direta e indireta do Município.
Seção II
Do Prefeito e do Vice-prefeito
§ 1º Será considerando eleito Prefeito o candidato que obtiver a maioria simples de votos, não
computados os em branco e os nulos.
Art. 67. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse na sessão solene de instalação da legislatura, logo
após a dos Vereadores, prestando, a seguir, o compromisso de "manter e cumprir a Constituição, observar
as leis e administrar o Município, visando ao bem geral de sua população".
§ 1º Se decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo motivo de
força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Art. 68. O exercício do mandato dar-se-á, automaticamente, com a posse, assumindo o Prefeito todos os
direitos e obrigações inerentes.
Parágrafo único. A transmissão de cargo, quando houver, dar-se-á no Gabinete do Prefeito após a
posse.
Art. 69. Observar-se-á no que couber, quanto ao Vice-Prefeito, relativamente à posse, ao exercício, aos
direitos e deveres, as incompatibilidades, a declaração de bens e a licença, o que esta lei estabelece para
o Prefeito e o que lhe for especificamente determinado.
Subseção I
Das Atribuições
II - exercer, com o apoio dos auxiliares diretos, a direção superior da administração local;
III - nomear e exonerar os servidores municipais;
V - sancionar, promulgar e mandar publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para a
sua fiel execução;
VIII - celebrar convênios e consórcios nos termos desta Lei, depois de devidamente autorizado pela
Câmara de Vereadores;
XIII - prover e extinguir cargos públicos, e expedir atos referentes à situação funcional dos servidores
públicos nos termos da lei;
XIV - enviar à Câmara Municipal os projetos de lei do Plano Plurianual, de Diretrizes Orçamentárias e
do Orçamento Anual, conforme disciplinado nesta Lei;
XV - prestar, anualmente, à Câmara Municipal, dentro de sessenta dias após a abertura do ano
legislativo, as contas referentes ao exercício anterior, e remetê-las em igual prazo, ao Tribunal de Contas
do Estado de São Paulo;
XVI - prestar à Câmara Municipal, em quinze dias, as informações que esta solicitar;
XVIII -
XIX - aprovar, após o competente parecer do órgão técnico da Prefeitura, projetos de edificação e
planos de loteamento, arruamento e zoneamento urbano ou para fins urbanos;
XX - solicitar o auxilio da polícia militar do Estado de São Paulo para garantir cumprimento de seus
atos;
XXII - dar e alterar de denominação de próprios, vias e logradouros públicos, nos termos da lei;
XXIII - superintender a arrecadação dos tributos e preços, bem como a guarda e aplicação da receita,
autorizando as despesas e pagamentos dentro das disponibilidades orçamentárias ou dos créditos
votados pela Câmara;
XXIV - colocar à disposição da Câmara, dentro de dez dias de sua requisição as quantias que devem
ser dispendidas de uma só vez, e até o dia vinte de cada mês, a parcela correspondente ao duodécimo de
sua dotação orçamentária;
Parágrafo único. O Prefeito poderá delegar por decreto, as atribuições mencionadas nos incisos XI, XII,
XVII, XVIII e XIX aos auxiliares diretos que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.
I - substituir o Prefeito nos casos de licença e suceder-lhe nos de vaga, observado o disposto nesta Lei;
II - auxiliar na direção da administração pública municipal, conforme lhe for determinado pelo
Prefeito nos termos da lei;
Subseção II
Das Licenças
O Prefeito não poderá ausentar-se do Município ou afastar-se do cargo, por mais de quinze dias
Art. 72.
consecutivos, sob pena de cassação do mandato.
IV - em razão de férias.
§ 2º O Prefeito regularmente licenciado nos termos dos incisos deste artigo terá direito a perceber
sua remuneração integralmente.
§ 3º As férias, sempre anuais e de trinta dias não poderão ser gozadas nos recessos da sessão
legislativa, nem indenizadas quando, a qualquer título, não forem gozadas pelo Prefeito.
Subseção III
Das Incompatibilidades
a) firmar ou manter contrato com o Município, com suas entidades descentralizadas, com pessoas
que realizem serviços ou obras municipais, salvo quando o contrato obedecer cláusulas uniformes;
b) patrocinar causas de qualquer natureza contra o Município ou suas entidades descentralizadas;
c) ser diretor, proprietário ou sócio de empresa contratada pelo Município ou que receba dele
privilégios ou favores.
II - desde a posse:
Subseção IV
Da Substituição e da Sucessão
Art. 75.Será de quatro anos o mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, a iniciar-se no dia primeiro de
janeiro do ano subseqüente ao da eleição.
Art. 77. Para concorrerem a outros cargos eletivos, o Prefeito e o Vice-Prefeito devem renunciar aos
mandatos, até seis meses antes do pleito.
Art. 78. O Vice-Prefeito substitui o Prefeito nos casos de licença e sucede-lhe nos casos de vaga.
Parágrafo único. Considera-se vago o cargo de Prefeito, e assim será declarado pelo Presidente da
Câmara, quando ocorrer morte, renúncia ou perda do mandato.
Art. 79.Nos casos de licença do Prefeito e do Vice-Prefeito ou de vacância dos respectivos cargos,
assumirá o Presidente da Câmara, que completará o período se as vagas tiverem ocorrido na segunda
metade do mandato.
Parágrafo único. Se as vagas tiverem ocorrido na primeira metade do mandato, far-se-á eleição direta,
na forma da legislação eleitoral e no prazo máximo de noventa dias, cabendo aos eleitos completar o
período.
Art. 80. Os substitutos legais do Prefeito não poderão recusar a substituição ou a sucessão sob pena de
extinção dos respectivos mandatos de Vice-Prefeito ou de Vereadores.
Parágrafo único. Enquanto o substituto legal não assumir, responderão pelo expediente da Prefeitura,
sucessivamente, os Vereadores mais votados.
Subseção V
Dos Direitos e Deveres
I - respeitar, defender e cumprir as Constituições Federal e Estadual e as leis do País e tratar com
respeito e dignidade os Poderes constituídos e seus representantes;
III - tratar com dignidade o Legislativo Municipal, colaborando para o seu bom funcionamento e
respeitando seus membros;
V - apresentar, no prazo legal, relatório das atividades e dos serviços municipais, sugerindo as
providências que julgar necessárias;
VII - deixar, conforme regulado no artigo 59, desta lei, anualmente, a disposição de qualquer
contribuinte, durante sessenta dias as contas municipais, de forma a garantir-lhes a compreensão, o
exame e a apreciação.
Art. 83. Os direitos e deveres previstos nos artigos anteriores são extensivos, no que couber, ao
substituto ou sucessor do Prefeito.
Subseção VI
Da Responsabilidade
Art. 84. O Prefeito, observado o que estabelece o artigo 29, inciso VIII, da Constituição Federal, em razão
de seus atos, contravenções penais, crimes comuns e infrações político-administrativas, será processado,
julgado e apenado em processos independentes.
Art. 85. O Prefeito ou quem lhe faça às vezes, nas infrações político-administrativas será processado,
julgado e, quando, for o caso apenado com a cassação do mandato pela Câmara de Vereadores.
Subseção VII
Da Extinção do Mandato
Art. 86. Extingue-se o mandato do Prefeito e assim será declarado pelo Presidente da Câmara de
Vereadores quando:
I - ocorrer o falecimento;
V - deixar de tomar posse sem motivo justo aceito pela Câmara de Vereadores, na data prevista.
§ 1º Considera-se formalizada a renúncia e, por conseguinte, como tendo produzido todos os seus
efeitos para os fins deste artigo, quando protocolada nos serviços administrativos da Câmara de
Vereadores.
Subseção VIII
Da Cassação do Mandato
Art. 87.A Câmara de Vereadores poderá cassar o mandato do Prefeito quando, em processo regular em
que lhe é dado amplo direito de defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, concluir-se pela prática
de infração político-administrativa.
I - deixar de apresentar declaração de bens, nos termos do artigo 67, § 4º, desta Lei Orgânica;
II - impedir o livre e regular funcionamento da Câmara Municipal;
III - impedir o exame de livros e outros documentos que devam constar dos arquivos da Prefeitura
Municipal, bem como a verificação de obras e serviços por comissões de investigação da Câmara
Municipal ou auditoria regularmente constituída;
IV - desatender, sem motivo justo, aos pedidos de informações da Câmara Municipal, quando
formulados de modo regular;
VI - deixar de enviar à Câmara Municipal no tempo devido, os projetos de lei relativos ao Plano
Plurianual, as Diretrizes Orçamentárias e aos Orçamentos Anuais e outros cujos prazos estão fixados nesta
lei;
VIII - praticar atos contra expressa disposição de lei, ou omitir-se na prática daqueles de sua
competência;
X - ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido nesta Lei, salvo licença da Câmara
Municipal;
Art. 89.O processo de cassação do mandato do Prefeito será regulado no Regimento Interno,
observando o que estabelecem os incisos e parágrafos do artigo 40, desta lei, no que couber.
Art. 90. A Câmara de Vereadores poderá afastar o Prefeito denunciado cuja denúncia por infração
político-administrativa for recebida por dois terços de seus membros.
Subseção IX
Da Remuneração
Art. 91. O Prefeito fará jus a uma remuneração mensal condigna, fixada pela Câmara de Vereadores no
fim da legislatura, até 30 dias antes das eleições municipais para vigorar na subseqüente, equivalente a no
máximo vinte vezes o menor salário do servidor público municipal.
§ 1º A verba de representação do Prefeito será fixada pela Câmara Municipal e não poderá exceder a
2/3 (dois terços) do valor do subsídio.
Art. 92.A fixação será veiculada por decreto legislativo, aprovado pelo plenário da Câmara de
Vereadores.
Seção III
Dos Auxiliares Diretos do Prefeito
II - os subprefeitos;
Art. 94.Os ocupantes de cargo, emprego ou função de confiança do Prefeito e os subprefeitos serão
escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete aos ocupantes de cargo, emprego ou função de confiança do Prefeito:
V - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhes foram outorgadas ou delegadas pelo Prefeito.
Art. 95.Os subprefeitos, no que couber, observarão o disposto nesta seção e o que for estabelecido na lei
instituidora da subprefeitura.
Art. 96. Os auxiliares diretos do Prefeito, ocupantes de cargos, empregos ou funções públicas de livre
nomeação e exoneração, serão sempre nomeados em comissão, farão declaração de bens no ato da
posse e no término do exercício do cargo e terão as mesmas incompatibilidades dos Vereadores enquanto
permanecerem no cargo.
Seção IV
Departamento Jurídico do Município
Parágrafo único. O ingresso na classe inicial da carreira de Procurador Municipal, far-se-á mediante
concurso público de provas e títulos.
Art. 99. O Departamento Jurídico do Município tem por chefe o Procurador do Município, de livre
designação do Prefeito, dentre integrantes da carreira de Procurador Municipal, de reconhecido saber
jurídico, reputação ilibada e, preferentemente, com experiência em áreas diversas da administração
municipal, na forma da legislação especifica.
TÍTULO III
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receitas
próprias, para executar atividades da administração pública, que requeiram, para seu melhor
funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizadas.
II - Empresa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio
e capital do Município criada por lei, para exploração de atividades econômicas que o Município seja
levado a exercer, por força de contingência ou conveniência administrativa, podendo revestir-se de
qualquer das formas admitidas em direito.
III - Sociedade de Economia Mista - a entidade de personalidade jurídica de direito privado, criada por
lei para exploração de atividades econômicas, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito
a voto pertençam, em sua maioria, ao Município ou a entidade de administração indireta.
Art. 101. Somente por lei específica poderão ser criadas empresas públicas, sociedades de economia
mista, autarquias ou fundações públicas, bem como a criação de subsidiárias dessas entidades ou a sua
participação em empresa privada.
Art. 102. A atividade administrativa do município, direta ou indireta, obedecerá aos princípios da
legalidade, finalidade, razoabilidade, motivação, impessoalidade, moralidade, publicidade, da licitação e
da responsabilidade.
Art. 103.São organismos de cooperação do Poder Municipal os conselhos municipais e as fundações e
associações privadas que realizem, sem fins lucrativos, função de utilidade pública.
§ 2º Lei autorizará o Executivo a criar conselhos municipais, cujos meios de funcionamento este
proverá, e lhes definirá, em cada caso, atribuições, organização, composição, forma de nomeação dos
titulares e suplentes e prazo do respectivo mandato, observando o seguinte:
I - composição por número impar de membros, assegurados, quando for o caso, a responsabilidade
da administração, de entidades públicas e de entidades associativas ou classistas, facultada, ainda, a
participação de pessoas de notório saber da matéria de competência do conselho.
III - os conselhos deliberarão por maioria de votos, presentes a maioria de seus membros,
incumbindo-lhes mandar publicar os respectivos atos no órgão oficial.
IV - salvo disposição legal, as deliberações dos conselhos municipais não obrigarão a administração
municipal e jamais serão obrigatórias para a Câmara de Vereadores;
V - A participação nos conselhos municipais será gratuita e constituirá serviço público relevante,
inadmitida recondução.
Art. 104. Qualquer munícipe poderá levar ao conhecimento da autoridade municipal irregularidades,
ilegalidades ou abuso de poder imputável a qualquer agente público, cumprindo ao servidor o dever de
fazê-lo perante seu superior hierárquico, para as providências e correções pertinentes.
Art. 105. Os agentes públicos municipais, nas esferas de suas respectivas atribuições, prestarão
informações e fornecerão certidões a todo aquele que as requerer, para a defesa de direitos e
esclarecimentos de situações de seu interesse, de representação contra ilegalidade ou abuso de poder,
independente do pagamento de taxas.
a) vinte dias, para informações verbais e vista de documentos ou autos de processo, quando
impossível sua prestação imediata;
b) trinta dias para informações escritas;
c) sessenta dias, para a expedição de certidões.
Art. 106. Os órgãos da administração direta e indireta ficam obrigados a constituir Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA), visando a proteção da vida e das condições de trabalho dos servidores, na
forma da lei.
Art. 107. A publicação das leis e atos municipais far-se-á na imprensa local, designada por via de licitação
pública e, na falta, em jornal regional editado no município mais próximo.
§ 2º A escolha de órgão de imprensa para divulgação das leis e atos municipais deverá ser feita por
licitação, que levará em conta não só as condições de preço, como as circunstâncias de freqüência,
tiragem e distribuição.
§ 3º A publicação dos atos não normativos pela imprensa, poderá ser resumida.
A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanha dos órgãos públicos municipais,
Art. 108.
qualquer que seja o veículo de comunicação, somente poderá ter caráter informativo, educativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem a promoção
pessoal de autoridades ou servidor público.
Parágrafo único. Os custos da publicidade referida neste artigo serão comunicados à Câmara
Municipal no prazo de cinco dias após sua veiculação.
CAPÍTULO II
DO PATRIMÔNIO MUNICIPAL
O patrimônio municipal é constituído por todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que,
Art. 109.
a qualquer título pertençam ao município.
Art. 111. O meio ambiente, ecológicamente equilibrado, constitui bem público de uso comum do povo
impondo-se ao governo municipal o dever de defendê-lo e preservá-lo.
Qualquer cidadão, observada a legislação específica, é parte legítima para propor ação popular,
Art. 112.
para anular ato lesivo ao patrimônio municipal ou de entidade da qual o município participe.
Art. 113.A responsabilidade pela administração dos bens municipais é do Prefeito, exceto dos que
estiverem sob a administração da Câmara de Vereadores.
Art. 115. A aquisição de bens pelo município, observado o que estabelecem esta Lei e leis especificas,
poderá ser feita por qualquer dos modos admitidos pelo ordenamento jurídico, inclusive pelo usucapião.
Art. 116. A aquisição de bens imóveis por compra, permuta ou doação com encargo dependerá de
interesse público, devidamente justificado, autorização legislativa e licitação.
Parágrafo único. A licitação poderá ser dispensado na doação e poderá, ou não, ser dispensada na
compra e na permuta, conforme as necessidades de instalação ou de localização condicionarem a escolha
do bem.
O projeto de autorização legislativa para a aquisição de bem imóvel deverá estar acompanhado
Art. 117.
de arrazoado em que o interesse público resulte devidamente justificado e do laudo de avaliação, sob
pena de arquivamento.
Art. 118. A aquisição de bens móveis obedecerá à disciplina exigida para a aquisição de bens imóveis,
salvo quanto a autorização legislativa e a prévia avaliação.
Art. 119.Os bens municipais podem ser utilizados por terceiros, desde que não haja afronta ao interesse
público e sejam atendidas as disposições legais.
Art. 120. O uso dos bens municipais poderá ser transferido a terceiros por permissão ou concessão,
precedidos de licitação.
Parágrafo único. São vedadas a locação, o comodato e o aforamento, quando o município for
proprietário do bem.
Art. 121. A permissão de uso será outorgada a titulo precário, sem prazo e por decreto.
Art. 122. A concessão de uso será outorgada por contrato, precedido de autorização legislativa.
A licitação poderá ser dispensada quando o uso se destinar à concessionária de serviço público,
Art. 123.
a entidades públicas, governamentais ou assistenciais.
Art. 124. A utilização dos bens municipais por terceiro será sempre remunerada, salvo interesse público
devidamente justificado, consoante o valor de mercado.
Art. 125. Máquinas, equipamentos e veículos, com ou sem seus respectivos operadores, poderão ser
emprestados pelo município a terceiros, desde que não haja prejuízo para os trabalhos e serviços
municipais e o pretendente recolha, previamente, a remuneração correspondente e assine termo de
responsabilidade pela guarda, conservação, dano e devolução do bem recebido e por qualquer diferença
remuneratória que vier a ser apurada conforme regulado em decreto.
Parágrafo único. A remuneração será calculada levando-se em conta, entre outros, os seguintes
fatores: horas trabalhadas, gasto de combustível, percentual de depreciação do bem, valor da hora
trabalhada, custos indiretos e refeição.
Art. 126. A alienação de bens municipais, sempre subordinada à existência de interesse público
devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá as seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa e licitação, sendo esta inexigível na dação em
pagamento. Na doação, na permuta e na investidura, conforme o caso, a licitação será ou não exigível;
II - quando móveis, dependerá de licitação, sendo esta inexigível para a venda de ações em bolsa e
para a venda de títulos, na forma da legislação pertinente.
§ 1º Na doação, só permitida para fins de interesse social, e na permuta, a licitação, conforme o caso,
poderá ou não ser exigida.
§ 2º A inobservância dessas regras tornará nulo o ato de transferência do domínio, sem prejuízo da
responsabilização da autoridade que determinar a transferência.
§ 3º Quando se tratar de alienação de bem de uso comum do povo, ou de uso especial, a lei
autorizadora há de promover a desafetação do bem e seu ingresso na categoria dos bens municipais.
O pedido de autorização legislativa para a alienação de bem imóvel deverá ser específico e estar
Art. 127.
acompanhado do competente arrazoado onde o interesse público resulte devidamente justificado e do
necessário laudo de avaliação, sob pena de arquivamento.
Art. 128.O município deve preferir a concessão de uso à alienação de seus bens, observado para essa
outorga o que estabelece esta Lei e a legislação pertinente.
Art. 129. Considera-se investidura a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros, por preço nunca
inferior ao da avaliação, de área autonomamente inaproveitável, remanescente de obra pública ou
resultante de retificações de alinhamento de via pública.
Art. 130 Os bens municipais podem ser utilizados, tomadas as cautelas devidas, para publicidade
particular desde que remunerada.
Art. 130. O Município poderá permitir o uso de bens imóveis a entidades públicas ou particulares sem
fins lucrativos, que tenham como atividade principal a divulgação e promoção da educação e cultura, o
ensino profissionalizante, a prestação de assistência social, a prática da filantropia ou de atividades
desportivas e de lazer, casos em que será dispensado o chamamento público previsto no artigo 126 desta
lei. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica 1/2013)
Parágrafo único. A remuneração pode ser dispensada quando a publicidade veicular informações de
interesse público.
Art. 131. O parcelamento de áreas municipais só é permitido para fins industriais ou para habitações de
interesse social, vedada, em qualquer hipótese a doação de lote.
O Município, mediante programa instituído por lei, pode fomentar a aquisição de casa própria
Art. 132.
por pessoas carentes.
CAPÍTULO III
DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS
Art. 133. São, entre outros, serviços municipais os funerários, os de cemitério, os de captação,
tratamento e distribuição de água domiciliar e industrial, os de iluminação pública, os de transporte
coletivo urbano, os de táxi, os de feira e mercado e os de matadouro.
Art. 134. Os serviços municipais podem ser prestados pelo Município por administração direta ou
indireta, podendo esta ser por permissão ou concessão.
Art. 135. A outorga de permissão ou concessão de serviço municipal dependerá de autorização legislativa
e licitação, podendo esta ser dispensada quando o prestador do serviço for entidade criada, com esse
objetivo, pelo Município.
§ 1º A permissão será outorgada a titulo precário, sem prazo, e por decreto, onde todas as condições
de outorga e os direitos e obrigações dos partícipes estarão estabelecidos, consoante prevista em lei, no
edital e na proposta vencedora.
§ 2º A concessão será outorgada por contrato máximo de 10 anos, onde todas as condições da
outorga e os direitos e obrigações das partes estarão estabelecidas, conforme estiver previsto na lei
autorizadora, no edital e na proposta vencedora.
Art. 136. Os serviços públicos, cuja execução for transferida a terceiros, ficarão sob a total
regulamentação e fiscalização do município, que deverá retomá-los sempre que se tornarem insuficientes
ou forem prestados em desacordo com os termos e condições da outorga.
Art. 137 Lei Municipal deverá estabelecer os critérios de fixação e o reajustamento das tarifas dos
serviços públicos, tendo em vista a justa remuneração do investimento e a ampliação dos serviços.
Parágrafo único. A fixação será feita por decreto, publicado em cinco dias da entrada em vigor das
novas tarifas.
Art. 137. São serviços públicos municipais os que a lei assim declarar, destacando-se dentre outros o
funerário; os de captação, tratamento e distribuição de água domiciliar e industrial; os de iluminação
pública; os de transporte coletivo urbano; os de mercados e feiras; os de limpeza pública; os de educação
prestados por estabelecimentos públicos; os de saúde a cargo do Município; os de assistência social; os
de higiene sanitária; e os de matadouro. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 1/2021)
Art. 138. O Município poderá executar serviços de interesse comum, mediante convênio com o Estado, a
União ou entidades privadas e, através de consórcios, com outros Municípios.
Parágrafo único. Os consórcios deverão ter sempre um conselho consultivo, com a participação dos
Municípios consorciados, uma autoridade executiva e um conselho fiscal, composto por representante de
entidades comunitárias.
Art. 139. O Município, para a execução de atividade econômica e para a prestação de serviços de sua
responsabilidade poderá criar autarquia, sociedade de econômica mista, empresa pública ou fundação,
cujo gasto com pessoal não poderá ultrapassar a 65% do montante de suas respectivas receitas.
Art. 140. As sociedades de economia mista, empresa pública e fundação, adotarão, até que tenha
regulamento próprio, a legislação observada pelo Município para fins de licitação.
Art. 142. Lei Municipal regulamentará a apresentação de reclamação relativa a prestação dos serviços
públicos municipais a cargo da administração direta ou indireta do Município.
Art. 143. A lei garantirá, em igualdade de condições, tratamento preferencial a empresa brasileira de
capital nacional, na aquisição de bens e serviços pela administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público.
CAPÍTULO IV
DAS OBRAS MUNICIPAIS
Art. 144. Nenhuma obra municipal deverá ser iniciada sem o respectivo projeto técnico, aprovado pelos
órgãos municipais, estaduais e federais, capaz de fornecer os elementos que definam a obra, sejam
suficientes à sua execução, permitam a estimativa de seu custo e o prazo de sua conclusão.
Art. 145. As obras municipais poderão ser executadas por administração direita ou indireta.
§ 1º A administração indireta poderá caber a uma autarquia, sociedade de economia mista, empresa
pública ou a particulares, conforme o caso e o interesse público exigir.
Art. 146. O Município poderá executar obras de interesse comum, mediante convênio com o Estado, a
União ou entidades privadas e através de consórcios com outros Municípios.
Art. 147. Todas as obras das pessoas públicas e das entidades governamentais deverão observar a
legislação municipal e só poderão ser iniciadas se previamente aprovadas pelos órgãos competentes do
Município.
CAPÍTULO V
DA GUARDA MUNICIPAL
Art. 148. A Guarda Municipal, destinada à proteção dos bens, serviços e instalações do Município e de
suas entidades da administração indireta, será instituída por lei de iniciativa do Executivo.
Art. 149.Mediante convênio, celebrado com o Estado, através da Secretaria da Segurança Pública, a
polícia poderá dar instruções e orientação à Guarda Municipal, visando um melhor desempenho na
proteção dos bens, serviços e instalações municipais.
CAPÍTULO VI
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS
Seção I
Disposições Gerais
I - instituirá regime jurídico único e plano de carreira para os servidores da administração direta,
autárquica e fundacional;
I - os cargos, funções e empregos públicos municipais são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei;
III - o prazo de validade do concurso público será de dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei complementar federal;
VIII - lei municipal reservará percentual dos cargos, empregos e funções públicas para pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios da admissão por concurso;
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público;
X - a lei municipal fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração
dos servidores municipais, observado, como limite máximo, os valores percebidos, como remuneração,
em especial, pelo Prefeito;
XI - os vencimentos dos cargos, empregos e funções do Poder Legislativo não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo;
XIII - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor municipal não serão computados nem
acumulados, para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
fundamento;
XIV - os vencimentos dos servidores municipais são irredutíveis e a remuneração observará o que
dispõem os incisos X e XI, deste artigo, e o previsto nos artigos 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, da
Constituição Federal.
Seção II
Dos Direitos Dos Servidores
II - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que perceberem remuneração variável;
III - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
VI - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de
trabalho, e o horário corrido;
IX - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
X - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de centro e vinte dias;
XII - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei
federal;
XIII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XIV - adicional de remuneração, para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei
federal;
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, aos servidores aposentados ou
inativos.
XVII - aposentadoria:
a) por invalidez permanente, com proventos integrais quando decorrente de acidente em serviço,
moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei, e proporcional nos
demais casos.
b) compulsória, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;
c) voluntária:
1) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se mulher, com proventos integrais;
2) aos trinta anos de efetivo exercício em função de magistério, se professor, e vinte e cinco, se
professora, com proventos integrais;
3) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais
a esse tempo;
4) aos sessenta e cinco anos de idade se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos
proporcionais ao tempo de serviço.
XVIII - contagem integral do tempo de serviço público federal, estadual ou municipal para efeitos de
aposentadoria e de disponibilidade;
XXI - pensão por morte, assegurando-se e determinando-se que seja correspondente a totalidade dos
vencimentos ou proventos do servidor público falecido, até o limite estabelecido em lei;
XXII - estabilidade do servidor nomeado em virtude de concurso público, após dois anos de efetivo
exercício.
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o
eventual ocupante da vaga reconduzido ao cargo, emprego ou função de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade remunerada.
§ 3º A extinção do cargo ou a declaração de sua desnecessidade deverá ser sempre motivada, ficando
o servidor estável em disponibilidade remunerada até o seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4º No prazo de doze meses o Executivo promoverá a edição de lei dispondo sobre o regime
previdenciário dos servidores municipais ou o estabelecimento de convênio para esse fim.
§ 5º No prazo de doze meses o Executivo promoverá a edição, por lei, do estatuto dos servidores
municipais e a instituição do regime jurídico único dos servidores da administração direta, autárquica e
fundacional.
Art. 153.A cessão de servidores públicos entre os órgãos da administração direta, das entidades da
administração indireta e da Câmara Municipal somente será deferida sem ônus para o cedente, que,
imediatamente, suspenderá o pagamento da remuneração ao crédito, mas lhe assegurará as demais
vantagens do cargo, emprego ou função.
Parágrafo único. O Presidente da Câmara Municipal ou o Prefeito poderá autorizar a cessão sem ônus
para o cessionário em caráter excepcional, diante de solicitação fundamentada dos órgãos e entidades
interessadas.
Art. 154.Os nomeados para cargo, emprego ou função em confiança farão, antes da investidura,
declaração de bens, e as renovarão, anualmente, em data coincidente com a da apresentação de
declaração para fins de imposto de renda.
Seção III
Da Investidura
Em qualquer dos Poderes, e nas entidades da administração indireta, a nomeação para cargos,
Art. 155.
empregos ou funções de confiança observará o seguinte:
Observado o que estabelecem os incisos I a IV, do artigo 151, desta Lei, os regulamentos de
Art. 156.
concursos públicos observarão o seguinte:
II - fixação de limites mínimos de idade, segundo a natureza dos serviços e as atribuições do cargo ou
emprego;
III - previsão de exames de saúde e de testes de capacidade física necessária ao atendimento das
exigências para o desempenho das atribuições do cargo ou emprego;
IV - estabelecimento de critérios objetivos de aferição de provas e títulos, quando possível, bem como
para desempate;
VII - direito de revisão de provas quanto a erro material, por meio de recurso em prazo não inferior a
três dias, a contar da publicação dos resultados;
X - vedação de:
Parágrafo único. A participação de que trata o inciso I será dispensada se, em dez dias, o Conselho
Seccional não se fizer representar, por titular ou suplente, prosseguindo-se no concurso.
Seção IV
Do Afastamento
Art. 157. Lei disporá sobre as hipóteses de afastamento dos servidores públicos.
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo emprego ou
função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela remuneração que lhe convier;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento.
Seção V
Da Responsabilidade do Servidor
Art. 159. O servidor municipal responde civil, administrativa e penalmente por seus atos.
Art. 161. O prazo para ajuizamento da ação regressiva será de sessenta dias a partir da data em que o
Município efetuou o pagamento do valor resultante da decisão judicial, da transação em juízo ou do
acordo administrativo.
Art. 162. O descumprimento, por ação ou omissão, ao disposto nos artigos anteriores, desta Subseção,
apurado em processo regular, implicará solidariedade do servidor na obrigação de ressarcimento ao
erário.
Art. 163. A cessação, por qualquer forma, do exercício da função pública, não exclui o servidor da
responsabilidade perante a Fazenda Municipal.
Parágrafo único. Cessada a função pública com a morte do servidor, a ação ou o seu prosseguimento
será intentada contra seus herdeiros.
A Fazenda Municipal, na liquidação do que for devido pelo servidor, poderá optar pelo desconto
Art. 164.
em folha de pagamento, o qual não excederá de uma sexta parte do valor da remuneração do servidor.
§ 1º O agente público fazendário que autorizar o pagamento da indenização dará ciência do ato, em
cinco dias, a autoridade competente, sob pena de responsabilidade solidária.
§ 2º Aplica-se o disposto nesta seção, no que couber, à autarquias, sociedades de economia mista,
fundações públicas e empresas públicas do Município.
CAPÍTULO VII
DAS LICITAÇÕES E CONTRATOS
Art. 165. Lei Municipal instituirá, no prazo de um ano, contado da promulgação desta Lei, o Estatuto da
Licitação e do Contrato Administrativo, observadas as normas gerais editadas pela União e os seguintes
preceitos:
I - que é dever das pessoas públicas municipais, das sociedades de economia mista, das empresas
públicas e fundações do Município buscar a melhor proposta mediante licitação quando o desejado puder
ser obtido, interessar a mais de um órgão administrativo, salvo as hipóteses legais de dispensa e
inexigibilidade;
Art. 166. Os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público
aplicando-se-lhe, supletivamente, as disposições pertinentes de direito privado.
Art. 167.Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua execução,
expressa em cláusulas que definam os direitos, obrigações e responsabilidades das partes, em
conformidade com os termos da lei, do edital e da proposta a que se veiculam.
Parágrafo único. Os valores dos contratos poderão ser reajustados e a própria contratação pode ser
revista, sempre que não mantiverem a equação econômica-financeira inicialmente estabelecida.
TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DOS ORÇAMENTOS
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL
Seção I
Da Competência Tributária
Art. 168. O Sistema Tributário Municipal se submete, no que couber, às Constituições Federal e Estadual,
às Leis Complementares e ao disposto nesta Lei Orgânica.
II - taxas:
IV - contribuição de previdência e assistência social, cobrada dos servidores municipais, para custeio,
em benefício destes, dos sistemas previdenciário e assistencial.
Art. 170. A competência tributária é indelegável, salvo atribuições das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida a
outra pessoa jurídica de direito público.
Art. 171. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado a administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Art. 172. As contribuições previstas no inciso IV, do artigo 169, só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado.
Seção II
Das Limitações da Competência Tributária
Art. 173. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Município:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
a) patrimônio, rendas ou serviços da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, rendas ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais, dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
§ 1º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às funções instituídas e mantidas pelo
Poder Judiciário, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados às suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
§ 2º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e
aos serviços relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis à
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo
usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar impostos relativamente ao bem
imóvel.
§ 3º As vedações expressas no inciso VI, "a" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os
serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Art. 174. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
Seção III
Dos Impostos do Município
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou
acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição;
§ 1º O imposto previsto no inciso I deverá ser progressivo nos termos da lei municipal, de forma a
assegurar o cumprimento da função social da propriedade.
§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social, quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressa no plano diretor.
§ 3º O Executivo fica obrigado a, todos os anos, apurar o valor venal dos imóveis, de acordo com os
valores imobiliários vigentes a primeiro de janeiro de cada exercício, para fins do lançamento do imposto
a que se refere o inciso I deste artigo.
§ 4º O Executivo fica obrigado a apurar o valor venal dos imóveis, de acordo com os valores
imobiliários vigentes mensalmente para fins de cobrança do imposto a que se refere o inciso II deste
artigo.
§ 5º O imposto previsto no inciso II:
I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos, incorporados no patrimônio de pessoa jurídica
em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,
incorporação, cisão ou extinção de pessoas jurídicas, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil;
Seção IV
Dos Recursos Transferidos
III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de
veículos automotores licenciados em seu território;
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do Estado sobre operações relativas a
circulação de mercadorias e sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de
comunicação;
§ 1º As parcelas da receita aos Municípios mencionados no inciso IV, serão creditadas conforme os
seguintes critérios:
I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à circulação de
mercadorias e nas prestações de serviços, realizados em seus territórios;
§ 2º As parcelas da receita pertencentes aos Municípios, mencionados no inciso VI, serão creditadas
conforme o critério estabelecido nos incisos I e II do parágrafo anterior.
Seção V
Das Disposições Gerais
O Município divulgará, até o último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes
Art. 177.
de cada um dos tributos arrecadados e os recursos transferidos recebidos.
Art. 178. A lei determinara medidas para que os consumidores sejam esclarecidos a cerca dos impostos
que incidam sobre serviços.
Art. 179.A isenção, anistia e remissão relativas a tributos e penalidades só poderão ser concedidas em
caráter genérico e fundadas em interesse público justificado, sob pena de nulidade do ato.
§ 1º Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributaria só poderá ser concedida através de
lei especifica.
§ 2º A isenção somente poderá ser concedida por lei que trate do tributo respectivo, ou por lei
específica.
§ 3º O "quorum" para aprovação da lei que conceda isenção, anistia ou remissão, será por votação de
maioria absoluta da Câmara.
Art. 180. O Executivo e o Legislativo ficam obrigados a, no primeiro ano do mandato reavaliar as isenções,
anistias e remissões em vigor e a propor e aprovar as medidas cabíveis, até o final do referido exercício.
Parágrafo único. A ausência das medidas previstas no "caput" importa na manutenção das isenções,
as anistias e das remissões.
Art. 181. Lei Municipal deverá estabelecer a forma de impugnação do lançamento e do recurso a decisão
desta.
Parágrafo único. Caberá a um órgão colegiado, constituído por agentes públicos e representantes de
entidades privadas, a decisão do recurso previsto no "caput", ouvido o encarregado das finanças.
Art. 182.O Município é obrigado a prestar a todo contribuinte os esclarecimentos necessários sobre a
tributação, devendo para tal, manter serviço específico.
Art. 183. O contribuinte só será obrigado ao pagamento de qualquer tributo ou multa desde que
regularmente notificado.
§ 1º Qualquer notificação ao contribuinte deverá ser feita pessoalmente ou por via postal sob
registro, e na ausência do contribuinte poderá ser feita ao seu representante ou preposto e, se em lugar
incerto e não sabido, por edital.
§ 2º A notificação exigida no "caput" desde artigo será excluída quando a antecipação do pagamento
do tributo se der na forma estabelecida pela lei.
Art. 184.O Código Tributário Municipal e suas alterações deverão ser aprovados pelo "quorum" de
maioria absoluta.
Art. 185. A não tomada das medidas cabíveis na defesa das rendas municipais é considerada infração
político-administrativa, imputada ao Chefe do Executivo.
Parágrafo único. Se o agente público competente não tomar as medidas constantes no "caput",
comete infração administrativa e, na forma da lei, poderá ser obrigado a ressarcir os prejuízos causados
ao erário.
Art. 186.O Executivo é obrigado a encaminhar, junto com o projeto de Lei Orçamentária, demonstrativos
dos efeitos das isenções, anistias e remissões vigentes.
Art. 187. A receita pública será constituída dos tributos municipais, dos recursos transferidos, dos preços
públicos e de outros ingressos.
CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
Normas Gerais
Art. 188. As leis do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual obedecerá às
regras estabelecidas na Constituição Federal, na Constituição do Estado, nas normas de Direito Financeiro
e nos preceitos desta Lei Orgânica.
Art. 189. A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder aos limites
estabelecidos em lei complementar federal.
Art. 191. O movimento de caixa do dia anterior será publicado diariamente, por edital afixado no edifício
da Prefeitura e da Câmara, e os da administração indireta em suas respectivas sedes, ressalvadas as
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
Art. 193.O balancete relativo à receita e despesa do mês anterior será encaminhado à Câmara pelo
Executivo e publicado mensalmente até o dia vinte, mediante edital fixado no edifício da Prefeitura e da
Câmara.
Parágrafo único. O Legislativo apresentará ao Executivo, até o dia dez do mês seguinte, para fins de
incorporar-se aos balancetes e contabilidade geral do Município, os balancetes financeiros orçamentários
relativos ao mês anterior quando essa gestão de recursos for feita por ele.
O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório
Art. 194.
resumido da execução orçamentária.
Art. 195. Lei disciplinará o regime de adiantamento, consistente na entrega de numerário aos agentes e
servidores municipais.
Seção II
Dos Orçamentos
I - o Plano Plurianual;
II - as Diretrizes Orçamentárias;
§ 4º Os orçamentos, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir
desigualdades entre os distritos do Município segundo critério populacional.
§ 5º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e a fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para a abertura de créditos suplementares e a
contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receitas nos termos da lei.
Art. 197.Os projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às Diretrizes Orçamentárias, ao Orçamento
Anual e aos Créditos Adicionais serão apreciados pela Comissão Permanente de finanças e orçamento, a
qual caberá:
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e as contas apresentadas
anualmente pelo Prefeito Municipal;
§ 2º As emendas ao projeto de lei do Orçamento Anual ou aos projetos que o modifiquem somente
poderão ser aprovados caso:
§ 3º As emendas ao projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias não poderão ser aprovadas quando
incompatíveis com o Plano Plurianual.
§ 4º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor modificações aos projetos a
que se refere este artigo, enquanto não iniciada a votação, na Comissão Permanente de Finanças e
Orçamento da parte cuja alteração é proposta.
§ 5º Aplica-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção,
as demais normas relativas ao processo legislativo.
Art. 198.Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição, do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
III - a realização de operações de créditos que excedam ao montante das despesas de capital,
ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais, com finalidade precisa,
aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscais e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações, inclusive dos
mencionados no artigo 163, §3º da Constituição do Estado;
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no Plano Plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevistas
e urgentes, com as decorrentes de comoção interna ou calamidade pública, com edição de medida
provisória, com força de lei, devendo submete-la de imediato, à Câmara Municipal que, estando em
recesso, será convocada extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias. A medida provisória
perderá eficácia, desde a edição, se não for convertida em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua
publicação, devendo a Câmara Municipal disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes.
TÍTULO VII
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Art. 200. Concorrentemente com o Estado, o Município estimulará a descentralização geográfica das
atividades de produção de bens e serviços, visando ao desenvolvimento equilibrado das regiões.
Art. 201. O Município dispensará às microempresas, às empresas de pequeno porte, aos micro e
pequenos produtores rurais, assim definidos em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-
los pela simplificação de suas obrigações administrativas e tributárias, ou pela eliminação ou redução
destas, por meio de lei.
CAPÍTULO II
DO DESENVOLVIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO
Seção I
Da Política Urbana
II - integração urbano-rural;
a) o parcelamento do solo e a edificação vertical excessivos com relação aos equipamentos urbanos e
comunitários existentes;
b) a ociosidade, sub utilização ou não utilização do solo urbano edificável;
c) usos incompatíveis ou inconvenientes.
Art. 203.A política de desenvolvimento urbano do Município terá como prioridade, no âmbito de sua
competência, assegurar o direito de acesso a moradia adequada com condições mínimas de privacidade e
segurança, atendidos os serviços, saneamento básico, saúde, lazer e demais dispositivos da habitação
condigna.
Art. 204.A política de desenvolvimento do Município será promovida pela adoção dos seguintes
instrumentos:
Art. 205. A lei de diretrizes urbanísticas do Município compreenderá os princípios gerais, os objetivos, a
definição de áreas de ordenamento prioritário e as de ordenamento deferido e normas gerais de
orientação do plano diretor e de controle de uso, parcelamento e ocupação do solo.
Art. 206.O Plano Diretor, aprovado pela Câmara Municipal, é um instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.
Art. 207. A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação, expressas no Plano Diretor.
Art. 208. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
O Município poderá, mediante lei especifica, para área incluída no Plano Diretor, exigir, nos
Art. 209.
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado ou sub-utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
III - desapropriação, com pagamento em títulos de dívida pública, com prazo de resgate de até dez
anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real das indenizações e os juros legais.
Art. 210. O Código de Obras e Edificações conterá normas relativas às construções no território
municipal, consignando princípios sobre segurança, funcionalidade, higiene, salubridade e estética das
construções e definirá regras sobre a proporcionalidade entre ocupação e equipamento urbano.
Seção II
Da Habitação
Art. 211. Ao desenvolver programas habitacionais em cooperação com o Estado e com a União, o
Município dará preferência à moradia popular destinada à população de baixa renda.
Art. 212. O Município poderá vender à população de baixa renda lotes urbanizados com toda infra-
estrutura.
Seção III
Do Saneamento Básico
Art. 213.A lei estabelecerá a política das ações e obras de saneamento básico municipal, respeitando os
seguintes princípios:
Art. 214. O Município instituirá, por lei, Plano Plurianual de Saneamento estabelecendo as diretrizes e os
programas para ações nesse campo.
§ 2º As ações de saneamento deverão prever a utilização racional da água, do solo e do ar, de modo
compatível com a preservação e melhoria da qualidade da saúde pública, do meio ambiente e com
eficiência dos serviços públicos de saneamento.
Art. 215. O Município estabelecerá coleta diferenciada de resíduos industriais, hospitalares, de clínicas
médicas odontológicas, farmácias, laboratórios de patologia, núcleos de saúde e outros estabelecimentos
cujos resíduos possam ser portadores de agentes patogênicos.
§ 1º Para efetivação desses serviços, o Executivo poderá cobras taxas diferenciadas de acordo com
seus custos.
§ 2º A destinação dos resíduos tratados neste artigo será o aterro sanitário ou a incineração,
podendo, para sua implantação, o Executivo recorrer ao rateio de despesas e a formação de consórcio
inclusive com outros municípios.
Seção IV
Do Sistema Viário e do Transporte
III - planejar o sistema viário e localização dos pólos geradores de tráfego e transporte;
Art. 217. A lei disporá sobre a composição, a atribuição e funcionamento do Conselho Municipal de
Trânsito.
Art. 218. Aos maiores de sessenta anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos e
rurais.
CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA, AGRÁRIA E FUNDIÁRIA
IX - criar programas especiais para fornecimento de energia, de forma favorecida com o objetivo de
amparar e estimular a irrigação;
O transporte de trabalhadores urbanos e rurais deverá ser feito obrigatoriamente, por ônibus,
Art. 220.
atendidas as normas de segurança estabelecidas em lei.
CAPÍTULO IV
DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS
Seção I
Do Meio Ambiente
II - adotar medidas, nas diferentes áreas de ação pública e junto ao setor privado, para manter e
promover o equilíbrio ecológico e a melhoria da qualidade ambiental, prevenindo a degradação, em todas
as suas formas e impedindo ou mitigando impactos ambientais negativos e recuperando o meio ambiente
degradado;
III - definir, implantar e administrar espaços territoriais e seus componentes representativos de todos
os ecossistemas originais a serem protegidos, sendo a alteração e supressão, incluindo os já existentes,
permitidas somente por lei;
VII - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais das espécies e dos ecossistemas;
VIII - proteger a flora e fauna, nesta compreendidos todos os animais silvestres, exóticos e domésticos
vedadas as práticas que coloquem em risco sua função ecológica e que provoque a extinção de espécie ou
submetam os animais a crueldade, fiscalizando a extração, produção, criação, métodos de abate,
transporte, comercialização e consumo de seus espécimes e subprodutos;
XIV - promover e manter inventário e mapeamento da cobertura vegetal nativa, visando à adoção de
medidas especiais de proteção, bem como promover o reflorestamento, em especial, as margens de
córregos, rios, lagos, visando a sua perenidade, mantendo uma faixa mínima de trinta metros de largura
para as matas ciliares;
XVII - instituir programas especiais mediante a integração de todos os seus órgãos, objetivando
incentivar os proprietários rurais a executarem as práticas de conservação de solo e da água, de
preservação e reposição das matas ciliares e replantio de espécies nativas;
XVIII - controlar e fiscalizar obras, atividades, processos produtivos e empreendimentos que, direta ou
indiretamente, possam causar degradação do meio ambiente, adotando medidas preventivas ou
corretivas e aplicando as sanções administrativas pertinentes;
Parágrafo único. O sistema mencionado no "caput" deste artigo será coordenado por órgão da
administração direta que será integrado por:
a) Conselho Municipal do Meio Ambiente, órgão normativo e recursal, cujas atribuições e composição
será definida em lei;
b) órgãos executivos incumbidos da realização das atividades de desenvolvimento ambiental.
Art. 225. Aquele que explorar recursos naturais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de
acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
Art. 226. As condutas e atividades lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, às sanções penais e administrativas com aplicação de multas diárias e progressivas, incluídas a
redução do nível de atividade e a interdição, independentemente da obrigação dos infratores de
reparação dos danos causados.
Parágrafo único. O sistema de proteção e desenvolvimento do meio ambiente será integrado pela
Polícia Militar, mediante suas unidades de policiamento florestais e de mananciais, incumbidas da
prevenção e repressão das infrações cometidas contra o meio ambiente, sem prejuízo dos corpos de
fiscalização dos demais órgãos especializados do Município e do Estado.
I - as nascentes;
II - os mananciais;
IV - as áreas que abriguem exemplares raros da fauna e da flora, bem como aquelas que sirvam como
local de pouso ou reprodução de migratórios;
V - as áreas estuárias;
VI - as paisagens notáveis;
Parágrafo único. A utilização destas áreas, far-se-á na forma da lei, dependendo de prévia autorização,
pelo poder competente, e dentro das condições que assegurem a preservação do meio ambiente.
Art. 228. O Município estabelecerá, mediante lei, os espaços definidos no inciso V do artigo anterior, a
serem implantados como especialmente protegidos, bem como as restrições de uso e ocupação desses
espaços, considerandos os seguintes princípios:
Art. 229. O Poder Público estimulará a criação e manutenção de unidades privadas de conservação.
Art. 230. O Município poderá formar consórcios com outros municípios, objetivando a solução de
problemas comuns relativos à proteção ambiental, em particular a preservação dos recursos hídricos e ao
uso equilibrado dos recursos naturais.
Art. 231. As áreas declaradas de utilidade pública, para fins de desapropriação, objetivando a
implantação de unidades de conservação ambiental, serão consideradas espaços territoriais
especialmente protegidos, não sendo nelas permitidas atividades que degradem o meio ambiente ou
que, por qualquer forma, possam comprometer a integridade das condições ambientais que motivarem a
expropriação.
Art. 232. Fica expressamente proibida a caça, sob qualquer pretexto, em todo o território do Município.
Art. 233. Fica criado o Conselho Municipal de Defesa do Parque Recreativo Municipal (Comdepar), como
órgão fiscalizador e consultivo.
Seção II
Dos Recursos Hídricos
Art. 234. O Município instituirá, por lei, sistema integrado de gerenciamento dos recursos hídricos,
congregando órgãos municipais e estaduais e a sociedade civil e assegurará meios financeiros e
institucionais para:
I - a utilização racional das águas superficiais e subterrâneas e sua prioridade para abastecimento à
população;
IV - a defesa contra eventos críticos, que ofereçam riscos à saúde e segurança públicas e prejuízos
econômicos ou sociais;
Art. 236.Fica expressamente vedado o lançamento de afluentes e esgotos urbanos e industriais, sem o
devido tratamento em qualquer curso de água.
Art. 237. O Município adotará medidas para o controle da erosão, estabelecendo normas de conservação
do solo em áreas agrícolas e urbanas.
Para proteger e conservar as águas e prevenir seus efeitos adversos, o Município adotará
Art. 238.
medidas no sentido:
CAPÍTULO V
DA ORDEM SOCIAL
Seção I
Da Saúde
I - políticas sociais, econômicas e ambientais que visem ao bem-estar físico, mental e social do
individuo e da coletividade e a redução do risco de doenças e outros agravos;
II - acesso universal e igualitário às ações e ao serviço de saúde, em todos os níveis;
Art. 240. As ações e serviços de preservação da saúde são de relevância pública, cabendo ao Poder
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle.
Parágrafo único. O volume dos recursos destinados pelo Município às ações de saúde será fixado em
sua Lei Orçamentária e mais o que for destinado pelo Sistema Único de Saúde, constituindo-se em Fundo
Municipal de Saúde.
II - As ações e serviços de saúde serão realizados, preferencialmente, de forma direta, pelo Poder
Público ou através de terceiros e pela iniciativa privada.
IV - A participação do setor privado no Sistema Único de Saúde efetivar-ser-á segundo suas diretrizes,
mediante convênio ou contrato público, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins
lucrativos.
V - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito privado, quando participarem do Sistema Único
de Saúde, ficam sujeitas às suas diretrizes e as normas administrativas incidentes sobre o objetivo de
convênio ou de contrato.
VII - As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito privado, quando participarem do Sistema
Único de Saúde, ficam sujeitas às suas diretrizes e às normas administrativas incidentes sobre o objetivo
do convênio ou de contrato.
VIII - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenções às instituições privadas
com fins lucrativos.
Art. 241. O Conselho Municipal de Saúde que terá sua composição, organização e competência fixadas
em lei, garante a participação de representantes da comunidade, em especial, dos trabalhadores,
entidades de prestadores de serviços da área de saúde, além do Poder Público, na elaboração e controle
das políticas de saúde, bem como formulação, fiscalização e acompanhamento do Sistema Único de
Saúde.
Art. 242.As ações e os serviços de saúde executadas e desenvolvidas pelos órgãos e instituições públicas
municipais, constituem o Sistema Único de Saúde, nos termos da Constituição Federal, que se organizará
em nível de Estado, de acordo com as seguintes diretrizes.
III - integração das ações e serviços com base na regionalização e hierarquização do atendimento
individual e coletivo, adequação às diversas realidades epidemiológicas;
IV - universalização da assistência de igual qualidade, com instalação e acesso a todos os níveis, dos
serviços de saúde à população urbana e rural;
V - gratuidade dos serviços prestados, vedada a cobrança de despesas e taxas, sob qualquer título.
Parágrafo único. Para fins do "caput" deste artigo, poderá o Município celebrar convênios com Escolas
de Medicina, Farmácia, Enfermagem, Odontologia e outras, visando ao treinamento e estágios dos
estudantes e atendimento aos setores carentes do Município.
Art. 243. Compete ao Sistema Único de Saúde, nos termos da lei, além de outras atribuições:
a) vigilância sanitária;
b) vigilância epidemiológica;
c) saúde do trabalhador;
d) saúde do idoso;
e) saúde da mulher;
f) saúde da criança e do adolescente;
g) saúde dos portadores de deficiências;
a) o acesso dos trabalhadores às informações referentes às atividades que comportem riscos à saúde
e a métodos de controle, bem como aos resultados das avaliações realizadas;
b) a adoção de medidas preventivas de acidentes e de doenças do trabalho;
Art. 245. O Município garantirá assistência médica e odontológica aos seus funcionários podendo, para
tanto, assinar convênios com instituições governamentais ou privadas.
Parágrafo único. Os convênios serão assinados ou rescindidos pelo Executivo através de autorização
do Legislativo.
Art. 246. Assegurar-se-á ao paciente, internado em hospital da rede pública ou privada, a faculdade de
ser assistido religiosa e espiritualmente, por ministro de culto religioso.
Art. 247. Compete à autoridade municipal, de ofício, ou mediante denúncia de risco à saúde, proceder à
avaliação das fontes de riscos no ambiente de trabalho, determinar a adoção das devidas providências
para que cessem os motivos que lhes deram causa.
§ 2º O Município atuará para garantir a saúde e a segurança dos empregados nos ambientes de
trabalho.
Seção II
Da Promoção Social
As ações do Município, por meio de programas e projetos na área da promoção social, serão
Art. 248.
organizadas, elaboradas, executadas e acompanhadas com base nos seguintes princípios:
I - participação da comunidade;
II - servir, com a comunidade, como instância básica para o atendimento e realização dos programas;
III - integração das ações dos órgãos e entidades da administração em geral, compatibilizando
programas e recursos e evitando a duplicidade de atendimento entre as esferas estadual e municipal.
Art. 249. O Município subvencionará os programas desenvolvidos pelas entidades assistenciais
filantrópicas e sem fins lucrativos, como especial atenção àquelas que se dediquem à assistência aos
portadores de deficiências.
Seção III
Da Educação, da Cultura, Dos Esportes e Lazer
Subseção I
Da Educação
Art. 251. A educação, ministrada com base nos princípios estabelecidos no artigo 205 e seguintes da
Constituição Federal e inspirada nos princípios de liberdade, solidariedade humana, tem por fim:
I - a compreensão dos direitos e deveres da pessoa, do cidadão, do Estado, da família e dos demais
grupos que compõem a comunidade;
O Poder Executivo organizará o sistema municipal de ensino podendo abranger todos os níveis e
Art. 252.
modalidades, incluindo a especial, estabelecendo normas gerais de funcionamento da educação no
Município, na forma da Lei Maior.
Art. 253.O Município responsabilizar-se-á prioritariamente, pelo ensino fundamental, inclusive para os
que a ele não tiverem acesso na idade própria e pré-escolar, só podendo atuar nos níveis mais elevados,
quando a demanda naqueles níveis fundamental e pré-escolar, estiver plena e satisfatoriamente atendida,
do ponto de vista qualitativo e quantitativo.
Art. 255. Os critérios para criação do Conselho Municipal de Educação, sua composição e atribuições,
bem como as normas para seu funcionamento, serão estabelecidos e regulamentados por lei.
Nas escolas públicas será estimulada a prática de esportes individuais ou coletivos, como
Art. 256.
complemento à formação do indivíduo.
Parágrafo único. A prática referida neste artigo, sempre que possível, atenderá as necessidades dos
portadores de deficiência, e acompanhamento por especialistas.
Art. 257. É vedada a cessão de uso de próprios públicos municipais para o funcionamento de
estabelecimento de ensino privado de qualquer natureza.
Art. 258. A educação de crianças de zero a seis anos tem por objetivo proporcionar condições favoráveis
ao seu desenvolvimento, a aplicação de suas experiências e conhecimentos, e será oferecida em creches,
na faixa de zero a três anos e pré-escolar de quatro a seis anos.
Art. 260. O ensino fundamental, com oito anos de duração é obrigatório para todas as crianças, a partir
de sete anos de idade, visando a propiciar formação básica e comum indispensável a todos.
§ 2º A atuação da administração pública municipal, no ensino público fundamental, dar-se-á por meio
de rede própria ou em cooperação técnica e financeira com o Estado, nos termos do inciso VI do artigo 30
da Constituição Federal, assegurando a existência de escolas com o corpo técnico qualificado e elevado
padrão de qualidade, sempre por concurso público.
§ 3º É permitida a matrícula no ensino fundamental a partir dos seis anos de idade, a quem tenha
freqüentado a pré-escola, desde que plenamente atendida a demanda das crianças de sete anos.
Parágrafo único. O Município publicará, até trinta dias após o encerramento de cada trimestre,
informações completas sobre receitas arrecadadas e transferências de recursos destinados à educação
nesse período, discriminados por níveis de ensino e suas respectivas utilizações, sendo a divulgação feita
na forma prevista pelo artigo 108 desta lei.
Art. 262. A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do
ensino fundamental.
Parágrafo único. Parcela dos recursos públicos destinados à educação deverá ser utilizada em
programas integrados de aperfeiçoamento e atualização para os educadores em exercício no ensino
público.
Art. 263. A eventual assistência financeira do Município às instituições de ensino filantrópicas,
comunitárias ou confessionais, conforme definidas em lei, não poderá incidir sobre a ampliação mínima
prevista no artigo 261.
Art. 264. A lei assegurará a valorização dos profissionais de ensino, mediante a fixação de planos de
carreira para o Magistério Público, com piso salarial profissional, carga horária compatível com o exercício
das funções e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos.
Subseção II
Da Cultura
Art. 265. O Município garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes de
cultura e apoiará e incentivará a valorização e a difusão de suas manifestações.
Art. 266.Constituem patrimônio cultural municipal os bens de natureza material e imaterial, tomados
individualmente ou em conjunto, portadores de referências a identidade, a ação e a memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
Art. 267. O Poder Público pesquisará, identificará, protegerá e valorizará o patrimônio cultural do
Município, através da respectiva Secretaria ou departamento, na forma da lei.
VII - cumprimento, por parte do Município, de uma política cultural não intervencionista, visando a
participação de todos na vida cultural;
VIII - preservação dos documentos, obras e demais registros de valor histórico ou cientifico.
Art. 269. O Poder Público Municipal amparará as entidades e associações culturais de caráter privado,
legalmente constituídas, que não tenham fins lucrativos, podendo destinar-lhes, no orçamento municipal,
auxílios financeiros que efetivamente colaborem para o desenvolvimento de suas atividades.
Art. 270. Fica criado o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico (Comdepha), como órgão
fiscalizador e consultivo.
Subseção III
Dos Esportes e Lazer
Art. 271. O Município apoiará e incentivará as práticas esportivas formais e não formais, como direito de
todos.
Art. 272. O Poder Público apoiará e incentivará o lazer como forma de integração social.
Art. 273. As ações do Poder Público e a destinação de recursos orçamentários para o setor darão
prioridade:
II - ao lazer popular;
Art. 274. O Poder Público incrementará a prática esportiva às crianças, aos idosos e aos portadores de
deficiências.
SUBVENÇÃO IV
DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA
Parágrafo único. A pesquisa científica receberá tratamento prioritário do Município, por meio de seus
agentes financiadores de fomento, tendo em vista o bem público e o progresso da ciência.
Subseção V
Da Defesa do Consumidor
Art. 276. O Município promoverá a defesa do consumidor mediante adoção de política própria e de
medidas de orientação e fiscalização definidas em lei.
Parágrafo único. A lei definirá também os direitos básicos dos consumidores e os mecanismos de
estímulo à auto-organização da defesa do consumidor, de assistência judiciária e policial especializada e
de controle de qualidade dos serviços públicos.
Art. 277. O sistema municipal de defesa do consumidor, integrado por órgãos públicos das áreas de
saúde, alimentação, abastecimento, assistência judiciária, crédito, habitação, segurança e educação, com
atribuições de tutela e promoção dos consumidores de bens e serviços, terá, como órgão consultivo e
deliberativo, o Conselho Municipal de Defesa do Consumidor, com atribuições e composição, definidos
em lei.
SUBVENÇÃO VI
Art. 278. Cabe ao Poder Público, bem como à família, assegurar a criança, ao adolescente, ao idoso e aos
portadores de deficiências, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação,
ao lazer, à profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e agressão.
Parágrafo único. O direito à proteção especial, conforme a lei, abrangerá a obrigação de empresas e
instituições que recebam do Município recursos financeiros para a realização de programas, projetos e
atividades culturais, educacionais, de lazer e outros afins, de preverem o acesso e a participação de
portadores de deficiências.
Art. 279. O Poder Público promoverá programas especiais, admitindo a participação de entidades não
municipais e tendo como propósito:
I - assistência social e material às famílias de baixa renda, dos egressos de hospitais psiquiátricos, até
sua reintegração na sociedade;
III - garantia às pessoas idosas de condições de vida apropriadas, freqüências e participação em todos
os equipamentos, serviços e programas culturais, educacionais, esportivos, recreativos e de lazer,
defendendo suas dignidades e visando a sua integração à sociedade;
Art. 280. Os Poderes Públicos Estadual e Municipal assegurarão condições de prevenção de deficiências,
com prioridade para a assistência pré-natal e à infância, bem como integração social de portadores de
deficiências, via de treinamento para o trabalho e para a convivência, mediante:
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 281. O Município comemorará, anualmente, no dia trinta de março, o aniversário de sua
emancipação política.
Art. 282.O Município comemorará, anualmente, no período de 3 (três) a 9 (nove) de julho, a Revolução
Constitucionalista de 1932, enfatizando a participação de Orlândia, nesse movimento.
Art. 283. É vedado ao Município de Orlândia a criação ou manutenção com recursos públicos de carteiras
especiais de previdência social para ocupantes de cargos eletivos, bem como a participação, ainda que
por convênios.
Art. 284.É assegurada a participação dos servidores públicos nos colegiados e diretorias dos órgãos
públicos em que seus interesses profissionais, de assistência médica e previdência sejam objetos de
discussão e deliberação, na forma da lei.
Art. 285.Toda e qualquer pensão paga pelo Município, a qualquer título, não poderá ser de valor inferior
ao salário mínimo vigente no País.
Art. 286. O Município não poderá dar nomes de pessoas vivas a bens e serviços públicos de qualquer
natureza.
TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 1ºFica assegurada a aplicação da legislação municipal anterior a promulgação desta lei, se
compatível com os seus termos.
Art. 2º Os servidores da administração direta, autarquia e das funções instituídas ou mantidas pelo
Poder Público em exercício, na data da promulgação desta Lei Orgânica, que não tenham sido admitidos
na forma regulada pelo artigo 37 da Constituição Federal, são considerados estáveis no serviço público,
desde que contassem, em cinco de outubro de 1988, com cinco anos contínuos em serviço.
Art. 3ºOs conselhos, fundos, entidades e órgãos previstos nesta Lei Orgânica, não existentes na data da
sua promulgação, serão criados mediante lei de iniciativa do Poder Executivo, que terá o prazo de cento e
oitenta dias para remeter à Câmara Municipal, o projeto. No mesmo prazo, remeterá os projetos de
adaptação das já existentes e que dependem da lei para esse fim.
Art. 4º Dentro do prazo de cento e oitenta dias, a contar da promulgação desta Lei, o Poder Executivo,
deverá remeter para apreciação da Câmara Municipal, os projetos de leis complementares mencionados
no artigo 49.
§ 1º Considerar-se-ão revogadas, após dois anos, a partir da data da promulgação desta Lei Orgânica,
as isenções, as anistias e as remissões que não forem confirmadas por lei.
Art. 6ºFica assegurada a aplicação da legislação tributária anterior a vigência desta Lei Orgânica, que cria
o sistema tributário municipal, no que não seja com ele compatível.
Art. 7º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o artigo 165, § 9º, incisos I e II, da
Constituição Federal serão obedecidas as seguintes normas:
a) O projeto de lei do Plano Plurianual para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do
mandato do Prefeito subseqüente, será encaminhado até trinta de maio e devolvido para sanção até o dia
30 de julho.
b) O projeto de lei de Diretrizes Orçamentárias será encaminhado até trinta de maio e devolvido para
sanção até o dia 30 de julho.
c) O projeto de Lei Orçamentária anual do Município será encaminhado até o dia quinze de outubro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
d) O Prefeito deve encaminhar à Câmara Municipal e ao Tribunal de Contas do Estado, a sua
prestação de contas e a da Mesa da Câmara relativas a gestão financeira, orçamentária e patrimonial do
Município referentes ao exercício imediatamente anterior, até o dia trinta e um de março de cada ano.
Art. 8º Até a promulgação da Lei Complementar referida no artigo 169, da Constituição Federal, o
Município não poderá despender com pessoal mais do que sessenta e cinco por cento do valor das
respectivas receitas correntes.
Parágrafo único. Quando a respectiva despesa de pessoal exceder ou excedeu o limite previsto neste
artigo, com efeito retroativo a cinco de outubro de 1988, o Município, deverá retornar àquele limite
reduzindo o percentual excedente à razão de um quinto por ano.
Art. 9º Nos dez primeiros anos da promulgação da Constituição Federal, o Poder Público Municipal
desenvolverá esforços, com a mobilização de todos os setores organizados da sociedade e com aplicação
de, pelo menos, cinqüenta por cento dos recursos a que se refere o artigo 212, da Constituição Federal
para eliminar o analfabetismo e universalizar o ensino fundamental.
Art. 10.O Poder Legislativo promoverá a edição do texto integral desta Lei Orgânica que, gratuitamente,
será colocada à disposição de todos os interessados.
Art. 11. Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos integrantes da Câmara Municipal, será promulgada
pela Mesa e entrará em vigor, na data de sua promulgação, revogadas as disposições em contrário.
Aníbal Varalonga
Antonio Dannas
Antonio Carlos Gracioli
Francisco Orlando Diniz Junqueira
Lauro Pernambuco Nogueira
Marcelino Aparecido Braz de Souza
Rubens de Freitas Silveira
Jose Alberto Costa
Ademir Caetano
Fernando de Andrade Piai
Gonçalo Batuire de Castro
Paulo Sircili
Pedro Parizi
Sebastião Tarciso Manso