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1. Política Externa e Segurança Comum (PESC)

 Política Externa e de Segurança Comum, constituída em 1993. Tem o


objetivo de preservar a paz, reforçar a segurança internacional e promover
a cooperação. É o 2º pilar de 3 do TUE. Art.36º TUE, o Parlamento
Europeu aceita, apoia e procura alargar o âmbito da sua aplicação. O
Parlamento Europeu apoia a criação de um Ministro dos Negócios
Estrangeiros. O direito do Parlamento Europeu foi consultado acerca da
PESC pela declaração da responsabilidade do Alto Representante, para:
reforçar o estatuto das reuniões conjuntas de escolha; afirmar o dto da
comissão especial; realizar trocas de pontos de vista com os chefes de
missão, de delegação… e Mandatar o Alto comparecer no Parlamento
Europeu 2x por ano devido as contas, ou seja, tem competências de
iniciativa, representação, mediação, porta-voz e executória. O Parlamento
Europeu participa na PESC para reforçar a responsabilidade democrática,
para haver maior coerência entre os instrumentos políticos e financeiros da
EU para as políticas externas. Há 3 tipos de processos: ordinários,
extraordinários e excecional. Para facilitar a regra da unanimidade: o
Estado não vota, porém reconhece que a UE poderá aplicar. Há uma
cláusula máxima dos que podem aplicar, isto senão reunir o consenso
mínimo. Exceções: o conselho pode tomar decisões por maioria simples ou
qualificada. Com a intervenção do Alto Representante, o consenso pode
ficar resolvido ou o conselho terá de aceitar as reservas, se isso não
acontecer há uma votação no Conselho Europeu. Deveres dos Estados
Membros perante a PESC: consulta prévia ao conselho antes de atuar;
concentração de disposições; convergência de ações; solidariedade e
cooperação diplomática.
 Por fim, base jurídica da PESC foi estabelecida no TUE e revista no
Tratado de Lisboa. Os artigos 21 a 46 do TUE estabelecem as
«Disposições Gerais Relativas à Ação Externa da União e Disposições
Especificas Relativas à Politica Externa e de Segurança Comum (PESC)».
O disposto nos artigos 205 a 222 do Tratado sobre o Funcionamento da
União Europeia (TFUE) regulamenta a ação externa da União. São
igualmente aplicáveis os artigos 346 e 347

2. Processo legislativo ordinário


 Este processo aparece consagrado no art. 294 do TFUE.
 No processo legislativo ordinário, o Parlamento Europeu e o Conselho são
colocados em posições iguais, ambos são colegisladores da União e os
atos legislativos são aprovados em conjunto.
 Até ao Ato Único Europeu o Parlamento Europeu apenas tinha
competência consultiva, no entanto, o primeiro incremento de competência
na função legislativa do PE ocorre com AUE que instituiu o processo de
cooperação entre o parlamento, o Conselho e a Comissão para a tomada
de decisão em determinadas matérias relativas ao mercado interno.
 O processo legislativo ordinário, anteriormente codecisão, foi instituído pelo
Tratado de Maastricht aqui, o PE passou a dispor de um poder de decisão
que não tinha, adquirindo, desta forma, competência legislativa.
 O processo legislativo ordinário de adoção de um ato jurídico da União
consiste na adoção de um Regulamento, de uma Diretiva ou de uma
Decisão, conjuntamente pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, sob
proposta da Comissão, na maior parte dos casos. Está previsto nos artigos
289. ° n.°1 e 294.º TFUE e veio substituir, após a entrada em vigor do
Tratado de Lisboa, o que se denominava por procedimento de codecisão. É
agora o procedimento comum, sendo a regra geral de adoção dos vários
atos da União. O Tratado determina especificamente, artigo a artigo, os
casos em que não se aplica este processo, mas um dos "processos
legislativos especiais".
 Neste processo o PE estabelece a sua posição em primeira leitura
transmitindo-a ao conselho, se o conselho aprovar a posição apresentada
pelo PE, o ato em questão é adotado com a formulação correspondente à
posição do PE, art. 294 TFUE.
 Por fim, o processo legislativo ordinário contribui para uma configuração de
um modelo bicameralista, em que o PE, representando os cidadãos da EU
seria uma espécie de “câmara baixa” e o conselho assumia o papel de
“câmara alta” em representação dos Estados.

3. Direito da Concorrência

 Para haver um mercado comum, é indispensável que esteja assegurado


um regime que garanta a concorrência, porém esta não pode falsear o
mercado interno, proíbe-se comportamentos por parte das empresas que
sejam suscetíveis de afetarem o comércio entre os Estados. Proíbe-se
ações do Estado, através de auxílios. A realização e estabelecimento do
mercado constitui um objetivo antigo da Europa, porém só ganhou vigor no
pós-guerra, foi a prioridade na altura. O mercado comum é criado a partir
da assinatura do Tratado de Roma, em 1957. O tratado institui o Mercado,
assente numa união aduaneira, com um conjunto de políticas comuns
indispensáveis à realização de objetivos Art.3º TUE. A liberdade da
concorrência foi concebida como instrumento de realização da livre
circulação de mercadorias e fatores de produção. O mercado tinha de
funcionar livre de práticas que impeçam a liberdade. A política da
concorrência tem de ser capaz de impedir praticas de abusos da posição
dominante e auxílios do Estado. O novo papel da politica de concorrência
começou a ser desenhado a partir do AUE e do Tratado de Maastricht, no
entanto, é com o Tratado de lisboa que passa a ocupar um papel central na
definição da política económica, uma vez que, o novo tratado atribuiu à UE
a competência exclusiva para o que está expresso no Art. 3º, nº1 b).
 Nos Arts.101 e 102 TFUE estão as disposições mais importantes dos
Tratados que estabelecem as proibições de práticas empresariais restritivas
da concorrência e que afetem o comércio entre os EM.

4. Mercado interno

 O mercado interno compreende um espaço sem fronteiras internas no qual


a livre circulação das mercadorias, das pessoas, dos serviços e dos capitais
é assegurada de acordo com as disposições dos tratados, art. 26 do TFUE.
 Este objetivo de um mercado interno é assumido, pela primeira vez, no
AUE, no sentido de um mercado único resultante da “fusão de mercados
nacionais” e que funcione como um mercado interno. Existiam portanto,
quatro liberdades neste mercado.
 Liberdade de circulação dos fatores de produção- o mercado só é
possível se estes puderem circular livremente, determina a existência de
um modelo económico que assegure a mobilidade e a interação dos
trabalhadores. A política comercial imposta pela união aduaneira e pela
política agrícola, foi desenhada no Tratado de Roma.
 Liberdade de circulação Mercadorias- é a primeira das quatro
designadas liberdades. tem de haver obrigatoriamente um mercado
comum, pois este implica uma união aduaneira que seja assegurado que
todas as mercadorias, circulem sem restrições. Tem 2 obstáculos:
procura regular os dtos aduaneiros e os encargos de efeito equivalente Art.
30º-32º TFUE e, em segundo lugar, a proibição de restrições quantitativas e
medidas e efeitos equivalentes (art. 35 e 35 do TFUE) .
Os direitos aduaneiros são imposições fiscais de natureza pecuniária que
incidem sobre os produtos importados no momento da declaração pelo
importador, o Estado obtém receitas fiscais e pode produzir um efeito
restritivo. As restrições quantitativas são medidas que impõem limites às
quantidades nas importações ou definam quotas nas importações que
sejam obstáculo à entrada ou à saída de uma mercadoria de um EM.
Estaremos perante um caso de medidas de efeito equivalente sempre que
um EM coloca obstáculos à livre circulação da mercadoria, adotando
medidas relacionadas com fatores estranhos à própria mercadoria em si.
 Liberdade de circulação de pessoas- inicialmente só os trabalhadores
podiam circular livres, era um direito que tinha características
essencialmente económicas. Agora é um dto fundamental e individual que
decorre da cidadania europeia, nos termos do art. 21, nº1 TFUE.
O art. 20, nº1 do TFUE institui a cidadania europeia, estabelecendo que é
cidadão da EU qualquer pessoa que tenha a nacionalidade de um EM. A
cidadania da UE acresce à cidadania nacional e não a substitui.
Liberdade de circulação de trabalhadores, é uma liberdade fundamental
à constituição do mercado interno, nos termos dos arts. 45 a 48 do TFUE.
Ver art. 45, n1, 2 e 3 tfue. Os tratados não consagram a livre circulação de
nacionais de países terceiros, mesmo que sejam trabalhadores num
qualquer EM.
Os familiares dos trabalhadores nacionais de EM beneficiam do direito à
livre circulação, em nome do principio da igualdade e da não discriminação
de trabalhadores.
 Liberdade de circulação de capitais – É a quarta liberdade. Trata-se de
um dos domínios de competência partilhada entre a União Europeia e os
EM nos termos do art. 4, nº2, al. A TFUE. Aqui, todos os EM ficam
obrigados a adotar políticas que contribuam para alcançar o objetivo da
livre circulação de capitais entre EM e países terceiros. Está consagrado no
art. 63 do TFUE que são proibidas todas as restrições aos movimentos de
capitais e aos pagamentos entre EM e países terceiros. Nesta matéria a
competência legislativa cabe ao PE e ao Conselho que deliberam de
acordo com o processo legislativo ordinário, art. 64, nº 2 TFUE.
 Qualquer medida que constitua um retrocesso no DUE em matéria de
liberalização dos movimentos de capitais só pode ser adotada pelo
Conselho deliberando de acordo com um processo legislativo especial, por
unanimidade após consulta ao PE, nos termos do art. 64, nº3 TFUE.

5. Parlamento europeu
 Inicialmente, o PE era designado, pelo Tratado de Paris, de “Assembleia
Comum”, seguidamente, o Tratado de Roma passou a designá-lo por
“Assembleia que se manteve até ao Tratado de Maastricht, só com a
Resolução de 30 de março de 1962 é que passou a designar-se por
Parlamento Europeu.
 O Parlamento Europeu (PE) representa a natureza democrática do projeto
europeu, desempenhando um papel fundamental no equilíbrio institucional
da União Europeia (UE), designadamente de controlo democrático e
fiscalização política sobre todas as instituições europeias. Este papel tem
sido reforçado ao longo das sucessivas revisões dos Tratados. Além disso,
o PE desempenha funções legislativas, no âmbito do processo decisório
europeu, tendo o Tratado de Lisboa consagrado a codecisão como o
processo legislativo ordinário (artigo 294.º do TFUE).
 As eleições para o PE realizam-se de cinco em cinco anos, nas quais têm
direito de voto todos os cidadãos recenseados da UE. O Parlamento
exprime, assim, a vontade democrática dos povos europeus representando
os seus interesses nas relações com as outras instituições da UE. As
eleições para os membros do Parlamento Europeu são feitas através do
sufrágio universal direto, livre e secreto nos termos do art. 14, nº3 TFUE.
 O Parlamento Europeu está sediado em Estrasburgo. O PE reúne em
sessão plenária todos os meses, em Estrasburgo, por um período de
sessões de quatro dias e reúne-se em Bruxelas para as reuniões
extraordinárias e para as reuniões das comissões parlamentares.
 O PE é composto por 705 deputados, eleitos pelos 27 Estados-Membros,
desenvolvem o seu trabalho no âmbito das 22 comissões parlamentares
especializadas nas várias áreas de atividades da UE, nos respetivos grupos
políticos e em delegações do PE para desenvolver as relações e trocas de
informação com os diferentes Parlamentos de países terceiros e para
participação em organizações internacionais.
 O PE delibera por maioria absoluta dos votos expressos, salvo disposição
em contrário dos Tratados, sendo o quórum (um terço dos deputados)
constitutivo fixado pelo regimento, art. 231 TFUE).

6. Conselho da união europeia / Conselho

 O conselho é um órgão de representação dos Governos do EM, composto por


representantes dos Estados, com poder para vincular os respetivo governos e
para exercer o direito de voto, art. 10 e art. 16, nº2 TUE.
 Com sede em Bruxelas, onde se reúne várias vezes por mês O Conselho
reúne os representantes dos governos dos Estados-Membros, ou seja, os
ministros de todos os Estados-Membros com competência num determinado
domínio.
 O Conselho partilha a função legislativa (onde tem um poder de iniciativa
legislativa indireta, na medida em que pode solicitar à comissão que apresente
uma proposta art. 241 TFUE) da União com o Parlamento Europeu (PE). Na
sua qualidade de colegislador, cabe ao Conselho adotar atos legislativos, que
podem assumir a forma de regulamentos, diretivas, decisões, entre outras.
Cabe-lhe ainda aprovar, com o Parlamento Europeu, o orçamento da União.
Além disso, contribui para a coordenação das políticas dos Estados-Membros,
designadamente, em matéria económica; celebra, em nome da União, acordos
internacionais; aprova as decisões necessárias à execução da política externa
e de segurança comum, com base em orientações gerais definidas pelo
Conselho Europeu.
 A presidência do Conselho é rotativa entre os 27 Estados Membros da União,
por períodos de seis meses. Em cada semestre, cabe à Presidência em
exercício dirigir as reuniões a todos os níveis, propor orientações e preparar os
compromissos necessários à tomada de decisões pelo Conselho. Só uma
formação do Conselho não é presidida pela presidência semestral: o Conselho
dos Negócios Estrangeiros que, desde a entrada em vigor do Tratado de
Lisboa, é presidido pelo Alto Representante da União para os Negócios
Estrangeiros e a Política de Segurança.

7. Comissão europeia

 A Comissão Europeia (CE) é o órgão executivo da União criado pelo


Tratado CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço). Cabe à
comissão promover o interesse geral da união e tomar iniciativas
adequadas para tal, através de uma atuação independente, quer
relativamente aos EM, quer em relação aos restantes órgãos da UE, art.
17, nº1 TUE. A comissão europeia tem um mandato de cinco anos, nos
termos do art. 17, nº 3 do TUE.
 A CE é composta por 27 membros, designados pelos respetivos governos
nacionais, mas que não os representam. Assim, a Comissão é composta
pela sua Presidente, eleito pelos Governos da UE e aprovada pelo
Parlamento Europeu; por 26 Comissários Europeus, dos quais 3 são Vice-
Presidentes Executivos e 5 Vice-Presidentes; e, com a entrada em vigor do
Tratado de Lisboa, pelo Alto Representante da União para os Negócios
Estrangeiros e a Política de Segurança, que é simultaneamente Vice-
Presidente da Comissão.
 Cada Comissário é responsável por uma determinada área política e
deverá desempenhar as suas funções com total isenção e independência
face ao respetivo Estado-Membro, durante a duração do seu mandato. O
mandato dos comissários só pode ser terminado por vontade própria ou
pelo Tribunal de Justiça da União Europeia.
 A atividade dos comissários encontra-se dividida pelas seguintes áreas
políticas: justiça, direitos fundamentais e cidadania; concorrência;
transportes; agenda digital; indústria e empreendedorismo; relações
interinstitucionais e administração; ambiente; assuntos económicos e
monetários; desenvolvimento; mercado interno e serviços; educação,
cultura, multilinguismo e juventude; fiscalidade e união aduaneira, auditoria
e luta contra a fraude; comércio; saúde e defesa do consumidor;
investigação, inovação e ciência; programação financeira e orçamento;
assuntos marítimos e pescas; cooperação internacional, ajuda humanitária
e resposta a situações de crise; energia; política regional; clima;
alargamento e política de vizinhança; emprego, assuntos sociais e inclusão;
assuntos internos; agricultura e desenvolvimento rural.
 A Comissão funciona em Bruxelas e delibera em Colégio, o que significa
que as competências que lhe são atribuídas pelo direito da UE pertencem
ao coletivo dos seus membros e devem exprimir-se sob a forma de
propostas de diretivas, propostas de regulamentos, recomendações ou
pareceres, art. 288 TFUE – resultantes de uma deliberação colegial
adotada em reunião da Comissão formalmente convocada e na qual as
deliberações são tomadas por maioria dos membros que a compõem, art.
250 TFUE. A comissão só pode deliberar validamente se houver quórum,
art. 25º do TFUE e art. 7 do regulamento interno.

8. Conselho europeu

 É a instituição que define a agenda política da UE e que representa o nível


mais elevado de cooperação entre os seus Estados-membros. Reúne os
Chefes de Estado e de Governo e tem um papel primordial na definição das
orientações e prioridades políticas gerais da UE. Reconhecido
juridicamente pelo Ato Único Europeu, a sua formalização ocorreu com o
Tratado de Maastricht, em 1992. Com a entrada em vigor do Tratado de
Lisboa a 1 de dezembro de 2009, o Conselho Europeu, que “dará à União
os impulsos necessários ao seu desenvolvimento”, passa a ser uma das
sete instituições da UE, com um Presidente eleito, por maioria qualificada,
para um mandato de dois anos, renovável uma vez, art.15, nº 5 TUE.
 O Conselho Europeu é composto pelos Chefes de Estado ou de Governo
dos Estados-Membros, bem como pelo seu Presidente e pelo Presidente
da Comissão Europeia. Participam também nos trabalhos do Conselho
Europeu o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a
Política de Segurança, bem como, na parte inicial de cada reunião, o
Presidente do Parlamento Europeu, art. 15, nº2 TUE.
 O Conselho Europeu reúne em Bruxelas, duas vezes por semestre por
convocação do seu presidente, podendo o seu Presidente convocar uma
reunião extraordinária, sempre que a situação o exija, art. 15, nº3 TUE.
 Relativamente às decisões, a regra é que o Conselho Europeu tome
decisões consensuais, no entanto, pode decidir por maioria qualificada, nos
termos dos arts. 235 e 236 TFUE. Nos termos do art. 235, nº1 TFUE, em
caso de votação cada membro do Conselho Europeu só pode representar,
por delegação, um dos outros membros. Quando o Conselho Europeu se
manifesta através de votação, o seu Presidente e o Presidente da
Comissão não votam.
 O TL reconhece ao Conselho Europeu competência para, na ação externa
da união, identificar e decidir sobre interesses e objetivos estratégicos da
união (art. 22º, nº1 TUE) sob recomendação do Conselho (parágrafo 3).

9. Tribunal de contas
 O Tribunal de Justiça da União Europeia, é composto por um nacional
de cada EM que exerce as suas funções com total independência e no
interesse geral da união e em regime de dedicação exclusiva, nos
termos do art. 285 e do art. 286, nº 3, 4 e 6 do TFUE.
 Os juízes do tribunal de contas são nomeados por um período de 6
anos, renovável, por deliberação do Conselho, tomada por maioria
qualificada, após consulta (não vinculativa) do PE. O presidente do TC
é eleito pelos seus pares por um período de 3 anos, podendo ser
reeleito (art 286, nº2 TFUE).
 Apesar do regulamento interno do TC ter de ser aprovado pelo
Conselho, nos termos do art. 287, nº4 parágrafo 5 do TFUE, o TC tem
poderes de auto-organização.
 Nos termos do art 285 do TFUE quem fiscaliza as contas da UE é o
Tribunal de contas e, nos termos do art. 287, nº 1 do TFUE, cabe-lhe
ainda examinar a totalidade das receitas e despesas de qualquer órgão
ou organismo criado pela União, salvo se houver exclusão expressa
desse controlo no respetivo ato constitutivo. O TC exerce este poder
enviado ao PE e ao Conselho uma declaração sobre a fiabilidade das
contas, a regularidade e a legalidade das operações a que elas se
referem que, em nome da transparência, será obrigatoriamente
publicada no Jornal Oficial da UE, art. 287, nº 1 e 4 do TFUE.kc
 A fiscalização das receitas efetua-se com base na verificação dos
créditos e dos pagamentos feitos à UE. A fiscalização das despesas é
efetuada com base nas autorizações e nos pagamentos.

10. Tribunal de Justiça da União europeia

 Nos termos do art. 19, nº1 do TUE, o TJUE inclui o TJ, o tribunal geral e
tribunais especializados, estes três tribunais são autónomos entre si. O
TJUE garante o respeito do direito na interpretação e aplicação dos
tratados.
 O Tribunal de Justiça da União Europeia, com sede no Luxemburgo, é
composto por 27 juízes, um por cada Estado-Membro (art.19, nº2 TUE) e
por 8 advogados-gerais (art. 252 TFUE), no entanto, caso o TJ solicitar ao
Conselho esse numero pode ser aumentado (deliberado por unanimidade).
Os juízes e os advogados-gerais são nomeados por comum acordo dos
Estados-Membros para mandatos de seis anos, que podem ser renováveis
e, de três em três anos preceder-se-á a uma substituição parcial dos juízes
que incidirá de cada vez em 14 juizes. Devem ser escolhidos entre
personalidades que desempenhem altas funções nos seus Estados de
origem, e que reúnam todas as condições estabelecidas nos arts. 253 e
254 do TFUE.
 Os juízes do TJ e do TG, nos termos dos arts. 253, parágrafo 3 e 254,
parágrafo 3 do TFUE, elegem de entre si, por um período de 3 anos, o
presidente e o vice-presidente, que pode ser reeleito.
 Nos termos do Tratado de Lisboa, o Tribunal de Justiça é competente para
conhecer dos recursos com fundamento na violação do princípio da
subsidiariedade relativamente a atos legislativos que sejam interpostos por
um Estado-Membro, em seu nome próprio, ou em nome do seu Parlamento
nacional.

11. Banco Central Europeu

 O Banco Central Europeu (BCE) é o banco central da União, responsável


pela moeda única europeia, e foi criado no contexto da instituição da
União Económica Monetária (UEM), com a adoção do euro (1 de junho de
1988). Está sediado em Frankfurt, Alemanha.
 A sua principal missão é preservar o poder de compra na União e, deste
modo, a estabilidade de preços e definir e executar a política monetária da
zona euro. A instituição trabalha em conjunto com os bancos centrais dos
19 países que adotaram o euro como moeda oficial. Juntos, estabelecem
taxas de juros, realizam operações cambiais, e gerem as reservas
estrangeiras dos diversos países.
 O BCE mantém também relações de trabalho com outras instituições,
organismos e fóruns apropriados, tanto na UE, como internacionalmente,
sempre que são discutidas questões relacionadas com as funções
atribuídas ao Eurosistema, constituído pelo BCE e pelos bancos centrais
dos Estados-Membros.
 De acordo com o Tratado que institui a Comunidade Europeia, as
atribuições fundamentais do BCE são:
 a definição e execução da política monetária para a área do euro;
 a condução de operações cambiais;
 a detenção e gestão das reservas oficiais dos países da área do euro;
 a promoção do bom funcionamento dos sistemas de pagamentos.
 É constituído pelo Conselho de Governadores, pela Comissão Executiva e
pelo Conselho Geral.
 O Conselho de Governadores é o órgão de decisão supremo do Banco
Central Europeu e tem como principal atribuição a formulação da política
monetária da área do euro. É constituído pelos membros da Comissão
Executiva e pelos governadores dos bancos centrais da zona do euro,
sendo presidido pelo Presidente do BCE.
 A Comissão Executiva do BCE é responsável pela execução da política
monetária definida pelo Conselho de Governadores, sendo composta pelo
presidente do BCE, pelo vice-presidente e por quatro outros membros,
todos nomeados de comum acordo pelos chefes de Estado ou de
Governo dos países que constituem a área do euro.
 O Conselho Geral tem incumbências mais ao nível consultivo e de
coordenação do BCE, sendo composto pelo presidente e pelo vice-
presidente do BCE, bem como pelos governadores dos bancos centrais
nacionais dos Estados-Membros da União Europeia.
 Para além disso, o BCE tem o direito exclusivo de autorizar a emissão de
notas na área do euro.

12. Provedor de Justiça Europeu


 É um órgão complementar de fiscalização eleito pelo PE, após cada eleição
do PE, pelo período da legislatura, podendo ser reconduzido nas suas
funções.
 Nos termos do art. 228, nº2 do TFUE, a pedido do PE, o TJ pode demitir o
Provedor de Justiça se, entretanto, deixar de preencher os requisitos
necessários ao exercício das suas funções ou se tiver cometido falta grave.
 VER ART. 228 Nº 1 TFUE PARA AS COMPETENCIAS DO PJE.
 O provedor de justiça exerce as suas funções com total independência, não
podendo solicitar, nem aceitar instruções de qualquer Governo, instituição,
órgão ou organismo. Nos termos do art. 228, nº3, o provedor de justiça,
enquanto as suas funções durarem, não pode exercer qualquer outra
atividade profissional, seja renumerada ou não.

13. Identifique e caracterize as competências exclusivas da EU, competências partilhadas


entre os estados-membros e o UE e os princípios da ordem jurídica da UE que as
suportam.
 A EU dispõe apenas das competências que lhe são atribuídas pelos Tratados
(princípio de atribuição). Ao abrigo deste princípio, a UE só pode atuar dentro dos
limites das competências que os países da União lhe tenham atribuído nos
Tratados para alcançar os objetivos fixados por estes últimos. As competências que
não sejam atribuídas à UE nos Tratados pertencem aos países da União. O Tratado
de Lisboa clarifica a repartição de competências entre a União Europeia e os países
da União. Estas competências estão divididas em três categorias principais:
competências exclusivas; competências partilhadas; e competências de apoio.
 Competências exclusivas (artigo 3.o do Tratado sobre o Funcionamento da União
Europeia — TFUE): domínios nos quais a UE é a única a poder legislar e adotar atos
vinculativos. Os países da União só podem fazê-lo se habilitados pela UE para
darem execução a esses atos. A União Europeia dispõe de competência exclusiva
nos seguintes domínios: união aduaneira; estabelecimento das regras de
concorrência necessárias ao funcionamento do mercado interno; política
monetária para os países da área do euro; conservação dos recursos biológicos do
mar, no âmbito da política comum das pescas; política comercial comum;
celebração de acordos internacionais em determinadas condições.
 Competências partilhadas (artigo 4.o do TFUE): a UE e os países da União estão
habilitados a legislar e a adotar atos juridicamente vinculativos. Os países da UE
exercem a sua competência na medida em que a União Europeia não tenha
exercido a sua ou tenha decidido não o fazer. As competências partilhadas entre a
UE e os países da União aplicam-se nos seguintes domínios: mercado interno;
política social, mas apenas no que se refere aos aspetos especificamente definidos
no Tratado; coesão económica, social e territorial (política regional); agricultura e
pescas (exceto a conservação dos recursos biológicos do mar); ambiente; defesa
dos consumidores; transportes; redes transeuropeias; energia; espaço de
liberdade, segurança e justiça; problemas comuns de segurança em matéria de
saúde pública, circunscritos aos aspetos definidos no TFUE; investigação,
desenvolvimento tecnológico, espaço; cooperação para o desenvolvimento e ajuda
humanitária.
 O exercício das competências da UE está sujeito a dois princípios fundamentais
previstos no artigo 5.o do Tratado da União Europeia:

proporcionalidade: o conteúdo e o âmbito de ação da UE não devem exceder o


necessário para alcançar os objetivos dos tratados;
subsidiariedade: no âmbito das suas competências não exclusivas, a UE intervém
apenas se — e na medida em que — o objetivo de uma ação considerada não
puder ser suficientemente alcançado pelos países da UE, podendo, contudo, ser
mais bem alcançado ao nível da União Europeia.

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