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Europeia
Génese da União Europeia
Em 09 de maio de 1950, Robert Schuman (Ministro dos Negócios
Estrangeiros em França) apresentou uma proposta de criação de uma
organização com alguns países europeus.
Alemanha
Itália
Bélgica
Holanda
Luxemburgo
Um pouco mais tarde, em 25 de Março de 1957, foram criadas a Comunidade
Europeia da Energia Atómica (C.E.E.), organização europeia de integração geral,
pelos Tratados de Roma que entraram em vigor em 01 de janeiro de 1958, com os
mesmos países fundadores.
Todos os países europeus podem aderir a esta organização desde que adotem:
Valores de paz e solidariedade;
Cada estado membro mantém a sua cultura, os seus hábitos, a sua língua e,
eventualmente, a sua moeda. Mas todos os seus nacionais são cidadãos europeus e
gozam das liberdades de circulação (art. 20.º a 25.º TFUE)
Em fevereiro de 1986, ocorre a assinatura do Ato Único Europeu, com esta
designação porque o mesmo ato procedeu à revisão dos Tratados CECA, CEE e
CEEA, entrando em vigor em 01 de julho de 1987. Constituiu a primeira grande
revisão dos Tratados. Fixou medidas para coordenar a política monetária dos
Estados Membros, abrindo caminho à União Económica e Monetária.
Hoje, os objetivos da União Europeia estão previstos no artigo 2.º, 3.º, n.º 1 e 5 do TUE.
Sociais
Políticos
Como objetivos imediatos ou a curto prazo, traduzidos na criação de uma União Económica e
Monetária
E subjacente à criação da Comunidade esteve sempre o desejo de criação de uma
União Europeia, eventualmente de caráter federal. Esse era o objetivo a realizar a
longo prazo, o objetivo mediato.
Apurar com mais segurança o sentido e alcance dos textos que a regem;
Avaliar da adequação dos meios ou instrumentos de ação de que a organização dispõe para
o cumprimento desses objetivos e eventualmente para lhe facultar o recurso a
competências não expressamente previstas mas necessárias à prossecução dos objetivos
estatutariamente fixados.
União Aduaneira
Mercado Comum
União Política
Relativamente à Zona de Comércio Livre, o Tratado de Roma pretende construir
uma zona franca, sem direitos aduaneiros.
Reúne 3 elementos:
Uma moeda única
A liberdade total de circulação dos capitais da CE, fim do controlo dos câmbios;
Atuação dos fundos estruturais para corrigir os desequilíbrios entre as regiões europeias;
Criação do Instituto Monetário Europeu (IME), composto por governadores dos bancos centrais
dos Estados Membros;
Regulamentação da proibição dos défices orçamentais excessivos (art. 126.º, n.º1 TFUE)
Fase III (1999) – Transferência de responsabilidades
Liberdade de Pessoas
Estabelecimentos (art. 49.º TFUE)
Circulação
Numa primeira fase, os seus membros eram designados por sufrágio universal
indireto pelos parlamentares dos Estados. Eram delegados dos parlamentos
nacionais, designados por um processo ficado por cada Estado Membro.
O presidente e a sua mesa é eleito pelos seus pares (art. 14.º, n.º4 TUE) no inicio
da legislatura e os deputados organizam-se por grupos políticos e são
independentes. Os deputados são organizados em função das suas ideologias ou
afinidades políticas e não em razão da sua nacionalidade. Os deputados que não
adiram a um grupo político são designados por deputados “não inscritos”
Quanto ao seu funcionamento o Parlamento Europeu goza de poder de auto-
organização.
Por regra, delibera por maioria absoluta de votos expressos e as atas dos trabalhos
são publicados no Jornal Oficial (art. 231.º e 232.º § 2 do TFUE).
Tem sido contemplado com novos ou reforçados poderes em cada uma das
Revisões aos Tratados.
Poder orçamental – o PE tem um poder de co-decisão orçamental com poder de aprovação final do
orçamento geral das Comunidades (art. 314.º, n.º4 do TFUE).
Outros poderes:
O Presidente
Alto Representante da UE
Trata-se de uma instituição sem poderes legislativos (art. 15.º, n.º1 do TUE), que toma decisões
de natureza essencialmente política, resultando do consenso dos Chefes de Estado ou de
Governo (art. 15.º, n.º4 do TUE), por isso também com menos exigências de transparência no
acesso público à sua documentação.
Ao emprego
Conselho da União Europeia
É formado, por regra, pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros de cada Estado
Membro para as reuniões com assuntos de caráter geral.
Os seus membros são cidadãos de países que integram a União, mas não devem nortear-
se pela prossecução dos interesses nacionais dos respetivos Estados.
Decisões dos representantes dos Estados Membros reunidos no seio do Conselho são
textos adaptados nas reuniões do Conselho mas com valor de conferência diplomática
Fontes externas do direito da UE – está aqui em causa o relacionamento entre os
tratados e os demais compromissos internacionais assumidos pelos Estados Membros
assim como a capacidade para a UE concluir acordos internacionais.
Recurso ao art. 352.º do TFUE – para aplicação deste artigo terão de estar
verificados alguns requisitos, designadamente,
Supõe o envolvimento dos órgãos da UE de direção (Conselho, Comissão Europeia e
Parlamento Europeu)
O primado do Direito da UE
A autonomia do Direito da UE
Relações de substituição – onde o Direito dos Estados Membros pode ser substituído pelo direito
originário ou derivado da UE que irá ocupar o lugar que antes era ocupado pelas normas nacionais.
Relações de harmonização – subsiste o Direito da UE junto com o Direito Interno, devendo haver uma
aproximação deste face à legislação da UE. O Direito Nacional é modificado e alterado alinhando-se pelas
conceções da União com a harmonização de legislações através da utilização de diretivas.
Relações de coordenação – o Direito da UE influencia o direito nacional dos diferentes Estados Membros.
São estabelecidas relações e ajustamentos entre as diferentes legislações nacionais. A legislação nacional
mantém a sua autonomia obedecendo a interesses e princípios próprios, variando de Estado para Estado.
Doutrina Dualista – que defende que a ordem jurídica internacional e as ordens jurídicas
nacionais são independentes e separadas, não sofrendo qualquer influência mútua. Para um
tratado produzir efeitos na ordem jurídica interna tem que ser recebido ou incorporado no
direito interno.
Para que uma norma de Direito da União Europeia produza efeito direto é necessário
que seja clara e precisa, incondicional, completa e juridicamente perfeita.
Pela sua natureza e função e nos termos do art. 288.º do TFUE, o regulamento produz
efeito direto e é diretamente aplicável.
O regulamento é aplicado não como direito interno, mas como direito da União
Europeia.
Em sentido material, o regulamento é diretamente aplicável porque cria direito e
obrigações para todos os interessados, podendo e devendo ser aplicado pelo juiz
nacional. Dada a sua natureza, o efeito direto tanto pode ser vertical como horizontal.
De acordo com o conteúdo do regulamento, este pode criar direito e obrigações para os
Estados Membros bem como para os particulares.
Por força do art. 288.º do TFUE, as decisões dirigidas aos particulares, normalmente
agentes económicos, pela sua natureza e efeito, tal como os regulamentos são
aplicáveis produzindo efeito direto e vertical. Estas decisões criam direitos e obrigações
para os seus destinatários, podendo também criar direitos para terceiros.
Por um lado, o direito da União Europeia deve ser uniformemente interpretado e aplicado,
sob pena de os mesmos cidadãos da UE terem direitos e obrigações diferentes conforme o
país onde se encontrem. Deve ser obrigatório, em igual medida, em todos os países
membros. A natureza do direito da União Europeia perder-se-ia se qualquer Estado pudesse
subtrair-se aos seus comandos, paralisando os seus efeitos. Por outro lado, na natureza da
UE repousa na limitação dos poderes soberanos dos Estados Membros. Se assim é, os
Estados Membros têm que se sujeitar à ordem jurídica por eles criada.
Em síntese, o direito da UE prevalece sempre sobre o direito interno qualquer que seja a
sua fonte ou origem
O juiz nacional deve interpretar as normas do direito à luz do direito da UE. O primado
do direito comunitário impõe-se a todos os órgãos dos Estados Membros, incluindo os
tribunais.
Se um Estado não cumprir os Tratados ou o direito derivado não pode outro Estado, eventualmente
prejudicado, deixar de cumprir a parte que lhe cabe. Deve levantar a questão no Conselho, fazer
queixa à Comissão ou mesmo demandar o seu par no TJUE.
O tribunal exclui o recurso aos princípios do direito internacional público geral quando tais princípios
lhe pareçam incompatíveis com a natureza jurídica, a estrutura institucional ou os objetivos da UE.
A interpretação e aplicação uniforme do Direito da UE
O TJUE tem o monopólio da interpretação do direito da UE para que este seja
uniformemente aplicado pelos tribunais nacionais que são tribunais comuns de aplicação
do direito da UA. As relações entre os tribunais internos e o TJUE são relações de
cooperação e não relações de hierarquia. Daí que o TJUE não seja um tribunal de
recurso das sentenças dos tribunais nacionais.
Como conclusão, a CRP não admite o primado do direito da UE sobre as sua próprias
normas (constitucionais), sujeitando-o ao controle eventual de constitucionalidade.
O art. 8.º, n.º3 da CRP admite o primado do direito derivado da EU mas sobre as
próprias leis ordinárias, abaixo da CRP, desde que aquelas sejam diretamente aplicáveis
ou produzam efeito direto.