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1.

Os conceitos de intergovernamentalismo e supranacionalismo são


fundamentais para compreender as discussões em torno da soberania na
União Europeia. O conceito de intergovernamentalismo refere-se a acordos
segundo os quais os Estados podem cooperar uns com os outros em assuntos
de interesse comum, sendo capazes de definir o seu nível de cooperação – não
pondo em causa a soberania de nenhum dos Estados.
Já o conceito de supranacionalismo, refere-se a acordos em que os Estados
decidem delegar alguma responsabilidade no processo de tomada de decisões
a um determinado organismo, que se situa acima do Estado, envolvendo
alguma perda ou transferência da soberania nacional. O facto de o
supranacionalismo implicar uma perda, ou pelo menos uma transferência da
soberania, levanta a questão das razões pelas quais os Estados concordariam
em aderir a tais acordos de governação.
2.O Tratado de Maastricht, assinado em 1992, entrou em vigor em novembro
de 1993 e tem como primeira grande novidade a criação da União Europeia,
como estrutura externa e paralela às Comunidades; foram criados instâncias e
procedimentos de cooperação política; os domínios particulares foram
atribuídos à União – a política externa de segurança comum e toda a
cooperação nos domínios da justiça e dos assuntos internos.
A União criada pelo Tratado de Maastricht foi investida de determinadas
competências, classificadas em três grandes grupos, habitualmente
designados por «pilares»: o primeiro «pilar» era constituído pelas Comunidades
Europeias e fornecia um quadro no âmbito do qual deveriam ser exercidas
pelas instituições comunitárias as competências que eram objeto de
transferência de soberania pelos Estados-Membros nos domínios visados pelo
Tratado; o segundo «pilar» era constituído pela política externa e de segurança
comum; o terceiro «pilar» era constituído pela cooperação nos domínios da
justiça e dos assuntos internos.
3. A definição de integração europeia é uma definição que outrora se baseou
numa integração económica, acabou por dar origem a uma nova fase do
processo de integração, fazendo com que este se tornasse mais complexo.
Cada reforço, ou cada tentativa de regulamentação das políticas comuns entre
os Estados e as instituições europeias reforçam e complexificam o debate do
processo de integração europeia. Os mais europeístas e, portanto, defensores
de uma integração mais alargada, pretendem uma Comunidade Europeia que
se transforme em “Estados Unidos da Europa”. Os mais eurocéticos,
descrentes no processo de integração, pretendem uma Europa mais reduzida,
com instituições europeias fracas e Estados soberanos fortes, com poder de
tomada de decisão em todas as áreas.
Um dos motivos que levou os Estados-Membros da União Europeia a
transferirem parte da sua soberania para um novo centro, foi a necessidade de
união, particularmente quando a sua segurança é comprometida por uma
ameaça interna ou externa comum.
Esta necessidade de união provém do problema fundamental que motivou a
integração europeia: a Segunda Guerra Mundial.
À luz dos tratados fundadores das três Comunidades Europeias, o processo de
integração europeia materializou-se na União Europeia, assente na partilha da
soberania - os Estados-Membros a transferem parte da sua soberania para
instituições políticas formais de caráter supranacional.
4. O primeiro alargamento (1973), também conhecido como alargamento
britânico, permitiu a entrada do Reino Unido, Irlanda e Dinamarca na União
Europeia. Tal sucedeu devido à relação diplomática próxima entre o Reino
Unido e os Estados Unidos da América, que permitiu um fortalecimento do
estatuto internacional das Comunidades Europeias, juntamente com o
aumento da dimensão da economia das Comunidades Europeias, assim como
outras oportunidades de troca. Já o segundo alargamento (1981), envolveu os
países do sul da Europa – Grécia, Portugal e Espanha – devido à consolidação
das recentes democracias, nomeadamente em Portugal e em Espanha e ao
objetivo de diminuir a desvalorização entre os novos Estados Membros e a
média das Comunidades Europeias.
5. Distinção entre mercado comum e união económica e monetária
A UEM destina-se a apoiar um crescimento económico sustentável e um
elevado nível de emprego, através de decisões de política económica e
monetária adequadas. Isto inclui três domínios principais: i) a aplicação de
uma política monetária que tem como objetivo principal a estabilidade dos
preços; ii) evitar possíveis efeitos indiretos negativos resultantes do caráter
insustentável das finanças públicas, prevenir o aparecimento de desequilíbrios
macroeconómicos nos Estados-Membros e coordenar, em certa medida, as
políticas económicas dos Estados-Membros; iii) a garantia do bom
funcionamento do mercado único. O conceito de mercado comum tem sua
origem no processo integralista da então Comunidade Econômica Europeia -
CEE, iniciado com o Tratado de Roma. Com inspiração nas ideias neoliberais
de alargamento de mercado e estímulo à concorrência, a CEE constituiu
exemplo tradicional de mercado comum. A ideia de elaboração de um Mercado
Comum foi impulsionada pela II Guerra Mundial, tendo resultando da
tentativa de unificação voluntária do continente europeu. O temor do povo
europeu diante da possibilidade de novas guerras no continente gerou uma
postura de cumplicidade entre os Estados, que ousaram substituir a
rivalidade patente de algumas potências pela realização de interesses mútuos,
empreendidos a nível comunitário. O Mercado Comum europeu constitui-se na
prática como uma união aduaneira associada a algumas políticas comuns,
como a política comercial comum em relação a países terceiros e a Política
Agrícola Comum (PAC). Caracteriza-se pela livre circulação dos fatores de
produção, capital e trabalho, que ensejará, por conseguinte, o livre
estabelecimento e a livre prestação de serviços pelos seus nacionais. Compõe-
se, portanto, das quatro liberdades: livre circulação de bens, serviços, pessoas
e capitais. O Mercado Comum traz consigo a garantia e a segurança de que os
Estados que a constituem formam um corpo único, ainda que cada um deles
preserve suas raízes históricas, suas tradições culturais e seus idiomas.
6. Distinção de união aduaneira e mercado comum
Existem dois requisitos para a formação da União Aduaneira. O primeiro
consiste na eliminação de uma parte substancial dos direitos e outras formas
de restrição ao comércio entre países participantes e o segundo corresponde à
uniformização de direitos e outros regulamentos no que respeita ao comércio
com territórios não participantes. A união aduaneira atinge um degrau a mais
em relação à zona de livre-comércio ao comportar a livre circulação de bens,
independentemente de serem ou não originários dos Estados que dela fazem
parte, desde que estejam devidamente legalizados. A união aduaneira
constituía o core da construção comunitária, funcionando como pressuposto
para a realização do mercado comum. E conforme resplandecem novas etapas
integracionistas, têm se reconhecido à União Aduaneira o status de ponto de
partida adequado para a realização progressiva de um verdadeiro mercado
interno.
7. Diferença entre união económica e união monetária
Todos os países da União Europeia fazem parte da União Económica e
Monetária. Os Estados Membros partilham um mercado único, com
regulamentações comuns dos produtos e a livre circulação de bens, capitais,
trabalhadores e serviços (união económica). Já a zona euro inclui apenas os
Estados que adotaram o euro como moeda nacional (união monetária).
8. Quadro de instituições estável
A União Europeia (UE) é uma união económica e política de características
únicas, constituída por 27 países europeus.

A antecessora da UE foi criada no rescaldo da Segunda Guerra Mundial. Os


primeiros passos visavam incentivar a cooperação económica, partindo do
pressuposto de que se os países tivessem relações comerciais entre si se
tornariam economicamente dependentes uns dos outros, reduzindo assim os
riscos de conflitos. O resultado foi a Comunidade Económica Europeia, criada
em 1958 com o objetivo inicial de reforçar a cooperação económica entre seis
países: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos.

Desde então, 22 países aderiram a esta grande organização (e o Reino Unido


saiu da UE em 2020), formando um enorme mercado único (também
conhecido como «mercado interno») que continua a evoluir para atingir o seu
pleno potencial.

O que começou por ser uma união meramente económica evoluiu para uma
organização com uma vasta gama de domínios de intervenção, desde o clima,
o ambiente e a saúde até às relações externas e à segurança, passando pela
justiça e pela migração. Em 1993, a Comunidade Económica Europeia (CEE)
passou a chamar-se União Europeia (UE), refletindo esta evolução.

O quadro institucional da União Europeia é único e o seu sistema de tomada


de decisões está em constante evolução
9. Poder de censura do parlamento europeu. A possibilidade de apresentar
uma moção de censura (também denominada «voto de censura») relativamente
à Comissão já existia desde o Tratado de Roma. Uma moção desse género
requer, para ser aprovada, uma maioria de dois terços dos votos expressos,
representando uma maioria dos deputados que compõem o Parlamento. A
aprovação da moção de censura resulta na demissão da Comissão, enquanto
órgão colegial, incluindo do Vice-Presidente da Comissão/Alto Representante
da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança no que se
refere às suas funções desempenhadas na Comissão. Até à data, apesar de
diversas tentativas nesse sentido, o Parlamento não aprovou qualquer moção,
com base nas disposições atuais do Tratado, nem nas disposições
precedentes, para destituir a Comissão.
10. Conselho de ministros- o concelho é considerado um órgão de
representação dos governos dos Estados Membros, como tal composto por
representantes dos Estados Membros, ao nível ministerial, com poder para
vincular o respetivo governo. A comissão europeia pode participar nas
reuniões do conselho, o que facilita o diálogo interinstitucional. As reuniões do
conselho são convocadas pelo seu presidente por sua iniciativa ou pedido de
um dos seus membros, também podem ser convocadas pelo alto
representante.
A presidência do conselho é assegurada por grupos pré-determinados de três
estados-membros durante um período de dezoito meses, formados com base
num sistema de rotação igualitária dos estados-membros. Outro órgão
permanente especialmente habilitado a assegurar o regular funcionamento do
conselho é o secretariado geral. O quórum deliberativo do conselho
corresponde à maioria dos seus membros. O conselho atua maioritariamente
por maioria qualificada. O conselho exerce funções de definição de politicas e
de coordenação.
13. A comissão europeia é composta por 27 estados membros, cada um
nacional de um estado membro diferente. O procedimento de constituição e
nomeação da comissão europeia e complexo.
Tendo em conta as eleições para o parlamento europeu e depois de proceder
as consultas adequadas, o conselho deliberando por maioria qualificada,
propõe ao parlamento europeu um candidato ao cargo de presidente da
comissão. O candidato é eleito pelo parlamento europeu por maioria dos
membros que compõem. Caso o candidato não obtenha a maioria dos votos, o
conselho europeu, por maioria qualificada, proporá no praxo de um mês um
novo candidato eleito através do mesmo processo.

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