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Intergovernamentalismo
Caráter suis generis desta OI: nem todos têm de ter este nível de integração; quem manda e toma decisões? Se
estamos a trabalhar através de intergovernamentalidade trabalhamos em consenso (ou MQ em assuntos delicados).
Consenso é parecido a unanimidade, mas não é a mesma coisa.
Características intergovernamentais
o A maioria das decisões políticas na Europa são ainda tomadas a nível nacional
o Todas as grandes decisões da UE são tomadas pelo Conselho Europeu, que reúne os chefes de estado
e de Governo de cada estado-membro da UE
o Órgãos supranacionais como o PE e a Comissão não podem impor políticas com as quais os Estados
não concordem
Governação supranacional
Supranacionalismo refere-se a arranjos institucionais em que os Estados cooperam, mas não detêm o controlo sobre
o processo de decisão.
Características supranacionais
o A comissão define grande parte da agenda política da UE
o No Conselho de Ministros, é comum o processo de votação por maioria qualificada
o Influência crescente do PE no processo de decisão europeu
o Primado do Direito Europeu e autoridade do Tribunal Europeu de Justiça
Supranacional Intergovernamentalidade
EU é responsável por criar e regular um Os Governos da EU coordenam uma série de
mercado único numa escala continental, ao medidas e políticas que afetam a livre
mesmo tempo que a imposição fiscal e a circulação e os seus interesses coletivos
despesa são exclusiva dos EM. enquanto entidade da escala continental.
Áreas de competência
O que é a EU?
A EU não é um Estado porque não tem constituição, é composta por vários Estados detentores de soberania
e não possui o monopólio do uso da força (não é de todo um Estado segundo a conceção weberiana do termo).
A EU não é uma Federação de Estados porque não tem constituição (seria uma espécie de estados unidos da
Europa). MAS detem arquitetura constitucional (corpo político com um conjunto de normas e regras de
funcionamento que regulam quais as competências de cada um dos seus órgãos) e um conjunto de valores que
definem a sua identidade própria.
Existe um conjunto claro e definido de instituições para um processo de decisão coletiva e um conjunto de regras
que guiam as suas relações (equilíbrio constitucional)
Os cidadãos procuram realizar os seus desejos políticos através do sistema político, direta ou indiretamente
(partidos políticos e grupos de pressão)
As decisões coletivas no sistema político têm um impacto significativo na distribuição de recursos económicos e na
alocação de valores de todo o sistema
Existe uma interação contínua entre outputs políticos, novas demandas ao sistema, novas decisões, etc.
(importância das cimeiras, mas também existe interação diária). Dentro deste sistema político há várias formas de
socialização. Há uma socialização continua, normalizada, através de cimeiras (reuniões dos “high profile politics”), mas
há também interação diária no parlamento europeu. Temos ainda famílias partidárias
A integração europeia é o processo de transferência progressiva de poderes do nível nacional para o nível
supranacional.
As teorias da integração são uma reflexão sistemática do processo de intensificar cooperação política na
europa e o desenvolvimento de instituições políticas comuns, bem como o seu resultado. Também inclui a teorização
das mudanças na construção de identidades e interesses dos atores socias, no contexto deste processo.
É possível olhar para a integração europeia como um processo (a integração que se da, de que forma, que
implicações, olhar para as etapas, para os tratados, alargamentos, membros etc) VS olhar como um resultado (que
sistema de governação está a ser criado, quais as suas principais características e o que isso significa para a criação de
um ator político).
Funcionalismo
Principal autor é David Mitrany. "a forma é sequencial à função" e "peace will not be secured if we organize
the world by what divides it", ou seja, quanto maior a interdependência entre os paises menores as probabilidades de
guerra, é preciso encontrar um “common ground” entre os estados para evitar a guerra. Desenvolve-se no entre
guerras, quando a sociedade ocidental está em crise. Dimensão transacional das RI. Primazia do económico.
Utilitarismo e materialismo das construções políticas. Ajustamento político as necessidades materiais. Descura nível
político. Ele defende que o sistema político deve ser funcional, não interessa o modelo de organização política, se é
uma instituição internacional, uma monarquia, etc, é preciso é funcionar. É preciso por a cooperação económica a
frente porque, se for bem-sucedida, o resto acompanha. A melhor forma de fazer com que os Estados abandonassem
a guerra seria aprofundar a sua interdependência (a ação bélica seria prejudicial) e a melhor forma de o fazer seria
iniciando-se em plataformas básicas como a economia.
Federalismo
Principal autor Altiero Spinelli. Surge no pós-ww2. Quebra do estado centrismo, desvaloriza-se a existência de
uma entidade nacional central. Nesta ótica é possível termos estados diversos que conseguem trabalhar juntos.
Dinâmica político constitucional > económica. Oportunidade de união dentro da diversidade
Progressão:
Teoria e estratégia de integração regional. Conceito de spillover (se der certo numa área de cooperação, por
ex.: a CECA, vai ser mais fluido e permitir que a integração continue por outras áreas, por ex.: depois tivemos a
EURATOM, integração nas pescas etc. Economia -> sociedade -> identidade etc.). Inclui dimensão social e política.
Supranacional > grupos de interesses e elites políticas e burocráticas. Processo cumulativo (acervo comunitário/ acquis
communaitaire, tudo na integração é cumulativo, fruto da história e dos costumes, das instituições, das regras)
Ele olha para as transações: trocas de teor mais social e de comunicações entre as partes, troca de experiências (vemos
isso por ex.: na liberdade de circulação) Construção de comunidade de paz e segurança. Papel da psicologia social
(importância da memoria, da experiência, costumes, interação social. Fala-se mais em fluxos e não em estados.
Aula Teórica 1- 20.09
Tratados fundadores
Solução: Plano Schuman (evitar e impossibilitar a guerra através da criação de um mercado único do ferro e
do aço)
Para a Alemanha: constituía um passaporte para a sociedade internacional e para o fim da ocupação Aliada
do seu território.
Para a França: favorável pois considerava-se que deste modo a Alemanha poderia ser mantida “sobre
controlo”.
Produção do ferro e do aço deveria ser colocada sob uma Autoridade Supranacional (a Alta Autoridade). As
restantes instituições são: Conselho de Ministros, Assembleia Comum e Tribunal de Justiça “rascunho” do
modelo atual da UE
o Objetivos muito ambiciosos: criação de zona de comercio livre e estabelecimento das fundações para
um mercado comum em materiais industriais básicos como o carvão, ferro e aço.
o A CECA obteve nota positiva: abolição de tarifas e quotas; progresso na remoção de barreiras não-
tarifárias; assistência à reconstrução das indústrias; socialização europeia; aumento das trocas entre
estados.
Sucesso Plano Pleven: criam-se tentativas de maior integração no nível da defesa (CED) e política (CPE) não
ratificados UEO- 1955 (6+RU): eliminar os últimos vestígios de uma Alemanha ocupada
o Estabelece uma União Aduaneira (CEE): zona de comércio livre com a criação de uma tarifa comum
relativamente ao exterior.
O objetivo é a eventual criação de um Mercado Comum (união aduaneira com a adição de políticas
comuns) numa lógica de spillover.
o Mercado Comum: zona de comércio livre; criação de uma tarifa externa comum; proibição de medidas
que impedissem competição; medidas para promover livre movimento de pessoas, serviços e capital.
o Cria o Fundo Social Europeu, Comissão Europeia, Banco de Investimento Europeu e Euratom e a PAC
o Euratom: coordenação de programas de pesquisa dos EM para o uso pacífico de energia nuclear.
o Política Agrícola Comum (PAC): preço dos produtos agrícolas passa a ser definido pela EU em vez do
mercado, proteção dos agricultores através de subsídios, armazenamento e destruição dos produtos
em excesso para garantir o preço estabelecido
Da euforia à crise:
o Em 1961, as tarifas internas na CEE tinham sido abolidas e os outros tipos de restrições fortemente
reduzidos.
Crise da cadeira vazia: o Presidente da Comissão Europeia na altura (Walter Hallestein; considerava ser uma espécie
de 1ºMinistro da Europa) propõe a Doutrina Hallestein, que consistia no reforço dos poderes da CEE, nomeadamente
dos seus mecanismos de financiamento, bem como a substituição das decisões de unanimidade por MQ (o que seria
uma ameaça à soberania dos Estados que não concordavam com as decisões tomadas) Deste modo, De Gaulle, não
concordando, abandona a representação da França na CEE (toda a CEE ficou bloqueada na ausência de um dos
membros- não pode chegar à unanimidade).
Esta crise acaba por se finalizar com o Compromisso do Luxemburgo que suspende as propostas da Comissão:
aceita-se que é preciso unanimidade em matérias sensíveis.
Tratado de Bruxelas (fusão)-1965 já não é considerado um tratado fundador, mas sim um tratado
que fundiu as três instituições
simplificação, pois já havia demasiados organismos: Conselho único + Comissão única
1970: altera algumas disposições orçamentais (substitui o sistema de financiamento das
comunidades por contribuições dos EM pelo sistema de recursos próprios; orçamento único para as
comunidades)
1975: Tratado que altera algumas disposições financeiras
Identificar as grandes visões e debates que têm animado a integração europeia em cada momento, para
depois entender de que forma essas visões foram sendo negociadas entre os diferentes atores da construção europeia.
Esta não é um processo unilateral, é um processo de negociação com os membros de integração. A integração
europeia também tem um aspeto essencialmente social, é necessário observar as intenções, objetivos e opiniões da
população europeia.
Timeline
Após o sucesso dos primeiros 12 anos, a Comunidade acabaria por entrar num longo período de estagnação
com pouco progresso relativamente à integração. Particularmente após a crise de 1973, a Comunidade Económica
entrou numa fase de lento crescimento, altos níveis de desemprego, inflação e a falência da competitividade. O
processo de trocas também abrandou e começaram a ser aplicadas “barreiras não-tarifárias” (novo protecionismo).
No entanto, há também alguns progressos como podemos ver a seguir.
É a década das visões federalistas e das tentativas para integrar o social nas iniciativas económicas e políticas que
já existiam. Werner faz um relatório a falar da componente económica, mas também social. Davignon faz um relatório
a falar dos aspetos de segurança. Os relatórios são importantes porque dão origens a ideias que seguem para
conferencias que seguem para tratados. Estes demonstraram uma necessidade de fundir a componente económica
com a social (políticas de desemprego, por ex.)
1972: Pela primeira vez, um estado membro faz um referendo para pedir a opinião dos franceses relativos ao
alargamento da EU. O resultado foi favorável. HÁ neste ano a cimeira de Paris, que serviu para dizer ao mundo que a
EU se ia expandir economicamente, há uma projeção alem CEE. Há nesta altura uma crise das economias liberais com
a crise do dólar e a crise do petróleo, há um esforço da EU para não perder o que havia sido construído e para garantir
a qualidade de vida da população
1973: Alargamento para Dinamarca, Inglaterra e Irlanda. Surgem questões de identidade, até então a identidade
dos 6 originais era bastante consensual. Surgem agora questões de identidade anglo-saxónica, influencias norte
americanas etc. Outro candidato foi a Noruega, so que referendou e o povo não quis ir para a EU.
1974: Conselho Europeu. Ate então, o conselho europeu funcionava como encontros regulares entre os
governantes europeus (dizer na apresentação quem é que deu início ao conselho europeu)
1977: Relatórios de MacDougall e McCracken. São de teor económico, são estratégicos para enfrentar as crises
(dólar e petróleo) e evitar uma crise económica na europa, principalmente nas indústrias chave na europa.
1979: Primeira eleição por sufrágio universal do Parlamento Europeu e criação do EMS (european monetary
system)
Anos 80
1981: Junta-se a Grécia. Juntamente com Portugal e Espanha (1986) apresenta um problema económico para a
europa, são países pobre que há pouco tempo eram ditaduras. Regressa em força a questão da identidade europeia
1984: Draft de Spinelli. Faz um esboço de um tratado europeu, de uma EU em que esteja mais presente a questão
da cidadania. Foi bem recebido, mas fica em banho-maria
1985: People's Europe Report (ideias que se materializam na década de 90 como a carta de condução europeia,
uma lotaria europeia, o dia 9 de maio para o dia da europa, um programa de intercambio juvenil, equipas desportivas
europeias, uma bandeira europeia, um hino, um emblema, tudo isto é uma tentativa de reforçar a identidade coletiva
da europa para incrementar nas consciências que existe uma comunidade, fomentar um sentimento de pertença. É
um processo artificial de top-down) e Livre Branco de Delors (projeção do futuro da união, não é muito importante)
Conselho Europeu
o Reconhecido como instituição política original, mas não como instituição formal
o Função de facilitar a negociação europeia e dar direção estratégica à integração
Parlamento
o Confirmação do nome PE em vez de Assembleia Parlamentar Europeia
o Procedimento de cooperação: pode rejeitar decisão do Conselho, o que obriga a aprovação por
unanimidade (aplicável a todas VMQ, exceto ambiente)
o Parecer favorável (relativamente a tratados, alargamentos, acordos com países terceiros)
Conselho:
o Generaliza VMQ relativamente a mercado comum (exceto fiscalidade, livre circulação de pessoas e
direitos dos trabalhadores assalariados)
o Integração formal do Conselho Europeu (criado em 1975)
Comissão Europeia
o Associação formal à CPE (Comité Política Europeia): é um órgão consultivo, vai apoiar o Conselho, ou
seja, os Ministros, em matérias económicas da EU. É neste comité que decorrem os debates técnicos
entre o BCE, o Comité Económico e Financeiro, o comité do Emprego, etc.
Questionamentos dos Anos 1990 (Agnell, 1992) Questionamento dos Anos 2000 (Delors, 2013)
Europa é de quem? Projeto europeu vai sobreviver? E o euro?
Mais democracia, mais representatividade Que politica para o BCE?
Jugoslávia e ressurgimento da guerra Comunidade Europeia para a Energia?
Unificação da Alemanha e refugiados Novo modelo de desenvolvimento, mais
cooperação, mais preocupação pelo ambiente
A caminho de Maastricht
5 objetivos:
o Progresso económico e social
o Identidade europeia na cena internacional
o Cidadania da UE
o Desenvolvimento do acervo comunitário (acquis communauitaire); lógica do costume, da acumulação
o Respeito pelo princípio da subsidiariedade: visa garantir uma tomada de decisões tao próxima quanto
possível do cidadão, mediante a verificação de que a ação a empreender a nível da UE se justifica à
luz das possibilidades oferecidas a nível nacional, regional ou local. Não vale a pena pedir à EU que
faça leis para tudo quando o EM a nível nacional o pode fazer, não vale pôr tudo para o saco das
matérias comunitárias, o EM deve “poupar” a EU, que não se deve exceder o que seja necessário para
alcançar os objetivos do Tratado.
Problema com a estrutura de pilares: falta de ligação com políticas comunitárias da ação externa da EU (pilar 1) e as
políticas de JAI.
Pilar 1
Pilar 2
Matérias tradicionalmente exclusivas aos EM, não há muita supranacionalidade, as decisões são tomadas por
unanimidade
Alinhamento da política externa, segurança e defesa
Proteção dos valores comuns da EU (democracia, Estado de Direito, DH), dos seus interesses fundamentais, a sua
independência e integridade, de acordo com os princípios da Carta das NU
Fortalecer a segurança da União e promover a cooperação internacional
Posições comuns: os EM devem alinhar as suas políticas nacionais por estas posições
Ações comuns (ações operacionais necessárias para atingir os objetivos definidos pela PESC (estabelecer missões,
nomear representantes especiais, etc.)
Comissão e PE são apenas “associados” à PESC, são mais do Conselho Europeu e do Conselho de Ministros
Prevê o desenvolvimento de uma Política Europeia de segurança e defesa
Pilar 3
JAI: Justiça e assuntos internos
Não é supranacional, os EM continuam a ser soberanos nestas matérias, mas insere a necessidade de coordenar
os EM em matérias de JAI
Cooperação judicial e policial (questões de asilo, fronteiras, crime organizado)
1º A comissão faz uma proposta legislativa (pode ser do PE, do BCE, da população, etc.) ao parlamento
2º O parlamento faz uma primeira leitura, pode aprova-lo como esta sem modificações ou modifica-lo
ligeiramente
3º Vai ao CM (respetivos da área que esta a ser decidida, por ex ministro das pescas para as ostras) que decide
aceitar a Posição do PE, e aí fica automaticamente aceite como a maioria das propostas legislativas. Se rejeitar...
5º Vai ao Comité de Conciliação em que vão membro do PE e do CM em que tentam chegar a acordo num texto
comum. Se mm assim é rejeitada, a lei não é adotada.
Maioria Qualificada:
55% dos EM têm de votar a favor no conselho de ministros (15 dos 27)
Simultaneamente, a proposta tem de representar no mínimo 65% da população da EU
É conhecida também pela dupla maioria, devido a estas 2 condições necessárias
A minoria de bloqueio deve incluir pelo menos 4 membros do conselho ... (?)
Unanimidade
Usada em questões sensíveis (ex.: pesca, cidadania, adesão de um novo membro, fiscalidade, finanças em
assuntos específicos, determinadas disposições no domínio da justiça, segurança social
A abstenção não impede que seja adotada uma decisão, não é uma unanimidade total/perfeita
Aula 3- 04.10
Contexto
Anos 1990: conflitos balcãs e Chechénia; relações Este-Oeste
Countdown para o Euro
Alargamento de 1995 (+3): AUS – FIN – SWE
Começa a ficar notório a entrada dos países de Leste na EU
Alargamento de 2004 (+10): CZ – HUN – POL – EST – LIT – LET – SVK – SLO – CHY – MAL
Alargamento (progressivo) da NATO
o 1999: CZ – HUN – POL
o 2004: BUL – ROM – EST – LIT – LET – SVK – SLO
De 1992 a 2004 à Tratado de Amsterdão e Nice para adaptar a UE aos novos membros tão culturalmente
diferentes
UE 25 e UE 27 à necessidade de Constituição
Principais alterações:
“Declaração respeitante ao Futuro da EU”: anexada ao Tratado; fixa as iniciativas apropriadas para dar seguimento
às reformas institucionais e para que o Tratado de Nice constitua apenas uma etapa desse processo
Constituição europeia: seria o culminar deste processo de reforma da EU; uma vez que a Constituição entrasse em
vigor, o Tratado de Nice seria substituído pelo Tratado que estabeleceria uma Constituição para a Europa. No entanto,
a reprovação por referendo em dois países: França e Holanda, levou ao abandono do Tratado Constitucional.
Ou seja, o Conselho Europeu de Nice abre o debate sobre o “Futuro da Europa”, que será levado acabo pela
Declaração Laeken.
Declaração de Laeken
• Dez. 2001 à Conselho Europeu de Laeken: Declaração Respeitante ao futuro da União
o “Etapa decisiva em direção a uma União mais simples, mais forte ao perseguir dos seus objetivos essenciais e
mais presente no mundo”
• UE tinha de ser mais democrática, institucionalmente menos complexa, mais transparente e com maior capacidade de
intervir no mundo
• 3º parte da Declaração convoca uma Convenção sobre o Futuro da Europa que apresente um documento final que
sirva de base às negociações da reforma dos tratados agendada para outubro de 2003 à começa o processo de
reforma constitucional
• “Convenção” em vez de Conferência Intergovernamental como método intermediário entre a tradição IG e uma
abordagem constitucional
• Representantes governo de cada EM + cada candidato + 16 representantes do PE
• Três fases:
1. Fase de escuta – O que esperamos da Europa? (5 meses)
2. Fase do estudo – Quais as propostas em cima da mesa?
3. Fase da recomendação e das propostas
• Conselho Europeu de 12-13 de dezembro 2003 é um fracasso
• Matérias polémicas
o Novo método de decisão por maioria qualificada com base na população
o Composição da Comissão (novos EM não querem abdicar de um comissário)
o Herança cristã vs “religiosa” no preâmbulo
• Negociações não avançaram como desejado sob a égide da Presidência Italiana e decisão de aprovação do texto foi
adiada para a presidência irlandesa.
Considera que era melhor produzir um texto único e não uma panóplia de atividades Acabaria por apresentar um
draft ao Conselho europeu em junho de 2003.
• Ao contrário das declarações (que são explicações das decisões tomadas), os protocolos e anexos têm valor jurídico.
A crise do Euroceticismo
• PE aprovou Tratado a 12 de janeiro 2005 (500 votos a favor, 137 contra e 40 abstenções)
• Entre novembro 2004 e junho 2005 à ratificação da Lituânia, Hungria, Eslovénia, Itália, Grécia, Bélgica, Eslováquia,
Aústria, Alemanha
• Consulta popular
o Pavorável em Espanha (76,7% favorável) e Luxemburgo (56,6%)
o Negativa em França (54,7% de 67,7% votou não por fatores domésticos, como economia, euro e
desencantamento) e Holanda (61,6% de 63% votaram não por causa da economia, euro e entrada da Turquia)
“Pausa para reflexão”: Conselho Europeu de junho de 2005, processo de ratificação adiado para 1 de novembro 2007
• Desistiu-se da ideia de Constituição Europeia, avança-se com um tratado modificativo/de revisão com nome
oficial: Tratado Reformador
o Tratado da UE (Maastrich)
o Tratado que institui a Comunidade Europeia (Roma)
Aula 5- 18.10
O Tratado de Lisboa
1. Tratado da EU
2. Tratado que institui as CE passa a chamar-se Tratado sobre o Funcionamento da União (TFUE)
A carta dos Direitos Fundamentais da EU aparece pela primeira vez no Tratado de Lisboa. Opt-out para o RU e Polónia.
O TUE é considerado lei fundamental da união, assente num consenso mais amplo e de longo prazo, sem
permitir opt-outs e onde os procedimentos de revisão são mais difíceis
O TFUE é um tratado implementador, numa posição subordinada em relação ao anterior. Permite alterações
mais fáceis e opt-outs, refletindo as necessidades de diferentes contextos
Objetivos do Tratado:
TJUE
BCE- reconhecido o estatuo de instituição da EU
o Duas principais missões do BCE: constitui, com os bancos centrais dos EM, o Sistema Europeu dos
Bancos Centrais; forma com os Bancos Centrais dos EM que adotaram o €, o Eurossistema que define
e conduz a politica monetária da União
Procura melhorar a legitimidade das decisões e aproximar a EU dos seus cidadãos, introduzindo a sua iniciativa
Atribui um papel mais importante aos parlamentos nacionais dentro da EU e, simultaneamente, reforços dos
poderes do próprio PE
Reforça as competências da EU no âmbito do Espaço Europeu de Liberdade, Segurança e Justiça
Reforço do papel do Conselho Europeu e da igualdade entre os EM
Expansão da jurisdição do tribunal (pode ser visto como um reforço da natureza legal e democrática da EU)
Delimitação mais precisa dos poderes da EU e insistência de que estes são “conferidos” pelos EM sublinha
o papel da democracia nacional na EU
A democracia agora tem um Título dedicado no TUE
EU
Supranacional Intergovernamental
Tratado estabelecedor
Da Comunidade Europeia
TEC- Tratado de Roma Tratado da União Europeia
TUE (Maastricht)
EU
Supranacional Intergovernamental
- Integração económica
- JAI - PESC