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Responsabilidade financeira: é um conceito com autonomia, tem uma jurisdição

própria. À semelhança do direito penal e do direito civil, também nas finanças há


responsabilidade financeira, cuja pena máxima é a reposição dos dinheiros públicos.
Quem decide contra a lei é que tem de repor.
Estamos precisamente por causa desta autonomização do conceito de
responsabilidade financeira, que dá lugar a um ramo de direito próprio.
Esta é uma cadeira de natureza vocacional.
Temos uma perspetiva institucional da UE, ou seja, a organização do DUE é feita
segundo órgãos, instituições.
Em termos jurídicos temos uma relação no DUE entre duas fontes (primárias e
secundárias) e entre estas e os direitos nacionais.
Em termos materiais temos uma parte relacionada com um direito económico (ex:
união económica e monetária e o mercado interno (que beneficiam todos nós, p.e. as
livres circulações).
Notas:
- A Noruega faz parte do espaço económico europeu, mas não da UE.

A UE acaba por ser um local, uma organização, que pretende superar não só os
problemas que estiveram na origem da 2º GM, mas também evitar uma nova guerra.
Um dos objetivos da UE é tornar a mesma num espaço de cooperação, de promoção
da paz e evitar a guerra no futuro.
Será a UE uma organização internacional?
A resposta não é simples de todo.
Embora a UE apareça através de tratados internacionais, tem algo de muito diferente
das outras organizações, MAS tem as suas próprias instituições onde todos os estados-
membros participam. Há uma integração entre ordenamentos. O direito da UE entra
no direito dos estados-membros (tem de ser implementado diretamente ou por
transposição nos ordenamentos internos).
O mercado interno tem feito com que os cidadãos da UE beneficiem da livre circulação
e de um princípio de não discriminação. Isto faz com que a UE esteja a meio caminho
entre uma organização internacional e um estado federal.
Não é um estado federal. Tentou-se construir uma constituição da UE, que a
aproximava de uma federação, mas esta foi chumbada e o que tivemos foi o Tratado
de Lisboa em 2009, cujo conteúdo é semelhante ao da constituição frustrada. Mas, em
termos formais, (1) não há constituição, nem estado federal, o que faz toda a
diferença.
Se tivéssemos um Estado Federal teríamos (2) não há necessariamente receitas e
despesas feitas ao nível federal e uma função de redistribuição.
O problema é que (3) não há um orçamento da UE suficiente para a função
redistributiva. Existe um orçamento mas é ínfimo, pelo que (4) não se consegue
superar as diferenças de riqueza dos vários estados. Perante uma crise, a UE, não
consegue através do seu orçamento ajudar os estados-membros e por isso, esta
situação enfraquece a própria natureza jurídica da UE.
Art. 2º Tratado da UE (TUE)
Retrata os valores do estado de direito: dignidade humana, democracia, igualdade,
minorias, pluralismo, não discriminação.
Há um diálogo entre os estados-membros e aquilo que é da união. Neste caso vemos
princípios e valores que decorrem das constituições dos estados-membros. Há um
consenso do que é um acerto comum e faz parte dos tratados. Devem ser respeitados
pelos estados-membros e pela legislação secundária do próprio direito da união
europeia. Quanto mais ampla é a UE, mais fácil se consegue alcançar a paz, todavia,
torna-se mais difícil aplicar os princípios, pois temos uma cultura jurídica dos
diferentes estados distinta (ex: atritos entre Hungria e polonia).
Art. 3º TUE: promoção da paz, valores e bem-estar
Mercado interno, coesão económica, social, territorial e solidariedade.
O mercado interno atinge cada um de nós em termos de direitos e deveres. Está em
construção progressiva. Começaram por ser meras liberdades económicas, mas
deixaram de o ser desde o Tratado de Maastricht, quando se inseriu a liberdade de
circulação de pessoas e a cidadania europeia.
Livre circulação de pessoas:
1. Trabalhadores, constituidores (criar empresa noutro estado membro: ex. um
escritório de advocacia em Barcelona). Não podemos ter obstáculos por sermos
portugueses direito de estabelecimento.
2. Livre circulação de capitais, desde 1994, abrange os terceiros estados fora da
união. Há uma regra que diz que não existem obstáculo à circulação de
capacitais entre países da UE e entre a UE e o exterior (para sair e para entrar).
Solidariedade  Mais tarde iremos relacionar com a ausência de um orçamento
suficiente. A solidariedade existe, existem fundos que permitem a redistribuição (Ex:
PRR, relacionado com a crise pandémica).
A UE tem uma natureza própria, e à partida os interesses da união são autónomos,
dos interesses individuais dos estados.
União económica e monetária:
É um outro aspeto que traz individualidade à união e coloca a questão de ficarmos a
meio caminho. A UE tem várias regras, esta prossegue fins através das competências
atribuídas e implícitas.
Para além do euro, os Estados que aderiram à UEM deixaram de ter competência na
matéria de câmbio, de taxas… houve uma transferência de competências nacionais
para uma instituição supranacional.
Os bancos centrais europeus e internacionais são independentes das políticas.
Existindo uma moeda única, competência sobre a política monetárias e as taxas
cambiárias, seria espectável termos um estado federal, mas não é o caso, estamos a
meio caminho, pois não existe redistribuição.
Se não existissem estas características, perante um crise, se tivéssemos uma política
monetária poderíamos desvalorizar a moeda, mas não é o caso, temos o euro, pelo
que deve existir uma competência do estado federal de reparar a crise nos territórios
mais afetados.
A UE é algo sui generis, é uma instituição que não tem paralelo com outras) embora
haja algumas imitações). Esta teve um percurso onde promovia uma integração cada
vez mais profunda até que parou com o Tratado de Lisboa, pois não se conseguiu
passar para a fase federal (nem se vai conseguir). Um das razões que fundamentou a
saída do RU é o facto de UE estar a alastrar as suas competências.

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