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Direito das Sucessões

Regência Professor Dr. Menezes Leitão


O que é o direito das sucessões?
O que é o objeto desta cadeira?
Noções Básicas:
Herança- o que os mortos deixam aos vivos em termos patrimoniais;
Partilha- é repartir o património pelos herdeiros; quem são os herdeiros, as formas
como se faz a partilha.
Testamentos- forma de dispor por morte, existe também a doação por morte; pactos
sucessórios
Quando falamos em direito das sucessões, falamos num ramo do direito privado.
Não é igual ao das obrigações. Será direito civil privado comum ou terá alguma
natureza específica? O direito das sucessões, tal como o da família é institucional.
Transmissão das situações jurídicas, de natureza patrimonial, do autor da sucessão (=
“de cujus” ou “de cuiús”, aquele de quem se trata a herança).
Vamos tratar da sucessão por morte. O seu património não pode ficar abandonado,
aqui vamos descobrir para quem se transmite o mesmo, quem vai ocupar a posição do
de cujus.
Estamos perante um ramo de direito autónomo.
Art. 1700º e ss.  Renúncia do cônjuge sobrevivo
Código do Processo Civil: 938º e ss. + 1006º e ss.
Existem regras que estão no Código de notariado: 11º; 46º/3; 82º e ss. 106º e ss.
Código do Registo Civil
Habilitação de herdeiros é a escritura pela qual fica indicado quem são os herdeiros
apos a morte de uma pessoa.

Objeto e características do Direito das sucessões:


Qual morre alguém temos a abertura da sucessão (2131º). Há um lugar para isto.
Vocação sucessória: é o chamamento dos sucessíveis prioritários à herança do de
cujus atribuindo-lhe o ius delationis (direito de aceitar ou repudiar a herança, ninguém
é obrigado a aceitar, até porque quando falamos em heranças não são apenas
situações ativas, também existe a parte passiva que são as dúvidas, encargos, ónus,
por isso é que o prazo de aceitação é longo (10 anos)). A pessoa nunca pode ser
responsável para além daquilo que herdou em termos de valor.
Tornas nas partilhas: há apenas um bem imóvel e existem 3 herdeiros. Se um deles
quer ficar com o bem ele paga aos outros a sua parte em dinheiro.
Quer a pessoa receba bens ou tornas isso vai fazer parte do seu património, se ela for
chamada a pagar uma divida ela paga com todo o seu património. No enatando, a sua
responsabilidade está limitada ao valor que recebeu.
Ex: A morre e deixa 3 filhos. Deixou 900 mil euros. 300 Mil para cada um dos filhos. Há
um credor que aparece mais tarde e tem uma confissão de A onde diz que ele lhe deve
1 milhão de euros. Cada um dos filhos só terá de pagar até ao limite de 300 mil euros.
Quem te de fazer a prova de que receberam só 300.
Podemos aceitar uma herança de forma expressa ou tácita (se praticarmos atos, por
exemplo registar o bem a favor de todos os herdeiros.
Se for um bem esse tem de ser avaliado e isso é um problema.
O que interessa é o valor dos bens à data do óbito.
Processo de inventário até 2013 era judicial, entre 2013 e 2019 era exclusivamente
feito no escritório do notário. A partir daí é um processo de natureza mista, a pessoa
pode pedir no tribunal ou no notário. É obrigado a requerer no tribunal se existirem
incapazes.
A partir de 1 de janeiro de 2020 é que o notário decide de tramita estes processos de
inventário ou não.
Neste processo vai ser determinado um perito para avaliar o valor do bem.
Jacencia da herança  Diz se herança jacente aquela que ainda não foi aceite nem
declarada vaga para o estado, é quando ainda não sabemos quem são os novos
titulares das situações jurídicas do de cujus.
Quando há a vocação (chamamento) eles têm de aceitar ou repudiar. O repúdio pode
ter consequências, se existirem descendentes pode existir direito de representação.
Quem é que administra a herança até ao momento da efetiva partilha? É a cabeça de
casal (2080º). É um cargo que a pessoa não pode repudiar, só pode ser afastado em
casos específicos e escusa.
Designação sucessória o momento antes da morte. É o que nos permite determinar
quem são os potenciais sucessíveis de uma determinada pessoa se seriam chamados
se o de cujus falecesse no momento (ex: A vai fazer um testamento; temos de saber se
tem filhos, descendentes, ascendentes).
Como sabemos quem são os potenciais herdeiros? Existem herdeiros legitimários
(aqueles que a lei obriga que sucedam, mesmo que o autor não queira, estamos a falar
da cota indisponível)? São os filhos, pais e cônjuge. 2157 e ss.
Agora temos imensas exceções. Os pais só são se não existirem filhos. Se tiver cônjuge
temos de perguntar se casaram após 1 de setembro de 2018.
A casou com B em 1990, tem dois filhos. Quem são os herdeiros legitimários? B, C e D.
O neto N é chamado? 2134º Chamamos pelos graus mais próximos.
O valor da cota indisponível varia dependendo de quem chamos. Se for um só filho é
de 50; se forem 2 filhos é de 2/3. - 2159º
Quanto à cota disponível
Podemos fazer doações; testamento (unilateral livremente revogável) e pacto
sucessório.
A sucessão jurídica por morte, é um fenómeno jurídico complexo que comporta
várias fases:
1- Designação Sucessória: ainda em vida do autor da sucessão, onde existe uma
indicação das pessoas que lhe podem suceder através da designação
sucessória;
2- Abertura da Sucessão: ocorre no momento e no lugar do falecimento (2031.º
do CC), instituindo a vocação sucessória;
3- Vocação Sucessória: consiste na atribuição a alguém do direito de suceder, ou
seja, de aceitar ou repudiar a herança ou o legado;
a) Vertente pessoal: designação das pessoas com o direito de suceder
(chamamento);
b) Vertente patrimonial: atribuição das correspondentes situações jurídicas
patrimoniais (devolução).
4- Aceitação/repúdio: artigo 2050.º do Código Civil;
A sucessão não abrange apenas os bens. Inclui também dividas (2068.ºdo CC), a
responsabilidade pelos encargos da herança (2070.º do CC). Não é por isso correto
restringir a sucessão à transmissão de bens, como faz o 2024.º uma vez que rodas as
situações jurídicas ativas e passivas podem em princípio ser objeto de sucessão,
apenas se excluindo as situações jurídicas que devam extinguir-se por morte do
respetivo titular.

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