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>Gerais e abstratas;
>São emanadas no exercício do poder administrativo por um órgão da Adm, não se esgota
numa aplicação.
São fonte secundária de DA, pois são precedidos pelas normas e princípios de DI e DUE.
Tipos:
Sobre cada assunto, começa num determinado ponto e depois caminha por fases, avança pela
prática de atos que se encadeiam uns nos outros e pela observância de certos trâmites, de
certas formalidades e de certos prazos que se sucedem numa determinada sequência- esta
que se denomina procedimento administrativo.
Sequência juridicamente ordenada de atos e formalidades tendentes à preparação e
exteriorização da prática de um ato da Administração ou à sua execução (ver também
definição do 1º/1 CPA).
Em suma, a regulamentação visa garantir a melhor ponderação da decisão a tomar à luz da lei
e do interesse público e, por outro lado, assegurar o respeito pelos interesses e direitos
legítimos dos particulares (ver acórdão do STA de 1950).
Invalidade: Valor jurídico negativo que afeta o ato administrativo em virtude da sua inaptidão
intrínseca para a produção dos efeitos jurídicos que deveria produzir. Existem outras fontes de
invalidade para além da ilegalidade.
• Ilegalidade do ato administrativo: o ato administrativo é ilegal por ser contrário à lei (que
inclui a Constituição, lei ordinária, regulamentos, contratos administrativos, clausulas de
caráter normativo, atos normativos constitutivos de direitos com força de “caso decidido”).
A ilegalidade pode revestir diversas formas, sendo essas os vícios do ato administrativo.
O ato administrativo pode estar ferido de diversas ilegalidades, visto que os vícios são
cumuláveis.
Usurpação de Poder: vicio que consiste na prática por um órgão de um ato incluído nas
atribuições do poder legislativo, do poder moderador ou do poder judicial. Este vício traduz a
violação do princípio da separação de poderes (111º/2 CRP). É, na realidade, uma
incompetência agravada.
P.e: Ato de reserva de lei (só o legislador pode praticar) ou então reserva de juiz.
Incompetência: vicio que consiste na prática, por um órgão administrativo, de um ato incluído
nas atribuições ou competência de outro órgão administrativo. Pode ser:
-incompetência absoluta quando um órgão administrativo prática um ato fora das atribuições
da pessoa coletiva ou do ministério a que pertence;
-incompetência relativa quando um órgão administrativo pratica um ato que está fora da sua
competência, mas que pertence à competência de outro órgão da mesma pessoa coletiva.
Em relação da matéria, isto é, um órgão invade os poderes conferidos a outro órgão em
função da natureza dos assuntos;
Em razão da hierarquia, quando se invadem poderes conferidos a outro órgão em função do
grau hierárquico (ex. subalterno invade a competência do superior hierárquico ou vice versa);
Em razão do lugar, quando um órgão administrativo invade os poderes conferidos a outro
órgão em função do território;
Em razão do tempo quando um órgão administrativo exerce os seus poderes legais
praticando um ato administrativo antes ou depois do momento ou período em que se
encontra legalmente habilitado para o fazer.
Então…
Violação de lei: vicio que consiste na discrepância entre o conteúdo ou o objeto do ato e as
normas jurídicas que lhe são aplicáveis. Natureza material.
A substância do ato contraria a lei: administração decide algo diferente da lei, infração de
princípios gerais no exercício de poderes discricionários p.e. princípios constitucionais.
Desvio de poder: vicio que consiste no exercício de um poder discricionário por um motivo
principalmente determinante que não condigna com o fim que a lei visou ao conferir tal poder.
Pressupõe uma discrepância entre o fim legal e o fim real.
Existe desvio de poder tanto no caso em que haja um erro de direito (interpretou mal a lei)
como no caso de má-fé (quis mesmo prosseguir um fim contrário à lei).
• Outras fontes de invalidade: o ato pode ser inválidos, e, portanto, nulo ou anulável,
por razões que nada tem a ver com a sua ilegalidade. Ou seja, o ato pode ser legal, mas
ser inválido.
Ilicitude do ato administrativo: normalmente o ato é ilícito por ser ilegal, mas
existem casos em que um ato é lícito sem ser ilegal. Os casos são aqueles:
Em que o ato administrativo, sem violar a lei, ofende um direito subjetivo ou um
interesse legitimo de um particular;
Em que o ato viole um contrato não administrativo;
Em que o ato ofenda a ordem pública ou os bons costumes;
Em que o ato contenha uma forma de usura.
Vícios de vontade: falta um requisito de validade que a lei exige, qual seja o e que os
atos jurídicos da Administração provenham de uma vontade esclarecida e livre. Se a
vontade da administração não for esclarecida ou não for livre, porque foi determinada
por erro, dolo ou coação, há um vicio de vontade inquina que fundamenta a
invalidade do ato.
O ato viciado com erro ou dolo causa a anulação do ato e o ato viciado por coação
causa a sua nulidade (161º/2 alínea f) CPA). A problemática dos vícios de vontade não
tem autonomia no caso dos atos vinculados, mas tem-na por completo no caso dos
atos discricionários.
Faltam as formas de invalidade.
Separação de poderes:
Instrumentos do Procedimento Administrativo
O Deferimento Tácito- Silêncio
A regra do direito português, é que perante uma pretensão de um particular, o silêncio
equivale a recusa (129.º do CPA), contudo, admite-se nos termos do 130.º/1 do CPA, que o
silencio administrativo possa ter o valor de deferimento. Com as seguintes particularidades:
Atos Administrativos: abrir sebenta Inês desta parte e lê-la na segunda de manhã
Atos Opinativos: atos pelos quais um órgão da administração emite o seu ponto de vista
fundamentado acerca de uma questão técnica ou jurídica. Aqui temos:
Pareceres: são elaborados por peritos especializados em certos ramos do saber ou por órgãos
colegiais de natureza consultiva, de uma entidade administrativa. Não é da entidade que
decide, não é a decisão é opinião sobre a decisão que vai ser tomada. Estes poderão ser:
Prazo de 20 dias úteis, exceto quando o responsável pela direção do procedimento fixar um
diferente, art. 92. Não pode ser inferior a 10 nem superior a 30.
Produção de Efeitos:
Aos pareceres falta autonomia para, sem mediatização de um outro ato jurídico produzirem
efeitos jurídicos numa esfera externa ao órgão emitente. Ou seja, só produzem efeitos na
esfera do órgão emitente do parecer.
No entanto, se os pareceres forem vinculativos, o órgão que emite o parecer é que realmente
decide, sendo o ato posterior apenas uma formalização do que já estava pré-determinado- o
ato administrativo passa a ter dois autores.
Se o parecer for obrigatório e não existir gera um vício de forma; se for obrigatório e também
vinculativo, a sua falta gera uma dupla ilegalidade: vício de forma e incompetência (a
competência era conjunta e um dos órgãos não se pronunciou).
Como deve ser feito um parecer? Que efeitos tem se não seguir estas regras?
A falta de audição prévia é considerada uma ilegalidade e traduz-se num vício de forma, por
preterição de uma formalidade essencial: será nula se o direito de audiência prévia for
concebido como um direito fundamental (161º/2 d) e anulável se não o for (163º/1).
O autor considera que o regime devera ser o da anulabilidade, visto que apesar de a audição
prévia ser um direito de grande importância, não está incluído no elenco dos direitos
fundamentais (sendo esses os mais ligados à proteção da dignidade da pessoa humana)-
posição seguida pela jurisprudência do Supremo Tribunal Administrativo.
Fundamentação:
-Tenho que saber aquilo que vem a ser a possível decisão contra mim e também as razões
pelas quais vem contra mim uma decisão desfavorável para mim, exigindo-se que seja
suficiente, congruente, não podendo ser mínima nem contraditória- explique o porquê da
situação.
- Fundamentação envolve a indicação das razões de facto e de direito que levaram à decisão,
existindo um propósito argumentativo para conciliar o caminho e atribuir aos particulares uma
garantia que passa pelo conhecimento desse itinerário decisório percorrido pela
Administração (fundamentação- dever para administração e direito para os particulares).
-A fundamentação permite aos particulares olhar para dentro da administração para perceber
que razões justificaram a conduta. A fundamentação tem de ser clara, obedece a regras lógicas
e ao princípio da necessidade e da adequação, o que significa que uma fundamentação
insuficiente, contraditória e que não esclareça as razões de facto e de direito é insuficiente, o
que equivale à falta de fundamentação.
-Se a fundamentação não existe por completo ou é insuficiente, e estiver em causa uma
decisão que é sancionatória, lesiva de direitos de propriedade ou lesiva liberdade, afeta o
núcleo essencial de um direito fundamental, e, portanto, é nula a decisão. Se não estamos
nessas áreas, é meramente anulável por vício de forma.
-O artigo 152º/1 apresenta-nos o elenco de atos que devem ser fundamentados, sendo
aqueles que são lesivos de interesses de terceiros.
Segundo o artigo 152º/2 CPA existem atos que não carecem de ser fundamentados: atos de
homologação de deliberações tomadas por júris (o ato homologado é absorvido e esse já é
fundamentado, sendo o ato de homologação automaticamente fundamentado) e as ordens
dadas pelos superiores hierárquicos aos seus subalternos em matéria de serviço e com a
forma legal.
iii) Apresentar o quadro jurídico que habilita a Administração a decidir de certo modo;
iv) Ser clara, coerente e completa (suficiente).
Casos Especiais:
(2) Atos orais que não contém em regra fundamentação, portanto, ou são
reduzidos a escrito numa ata onde deverá constar a fundamentação sob pena de
ilegalidade, ou não havendo ata, a lei dá aos interessados o direito de requerer a
redução a escrito da fundamentação dos atos, cabendo ao órgão competente o
dever de satisfazer o pedido no prazo de 10 dias (154º/1).
Note-se que o não exercício dos interessados dessa faculdade, não prejudica os
efeitos da eventual falta de fundamentação do ato (154º/2);
Adequação Profissional:
Poder discricionário à administração para essa escolher o melhor caminho para um certo fim,
com respeito pelo princípio da economicidade, participação e celeridade.
Este proíbe a utilização de um procedimento diferente daquele que legalmente deveria ser
utilizado. Ocorre desvio de procedimento quando ocorre substituição de procedimentos
(utilização de um procedimento visando obter um fim que a lei associa a outro procedimento),
visando iludir as normas legais sore o procedimento adequado, a competência ou a garantia de
eficiência. Há sempre situações de erro ou desvio de poder (utiliza-se um procedimento cujo
fim é proibido).
A administração deve informar que enviou para o órgão competente (fazendo esse envio
oficiosamente41º/1 e 49º).
Acórdão endoprocedimental:
Prazo:
DESVALORES
• Formas de invalidade: nulidade e anulabilidade, isto é, quais as sanções
que a ordem jurídica determina para atos ilegais, ilícitos ou viciados na
vontade (161º a 163º CPA).
O parecer foi emitido dentro do prazo? Consequências caso não tenha sido?
O reitor podia ter considerado na sua decisão que o parecer era nulo?
Declaração de nulidade
Decreto regulamentar
-1º Parágrafo:
Ainda não aconteceu nada, não podemos extrair algo daqui.
Enquadramento legal: artigos 19.º a 24.º, da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas/LTFP
(aprovada pela Lei n.º 35/2014, de 20 de junho).
Garantias de imparcialidade
Artigo 19.º - Incompatibilidades e impedimentos
1 - No exercício das suas funções, os trabalhadores em funções públicas estão exclusivamente
ao serviço do interesse público, tal como é definido, nos termos da lei, pelos órgãos
competentes da Administração.
2 - Sem prejuízo de impedimentos previstos na Constituição e noutros diplomas, os
trabalhadores com vínculo de emprego público estão sujeitos ao regime de incompatibilidades
e impedimentos previsto na presente secção.
Artigo 20.º - Incompatibilidade com outras funções As funções públicas são, em regra,
exercidas em regime de exclusividade.
Artigo 21.º - Acumulação com outras funções públicas
1 - O exercício de funções públicas pode ser acumulado com outras funções públicas não
remuneradas, desde que a acumulação revista manifesto interesse público.
https://dgrsp.justica.gov.pt/Instrumentos-de-gest%C3%A3o/Recursos-humanos/Modelos-de-
Formul%C3%A1rio/Enquadramento-legal-para-acumula%C3%A7%C3%A3o-de-fun
%C3%A7%C3%B5es
Parágrafo 2:
Parecer 92º/4, não tem problema. No entanto, este parecer é obrigatório porque a lei
impõe a necessidade de eles serem emitidos/pedidos e vinculativo, porque se exige
um parecer favorável, o que significa que, apesar de o parecer não ser a decisão em si,
uma decisão desfavorável implicaria o indeferimento. Por ser obrigatório, diz-nos o art.
92º/6 que há um prazo de 20 dias (na administração, 20 dias úteis- art. 128º CPA). Se o
Governo for o responsável pela direção do procedimento, poderia,
fundamentadamente, fixar um prazo diferente, que não fosse menos que 10 dias ou
maior que 30, pelo artigo 92 nº3 e 4 respetivamente.
Não sei se será disto que se trata.
Se considerarmos que esta fixação é inválida, uma vez que um DR vale menos que um
DL e não poderá alterar a lei, então temos um vício de usurpação de poderes, ou seja,
um vício que consiste na prática por um órgão de um ato incluído nas atribuições do
poder legislativo, neste caso, traduzindo-se na violação do princípio da separação de
poderes (111º/2 CRP). Este vício produz a nulidade do ato administrativo, art. 161 CPA.