Você está na página 1de 5

UNI-GOIÁS – CENTRO NUIVERSITÁRIO DE GOIÁS CURSO

DE DIREITO – DIREITO ADMINISTRATIVO - RESOLUÇÃO DE


QUESTÕES - ATIVIDADE AVALIATIVA N2

RESUMO – ATOS ADMINISTRATIVOS

Os atos administrativos podem ser conceituados como “toda manifestação unilateral de


vontade da administração pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos
administrados ou a si própria”. Atos administrativos são espécies do gênero ato jurídico. Além
disso, eles têm o condão de gerar efeitos jurídicos, independentemente de qualquer interpelação.
Mas estão sujeitos ao controle do Poder Judiciário. Eles também possuem como finalidade o
interesse público e se sujeitam ao regime jurídico de direito público.

Atributos do Ato Administratrivo

 Presunção de Legitimidade e Veracidade


Os atos administrativos presumem-se legítimos, em decorrência do princípio da legalidade da
administração, a presunção de legitimidade significa que os atos foram realizados em
conformidade com a lei. Já a presunção de veracidade significa que os atos, por serem alegados
pela administração, presumem-se verdadeiros. Até prova o contrário o ato administrativo é
considerado válido. Trata-se de uma derivação da supremacia do interesse público, razão pela
qual sua existência independe de previsão legal específica.

 Imperatividade
É o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade para seu cumprimento ou execução,
a imperatividade traz a possibilidade de os atos administrativos serem impostos a terceiros
independentemente da concordância destes. Mas não são todos os atos administrativos que são
dotados deste atributo. Significa que o ato administrativo pode criar unilateralmente obrigações
aos particulares, independentemente de anuência destes.
 Autoexecutoriedade
A autoexecutoriedade permite que a Administração Pública realize a execução material dos atos
administrativos ou de dispositivos legais, usando a força física se preciso for para desconstituir
situação violadora da ordem jurídica, significa que o ato pode ser executado independentemente
de ordem judicial.

 Tipicidade
A tipicidade diz respeito à necessidade de respeitar-se a finalidade específica definida em lei para
cada espécie de ato administrativo. Dependendo da finalidade que a administração pretende
alcançar, existe um ato definido em lei.

Elementos do Ato Administrativo

 Competência
É o poder que o agente administrativo deve dispor para validade praticar o ato, ou seja, para
desempenhar especificamente suas funções. A competência resulta da lei e por ela é delimitada.
É requisito vinculado. Para que o ato seja válido, inicialmente é preciso verificar se foi praticado
pelo agente competente segundo a lefislação para a prática da conduta. Assim, a competência
administartiva é o poder atribuído ao agente da administração para o desempenho de suas
funções.

 Finalidade
Requisito vinculado, a finalidade é o objetivo de interesse público pretendido com a prática do ato.
Sempre que o ato for praticado visando a defesa de interesse alheio ao interesse público, será
nulo por desvio de finalidade. A finalidade geral do ato administrativo é satisfazer ao interesse
público. Já a finalidade específica, por sua vez, é aquela que a lei elegeu para o ato em
específico.

 Forma
É requisito vinculado, envolvendo o modo de exteriorização e os procedimentos prévios exigidos
na expedição do ato administrativo. Diante da forma legal é sempre substancial para a validade
da conduta.

 Motivo
o motivo ou causa é a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a realização do ato
administrativo. O motivo pode vir expresso em lei ou ser deixado a critério do administrador,
sendo vinculado na primeira hipótese e discricionário no segundo. Não se confunde com
motivação, que é a explicação das razões que levou a prática do ato.
 Objeto
É o conteúdo do ato, a ordem por ele determinada, ou o resultado prático pretendido ao se
expedi-lo. Todo ato administrativo tem por objeto a criação, modificação ou comparação de
situações jurídicas concernentes a pessoas, coisas ou atividadessujeitas à ação da administração
pública.

Vícios no Ato Administrativo

O vício mais conhecido de competência é o excesso de poder. Ainda assim é possível a


convalidação do ato, se a autoridade competente ratificar o ato da autoridade incompetente.
Entretanto não é possível a convalidação no caso de competência exclusiva. Já o vício principal
da finalidade é o desvio de poder. É quando o ato não atende a finalidade do interesse público, e
muitas vezes atende a necessidades particulares. Ambos acima, o excesso de poder e o desvio
de poder, são espécies do Gênero abuso de poder. O excesso é um vício de competência e o
desvio é um vício de finalidade.

 Vícios em espécies – Espéecies de Abuso de poder


O vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de
formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato (art. 2º, parágrafo único, b, da lei n.
4.717/65). O defeito na forma torna anulável o ato administrativo, sendo possível sua
convalidação.
Quanto ao motivo, esse defeito ocorre quando há a inexistência ou falsidade do motivo, a
inexistência do motivo se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o
ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido. Já a falsidade
do motivo, é que quando alegado não corresponde àquele efetivamente ocorrido.
Quanto ao objeto, no requisito do conteúdo o ato administrativo pode ter dois defeitos
principais; objeto materialmente impossível ocorre quando o ato exige uma conduta irrealizável; e
objeto juridicamente impossível: a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato
impporta violação de lei, regulamento ou outro ato normativo. É o defeito que torna nulo o ato
quando o seu conteúdo determina um comportamento contrário à ordem jurídica. Porém quando
o comportamento exigido constituir crime, o ato se tornará inexistente.

Éspecies de Atos Administrativos


 Atos Normativos
São aqueles que contém comandos em regras gerais e abstratos para viabilizar o cumprimento
da lei.

 Atos Ordinários
São manifestações internas da administração decorrentes do Poder hierárquico disciplinando o
funcionamento de de órgãos e a conduta de agentes públicos.

 Atos Negociais
Manifestam a vontade da administração em concordância com o interesse de particulares.

 Atos Enunciativos
Certificam ou atestamuma situação existente, não contendo manifestação de vontade da
administração pública.

Classificação dos Atos Administrativos

Quanto à liberdade de ação, o ato pode ser discricionário ou vinculado. Quando há uma
margem de liberdade, o ato é discricionário. Mas, esta liberdade é limitada, já que os elementos
competência, finalidade e forma são definidos de forma vinculada sem margem para alteração.
Assim, há liberdade apenas nos elementos motivo e objeto. Em contraponto, o ato vinculado tem
todos os elementos do ato administrativo definidos em lei, sem margem de liberdade.
Quanto à formação da vontade administrativa, o ato pode ser simples, complexo ou
composto. O ato simples tem a manifestação de vontade de apenas um órgão formando apenas
um ato. Complexo tem a manifestação de vontade de dois ou mais órgãos e se forma apenas um
ato. Composto tem a formação da vontade por meio de dois atos, um principal e o outro
acessório.

Extinção dos Atos Administrativos

A CADUCIDADE extinção de ato administrativo em consequência de norma jurídica


superveniente, a qual impede a permanência da situação anteriormente consentida.
A CONTRAPOSIÇÃO também ocorre com a mudança no mundo jurídico, mas através de
um novo ato que se contrapõe ao ato anterior. Assim sendo, a diferença entre a caducidade e a
contraposição é que a caducidade é com base em nova lei e a contraposição com base em novo
ato.
A CASSAÇÃO é a forma de extinção do ato por culpa do beneficiário, já que ele
descumpriu condições que deveria manter.
A ANULAÇÃO é o desfazimento de ato ilegal, a supressão do ato administrativo, com
efeito retroativo, por razões de ilegalidade e ilegitimidade.
A REVOGAÇÃO é a extinção de ato válido, legal e perfeito, que por razões de
conveniência e oportunidade, será extinto pela Administração, no exercício do poder
discricionário.
E então vale a pena descrever a súmula 473 do STF: “A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”

Referências:

MAZZA, Alexandre. Manual de DIREITO ADMINISTRATIVO. 9º ed. São Paulo: Saraiva


Educação, 2019.

Você também pode gostar