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• Conceito
Os atos administrativos podem ser conceituados como a forma da administração
pública manifestar a sua vontade e se comunicar com “terceiros”. Desse modo,
segundo Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é “toda manifestação unilateral
de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos,
ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.”
• Características
- Unilateralidade: no âmbito dos atos administrativos a manifestação é unilateral,
ou seja, a vontade da administração pública prevalece sobre a vontade dos
particulares, uma vez que cabe ao Poder Público garantir o bem-estar de toda a
população.
- Manifestação de vontade da administração: com a edição de um ato
administrativo, o que a administração deseja é a realização de um objetivo.
- Direito público: os atos administrativos são regidos, prioritariamente, pelas
regras do Direito Público, uma vez que possuem como finalidade a realização de
uma vontade da administração.
• Funções primordiais
- Implementar as competências materiais estatais;
- Permitir o controle da atividade administrativa.
Atos da administração: são todos os atos que a administração pratica no exercício de suas
funções. Ou seja, o ato da administração é gênero, do qual o ato administrativo é espécie.
Atos administrativos: praticados pela administração pública que produz efeito jurídico
imediato e passível de controle.
Sendo assim, todo ato administrativo é ato da administração, mas nem todo ato
da administração configura ato administrativo.
• Silêncio administrativo
O silêncio administrativo pode representar tanto uma aprovação quanto uma
rejeição, produzindo, em ambos os casos, efeitos jurídicos. Nesse sentido,
conforme Hely Lopes Meirelles, “a omissão da administração pode representar
aprovação ou rejeição da pretensão do administrado, tudo dependendo do que
dispuser a norma competente”.
Desse modo, caso a norma estabeleça que a omissão da administração implica
em uma aprovação, e ocorrer o decurso de tal prazo, a situação é tida como
aprovada. No entanto, se o silêncio da administração representar uma rejeição,
e ocorrer o decurso do seu prazo, temos uma negativa da solicitação.
Competência: Quem?
Finalidade: Para quê?
Forma: Como?
Motivo: Por quê?
Objeto: O quê?
• Mérito administrativo
Mérito
Motivo Objeto administrativo
O mérito administrativo pode ser conceituado como a liberdade que os atos
discricionários recebem da lei para permitir que os agentes competentes
escolham, diante de um caso concreto, a melhor maneira de praticar o ato.
Traduz-se na conveniência e oportunidade, e não pode ser analisado pelo Poder
Judiciário, uma vez que compete aos agentes.
Presunção de legitimidade
Autoexecutoriedade
Tipicidade
Imperatividade
• Existência
Representa o cumprimento do ciclo de formação do ato, ou seja, ato perfeito é
aquele que já completou o seu ciclo necessário de formação. A sua perfeição
não leva em consideração a validade, mas sim apenas as fases de produção.
• Validade
Leva em consideração a sua conformidade com a lei. Assim, ato válido é aquele
que não viola o ordenamento jurídico. Do contrário, será ato inválido.
• Eficácia
Diz respeito à possibilidade do ato produzir seus efeitos. Vale ressaltar que a
eficácia do ato administrativo ocorre a partir da sua publicação na imprensa
oficial.
Quanto ao regramento
• Atos vinculados = praticados de acordo com a vontade da lei. São
aqueles em que a lei estabelece as condições e o momento da sua
realização.
Quanto a formação
• Ato simples = nasce por meio da manifestação de vontade de um órgão
ou agente da Administração.
• Ato complexo = nasce da manifestação de vontade de mais de um órgão
ou agente administrativo.
• Ato composto = nasce da manifestação de vontade de um órgão ou
agente, mas depende de outra vontade que o confirme para produzir
efeitos.
Quanto ao destinatário
• Atos gerais = dirigidos a coletividade em geral.
• Atos individuais = dirigidos a pessoa certa e determinada, criando
situações jurídicas individuais.
Quanto à estrutura
• Atos concretos = resolvem uma situação específica, extinguindo seus
efeitos em uma única aplicação.
• Atos abstratos = definem uma regra genérica que deverá ser aplicada em
diversos fatos.
Quanto ao alcance
• Atos internos = produzem efeitos dentro da estrutura da administração e,
como regra, não dependem de publicação oficial.
• Atos externos = produzem efeitos fora da estrutura da administração e,
como regra, dependem de publicação em órgão oficial.
Quanto ao objeto
• Atos de império = a administração atua com prerrogativa de Poder
Público, ou seja, superioridade.
• Atos de gestão = a administração atua em situação de igualdade com o
particular.
• Atos de expediente = execução de condutas previamente definidas pela
lei.
• Atos normativos
São atos gerais e abstratos que geram obrigações a uma quantidade
indeterminada de pessoas, conforme a lei determina.
• Atos ordinários
Organizam a prestação do serviço, por meio de normas que se aplicam
internamente aos órgãos da estrutura administrativa.
• Atos negociais
Por estes atos a administração concede direitos solicitados aos particulares.
Dessa maneira, a manifestação de vontade da administração coincide com o
interesse particular.
• Atos enunciativos
São os atos administrativos que estabelecem opiniões e conclusões do ente
estatal.
• Atos punitivos
Determinam a aplicação de sanções, em face do cometimento de infrações pelos
servidores ou particulares.
• Revogação
Supressão de ato legal que se tornou inoportuno e inconveniente. Em regra, é
possível revogar o ato a qualquer tempo. Apenas a própria Administração poderá
revoga-los. Possui efeitos ex nunc: não retroage.
• Anulação
Anulam-se atos ilegais, com defeitos ou vícios. A Administração Pública tem um
prazo de cinco anos para anular seus atos, salvo comprovada má-fé por parte
do beneficiário do ato. São competentes para a anulação a Administração
Pública, em razão do seu poder de autotutela, e o Poder Judiciário, mediante
provocação. Possui efeitos ex tunc: retroage.
• Caducidade
Uma lei posterior torna o ato ilegal. Quando praticado, o ato estava de acordo
com a lei. Por exemplo, um estabelecimento adquire autorização para exercer o
comércio em um parque. Dois meses depois, entra em vigor uma lei que proíbe
qualquer tipo de comércio no parque. Nesse caso, o ato de autorização
caducará.
• Cassação
O beneficiário do ato descumpre os requisitos necessários à sua manutenção.
Alguns atos exigem o preenchimento de certas condições. Considere, por
exemplo, um alvará de funcionamento concedido a um restaurante. Devido à sua
localização, o alvará determinou que o restaurante encerrasse suas atividades
todos os dias à meia-noite, sendo proibido música ao vivo. Caso o restaurante
descumpra tais condições, o ato será cassado. Observa-se, assim, a culpa do
beneficiário.
• Convalidação
Se o interesse público exigir e for sanável o vício, o ato administrativo pode ser
convalidado, em razão da oportunidade e conveniência, desde que a
convalidação não cause prejuízos a terceiros. Dessa forma, para que se admita
a convalidação de um ato, devem-se fazer presentes os dois requisitos, a saber,
o vício do ato se tratar de vício sanável e a convalidação não causar prejuízos a
terceiros interessados no processo.
“Só se pode alcançar um grande êxito quando nos mantemos fiéis a nós mesmos”
Friedrich Nietzsche