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Conceitos de crime:
Conceito legal: é fornecido pelo legislador. Contudo, o Código Penal não conceitua
crime, mas o art. 1⁰ da Lei de Introdução ao Código Penal o faz: "Considera-se crime
a infração penal a que a Lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer
isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa;
contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
simples ou de multa, ou de ambas, alternativa ou cumulativamente."
Conceito formal: no conceito formal, crime é a ação ou omissão proibida pela lei, sob
ameaça de pena.
Conceito analítico: o crime é uma ação típica, ilícita e culpável. Esse conceito se
divide em dois entendimentos: bipartido e tripartido.
A doutrina majoritária adota o sentido tripartido. Contudo, é importante ter
conhecimento dos dois entendimentos:
CRIME
Fato Típico
O sistema jurídico criminal brasileiro adotou o sistema finalista, ou seja, para haver
um delito deve haver uma conduta voluntária (dolosa ou culposa), um resultado
naturalístico (nos crimes materiais), o nexo de causalidade (entre a conduta e o
resultado naturalístico) e a tipicidade formal e material.
Culposa: o sujeito ativo não comete o crime com a intenção, mas sim pela
inobservância de deveres de cuidado. Dessa forma, acaba sendo negligente,
imprudente ou imperito em determinada situação.
Modalidades de culpa:
- Imprudência: é o comportamento sem cautela, realizado com precipitação. Não
devia fazer e fez. Ou seja, é uma atitude precipitada. Ex: dirigir em excesso de
velocidade.
- Negligência: é um ato de descuido ou desatenção. Devia fazer e não fez. Ou seja,
é uma ausência de precaução. Ex: deixar uma arma de fogo perto de uma criança.
- Imperícia: relaciona-se a arte ou profissão. Consiste na incapacidade, inaptidão ou
falta de conhecimento necessário para o exercício de uma atividade profissional. Ex:
não esterilizar o material antes de uma cirurgia.
Obs: crimes culposos não admitem tentativa.
Antijuridicidade
Também chamada de “ilicitude”, é aquela relação de contrariedade que se estabelece
entre a conduta do agente e o ordenamento jurídico. Dessa forma, somente será lícita
(permitida) a conduta se o agente estiver amparado por uma das causas excludentes
da ilicitude previstas no art. 23 do CP.
Estado de necessidade: é uma situação de perigo atual de interesses
legítimos e protegidos pelo Direito, em que o agente, para afastá-la e salvar um
bem próprio ou de outro, não tem outro meio senão lesar o interesse de terceiro
(outra pessoa). Ex.: o agente para socorrer uma pessoa gravemente enferma,
furta um automóvel para transportá-la até o hospital. (art. 24, CP)
Culpabilidade
É o terceiro elemento do crime, de acordo com a teoria tripartida. Culpabilidade é o
juízo de reprovação que se faz ao agente por ter praticado um fato típico e antijurídico.
O Código Penal adota a teoria normativa pura, baseada na teoria finalista da conduta.
Desse modo, a culpabilidade é composta por elementos normativos:
Imputabilidade: capacidade para o agente ser responsabilizado
criminalmente.
Obediência hierárquica: ocorre quando o agente pratica ato ilegal por ordem
formal vinda de superior.