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Cada elemento
posterior do delito
CRIME pressupõe o anterior.
Infração penal (gênero):
ANTIJURÍDICO
Obs: quando o agente não atua em:
• Estado de necessidade
• Legítima defesa
• Estrito cumprimento do dever legal
• Exercício Regular do Direito
Quando não houver o consentimento do ofendido como causa supralegal da exclusão de ilicitude.
CULPÁVEL
• Imputabilidade
• Potencial consciência sobre a ilicitude do fato
• Exigibilidade da conduta diversa
Conceito analítico de crime:
• O crime é um todo unitário e indivisível. Ou o
agente comete o delito (fato típico, ilícito e
culpável), ou o fato por ele praticado será
considerado um indiferente penal. Conceito
estratificado de crime: este é composto pelos
seguintes estratos: ação típica, ilicitude e
culpabilidade (DIVISÃO TRIPARTIDA DO
CONCEITO ANALÍTICO).
No Brasil, existe a responsabilidade penal das pessoas jurídicas por crimes
ambientais?
• Conceito de ação para a teoria neoclássica: A ação passa a ser definida como
comportamento humano voluntário, manifestado no mundo exterir. Com isso, permite
a compreensão tanto da ação em sentido estrito (positiva) como da omissão.
• Conceito de ação para a teoria finalista: Welzer – A ação passou a ser o exercício de
uma atividade final. É a ação, portanto, um comportamento humano voluntário,
dirigido a uma finalidade qualquer. No crime culposo, a conduta não é ilícita, mas a
pessoa age por negligência, imprudência ou imperícia.
• Conceito de ação para a teoria social: Ação é a atividade humana social e juridicamente
relevante, segundo padrões axiológicos de uma determinada época, dominada ou
dominável pela vontade – Johannes Wessels – reside na relevância social da ação ou da
omissão.
CONDUTA
Obs: Embriaguez completa – desde que não seja proveniente de caso fortuito ou força maior,
mesmo que não possua a menor consciência daquilo que faz, ainda assim será responsabilizado
pelos seus atos – teoria da actio libera in causa (a ação foi livre na causa).
RESULTADO
• É o elo necessário que une a conduta praticada pelo agente ao resultado por ela produzido. Se não
houver esse vínculo, não se pode falar em relação de causalidade.
• Teoria da equivalência dos antecedentes causais (teoria da conditio sine qua non) – Von Buri –
adotada pelo CP – considera-se a ação ou a omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
Verifica-se se o fato antecedente é causa do resultado por meio de uma eliminação hipotética.
Procedimento hipotético de eliminação de Thyrén. Para evitar uma regressão ad infinitum:
necessidade da análise da existência do dolo ou culpa para ser considerado causa.
• Com o objetivo de evitar o regresso ao infinito, surge a TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA (colocar
“freio” à causalidade objetiva). A imputação objetiva não substiutui a conditio, apenas a
complementa (introduzindo um nexo normativo, evitando o regresso ao infinito).
• Vide quadro pagina 149 apostila
• Omissão como causa do resultado: Artigo 13 do CP caput, parte final – A omissão também poderá
ser considerada causa do resultado, desde que o omitente tenha o DEVER JURÍDICO DE IMPEDIR
(ou tentar impedir) o resultado (§2º).
IMPUTAÇÃO OBJETIVA (funcionalismo,
FINALISMO Roxin)
• Conceito: subsunção perfeita da conduta praticada pelo agente ao modelo abstrato previsto na lei
penal, isto é, a um tipo penal incriminador. Esta subsunção faz surgir a tipicidade formal ou legal.
Se não houver a adequação perfeita, o fato será atípico.
• Tipicidade conglobante:
Conduta antinormativa (contrária à norma penal e não imposta ou fomentada por ela) Ex: médico
realiza intervenção terapêutica, curativa (atividade fomentada pelo Estado);
Tipicidade material (ofensiva a bens de relevo para o Direito Penal) Ex: alguém, de forma
extremamente imprudente, ao fazer uma manobra em seu carro, acaba por encostá-lo na perna de
um pedestre que por ali passava, causando-lhe um arranhão de meio centímetro.
• OBS: Pela tipicidade conglobante, estrito cumprimento do dever legal, exclui tipicidade. Exercício
regular do direito incentivado: exclui tipicidade. Ex: médico fazendo cirurgia; Exercício regular do
direito tolerado: exclui ilicitude. Ex: lutador de boxe agredindo o outro
Tipo penal
PRINCÍPIO nullum crimen sine lege: é preciso valer-se de uma lei para impor ou
proibir condutas sob ameaça de sanção.
• Elementos do tipo:
Objetivos – aspecto material do fato;
Normativos – juízo de valoração jurídica, social, religiosa, cultural, política, etc;
Subjetivos – pertencem ao campo psíquico (delitos de intenção/especial finalidade
de agir).
Tipo doloso:
Dolo é a vontade e consciência dirigidas a realizar a conduta prevista no tipo penal
incriminador (artigo 18 CP).
DOLO: teorias adotadas pelo CP
• - Da vontade
• - Do assentimento
Espécies de dolo:
• previsibilidade;
• tipicidade.
Crime culposo
• Culpa inconsciente ou comum: o agente não prevê o que lhe era
previsível.
• Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas, sinceramente,
não acredita na sua ocorrência.
• Imprudência: conduta positiva praticada pelo agente que, por não
observar o seu dever de cuidado, causa o resultado lesivo que lhe
era previsível – Ex: motorista que imprime velocidade excessiva em
seu veículo.
• Negligência: é um deixar de fazer aquilo que a diligência normal
impunha – Ex: motorista que não conserta os freios já gastos do seu
automóvel.
• Imperícia: quando ocorre uma inaptidão, momentânea ou não, do
agente para o exercício de arte, profissão ou ofício. Diz-se que a
perícia está ligada, basicamente, à atividade profissional do agente
• CULPA CONSCIENTE X DOLO EVENTUAL (diferença)
• Culpa imprópria: hipóteses das chamadas descriminantes putativas em que o agente, em virtude
de erro evitável pelas circunstâncias, dá causa dolosamente ao resultado, mas responde como se
tivesse praticado um crime culposo. Artigo 20, §1º do CP : É isento de pena quem, por erro
plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a
ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime
culposo. EX: João, que se encontrava assentado no interior de um bar, percebe que Pedro, dando
mostras de irritação, caminha em sua direção. Supondo que seria agredido por Pedro, o qual João
não conhecia, este saca o revólver que trazia consigo e o mata. Na realidade, Pedro não tinha a
intenção de agredir João, mas tão somente dirigir-se ao toalete que se encontrava próximo a ele. A
agressão injusta e iminente somente existia na imaginação do agente (legítima defesa putativa –
erro de tipo permissivo). Se o erro em que João incorreu for inevitável, ele ficará isento de penal;
se evitável, deverá responder pelo crime cometido a título de culpa (culpa imprópria).
Exemplo: dois náufragos disputando a Exemplo: uma pessoa sendo atacada por
única boia salva vidas. outra.
Perigo ocorre de fato HUMANO, ANIMAL Trata-se de agressão INJUSTA.
ou NATURAL.
O perigo é ATUAL (o que justifica a O perigo (a agressão!!) é ATUAL ou
inevitabilidade da lesão). Prevalecendo IMINENTE
não podendo ser iminente.
Perigo NÃO TEM DESTINATÁRIO CERTO. Agressão dirigida. TEM DESTINATÁRIO
CERTO.
Exemplo: perigo do naufrágio não tinha
pessoa certa e determinada. Exemplo: na agressão, tem uma pessoa
certa.
Os interesses em conflito são LEGÍTIMOS. Os interesses do AGRESSOR são
ilegítimos.
Vide artigo 24, §2º do CP
- Requisitos:
a) Situação de perigo – atual (a lei só fala deste). A maioria dos
doutrinadores entende que o perigo iminente também exclui. Obs: A
situação de perigo não pode ter sido causada voluntariamente pelo
agente;
b) Perigo ameaçando direito próprio ou alheio. No último caso (terceiros),
bem tem que ser indisponível;
c) O bem a ser salvo tem que estar protegido pelo ordenamento jurídico;
d) Conduta lesiva – inevitabilidade do comportamento; inexigibilidade de
sacrifício do interesse ameaçado; conhecimento da situação justificante
(elemento subjetivo)
- Causa de diminuição da pena: desproporção entre o que foi salvo e o
que foi sacrificado – afasta-se a excludente, mas diminui a pena de 1/3 a
2/3.
LEGÍTIMA DEFESA – artigo 25 CP
• Requisitos:
Agressão injusta;
Agressão atual ou iminente;
Agressão a direito próprio ou de terceiro;
Repulsa com meios necessários;
Uso moderado de tais meios;
Conhecimento da situação justificante.
- Proteção a qualquer bem jurídico tutelado pela lei (bens
materiais ou não), mas desde que não seja possível
recorrer ao Estado para a sua proteção – exceção: bens
comunitários.
• Legítima defesa sucessiva: é a repulsa contra o
excesso. Temos duas LD, uma depois a outra.
Requisitos:
• a) que o ofendido tenha manifestado sua aquiescência livremente,
sem coação, fraude ou outro vício de vontade;
• b) que o ofendido, no momento da aquiescência, esteja em
condições de compreender o significado e as conseqüências de sua
decisão, possuindo, pois, capacidade para tanto;
• c) que o bem jurídico lesado ou exposto a perigo de lesão se situe
na esfera de disponibilidade do aquiescente;
• d) que o consentimento tenha sido dado anteriormente ou pelo
menos numa relação de simultaneidade à conduta do agente.
CULPABILIDADE